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Blog da HashInvest

O próximo grande evento já está no preço do Bitcoin?

Postado em 17/01/2020

Nome do Autor luis

Em maio de 2020 está programado o próximo halving do Bitcoin. E o que vem a ser o tal halving?

O conceito de escassez digital e como funciona a emissão de BTC foi explicada nesse artigo aqui, mas vamos fazer uma revisão.

Recapitulando de forma rápida como é feita a emissão de Bitcoin. Para gravar registros no banco de dados do Bitcoin (o tal Blockchain) é necessário resolver um problema matemático de difícil solução (por tentativa e erro). Quando esse problema é resolvido, aquele que encontrou a solução recebe um prêmio em Bitcoin, e esse processo é chamado de mineração. No jargão da Criptomoedas dizemos que, quando um problema foi resolvido, um novo bloco foi minerado.

O protocolo do Bitcoin ajusta a dificuldade desse problema matemático com base no poder de processamento disponível na rede do Bitcoin de modo que, estatisticamente, seja encontrada uma solução a cada 10 minutos, e desse modo, a emissão de novos Bitcoin é conhecida e determinística.

Também definido no protocolo do Bitcoin, o prêmio para quem resolve o problema cai pela metade a cada 210 mil blocos, ou seja, a cada 4 anos muito aproximadamente. Quando do surgimento do Bitcoin, o prêmio era de 50 BTC por bloco minerado, em 2012 o prêmio caiu para 25 BTC, em 2016 o prêmio caiu para os atuais 12,5 BTC. Em Maio de 2020 o prêmio cairá para 6,25 BTC. Isso é chamado de halving.

Feita a revisão de conceitos, vamos ver como se dividem as opiniões na comunidade.

Ponto de vista 1: O halving já está precificado.

Uma boa parte da comunidade compartilha da visão de que, por se tratar de um evento amplamente conhecido, divulgado e previsível, o halving já está incorporado ao preço do Bitcoin e a diminuição do prêmio da mineração não irá impactar os preços, ou o pior, vai impactar negativamente.

Quem defende esse ponto de vista diz que dessa vez é diferente, pois nos dois halvings anteriores, de 2012 e 2016, a comunidade era muito pequena, o entendimento do Bitcoin era restrito e pouca gente que sabia ou entendia esse evento.

Outro ponto defendido por essa mesma turma é que o halving poderá ser o estopim da espiral da morte da mineração do Bitcoin, pois não será economicamente viável permanecer na atividade de mineração com o prêmio baixo e muitos mineradores simplesmente irão desistir da atividade e desligar seus mineradores da tomada, pois não conseguirão pagar suas contas de luz. A rede se tornará menos segura, reduzindo os preços e o Bitcoin cairá no fosso da irrelevância como um experimento social fracassado.

Ponto de Vista 2: O halving irá impactar brutalmente o preço do Bitcoin

Os entusiastas do Bitcoin que defendem esse ponto de vista argumentam que com o choque na diminuição da oferta e com a crescente demanda, a consequência natural do halving será um novo Bull Market que elevará os preços do Bitcoin para novas máximas.

Os defensores dessa tese se utilizam de comportamento passado para defender seu ponto de vista, pois foi assim que o mercado se comportou nos dois halvings anteriores.

fonte: https://medium.com/crypto-oracle/the-broader-picture-of-bitcoins-2020-block-reward-halving-ce1249e388f2

O maior entusiasta de que o halving irá impactar profundamente os preços do Bitcoin é conhecido nas redes sociais como “PlanB”, autor do artigo que tem chamado a atenção de muitos, economistas, defensores e detratores. Independente do ponto do vista, esse artigo aqui colocou a turma para pensar e discutir.

Vale a pena ler a teoria do chamado “Stock to flow”. É bem interessante.

E o meu ponto de vista…

Sou cético com extremos. Não acredito nem que o halving será o gatilho da morte e nem que será o início do novo Bull run por si.

Primeiramente, creio que o principal argumento de quem defende que o halving está precificado está errado. Concordo que o halving é um evento amplamente divulgado e conhecido…. Exclusivamente na nossa câmara de eco, na nossa pequena comunidade de sobreviventes no mercado de Criptomoedas.

Enfim, todos foram embora. Fora do casulo, ninguém sabe do tal halving e não está nem aí para o Bitcoin (e mesmo assim estamos firmes e fortes na casa dos USD 8k).

Agora, vou explicar meu ponto condicional para o qual acredito que o halving possa impactar positivamente o preço das Criptomoedas.

Foram 3 grandes ondas de interesse no Bitcoin e Criptomoedas. Em 2011 foi a descoberta do BTC pelos Nerds, em 2013 foi crise da Grécia e temor de contágio na Europa, em 2017 foi a descoberta do BTC pelo grande varejo e as famigeradas ICOs.

Minha crença é que uma onda institucional está por vir. Que juros negativos, planos de pensão insolventes e instabilidades políticas irão forçar que ao menos uma pequena parte do dinheiro que hoje compra títulos públicos venham para dentro do mundo das Criptomoedas.

O halving por si não é o suficiente para vermos os preços se multiplicarem, mas no caso de uma nova onda de interesse, haverá muita demanda e pouca oferta, e veremos novamente o halving causar os efeitos vistos no gráfico de preços quando dos eventos anteriores.

O Bitcoin está chato e desinteressante para os órfãos de 2017, mas ele está muito atrativo para quem vê de perto eventos como a Grécia emitindo dívida mais barata que os EUA ou para quem vê as instabilidades na Argentina, Chile, Hong Kong, Líbano e Venezuela…

Compre na baixa. Se após o halving de 2020 o tal dinheiro institucional chegar ao Bitcoin, será sem aviso prévio, e 2017 poderá ficar para trás assim como ficaram as ondas de 2011 e 2013.

A melhor estratégia? Compre um pouco de HASH5 todo mês e faça preço médio. Abra sua conta na HashInvest, deposite em Reais e acumule patrimônio em Criptomoeda durante os próximos anos. É um risco que pode valer muito a pena.

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Memecoins: a piada que chegou à presidência dos EUA 

Memecoins: a piada que chegou à presidência

Com a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, há uma grande expectativa de políticas mais favoráveis do governo americano em relação às criptomoedas (escrevo esse texto antes da posse). No entanto, a única certeza que temos até o momento é o lançamento das meme coins, TRUMP e MELANIA, pelos respetivos homenageados (presidente e primeira-dama). Juntas, essas duas meme coins já chegaram a valer mais de USD 14 bilhões.  

Uma meme coin é uma criptomoeda baseada em memes ou piadas da internet. Geralmente, elas são criadas como uma forma de humor ou sátira, mas algumas acabam ganhando valor significativo impulsionadas principalmente pela comunidade e pelo hype nas redes sociais. Outras celebridades como Elon Musk, Caitlyn Jenner, Iggy Azalea também resolveram lucrar dessa forma.  

Além da possibilidade de ganhos significativos, hoje é muito fácil do ponto de vista técnico criar uma moeda digital. Inclusive, já existem sites como Pump.fun  e Token Tool, que tornam esse processo simples como preencher um formulário online. Contudo, se o processo de criação é rápido, paga-se para que uma nova moeda seja listada por sites e exchanges. O lançamento “sério” de uma moeda custa entre USD 5.000 e USD 50.000. 

Por ser tão fácil e o investimento baixo, segundo agregadores, todos os dias entre 40.000 e 50.000 novos tokens de criptomoedas são criados. Durante períodos de hype, esse número pode chegar a 100.000. No entanto, muitas dessas iniciativas têm poucas horas de vida. 

Obviamente que nem tudo são flores, especialmente para projetos que não tem o homem mais poderoso do mundo e nem o mais rico como garotos propaganda. Ainda segundo a plataforma DREX, a maioria dos projetos de meme coin (89%) tem um valor de mercado entre 0 e $USD 1,000. Apenas 5% das meme coins tinham um valor de mercado acima de $10 milhões em março de 2024. 

Além disso, a volatilidade dos preços das meme coins é um dos aspectos mais marcantes desse segmento. Essas moedas podem experimentar oscilações extremas de valor em curtos períodos. Eventos como tweets de celebridades e notícias de parcerias podem causar aumentos repentinos nos preços. Da mesma forma, quedas igualmente rápidas acontecem quando o interesse diminui ou surgem preocupações sobre a sustentabilidade dos projetos. 

Por exemplo, o preço do Dogecoin ($DOGE) viu um aumento meteórico após uma série de tweets de Elon Musk, apenas para experimentar quedas substanciais quando o entusiasmo inicial esfriou. O que parece estar acontecendo com as moedas TRUMP e MELANIA.  

Por isso, a não ser que você compre uma meme coin por brincadeira ou piada, é muito difícil que acerte o momento certo de entrar nesse “investimento”. Você terá que acertar qual, dentre os milhares de projetos, será colocado em destaque por uma celebridade de alcance global. 

2025 já está voando

2025 já está voando

Parece que foi ontem que o ano de 2024 terminou. 2025 era esperado com muitas expectativas…

E não decepcionou… 2025 começou bastante animado e já vamos completando o primeiro mês do ano. 1/12 do ano já se foi…

Em janeiro todos os olhos do mundo econômico se voltaram ao tio Sam. Donald Trump assumiu a cadeira mais importante da maior potência econômica e militar do planeta num estilo bem caricato e pistola. Assinou pilhas de decretos de todos os tipos, assuntos e gostos… se pautou no auge da arrogância já conhecida e nada diferente daqueles que o elegeram esperava. Não vou me atrever a analisar seus decretos, veracidades, pontos positivos e nem negativos. Vou me ater ao fato do Bitcoin e demais ativos virtuais terem passado em branco no dia 1 do novo mandato de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos.

Entretanto, movimentos de substituição na presidência da SEC (equivalente à CVM nos EUA) e a criação de uma comissão para o desenvolvimento de uma regulação pró-Bitcoin e cia foi suficiente para alavancar as cotações para novos ATH. Já na semana seguinte uma startup chinesa, DataSeek, chacoalhou o mercadoi de ações norte-americano. Em especial a Nvidia e outras bigtechs derreteram. Nenhuma relação direta com o Bitcoin, mas o efeito colateral dos mercados como um todo derrubaram o Bitcoin para baixo dos 100 mil dólares outra vez. Para a tristeza dos haters, rapidamente o Bitcoin se recuperou e voltou a ser transacionado acima dos 100 mil dólares.

Toda essa novela se passou em menos de 30 dias e certamente teremos muito mais nos próximos 11 meses. Essa emoção toda certamente será convertida em volatilidade e na média as expectativas são animadoras. Importante salientar que todos esse movimentos e ruídos são apenas catalizadores de preço de curto a médio prazo. Quando pensamos no protocolo matemático, esses ruídos têm interferência zero no Bitcoin. Preços subindo ou preços caindo o Bitcoin seguirá com sua escassez e sua descentralização. Os fundamentos que levam ao real valor do Bitcoin são justamente a sua escassez e sua descentralização.

Descentralização confere segurança e soberania ao indivíduo enquanto a escassez por protocolo matemático (descentralizado) reverte parte de seu valor em preço. Quanto maior for a demanda por algo escasso maior será seu preço. Quanto maior for o preço de um ativo seguro pelo qual cada indivíduo tem a soberania sobre ele tem um valor incalculável nos dias atuais. Justamente essa frase “nos dias atuais” que faz a procura por Bitcoin aumentar gradativamente retroalimentando esse círculo virtuoso.

No início era coisa de nerd, hoje já superamos o ciclo dos indivíduos e estamos ganhando velocidade no ciclo dos institucionais e talvez entrando simultaneamente no ciclo dos países. E nisso o catalizador que comentei lá no início ganha relevância pois pode acelerar a adoção de empresas e países para constituírem suas reservas em Bitcoin. Enquanto ruídos pontuais como “DataSeek” em nada interferem nesse processo de adoção ou no protocolo do Bitcoin, ou seja, zero influência nos fundamentos.

Enquanto governos e países forem controladores, intervencionistas e gastadores a tendência é de valorização do Bitcoin em relação às moedas fiduciárias (reais, dólares e etc…). Elimine os ruídos e foque nos fundamentos e seja feliz! Que venha o futuro.

O cenário mais provável para o Brasil

O cenário mais provável para o Brasil

Abrimos a segunda metade do atual governo com perspectivas excelentes para quem vive no padrão Bitcoin e perspectivas não tão excelente para quem vive no padrão de Real brasileiro.

Se no dia 7 de janeiro o governo faz propaganda que o déficit primário (leia a newsletter 149 sobre esse tema onde explico que déficit primário em si já é um número mentiroso e pouco útil) de “apenas” 0,1% do PIB, no dia 27 o pesquisador do Insper, Marcos Mendes detalha que ele na verdade foi 9 (NOVE) vezes maior que o divulgado (basta uma breve pesquisa no Google para você ler inúmeras reportagens sobre o tema).

Mas não é só Haddad que está maquiando dados, o IBGE capitaneado pelo autodenominado “comunista” Márcio Pochmann tem sido alvo de um motim, em que altos diretores da instituição protestam e reclamam pela falta de autonomia e uso político da instituição, se dividindo entre carta de repúdio e chegando ao extremo do pedido de exoneração.

O IBGE jura que a inflação de 2024 fechou abaixo de 5%. Nessa altura do campeonato, imagino que você já tenha verificado perante a sua realidade que a inflação real é algo entre 3 a 4 vezes isso.

O mesmo IBGE divulga desemprego nas mínimas, porém esquece de combinar com os russos, que divulgam gastos com seguro-desemprego nas máximas e crescentes.

Junte a esse caldeirão a recente pesquisa de popularidade do governo, no dia 27 de janeiro, em que pela primeira vez o governo é mais mal avaliado do que bem avaliado e apertem os cintos.

Popularidade em baixa encarece a barganha com nosso congresso corrupto, torna os favores dos deputados mais caros e favorece a gastança com viés populista para tentar reverter as questões.

Não se iluda com o refresco proporcionado pelo USD caindo de 6.20 para 5.80, ele tem nome e sobrenome. O nome chama Donald Trump, onde o refresco do USD acontece em meio a acomodação da chegada do novo governo americano e o sobrenome é recesso parlamentar, dando uma trégua ao noticiário fiscal por assim dizer.

Nossa perspectiva local é ruim, muito ruim… Terrível para ser sincero.

Recapitulando, temos na equação um governo corrupto negociando junto a um congresso corrupto, um ministro da fazenda inapto e incapaz, um instituto de estatística corrupto e mentiroso em um cenário pré-eleitoral com a popularidade de um presidente decrescente junto com um tesouro nacional sem ter de onde tirar dinheiro.

Você não precisa ser gênio para avaliar que a situação não é das melhores.

A recente crise do PIX mostrou que o governo não tem mais folego político, forças políticas e apoio popular para aumentar me criar mais impostos, o que perante ao mercado aliviaria a situação dando um espaço teatral aos infindáveis gastos.

Descartando o aumento e criação de impostos no passo necessário para atender ao apetite do feudo por mais dinheiro, restam duas alternativas sobre a mesa.

A alternativa 1 é austeridade, a redução do estado, como por exemplo um grande e significativo corte de privilégios de castas como a do judiciário e dos militares, e uma grande otimização da máquina pública e seus recursos, uma redução de impostos para quem produz e a redução de incentivos ao nada fazer proporcionada através de dinheiro grátis.

A alternativa 2 é imprimir dinheiro, aumentar as regalias dos senhores feudais do alto funcionalismo e expandir o UBI (Universal Basic Income – o auxílio Brasil por exemplo) e assim garantir base de apoio e consequentes votos para 2026.

Explorando um pouco mais a alterativa 2, já são mais de 56 milhões de brasileiros atendidos pelos programas sociais, dos quais são estimados que 42 milhões são eleitores. Some esse número aos 12 milhões de funcionários públicos Federais e a base de eleitores para perpetuar o atual governo parte de 54 milhões de votos, independente do caos.

Lembre-se que a classe média é uma câmara de eco, em que ela prega e protesta com ela mesma. Ela é numericamente inferior, não tem voz perante os senhores feudais. Na prática, além de cômodo, o grande incentivo do governo é arroxar e tirar dinheiro da classe média para expandir regalias do feudo e distribuir dinheiro grátis via UBI. Perde-se um voto em detrimento ao ganho de vários.

A alternativa 1 nos tiraria lentamente do buraco.

A alternativa 2 caminha pelos trilhos da Argentina de Cristina e Alberto Fernandez.

Se você acredita que o governo brasileiro irá optar pela alternativa 1, Tesouro Direto e ações na B3 fazem perfeito sentido.

Se você tende a acreditar que a alternativa 2 é mais provável, a janela para que você tenha Bitcoin está ficando estreita. Nesse cenário, Bitcoin a 20 mil, 40 mil ou 200 mil dólares fará pouca diferença quando comparada a destruição potencial de patrimônio que se desenha até as próximas eleições.

O cenário mais provável para o Brasil, você decide!