No mês de março, pela primeira vez o XRP saiu da composição do índice Hash5. No seu lugar entrou o Binance Coin (BNB), criptomoeda que já deu as caras em janeiro e é desenvolvida e recomendada pela maior exchange do mundo, Binance.

Mais do que uma simples troca, essa mudança mostra como a visão do mercado sobre as criptomoedas está evoluindo neste bull market.

Na composição atual, com Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH), Cardano (ADA), Binance Coin (BNB) e Polkadot (DOT), o Hash5 possui somente uma cripto desenvolvida para ser um sistema de pagamento, justamente o Bitcoin. A ênfase das outras 4 criptomoedas está muito mais no processamento de smart-contracts.

A título de comparação, no meu primeiro investimento pessoal em Hash5 no final de  2017, a composição do índice era Bitcoin (BTC), Ethereum (ETC), Litecoin (LTC), Bitcoin Cash (BCH) e Ripple (XRP). Dessas, somente o Ethereum poderia ser usado para o processamento de smart-contracts. Logo, a proporção criptomoedas para pagamento VS criptomoedas para smart-contracts literalmente inverteu.

Isto é relevante porque originalmente as criptomoedas foram idealizadas como um sistema de pagamentos sem intermediários (bancos). O título do artigo que apresentou o Bitcoin para o mundo diz exatamente isso: sistema de pagamentos de pessoas para pessoas.

O que aconteceu de 2017 para cá que levou a essa mudança de paradigma?

No meu primeiro texto sobre smart-contracts, lá em 2018 eu escrevi: “A aplicação mais bem sucedida até o momento para os smart-contracts é a emissão et gerenciamento de tokens. […] Apesar disso, usos que vão além disso não decolaram até o momento.”

E não é que acharam outras utilidades para os smart-contracts ?

Estes novos casos de uso estão justamente no ramo das finanças descentralizadas (DeFi da sigla em inglês) e eu e o Luis já falamos sobre elas.  Não vou entrar nos detalhes da tecnologia, mas fato é, tanto os traders (clientes), quando os investidores que fornecem as criptomoedas em troca de rendimento, embarcaram na ideia.

Para se ter noção, hoje, só os blockchains do Ethereum e Binance Coin processam quase 3 milhões de transações por dia. Uma das principais plataformas para DeFi na rede Ethereum, chamada UNISWAP, tem mais de 100 mil operações diariamente.

Não suficiente, na esteira do sucesso dessas duas redes, vieram as apostas sobre quais seriam os próximos blockchains a terem um ambiente rico em DeFi’s. Polkadot e Cardano se destacaram e, mesmo que ainda tenham volumes irrelevantes (14 e 30 mil transações por dia), tiveram valorizações expressivas. Resultado, com exceção do Bitcoin, as demais criptomoedas para pagamento ficaram esquecidas.

As trocas de moedas que vêm ocorrendo no índice Hash5 mostram que o mercado enfim percebeu que é mais fácil convencer traders com seus robôs usarem blockchain, do que cidadãos comuns a pagarem cafezinho com criptomoeda.

Também não considero essa tendência reversível. Isto porque além de serem usadas para o processamento de smart-contracts, as novas integrantes do Hash 5 podem também realizar transações entre pessoas.

Então, mesmo considerando uma possível adoção em massa das criptomoedas no dia a dia, uma volta ao paradigma antigo não seria necessária ou mesmo provável.

Obs: Este artigo é uma réplica da Newsletter da HashInvest disponibilizada por e-mail e publicada aqui com alguns dias de defasagem. Quer receber a Newsletter na íntegra? Assine inserindo o seu e-mail abaixo:


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