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Blog da HashInvest

Criptomoedas – Lições que aprendemos em 2017

Postado em 29/07/2019

Nome do Autor luis

O inverno das Criptomoedas acabou e a primavera está sendo fantástica, o preço do Bitcoin está quase três vezes o valor da mínima registrada de USD 3.120 e todas as principais moedas que compõe o HASH5 estão com ganhos expressivos.

É nessa hora que é muito importante rememorar as lições aprendidas em 2017 para que você, que estava aqui conosco não faça de novo e para quem chegou durante 2018/19 não cometa os erros que podem ser evitados.

Lição número 1 – Não será linear e você não deve se desesperar com isso.

Não espere ver os preços dos Criptoativos irem somente para cima. Certo como o sol que vai nascer pela manhã, são os solavancos pelo meio do caminho. De 2015 a 2017 foram pelo menos uma dúzia de correções na ordem de 30% nos preços. A jornada de USD 300 até os USD 20.000 teve fortes emoções.

Se estivermos realmente no quarto ciclo, não será diferente, de tempos em tempos o preço vai soluçar para baixo e isso deve ser encarado com absoluta normalidade. No passado, cada susto desses nada mais foi do que uma perfeita oportunidade para comprar mais Criptomoeda.

Lição número 2 – Realize lucros. Dinheiro foi feito para lhe dar conforto.

Em 2017 o índice HASH5 multiplicou seu valor por aproximadamente 154x, ou seja, mais de 15.000%. Cada um precisa ter sua meta de lucro. Há quem se satisfaça com 10% e há quem queira reviver 2017. Independente do seu estilo pense desde já em quais são seus objetivos e uma vez atingidos, não deixe a ganância impedir você de realizar seu lucro.

A dor de perder quase tudo num novo estouro da bolha é muito maior do que a dor de cotovelo de ter deixado de ganhar caso a coisa toda continue subindo. Cada um tem um estômago e um apetite para o risco, ou seja, não terceirize essa decisão, defina os seus limites dentro da sua realidade e por favor, execute o plano.

Lição número 3 – O cemitério do mercado está cheio de daytraders…

Ninguém sabe o dia de amanhã. O preço vai subir? O preço vai cair? Não tente adivinhar o futuro e ficar entrando e saindo do mercado. As finanças comportamentais explicam que na média, você vai se empolgar com as altas e comprar cada vez mais e vai se desesperar nas baixas e vender em pânico.

Repita esse ciclo e você estará falido em poucas iterações.

Fiz um exercício aqui e retirei de 2017 os 15 dias de maior valorização do índice HASH5. Pasmem, excluindo esses 15 dias os ganhos caem de 154 vezes para 10,85 vezes no ano. Isso quer dizer que, se você estiver fora do mercado naqueles 15 dias do ano (aleatórios) em que o mercado dá uma porrada pra cima, você deixa o grosso do seu potencial de multiplicação em cima da mesa.

Não, nem o robô milagroso e nem o relatório pago da Empiricus vão lhe dizer quais são os dias das grandes porradas. Se você acredita no mercado, invista e espere sua tese se confirmar ou ter motivos para pular fora. Se você não acredita, nem entre.

Lição número 4 – Criptomoeda é um investimento de médio-longo prazo.

É um repeteco das lições 1, 2 e 3 num item só…

Somos todos usuários iniciais de uma tecnologia que fará 10 anos esse ano, em termos de investimento somos um mercado novo, desconhecido e imaturo. Essas características é que fazem das Criptomoedas um investimento super atrativo e com um imenso potencial de ganhos.

Dentro desse cenário, veremos muita, mas muita volatilidade. Haverá dias em que iremos ganhar 25% e haverá dias que vamos perder 30%. De zoom out no gráfico de preços e tenha paciência. Tem um ditado holandês que diz que “uma mão cheia de paciência vale mais que um tonel cheio de cérebros”.

Volatilidade faz parte da diversão, se você entender pra onde estamos indo no longo prazo você tende a ser recompensado com ganhos muito expressivos.

Lição número 5 – Se a oferta parecer boa demais para ser verdade…

Por ser um mercado novo, imaturo e não regulado, as Criptomoedas são um playgorund para golpistas e aproveitadores de plantão.

Em 2017 surgiram inúmeros esquemas prometendo ganhos absurdos e garantidos, uma porção de picaretas pagando “rendimento” sobre o seu Bitcoin, robôs de arbitragem, trade automatizado, etc etc etc… Lucro certo e garantido…

Não seja otário! Não seja ganancioso demais. Se a CVM proíbe empresas de investimento de garantir lucros que não sejam na renda fixa é porque NÃO é possível garantir lucros fora da renda fixa.

Semana passada apareceu um potencial cliente no suporte dizendo que o concorrente da HahInvest estava pagando 60% ao mês garantido em contrato. Vejam que esse santo graal dos investimentos transformariam R$ 100 mil em 8 bilhões em apenas 2 anos… Não é minimamente razoável.

O mesmo vale para as famigeradas ICOs e IEOs, que já explicamos bastante por aqui. Na dúvida, fique longe, bem longe das ofertas iniciais de projetos milagrosos.

Se a oferta lhe parecer boa demais para ser verdade é porque é bom demais para ser verdade.

Conclusão

Muito provavelmente estamos no início de um novo ciclo de valorização e o momento é bastante propício para novos investimentos em Criptomoedas. Nunca invista além do que você pode dar como perdido em ativos de risco, mas saiba que as chances de multiplicação são bastante grandes.

Conte com a HashInvest para cuidar do seu investimento em Criptomoeda e se nossa teoria se confirmar, os próximos 3 anos serão muito interessantes para o seu bolso.

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A maneira como os blockchains e as criptomoedas são percebidos pelos gestores financeiros está evoluindo rapidamente.  Este ramo, que até pouco tempo era renegado e ligado fortemente a hackers e fraudes, teve uma mudança de perspectiva importante no começo deste ano com o lançamento dos ETFs na bolsa americana e, mesmo com esse grande avanço, muito mais está por vir.

Em março a Black Rock, maior gestora de ativos do planeta, lançou o BUILD (BlackRock USD Institutional Digital Liquidity Fund), o seu primeiro fundo tokenizado.

Um token é um “certificado de propriedade” que representa ativos do mundo real (como imóveis, ações, títulos ou commodities) em um blockchain. Ou seja, a infraestrutura de redes como Bitcoin, Ethereum e Solana é usada para representar coisas/estruturas que vão além de moedas.

Em um fundo tokenizado, como o BUILD da Black Rock, a gestora utiliza tokens para representar os ativos do fundo, neste caso específico, Títulos do Tesouro Americano e Dólares Americanos.

O que deixa esta história interessante, é que a Black Rock não é a única interessada em tokenização, notando-se movimentos similares em diversos setores.

Por exemplo, o Tether Limited Inc., empresa que emite a moeda com preço atrelada ao Dólar, lançou recentemente o Tether Gold. Neste caso, cada token emitido representa uma quantidade de ouro armazenada em bancos da Suíça.

A Consultoria McKinsey projeta em seu cenário base que o mercado de ativos tokenizados atingirá um tamanho de quase USD $2 trilhões até 2030.

Dentre as vantagens que levam a esse interesse na tokenização, podemos citar liquidações instantâneas 24/7, maior transparência e eficiência, aliada a redução no custo. Para quem opera cripto, nada demais, mas para o mercado financeiro tradicional, isto traz oportunidades significativas.

Em resumo, a gestão de ativos cripto pode evoluir do simples acúmulo de criptomoedas para a criação de produtos multi-ativos com sua gestão e distribuição ocorrendo através dos blockchains. Blockchains estes que até pouco tempo, eram coisa de bandido.

30 ANOS DO PLANO REAL

30 ANOS DO PLANO REAL

Em 01/07/2024 o Real completará 30 anos de circulação. Na verdade, o plano real, pois tudo começou através de medidas provisórias na qual a moeda era chama de URV, posteriormente convertido para o Real na cotação de 1 para 1.

Temos motivos para celebrar ou não? Aprendemos algo com o passado?

Ao final do regime militar no Brasil e período de redemocratização (na medida do possível em uma frágil democracia, mas ao menos o fim de uma ditadura escancarada) o país passou por diversas crises econômicas desencadeando o pior dos impostos de maneira exacerbada: inflação (no caso hiperinflação). Os governos sempre tiveram o hábito de exaltarem seu governo e culparem algo externo a eles na totalidade. Parece que alguns hábitos nunca se perdem…

A inflação ao final dos anos 1980 e início dos anos 1990 vinha escalonando de forma abrupta e a cada plano que tentava controlar artificialmente a inflação ela voltava com ainda mais intensidade. Logo antes do plano real o Brasil chegou a bater um IPCA (oficial) de 2.500% ao ano. Os mais antigos devem se lembrar de coisas como overnight, remarcação de preços no supermercado diversas vezes ao dia (existia uma profissão que era etiquetador de preços) e a corrida ao supermercado nos dias de pagamento.

Vamos voltar um pouquinho mais…

Durante o governo Sarney foram 3 as tentativas de conter a inflação. Em 1986 foi a vez do plano cruzado, onde a moeda sofreu um corte de 3 zeros e houve congelamento de preços e da taxa de câmbio oficial. Em 1987 foi a vez do Plano Bresser que tentou a já ineficaz estratégia de congelamento de preços. Em 1989 como última cartada do governo Sarney tivemos o Plano Verão em 1989 com um novo corte de 3 zeros na moeda renomeando a moeda para Cruzado Novo, e novos congelamentos de preços e taxas de câmbio.

Já no governo Collor, em 1990 foi o Plano Collor 1 que ficou famoso pelo confisco da poupança popular e criação de novos impostos como o IOF (imposto sobre operações financeiras). Em 1992 veio o Plano Collor 2 com novos congelamentos de preços e agora também o congelamento de salários. E já não bastasse o confisco do plano anterior na poupança popular, a equipe econômica decidiu proibir os depósitos overnight.

Uma coisa comum a todos esses planos foi uma queda artificial (e muito dolorosa para a população) com um repique muito mais acentuado da inflação na sequência.

Em 1994, durante o Governo Itamar Franco, foi implantado o Plano Real. Primeiramente com a URV (CR$2.750 = US$ 1,00 = R$ 1,00). O início da circulação da URV (posteriormente batizada de real) foi em 01/07/1994. O plano real teve suas crises, mas é fato que devolveu a estabilidade mantendo a inflação oficial em patamares inferiores a dois dígitos anuais. Em retrospectiva foi um sucesso!

E agora, 30 anos depois?

Um pequeno exercício da um pouquinho da dimensão do que é a inflação. Nesses trinta anos de “estabilidade”, o não tão poderoso real também perdeu seu poder de compra, às vezes mais rápido, às vezes mais devagar. R$1,00 em 1994 podia comprar uma série de coisas… em 2024 a cédula de R$1,00 não existe mais!

Em 1994 um pãozinho de sal custava R$0,10. Hoje é difícil comprar um pãozinho por menos de R$1,00. Um litro de gasolina custava R$0,55 em 1994 e hoje é difícil abastecer por menos de R$5,50 o litro. E isso vale pro leite, pro ovo e pra banana também…

Um ponto importante e que não pode ser esquecido, é que o descontrole para o monstro da inflação pode ser fatal. É fácil voltarmos ao período de hiperinflação, mas é cada vez mais difícil sairmos dele (olhe nossos vizinhos Hermanos) uma vez que o nosso sistema e ferramentas tradicionais estão desgastadas e perto de um colapso (crescimento da dívida, aumento de carga tributária, PIB praticamente estagnado por décadas e irresponsabilidade fiscal). Ninguém torce por isso, mas sempre que palavras como intervenção, confisco, congelamento voltam a circular o medo do monstro da hiperinflação volta a rondar.

Qual ativo hoje existente e acessível, que não existia em 1994, é imune em seus fundamentos às palavras (confisco, intervenção etc.) e ações de governos que podem acordar o monstro da hiperinflação?

Uma dica: Não é o Bitcoin do banco Itaú!

10 anos de minha primeira iniciativa com Bitcoin

10 anos de minha primeira iniciativa com Bitc

Essa semana me dei conta que em julho faz 10 anos de minha primeira iniciativa para que amigos próximos entendessem e entrassem no Bitcoin, e desde então venho fracassando consistentemente nessa missão.

O ano era 2014 e eu estava apaixonado pela moedinha laranja. Era o chato do Bitcoin, só via Bitcoin, tudo era Bitcoin. Havia recém voltado de Amsterdam de minha primeira conferência de Bitcoin.

Na ocasião, meu sócio que se senta a minha frente foi persuadido a programar um bolão da copa do mundo em Bitcoin, na qual as apostas para participar e os prêmios eram em Bitcoin.

O bolão em si era o de menos, a tentativa era ser lúdico e mostrar o futuro às pessoas queridas, que através de um uso prático, criassem carteiras, transacionassem, enfim, uma brincadeira para quebrar a barreira inicial.

Deu errado.

– “Muito complicado”

– “Faz pra mim, depois te pago”

-“Legal, mas não tenho tempo”

-“Você é maluco”

-“Você precisa arrumar um emprego”

O preço na ocasião? Na casa dos USD 300 (Trezentos dólares), morro abaixo, logo depois de ter ultrapassados os USD 1.000 pela primeira vez durante o stress bancário na Grécia.

Deveria ter parado por aí, mas não… Vem o ano de 2017, lá por julho, e a ideia de montar a HashInvest. Se lá em 2014 a turma ignorou e não veio, então, vamos criar uma ferramenta que permita as pessoas a embarcarem sem sofrer, com baixíssima complexidade, e então começamos.

 Abrimos as portas em novembro e logo em seguida o Bitcoin ultrapassa a marca de USD 10 mil pela primeira vez na história.

Dessa vez logrei algum êxito e o sucesso foi ligeiramente maior que no bolão de 2014. Empolgados pela euforia do mercado e com o noticiário naquele ano, dessa vez alguns bem-sucedidos amigos próximos finalmente entraram no Bitcoin.

Qual era a minha esperança? Que começassem a ler os conteúdos por aqui e que começassem a voar por conta própria. Não foi o que aconteceu.

A única recomendação que dou explicitamente é a de fazer preço médio, o que que ninguém faz é o preço médio. A turma comprou em 2017 e a grande maioria simplesmente deixou lá, sem novos aportes, sem estudar por conta própria e ficaram demasiados insatisfeitos quando o pico de USD 20 mil derreteu pelos anos a seguir, e o pior, agora a culpa era minha.

Em 2019 e 2020 resolvemos que era hora de fazer marketing digital. Investimos em Instagram, conteúdo, linkedin, podcast e os cambau…

Nada efetivo, pouco resultado. Acabou que nos dias atuais temos o mínimo, mas bem diferente do que já foi no passado. As pessoas simplesmente não vieram, logo, vamos ficar por aqui somente para reafirmar que estamos por aqui e estamos vivos.

O preço na época era em torno dos USD 6 mil dólares por Bitcoin, com direito a uma excursão na casa dos USD 3 mil alto no fatídico Corona Day.

Veio mais um bull market, dessa vez em 2021. Vimos o Bitcoin saltar para USD 69 mil dólares e quando a farra se aproximava do fim é que os clientes começaram a chegar…

A gente fala que bitcoin se compra todo dia, no preço médio, mas a pessoa quer comprar depois que a euforia tomou conta da internet… Caímos para a casa dos USD 15 mil e por lá ficamos até meados de 2023.

Com a chegada dos ETFs e dos institucionais, o Bitcoin começou a tracionar mais uma vez um novo All time High na casa de USD 73 mil foi visto há poucos meses nesse ano de 2024, mas diferentemente dos outros Bull Markets, dessa vez o varejo não veio, pelo contrário, quem levou prejuízo entrando no topo de 2021 acabou por “aproveitar a chance” e ir embora de vez.

Hoje, especificamente dia 24 de junho de 2024 enquanto eu escrevo esse texto o Bitcoin “derrete e agoniza” em USD 60 mil.

Dos tais amigos próximos, ainda sou taxado de louco. Recorrentemente o que escuto é que

-“Você teve sorte”

-“Deveria ter te escutado lá atrás, mas hoje está muito caro”.

-“Você ainda tá naquele negócio de Bitcoin?”

-“Ainda tenho aquela grana lá de 2017, ta bom né… Qualquer dia ponho um gole a mais”

Hoje ainda sou o chato do Bitcoin, mas diferentemente do passado, somente quando sou perguntado. Quando não questionado, converso de cervejas, de viagens, do clima, de amenidades em geral, mas só falo de Bitcoin com quem me pergunta.

Mesmo quem me pergunta se recusa a aceitar a realidade. Por mais dados que sejam entregues, demonstrados, a alocação de recursos vai majoritariamente… Para a renda fixa em Reais. É ultrajante e embaraçosa a sensação de incompetência que me acomete.

Vejam os marcos de preço desse texto…

USD 1000, USD 300, USD 10.000, USD 20.000, USD 6.000, USD 3.000, USD 69.000, USD 15.000, USD 73.000, USD 60.000…

Quando estava em USD 1 mil, estava caro demais, e quando estava em USD 300, ainda bem que não entrei nessa fria.

Quando estava em USD 69 mil, estava caro demais, e quando estava em USD 15 mil, ainda bem que não entrei nessa fria.

Quando estava em USD 73 mil estava caro demais…

Todos os anos escrevo ao menos uma newsletter com cálculos detalhados de preço médio, geralmente com aporte mensal e começando em épocas muito ruins (primeiro aporte num all time high por exemplo) e todos os anos demonstro com dados que se você fizer DCA de modo disciplinado a sua probabilidade de multiplicar o patrimônio é significativamente alta e seu risco é relativamente baixo. Fazendo isso você bate TODOS os CDBs, CDIs, Tesouros e índices de bolsa que pode encontrar por aí.

No fim do dia… São 5 os clientes que praticam o preço médio…

Quanto a mim? Começando a pensar com mais carinho na ideia de aposentadoria.  A Hashinvest não é exatamente uma necessidade nessa altura da vida, afinal, dizem por aí que “dei sorte!”.

Gostaria de ter convertido muito mais gente do que de fato converti e passados 10 anos, sinto que está se aproximando a hora de admitir que é bastante provável que eu não seja a pessoa certa para esse trabalho.