O ano era 2017 e vivíamos o pico das ICOs (venda de criptoativos para financiamento de projetos). Por mês, eram feitas quase 50 ofertas públicas destas ICOs e pessoas do mundo todo “investiam” bilhões em iniciativas que mal conheciam.
Não é difícil imaginar o resultado…
Uma bolha que explodiu
Quando a bolha explodiu no começo de 2018, ficou claro que boa parte dos projetos nunca tinha sido pensada para sair do papel: eram somente uma desculpa para pegar o dinheiro de investidores deslumbrados.
Desde então, as ICOs são sinônimo de roubada.
No entanto, apesar da péssima reputação de hoje, alguns projetos daquela época eram de fato sérios. Destes, os poucos que conseguiram sobreviver ao período de vacas magras, agora colhem os frutos.
Cardano surge como uma confiável opção
Este é o caso do blockchain Cardano, que movimentou US$62.240.000 em sua ICO em dezembro de 2016 e acumula um retorno de 327 vezes em dólar desde então.
Em JAN/21 o Cardano passou a ser um dos 5 maiores blockchains em valor de mercado e, por isso, integra o índice Hash5 pela primeira vez.
O Cardano foi criado por um dos cofundadores da rede Ethereum (Charles Hoskinson) depois de desavenças sobre governança e financiamento através investidores de risco (venture capitalists).
De lá para cá, Hoskinson tem se dedicado ao Cardano e buscou implementar uma cultura de desenvolvimento que tenta aliar academia e pesquisas científicas na solução dos problemas dos blockchains (Cardano é um dos blockchains com mais artigos científicos publicados).
A recente valorização (500% só em 2021) é creditada ao terceiro ciclo de atualizações da rede que teve início em dezembro de 2020. Ao final desta etapa, o Cardano começará a processar tokens e smart-contracts e poderá concorrer diretamente com o Ethereum.
Como diferencial, este projeto promete oferecer taxas menores e maior capacidade de processamento das transações.
Governança na rede Cardano
A governança da rede é dividida em três instituições, mas ainda é bastante centralizada para um projeto de criptomoedas. O IOHK desenvolve a tecnologia, a Fundação Cardano é responsável por supervisionar o desenvolvimento e promover a utilização da rede, enquanto Emurgo é o braço que tenta impulsionar a adoção comercial através do financiamento de projetos.
Mais alguns detalhes sobre o Cardano:
- A criptomoeda que circula se chama ADA
- Por dia existem entorno de 000 endereços ativos (algo como número de usuários) ou 1/10 do total do Ethereum.
- O algoritmo de consenso (que define o que é uma transação válida) é baseado no Proof-of-Stake (o mesmo que será adotado no Ethereum 0).
- Após a conclusão deste terceiro ciclo de atualizações, estão previstas mais duas A quarta focará no aumento da capacidade de transações e a quinta promete melhorar a governança.
Como você deve ter reparado neste texto, o Ethereum é e deverá ser por algum tempo a referência quando se trata de tokens e smart-contracts.
No entanto, mesmo que as atualizações do Ethereum sejam bem sucedidas, é muito improvável que somente um blockchain seja capaz de atender toda a demanda que irá aparecer nos próximos anos. Por isso, investidores estão buscando redes alternativas que possam se beneficiar deste excesso de fluxo de dados e usuários.
Por que o Cardano (ADA) é uma boa alternativa?
O Cardano se coloca como uma boa alternativa pois seu desenvolvimento recente permitiu que ele aprendesse com os problemas dos outros projetos e, através de uma abordagem mais científica, conseguisse encontrar soluções interessantes. Resta saber como será sua capacidade de atrair novas aplicações.
No próximo texto pretendo falar sobre o Polkadot, blockchain que também passou a integrar o HASH5 pela primeira vez no. mês de fevereiro.