Hoje ponho um pé fora dos investimentos e avanço sobre a tecnologia com objetivo de te fazer entender os tais smart-contracts (e consequentemente porque você deve investir em Ethereum).
No mundo das Criptomoedas as plataformas de contratos inteligentes, os tais smart-contracts são sem dúvida o maior vetor de projetos. Ethereum, NEO, NEM, Cardano, Tron e mais uma infinidade de redes prometem ser a revolução dos contratos inteligentes.
Afinal, o que são os Smart-contracts?
Agora, difícil alguém te explicar o que são os tais smart-contracts sem gaguejar, até porque 99% dos autoproclamados especialistas em blockchain não fazem ideia do que sejam os smart-contracts.
Sem rodeios, um contrato inteligente nada mais é que um programa de computador, ou seja, um código que produz saídas determinísticas a partir de regras programadas. O nome de contrato inteligente é dado porque geralmente as entradas e saídas estão conectadas ao mundo “real”.
Nick Szabo, pioneiro das Criptomoedas e responsável por cunhar o termo na década de 90 ilustrou um exemplo simples de contrato inteligente, a famosa vending machine. Você coloca uma nota de dinheiro (entrada do mundo real), o software reconhece e em troca te entrega uma lata de Coca-Cola (saída no mundo real). Houve uma transação (um contrato) realizada por um software de computador que interagiu com o mundo real.
De uns anos para cá uma tendência tem crescido, as tais APIs (acrônimo para Interface de programação de aplicações), em bom português, quase qualquer informação pode ser consultada via web. A tal API padronizou a forma como máquinas (computadores) podem consultar essas informações na Internet.
Tem API pra tudo, previsão do tempo, cotação de moedas, reconhecimento facial e etc. Os bancos estão abrindo suas plataformas e criando suas APIs para que terceiros criem aplicativos e por aí vai.
No mundo dos smart-contracts as APIs tem um nome diferente, elas são chamadas de Oráculos. Um Oráculo é um serviço que disponibiliza uma informação para a execução de um contrato.
Vamos a um exemplo básico. Suponha que programei um “contrato inteligente” para regar minha planta, ou seja, tenho um computador plugado a um solenoide que está ligado em uma torneira. O programa do contrato diz que toda quarta-feira às 10 da manhã ou todos os dias em que a temperatura passar de 35 Celsius ele deve despejar 200ml de água no vaso (ou seja, ligar o solenoide por 15 segundos e depois desligá-la). Nesse caso, eu preciso de dois “Oráculos”. Um para me informar a hora certa e outro para me informar a temperatura na minha cidade.
Aplicações dos Smart-Contracts
Agora que você sabe o que é um smart-contract e um oráculo, podemos avançar para o mundo das Criptomoedas. O problema que os smart-contracts em blockchain se propõem a resolver é o da confiança, ou seja, os contratos inteligentes em blockchain se executam alheio à vontade das partes interessadas.
Vamos a mais um exemplo hipotético que ilustra bem a proposta: A compra e venda de um carro. Sempre existe o problema do ovo e da galinha. Se eu pagar o proprietário, existe o risco de ele sumir com meu dinheiro e nunca transferir a propriedade para mim. Do outro lado, existe o risco da transmissão da propriedade para mim e eu nunca pagar o dinheiro ao vendedor.
Suponha que o sistema de registro de propriedades de automóveis esteja conectado a Internet via API. Agora vamos criar nosso smart-contract em blockchain. Ele está conectado a dois oráculos, o sistema bancário e o sistema do Detran.
A regra do contrato será simples: Se às 16:00 houver uma transferência do CPF xxx para o CPF YYY no valor de R$ zzz, altere a propriedade do caro NNN.
Se esse contrato está em blockchain, a questão da confiança foi resolvida. O vendedor pode transacionar com o comprador e as partes não precisam confiança entre si (claro que o exemplo é hipotético e o cara pode sumir com o carro, mas o objetivo é explicar um smart contract).
A premissa é que os Oráculos são honestos, ou seja, a API que fornece dados sobre as transferências bancárias é honesta e nunca vai entregar informações falsas.
O mundo de aplicações é vasto e muita gente vê os smart-contracts como uma revolução que pode dar eficiência e eficácia a contratos que hoje estão no papel. Desde o comércio internacional, fornecimento, aluguel e etc. De fato as possibilidades são inúmeras.
Um exemplo da vida real que gostei bastante foi à aplicação de um contrato inteligente ao mercado de seguros. Esse exemplo não está conectado a nenhum blockchain e é necessária confiança na empresa que criou e mantém o contrato, mas ilustra bem uma aplicação.
Uma companhia aérea francesa criou um aplicativo conectado ao sistema de controle de voos do governo francês (o Oráculo nesse caso). A cada X minutos de atraso no vôo, o contrato libera um novo tipo de compensação ao passageiro sem que esse precise ir atrás de sua reparação.
Como exercício, vamos imaginar esse smart-contract rodando em bockchain. A primeira constatação é que um contrato dessa natureza rodando em blockchain poderia virar “lei” e se tornar obrigatório alheio à vontade das companhias aéreas, pois o contrato se executaria de forma automática.
Imagine que as empresas aéreas sejam obrigadas a fazerem um depósito caução em Criptomoeda para o contrato e este iria transferindo as moedas da propriedade da companhia aérea para o passageiro lesado de forma autônoma, automática e totalmente alheia à vontade do pagador. Certamente seria um tremendo estímulo a pontualidade dos voos ao redor do mundo.
Enfim, o pulo do gato das redes de smart-contracts em blockchain é justamente a execução automática sem a necessidade da confiança ou anuência entre as partes. A Criptomoeda associada à rede serve remuneração pela execução dos contratos, ou seja, para executar um contrato é necessário “pagar” à rede uma tarifa, na Criptomoeda nativa da rede. Daí deveria vir o valor dos tokens associados às redes de smart-contracts.
Então, vamos pegar o exemplo do Ethereum e sua moeda Ether (ETH). O Ether é a Criptomoeda utilizada para remunerar a rede Ethereum pela execução de programas em seu blockchain.
Qualquer pessoa pode programar um código de computador (smart-contract) e fazer o upload desse contrato para o blockchain do Ethereum, que vai exigir um pagamento em Ether (ETH) para que seja executado.
Até o presente momento a demanda por smart-contracts é um sonho e o valor das Criptomoedas associadas a essas redes tem sido dado pela especulação de que um dia haverá uma demanda brutal pelos tais contratos.
É cedo para dizer se haverá ou não essa demanda dessas Criptomoedas, mas todo o conceito por trás dos smart-contracts faz muito sentido e muito provavelmente o processo de automação das coisas só vai andar pra frente.
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