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Blog da HashInvest

Por que as Criptomoedas estão caindo? – Entenda os motivos do crash do mercado

Postado em 06/07/2022

Nome do Autor luis

Nas últimas semanas o conto de fadas virou uma história de horror, o mercado derreteu e os corpos começaram a boiar.

Nessa altura do campeonato já podemos compreender um pouco da mecânica do atual derretimento e o objetivo do texto de hoje é tentar simplificar o entendimento para o leitor que não está dentro do mercado.

Como diz o ditado, é necessário ter cuidado com os nossos desejos. Um desejo muito presente dos últimos anos era a migração das práticas das financeiras tradicionais para dentro do mundo das Criptomoedas, e basicamente, estamos colhendo os frutos da materialização desse desejo.

Se por um lado o mercado sendo livre, 24 horas e majoritariamente sem regulação é um atrativo, por outro ele atrai pessoas indesejadas… Some amadorismo, picaretagem e ganância e está criado o contexto do atual crash.

A rentabilização das Criptomoedas

De três anos para cá um mundo de possibilidades para gerar juros sobre Criptomoedas surgiu. Desde o Staking (participação na validação de blocos com a tecnologia PoS), passando pelos revolucionários protocolos de DeFi e seus contratos inteligentes e o chamado CeFi (Centralized Finance) com agentes buscando trabalhar a rentabilização de Criptomoedas de seus clientes (no caso a HashInvest se enquadra aqui) utilizando-se das duas primeiras opções e também práticas do mercado financeiro tradicional.

Todas as modalidades de gerar rendimentos em cima das Criptomoedas tem seus pontos positivos e negativos. No lado positivo temos a geração de valor a partir de ativos que geralmente ficaram parados, aumentando a atratividade e o interesse dos investidores.

No lado negativo temos contratos inteligentes mal escritos por programadores ruins e sem auditoria de código, temos staking sem liquidez e criação de tokens, NFTs e criptomoedas a partir do completo nada com valores artificiais.

O fim da festa

Desde novembro de 2021 estamos morro abaixo. Até aí, natural do mercado de Criptomoedas, que é cíclico e todo mundo que trabalha aqui deveria saber disso, mas temos um pequeno problema…

O pequeno problema é que as empresas de CeFi somente mapearam o mercado morro acima, que a coisa somente iria crescer e que nunca voltaríamos atrás.

Todo mundo tem um plano, até a realidade te dar um soco na cara… E quando a maré baixa, fica evidente quem está nadando pelado.

O que estamos presenciando é uma crise de liquidez sem precedentes no mercado das Criptomoedas. A financeirização do mercado travestida de profissionalização construiu um grande castelo de cartas.

O componente amadorismo pode ser observado em equipes sem experiência em gerenciamento de riscos, análise de crédito e mapeamento de cenários, pois basicamente, presumiu-se que o mercado subiria para sempre.

O fator picaretagem reside em operações opacas, pouco transparentes com pouca ou nenhuma auditoria e na prática de parecer lucrativa (ao invés de ser lucrativo).

A boa e velha ganância é a ponta do cliente. Pessoas caindo na velha lorota de promessa de rendimentos (lembre-se que a exceção de renda fixa, simplesmente NÃO EXISTE COMO PROMETER RENDIMENTO)… Mas basta meia dúzia de influencers em redes sociais e figurões milionários endossando práticas impossíveis para que elas seja engolidas como possíveis. A boa e velha… Ganância imbecil.

O colapso da Luna

O colapso da Criptomoeda Luna foi o gatilho que transformou um mercado morro abaixo numa tragédia. Foram evaporados mais de 60 Bilhões (aproximadamente uma Vale do Rio Doce inteira) em 5 dias.

Tentando resumir em poucos parágrafos (esse texto não é sobre a Luna, mas sim sobre o mercado em geral), a ideia da Luna era ser contraparte de uma moeda estável pareada em Dólar chamada UST. Basicamente, a emissão de Luna/UST era controlada por um algoritmo, que monitorava o valor de mercado da Luna objetivando manter estável em 1 USD o valor da moeda UST.

Tudo ia bem quando o mercado era morro acima. Luna valorizava, mais UST poderia ser emitido para um mesmo volume de Luna e o mercado era relativamente estável. Sobrou até dinheiro para a fundação por trás da Luna comprar mais de 80 mil Bitcoin para servir de lastro adicional ao UST.

A ideia de uma stablecoin algorítmica não é ruim, a ideia de criar uma moeda do nada para servir de reserva é que, em perspectiva, parece estar no núcleo do erro. Eles mesmos pareciam saber disso quando começaram a comprar BTC para fortalecer a base.

Tudo isso operando em um blockchain proprietário e remunerando até 10% ao ano para quem mantinha grandes quantidade de Luna e UST nas plataformas de DeFi associadas a ela.

Eis que… O mercado virou. Em uma crise de confiança, uma corrida para resgate de UST fez com que o algoritmo de emissão de Luna fosse obrigado a criar novos LUNA para manter o valor do UST, diluindo o valor da LUNA, causando mais pânico no mercado…

Terminamos essa história com TRILHÕES  de novos Luna emitidos, UST valendo centavos. O LUNA colapsando de mais de USD 100 em seus dias de glória para frações de centavos e mais de USD 1 Bilhão de Bitcoin vendidos a mercado, iniciando o colapso do mercado.

Empréstimos calçados em Criptomoedas

O modelo de negócio inicial era bastante seguro. O mercado somente vai para cima. Eu tenho Bitcoin e preciso de dólares, mas como o mercado só sobe, por óbvio eu não quero vender meu Bitcoin.

Eis que surgem as startups de empréstimo sobrecolateralizado.  Você coloca um Bitcoin lá, eu te empresto, por exemplo, meio Bitcoin em dólares equivalente para você fazer o que quiser. Você me repaga mensalmente a juros atrativos e todo mundo ganha.

Se o mercado caiu, eu te peço BTC adicional ou liquido sua posição a mercado. Tudo bem?

Tudo bem até que a ganância fala mais alto… Porque diabos eu vou deixar o seu Bitcoin parado? Eu vou é rentabilizar os seus BTC… Ao invés de deixar a reserva do cliente parada, eu vou na empresa do vizinho com o seu BTC, pego USD equivalente e travo ele num protocolo DeFi para ganhar dinheiro… Por exemplo… Num tal de Luna, ganhando 10% a.a. em cima da stable UST.

Parece muito inteligente, eu estou ganhando os juros do cliente que não queria vender os seus BTC e estou ganhando juros com a sua margem depositada. Juros sobre o dinheiro alheio, lindo…  Genial, se o mercado fosse apenas para cima.

O mercado ficou complexo. As opções de rentabilização são tantas e tão extensas que o meu exemplo com Bitcoin e USD é apenas lúdico para o seu entendimento.

Se no início de 2020 era fácil conseguir 10% ou 15% ao ano ao final de 2021 essa era uma tarefa que exigia operações muito complexas e criativas, principalmente na captação de reservas.

As plataformas estavam prometendo rentabilizar qualquer coisa desde que você passasse a custódia de suas moedas para lá. Em teoria o seu dinheiro seria emprestado para clientes que não queriam vender outros ativos com garantias sobrando, mas na prática…

Boa parte do dinheiro dos clientes foi emprestada para investidores de risco financiarem empresas de joguinhos de NFT, boa parte foi parar no staking de Ethereum 2.0 que só terá liquidez quando e se o Ethereum migrar para o 2.0, boa parte estava em… Luna.

Em resumo, é como se a aqui na HashInvest ao invés de deixar o seu dinheiro em cold-wallets devidamente auditadas ou em contratos líquidos e não custodiantes (como é o caso do Hash5-Defi) eu usasse o seu dinheiro para investir no mercado com a certeza de que você não sacaria.

Tudo lindo e maravilhoso, num mercado que só vai para cima.

O Colapso do mercado de Criptomoedas em cascata

Com o grande dano causado ao mercado pela grande liquidação de BTCs do LUNA, todos os Criptoativos derreteram em valor. O que acontece quando o mercado cai abaixo de determinados níveis?

Via de regra as pessoas não querem ser liquidadas pelas plataformas, elas querem as suas moedas de volta, principalmente aquele que deixou seus ativos lá para serem emprestados a troca de juros.

O que aconteceu? Esses ativos foram perdidos ou estão presos em protocolos ilíquidos.

Grandes players do mercado com a Celsius, que prometia rentabilizar qualquer coisa que você deixasse com eles suspendeu os saques. São mais de USD 11 Bi de dinheiro de cliente que a Celcius congelou.

Antes de tomar essa atitude, ela queimou no mercado o que tinha de liquido nas mãos, sobrando somente ativos ilíquidos…

Rumores dizem que a BlockFi segue o mesmo caminho, que a empresa que remunerava até 5% a.a. em BTC emprestou esses BTC de clientes para a 3AC, que é um fundo que investia em Startups-promissoras do mercado, entre eles o de NFTs, que colapsou retumbantemente.

A 3AC teve chamadas de margem, não honrou os depósitos e teve posições milionárias liquidadas no mercado. Diz-se por aí que a 3AC não tem BTC para devolver para a BlockFi que não tem BTC para devolver para quem pedir saques.

A Celsius está desesperada atrás de margem para que seu mais conhecido contrato (um dos poucos públicos) não seja liquidado a mercado, vendendo mais de 50 mil BTC caso isso ocorra. A suspensão de saques foi uma medida para evitar chegar a esse ponto.

É um efeito em cascata. Hoje, enquanto escrevo esse texto, a Babel Finance com sede em Hong Kong também suspendeu saques, motivos? Sem liquidez para honrar os saques. O dinheiro dos clientes está enfiado sabe Deus onde, se é que ainda existe.

É um efeito cascata de chamada de margem e cima de chamada de margem e honestamente, ninguém sabe dizer onde vai parar.

Ninguém viu?

É igual o mercado convencional. Todo mundo vê, mas enquanto todo mundo ganha dinheiro, todo mundo acha até bonito.

Otário somos nós que sentamos em cima do dinheiro do cliente. Posso até ser otário, mas durmo tranquilo sabendo que tenho 100% de reservas auditadas aqui comigo.

Os autodenominados maximalistas de Bitcoin são tão fechados dentro de sua ideologia que não foram capazes de entender que fatores externos poderiam (e de fato causaram) danos ao mercado. É como aquele petista que só se informa lendo a Carta-Capital o mínion que se informa através o jornal da Record. Quem só lê o que está alinhado com sua fé está condenado a ser uma pessoa alienada, não foram capazes de entender o que estava em volta, ficam apenas papagaiando para “ficarem longe de shitcoins” quando o problema real não tem nada a ver com shitcoins, mas com a financeirização do mercado.

O que vai acontecer com as Criptomoedas?

Certamente quem sobreviver no mercado ficará mais forte. O gerenciamento de risco do dinheiro de terceiros certamente será levado mais a sério e menos picaretas gananciosos estarão com tantos holofotes.

A gestão de dinheiro será fortalecida por gestores profissionais e promessas irreais de lucros fáceis irão atrais menos gente, porque você pode ter perdido com a desvalorização das moedas, mas quem colocou a reserva da vida em Celsius provavelmente não vai ver nada de volta.

Olhe a volatidade de preços de curto prazo como as folhas da árvore do Bitcoin. Um inverno é capaz de amarelar suas folhas e fazê-las cair, mas sua raiz está firme, sólida e crescendo. Seu caule é robusto forte e vistoso.

Basta esperar a primavera chegar.

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Mais uma melhoria na rede Ethereum 

Mais uma melhoria na rede Ethereum 

No último dia 13 de março aconteceu uma atualização bastante relevante na rede Ethereum – sim, mais uma atualização importante.  

Para quem acompanha o mundo das criptomoedas, em 2022 a rede Ethereum fez provavelmente a mudança mais radical no funcionamento de uma blockchain em operação já registrada. Na época, a expectativa era redução de custos e maior velocidade, o que de fato aconteceu. Mas para quem achou que após isso a rede entraria em um período de estabilidade, a realidade tem se mostrado bastante diferente: este mês tivemos a segunda grande atualização desde então.  

Dentre as novidades implementada, a mais importante se chama “proto-danksharding” e que, apesar do nome complicado, busca otimizar o armazenamento de dados.  

Para entender como essa alteração nos afeta, vamos lembrar que as aplicações que utilizam o Ethereum precisam salvar seus históricos de funcionamento periodicamente na própria rede Ethereum. Só assim estas aplicações conseguem garantir a segurança e confiabilidade oferecidas por este blockchain. 

Para realizar esse armazenamento, a informação precisava até então ser anexadas às transações, quase como as mensagens que podemos enviar junto com um pagamento no PIX. Também semelhante a uma mensagem do PIX que tem o limite 140 caracteres, no blockchain a quantidade de dados permitidas por transação é limitada. Então várias transações precisavam ser feitas para armazenar o conteúdo total, o que obviamente encarecia o serviço. 

Para evitar este custo extra, um novo sistema (“proto-danksharding”) foi proposto e recebeu esse nome esquisito em homenagem aos seus idealizadores “Protolambda and Dankrad Feist”. Nele, os dados podem ser armazenados em espaços próprios, e não mais somente nas transações. Estes espaços se chamam “blobs” e funcionam quase como um HD externo para o blockchain, ou seja, um local extra de armazenamento e com custo reduzido para arquivos muito grandes e que estavam incomodando no lugar antigo.  

Como essa é uma alteração mais técnica, espera-se que os maiores usuários sejam as aplicações mais populares do blockchain Ethereum, como Arbitrum, Optimism, and Polygon. No entanto, os benefícios devem sim se estender até os usuários finais. Estima-se que, mantida a demanda atual, possa-se reduzir o custo por transação em 3 a 4 centavos de dólar para os usuários desse apps.  

Por fim, essa não vai ser a última vez que vocês vão me encontrar escrevendo sobre as mudanças do Ethereum. O segundo maior blockchain em valor de mercado tem um extenso roteiro de atualizações previstas e que deve levar mais do que 10 anos para ser concretizado, ou seja, teremos mais vários textos explicativos pela frente.  

A Hora do Leão

A Hora do Leão

Mais um trimestre chegando ao fim, que venha o próximo trimestre!

Esse início de ano foi bastante movimentado no universo das Criptomoedas, desde as polêmicas “fakenews” que eram verdadeiras sobre a aprovação dos ETFs a vista nos Estados Unidos da América até sua efetiva aprovação. Os ETFs a vista de Bitcoin nos Estados Unidos vem sugando tudo que aparece como disponível no mercado e como consequência o Bitcoin atingiu novas máximas históricas superando os USD 70.000,00 ainda antes mesmo do halving (evento que acontece de 4 em 4 anos onde a recompensa pela mineração de Bitcoin é reduzida pela metade).

Considerando que grandes investidores institucionais, incluindo fundos de pensão, começam a manifestar oficialmente intenção de investirem em Bitcoin somado à constante redução das novas emissões de Bitcoin reforçam as expectativas de um potencial de valorização inimaginável. Some-se a isso a necessidade cada vez mais evidente de possuir ativos livres e incensuráveis em toda a parte do planeta e terá um gostinho do que pode estar por vir.

Governos, principalmente aqueles com viés populista e arrecadatório, também não querem ficar de fora da festa e no Brasil em especial já temos uma grande lambança se formando, entretanto ainda cheia de oportunidades do ponto de vista fiscal mesmo àqueles que reportam devidamente ao leão.

Em minha visão, quem não vive à margem da sociedade, deve declarar seus investimentos ao imposto de renda pois futuramente poderia ter dificuldades de explicar ao fisco a origem da sua riqueza.

Vou apresentar brevemente os mecanismos atualmente existentes no Brasil de reporte, controle e obrigações no que tange investimentos em Criptomoedas por pessoas físicas residentes fiscais no Brasil bem como indicar alternativas para algumas situações específicas, de acordo com as regras e interpretações vigentes no momento em que escrevo esse texto (tudo pode mudar…). Antes de começar apenas uma ressalva para evitar confusões, tudo que mencionarei se refere ao investimento direto em Criptomoedas e não se aplicam a investimentos indiretos através de fundos de investimentos ou ETFs, pois estes possuem regras próprias de declaração e fiscais.

Não existe no Brasil nenhuma classe de ativos para fins tributários específica para Criptoativos, sendo então aplicável a estes as regras gerais. Entretanto, a Receita Federal do Brasil vem ano a ano criando espaços e ampliando as informações requeridas para ter maior visibilidade e controle.

A regra geral fiscalmente falando em que os Criptoativos são enquadrados é a de bens de pequeno valor. Ou seja, fiscalmente falando comprar e vender um carro é equivalente a comprar e vender uma fração de Bitcoin. Nessa regra geral, vendas de até R$35.000,00 por mês são isentas de impostos independe do tamanho lucro. Se vender mais de R$35.000,00 de um mesmo ativo no mês deverá ser apurado no mês subsequente o lucro (diferença entre o preço de venda e o custo de aquisição) e sobre ele pagar o imposto através de uma DARF em alíquota progressiva, começando em 15% sobre o lucro.

Em 2018 a Receita Federal do Brasil publicou a instrução normativa 1888 que instituiu obrigações acessórias aos investidores de Criptoativos e empresas nacionais que atuam nesse mercado. Resumidamente, as empresas nacionais devem reportar mensalmente TODAS as transações com Criptomoedas de seus clientes e as pessoas físicas que negociarem mais de R$30.000,00 dentro de um mês, seja em Exchange no exterior ou de pessoa a pessoas, deveriam acessar o site da Receita e informar suas operações.

Em relação à declaração anual de ajuste do imposto de renda da pessoa física, primeiramente a receita orientou incluírem seus ativos na ficha de bens e direitos. Em 2023 referente a 2022 já criou um código para Criptoativos (grupo 8) e subcódigos para segregar entre Bitcoin, Altcoin, Stable coin e outros. Em 2024, referente a 2023, em evolução ao ano anterior a Receita ta pedindo um maior detalhamento em campos objetivos como CNPJ do custodiante, especificação do Criptoativo e se é nacional ou estrangeiro. Esse último ponto, principalmente em virtude da nova Lei que trata dos investimentos no exterior aprovada e sancionada no Brasil no final de 2023. Mais uma vez, Criptoativos entraram de gaiato e foram enquadrados nas regras de investimentos no exterior quando forem investimentos no exterior, coisa que na época ficou a critério da Receita Federal definir como seria essa classificação, normatização essa que veio apenas com o lançamento das instruções normativas para a declaração anual do imposto de renda de 2024 (referente a 2023).

A partir de 01/01/2024 passam a valer as novas regras de tributação diferenciando os Criptoativos se no Brasil ou no exterior. No Brasil seguem as regras gerais, no exterior passa a valer a alíquota de 15% sobre o lucro com apuração anual e sem limite para isenções.

LEMBRETE: Declarar é diferente de pagar imposto. A nova regra para investimentos no exterior não anula e nem modifica as obrigações acessórias da instrução normativa 1888.

A definição de se é nacional ou exterior é bastante simplificada, dizendo apenas que se os ativos forem negociados ou custodiados no exterior devem ser tratados como exterior. Entretanto não faz menção em relação a eventos de nacionalização e ou exportação desses ativos criando ainda mais confusão, pois as fronteiras não são muito bem definidas para esse tipo de ativo.

Sendo assim, parte-se de interpretações e as que mais tenho escutado definem que para declaração do evento (compra ou venda) utiliza-se a localidade onde foi realizada a operação, enquanto para custódia como na declaração anual de imposto de renda utiliza-se a nacionalidade da custódia naquele momento (se você é residente fiscal no Brasil, hardware wallets devem ser consideradas nacionais). Já para fins de tributação tem-se adotado uma vez que o fato gerador é na alienação, então esta ditaria se nacional ou não.

Para movimentações de até R$35.000,00 por mês evidentemente fica mais interessante utilizar-se das regras gerais nacional uma vez que é isento de impostos. Entretanto traders (aqueles que ficam comprando e vendendo) e investidores que movimentam muitos milhões passa a ser mais interessante ser tributado no exterior uma vez que a alíquota é fixa em 15% e não progressiva, a apuração é anual e permite compensação dos prejuízos (importante para traders).

Enfim, se você não quer dor de cabeça e quer minimizar obrigações acessórias e otimizar seus impostos eis a melhor alternativa:

  1. Compre nacional que isso eliminará a necessidade de seu reporte mensal individual para a receita federal (obrigação acessória da 1888);
  2. Se for alienar até R$35.000,00 dentro mês faça através de uma empresa nacional, pois isso não só zera seu imposto sobre esse lucro como não exige nenhuma burocracia adicional de reporte (não precisa gerar DARF);
  3. Se for alienar acima de R$35.000,00, uma única vez no ano realize pela nacional e pague sua DARF com 15% sobre o lucro; entretanto se for movimentar valores acima de R$35.000,00 em mais de um mês já compensa sair pela gringa, pois passa fazer a apuração anual com compensação de eventuais prejuízos (entretanto cada mês que movimentar acima de R$30.000,00 precisará reportar diretamente na receita federal devido a instrução normativa 1888).

Como fazer isso na prática? Invista com a HashInvest. Uma empresa nacional que elimina sua necessidade de se preocupar com obrigações acessórias e lhe permite aproveitar os benefícios da isenção nacional com a flexibilidade de resgate em Criptomoedas para que você possa alienar no exterior quando mais conveniente.

Os relatórios auxiliares para declaração de imposto de renda 2024 estão disponíveis na área logada já no novo padrão conforme o programa da Receita Federal.

Em busca de críticas coerentes

Em busca de críticas coerentes

Semana passada emergiram nas redes sociais discussões a respeito do porquê diabos os chamados “especialistas” evitam falar em Bitcoin, e quando resolvem fazê-lo, geralmente existe um viés negativo, ou o pior, groselhas absolutamente desconectadas da realidade.

Veio gente de todos os lados dar suas explicações…

Desde o mais amargurado Faria Limer dizendo que a seita de fanáticos insuportáveis impede o engajamento de quem vem das finanças tradicionais até o sujeito influente em sua base de seguidores falando besteiras que minha filha de 10 anos é capaz de desmentir.

Existem alguns fatos que precisam ser ditos.

Fato 1 – Bitcoin desmoraliza os especialistas do Leblon e da Faria Lima

Um bando de outsiders, muitos adolescentes com foto de anime em rede social e que moram no porão da casa dos pais jantando o desempenho dos estrelados gestores é de fato pouco palatável aos dinossauros da indústria.

É perfeitamente compreensível quando o novo atropela o velho, que o velho desdenhe, lute pela manutenção do status-quo e acredite do fundo do coração que o problema irá se resolver sozinho…

Foi assim com a eletricidade, foi assim com o e-mail, foi assim com o uber, com o ecommerce e com certeza, ainda será assim com o Bitcoin por mais alguns anos.

Além de desmoralizados, aqueles que focam em ativos ilíquidos e irrelevantes (como a minúscula e pouquíssimo representativa bolsa brasileira perante os negócios globais é) estão obsoletos.

A bolsa brasileira male-mal tem a mesma capitalização de mercado do Ethereum, e vem definhando seu valor em USD desde seu pico em 2011. Na contramão, os criptoativos estão ganhando terreno, crescendo em representatividade e liquidez, aliás, líquidos em qualquer parte do globo.

Mas a turma que faz a alegria das concessionarias de carros de luxo nos arredores da Hélio Pelegrino em São Paulo vai se dar por contente por serem atropelados pela tecnologia?

Não, motoristas de taxi são revoltados, datilógrafos são revoltados e pode ter certeza que o sindicato dos acendedores de lampiões não ficou nem um pouco feliz com a lâmpada, maldito Edison!!!

Fato 2 – A arrogância da seita dos maximalistas é um reflexo perfeito da forma como eles foram e são tratados

A lei mais básica da existência é a da causa e consequência. Sou antigo o suficiente nesse mercado para ter presenciado o nascimento dos chamados “Maximalistas tóxicos”.

Um “maximalista tóxico” é uma espécie de petista radical do Bitcoin. Não existe muito diálogo com esse tipo.

Esse tipo, de fato insuportável, de defensor do Bitcoin foi gerado pelo desdém e pela insistência dos especialistas das finanças tradicionais em rotular o Bitcoin de bolha, de coisa passageira, de moedinha mágica da internet.

Quanto mais batiam, mais revolta, mais energia se acumulava em quem estava do outro lado, culminando com o nascimento de um exército altamente engajado.

De um lado os Faria Limers precisam manter imagem, pompa e circunstância. Do outro lado os “maximalistas tóxicos” são desbocados, espontâneos e não possuem nenhum rabo preso com passado, com taxas de administração e muito menos com desempenho, o que os dá uma vantagem extremamente competitiva no debate, principalmente na era das redes sociais.

O fato é que para equilibrar a arrogância extrema da Faria Lima (no mundo inteiro isso acontece, com Wall St) por exemplo, o maximalismo surge, com a mesma intensidade, para manter a balança nivelada.

Fato 3 – As críticas da Faria Lima são MUITO, mas MUITO, mas MUITO ruins mesmo

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Aí eu fico na dúvida. Os caras são realmente pouco inteligentes (no geral, sempre há exceções) ou se fazem de idiotas intencionalmente apenas quando o assunto é Bitcoin?

Afirmar que o Bitcoin não tem liquidez, que a quantidade de moedas poderá ser alterada, que Satoshi voltará e modificará o código, que por ter 8 casas decimais não é escasso, que a mineração de Bitcoin vai ferver os oceanos…

É tanta desinformação que o Rei está nu. Eu não deixaria um único centavo meu para ser gerido por esses caras devido a aparente limitação intelectual. Paradoxalmente, esses caras que andam de ternos Armani, Rolex no pulso e andam com suas Ferraris se provam apenas astutos ao passo não se provam inteligentes.

Fazer uma idiotice como a do Parlamento Europeu de tentar proibir auto custódia para evitar evasão de divisas é o mesmo que querer banir a lei da gravidade porque pessoas morrem caindo. Em última análise, uma carteira de auto custódia é uma sequência de 12 palavras e o Parlamento Europeu quer, literalmente, tornar ilegal que pessoas decorem sequencias de 12 palavras.

Fato 4 – O Bitcoin não se importa

Discovering Your Inner Honey Badger | ROBINSON SEWELL

Um bloco será minerado na média a cada 10 minutos, independente da vontade do redator que vos escreve, de um Faria Limer ou de um maximalista tóxico, toda essa discussão é altamente irrelevante.

O que importa é o fato de termos pela 1ª vez na história algo que não pode ser censurado mesmo que se deseje censurar e esse é o motivo do pânico.

Para quem tem viés autoritário, como por exemplo, a 1ª ministra da Islândia, Bitcoin é um grande problema mundial (como ela disse em 24/03.

Para quem ama a liberdade, Bitcoin é uma solução e o fato é que o Bitcoin está lá, vai estar daqui 10 anos e pouco pode ser feito, reclamar, denegrir ou falar asneiras pouco fundamentadas vai ofender aos maximalistas, mas em nada vai afetar o protocolo.

Fato 5 – Aceite Darwin

BlackRock e Fidelity já entenderam. Se não pode vencê-los, junta-se a eles.

Faria Limers são mais retrógrados que Wall Street, mas invariavelmente acabam por copiar o que o Tio Sam faz com sua base de tempo preguiçosa de quem se cansa em pensar ao invés de agir.

Quem não evoluir vai ficar pelo caminho, e aviso aos coleguinhas maximalistas que, a turma da Faria Lima vai chegar e não haverá nada que você possa fazer para impedir, o ponto 4 vale para vocês também.

Fato 6 – O Bitcoin é um fato!

Se dependêssemos do pensamento Faria Limer padrão ainda moraríamos em cavernas, no máximo andaríamos de charretes…

Sabemos que a humanidade é sublime e vence. Daqui há poucas décadas, todo o esforço para tentar impedir essa revolução terá sido em vão.

Aja de acordo!