Gostaria de iniciar meu texto contando que sou um grande admirador do Bill Gates.

Ele não só revolucionou o mundo com os computadores pessoais, como tem uma grande preocupação com os menos favorecidos e com o mundo como um todo. Não é segredo e nem novidade que este rico senhor devota grande parte da sua fortuna em prol da humanidade através da sua fundação.

Também gostaria de mencionar o meu respeito pela Janet Yellen por sua trajetória profissional.

Por que estou falando dessas personalidades em meu texto sobre ineficiência energética e ambiental?

Porque são duas personalidades internacionais que mencionaram suas preocupações com o grande consumo energético (e impacto ambiental) na mineração do Bitcoin, sendo este talvez um dos principais motivos para o seu insucesso.

Este é uma argumento que motiva vários ambientalistas ou críticos do Bitcoin. É verdade que o consumo energético do Bitcoin é grande, mas seria mesmo ineficiente?

Pesquisadores de Cambridge afirmam que esses processos (mineração de Criptomoedas) consomem cerca de 121 TWh por ano.

Vou fazer uma brincadeira com os números aqui, só para ter alguma noção da ordem de grandeza…

Segundo o site do Banco Central do Brasil, com informações cedidas pelas Instituições Financeiras, temos em janeiro de 2021 o total de 19.285 agências bancárias em funcionamento no país.

Notem que foram desprezados, postos de atendimento, caixas eletrônicos e correspondentes.

Ana Cláudia Menoncin Loper, em sua dissertação, fez uma análise do consumo energético de agências bancárias. O estudo foi realizado em Curitiba, onde pela temperatura mais amena, o consumo energético é bem inferior à média nacional, mas queremos ser conservadores.

O consumo médio encontrado foi de 134,52 KWh/m²/ano, com uma média de 954,52m² por agência. Multiplicando 19.285 por 134,52 por 954,52 e considerando que o Brasil possui aproximadamente 2% da população mundial, chegamos a um resultado aproximado e conservador de 123 TWh por ano só por agências bancárias.

Sim, tudo é estimado. Porém aparentemente a estimativa de consumo energético por agências bancárias é superior ao consumo energético da mineração da Bitcoin.

O engraçado é que nunca vi ninguém, personalidade ou ambientalista preocupado com o consumo energético das agências bancárias. Outro ponto importante é que a mineração de bitcoin pode ser concentrada em locais de energia abundante excedente (muitas vezes renovável) enquanto as agências bancárias estão onde tem e onde não tem energia “sobrando”.

No meu conceito de eficiência e melhor utilização dos recursos naturais o Bitcoin saiu ganhando de 1 x 0 do sistema bancário tradicional.

Outro ponto interessante é o consumo de árvores anualmente para suportar a burocracia e papelada dos bancos.

Só os 5 maiores bancos do Brasil tem mais de 400.000 funcionários.

O consumo majoritariamente de papel dos brasileiros é no trabalho.

Considerando que um eucalipto rende de 20 a 24 mil folhas de papel A4 de gramatura padrão (75 g/m²), são necessárias 11 árvores para produzir uma tonelada de papel e o consumo do brasileiro é de 44 kg por ano podemos estimar por baixo que cada funcionário de banco (que acho que no Brasil é quem mais gosta de papel) consome em média meia árvore por ano.

Só os 5 maiores bancos do Brasil consomem em média 200.000 árvores por ano. O engraçado é que nunca vi ninguém, personalidade ou ambientalista preocupado com o consumo de papel dos bancos pelo mundo.

Sabe quantos kg de papel são necessários para a mineração de Bitcoin?

No meu conceito de eficiência e melhor utilização dos recursos naturais o Bitcoin ganhou por 2 x 0 do sistema bancário tradicional.

Enfim, não quero defender ou não o sucesso do Bitcoin por sua eficiência energética. Apenas desmistificar algumas das sua principais críticas, que em minha humilde opinião são levianas e superficiais.

Aliás, vou fazer um estudo do consumo energético dos computadores pessoais no mundo.

Longe de mim criticar esta valiosa contribuição do Bill Gates e a sua turma, mas nunca vi o próprio Bill Gates se preocupar com isso…

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