Em meu último texto sobre pagar menos impostos, eu contei um pouquinho da história dos impostos e como já fomos “privilegiados” no aspecto tributário naquela época em que éramos explorados… Contei também um pouquinho de como funciona a tributação no Brasil e dei dicas importantes de como se planejar e economizar em impostos nos investimentos que te protegem da insegurança jurídica e instabilidade política no Brasil. Se você está chegando agora em nossa HashNews, seja muito bem-vindo e não deixe de ler a HashNews #96 (a menos que esteja muito confiante que o Brasil sairá do buraco no curto prazo – nesse caso é melhor se informar melhor do quão crítica estão as finanças do Governos e então voltar à HashNews #96 ;-).
Como prometido na edição anterior, nessa semana focarei nas dicas de eficiência tributária e de proteção patrimonial contra o mundo.
Para se proteger da insanidade Mundial:
O principal racional para se proteger da insanidade mundial e seus governos consiste em possuir no seu portfólio de investimentos ativos que possuam escassez e que não possuam dependência direta dos Governos. Dito isso, automaticamente excluímos as moedas fiduciárias (reais, dólares e etc…) e seus derivados.
No texto de hoje vou comentar rapidamente 3 classes de ativos que se enquadram no conceito de escassez e não possuem dependência direta dos Governos, lembrando que o enfoque principal estará na eficiência tributária.
Terras e Imóveis em Geral: Propriedades Físicas como terras sempre foram utilizadas na história como reserva de valor. Eu gosto muito do ditado: “Quem compra terra não erra” de autoria desconhecida. Mas esse ditado deve ser usado com parcimônia… Terras são ativos interessantes e escassos. Apesar de seus ciclos de longos, costumam valorizar bastante para quem pode esperar 10 ou 20 anos. Em contrapartida são ativos que exigem maiores volumes de dinheiro disponível para a sua aquisição, tem pouca liquidez e principalmente são imóveis (quer dizer, não se movem) o que não permite levá-lo contigo onde quer que você vá. Mas, em situações complexas são ativos de proteção pois você pode morar nele, produzir ou eventualmente alugar direto para outra pessoa lhe garantindo alguma receita (mesmo que seja no escambo). Porém tributáriamente não é tão interessante assim… alugueis são tributados e os impostos sobre ganho de capital no caso de venda começam em 15%. No Brasil temos um produto do mercado financeiro muito interessante que são os fundos imobiliários, que se abertos e listados possuem isenção fiscal para os cotistas pessoas físicas. Esse produto, apesar de permitir menores aportes, ter isenção fiscal e ter liquidez ao meu ver não te protege em nada da insanidade mundial e muito menos dos problemas do mercado brasileiro. Em momentos de crises, por possuir cotas de um fundo que possui os ativos imobiliários para locação, o valor das suas cotas despencará e se a vacância crescer muito você perde a sua fonte de renda e não tem a possibilidade de fazer a exploração direta dos imóveis.
Ouro: O bom e velho ouro nunca sai de cena quando o assunto é proteção patrimonial. Ouro é escasso. Ouro possui história. Ouro não depende de governos e tem valor reconhecido em todo o mundo. Porém se expor ao ouro ou é extremamente complexo e caro ou é ineficiente fiscalmente. Você pode comprar ouro e guardar no seu cofre de casa. Você pode comprar ouro e mantê-lo custodiado na B3. Você também pode comprar cotas de fundos de investimentos de ouro. Comprar ouro e guardar em casa possui alguns inconvenientes operacionais (imagine você andando pela rua com barras de ouro nos bolso…), dificuldades de segurança além do ouro perder fortemente o valor devido à falta de segurança quanto à sua pureza. Manter custodiado na B3 também exige aportes maiores e tem um custo mensal pesado para a sua custódia. Vou me ater aqui então aos fundos de investimentos de ouro, pela sua praticidade e liquidez. Os fundos cobram taxas de administração e às vezes de performance, mas o ponto aqui é puramente fiscal. Por serem fundos de investimentos, normalmente multimercados, os fundos de ouro estão sujeitos à tabela de tributação regressiva. Isso significa que a aliquota reduz com o passar do tempo inciando em 22,5% e terminando em 15% acima de 720 dias. Além disso tem IOF se resgatado nos primeiros 30 dias e o famoso come cotas (antecipação do imposto).
Bitcoin: Criptomoedas em geral, mas por ter muita porcaria no mercado vou me ater ao Bitcoin por ser a maior, mais aceita e de maior credibilidade. O Bitcoin possui escassez natural controlada por protocolo de computador. A sua escassez é conhecida e seu plano futuro de juros e inflação previamente determinados. Por mais que governos tentem ter alguma ingerência sobre o Bitcoin, esse belo ativo está livre do controle governamental. Apesar das finanças tradicionais terem inventado o termo “risk free” (livre de risco) para títulos dos governos (hoje deveríamos mudar para “full risk” – cheio de risco – esses títulos do governo…rsss), o Bitcoin poderia se enquadrar em um novo conceito de “Livre de Risco do Governo”. Você pode se expor ao Bitcoin e demais Criptomoedas através de fundos de investimentos ou comprando as moedas diretamente. Fundos multimercados com exposição indireta à Criptomoedas estão sujeitos à tabela de tributação regressiva. Isso significa que a aliquota reduz com o passar do tempo inciando em 22,5% e terminando em 15% acima de 720 dias. Além disso tem IOF se resgatado nos primeiros 30 dias e o famoso come cotas (antecipação do imposto). Comprando diretamente o Bitcoin você estará livre do come cotas, do IOF e ainda tem isenção de impostos para vendas mensais de até R$35.000,00 para pessoas físicas.
As aliquotas consideradas neste texto eram as vigentes no momento em que escrevo a HashNews 97 podendo por óbvio serem alteradas sem aviso prévio pelo nosso Governo ávido por aumentar as arrecadações.
Todo investimento possui riscos. Tenha certeza que você compreende os riscos associados a cada tipo de investimento em que você opte confiar o seu suado patrimônio. Esse texto tem por objetivo convidar o leitor para uma reflexão e mostrar algumas das alternativas disponíveis e suas diferenças tributárias.
Um abraço e até a próxima HashNews, com evidências incontestáveis de como você pode ser o comandante do seu dinheiro: “Liberalismo Puro”.