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Blog da HashInvest

O quarto ciclo das Criptomoedas

Postado em 01/07/2019

Nome do Autor luis

**Conteúdo originalmente publicado em nossa Newsletter em 30/04/2019**

De tempos em tempos gosto de revisitar esse tema da bolha para atualizar nossos clientes e leitores sobre o status do ciclo do mercado das Criptomoedas. Faz uns 6 meses desde minha última atualização sobre o tema, então é valido voltar ao tema, até porque houve uma mudança importante.

Quem lê nossa Newsletter sabe que no início de 2018 fomos um dos primeiros atores do mercado a admitir que a bolha estourou, e desde então, já anunciamos, lá em Setembro de 2018, que se iniciava a fase da Capitulação (desespero), e em Novembro decretamos o início do inverno.

Hoje tenho o prazer de dizer que é possível ver o gelo começar a derreter e quem sabe, podemos começar a sonhar com as flores da primavera.

Esse gráfico já foi usado aqui uma dúzia de vezes, e será usado mais outra dúzia, pois ele é o mapa que ilustra o desenrolar de nossa história.

Acumulação

Passamos de fase. A fase atual é chamada acumulação. Os investidores convictos de que o ciclo se repetirá (sou um deles) estão consistentemente comprando e guardando Criptomoeda, é nessa fase que o sentimento muda de desespero para esperança.

Grande parte dos dados que uso no texto de hoje são creditados ao texto “Bitcoin in a Heavy Accumulation” publicado pela Adamant Capital, capitaneada por Tuur Demester, um dos mais brilhantes analistas do mercado. Tenho bebido dessa fonte já faz alguns anos e os resultados são surpreendentes.

A tabela a seguir mostra de forma resumida a história dos últimos ciclos, só para reforçar a ideia de que possa acontecer de novo (que já foi detalhada nesse post aqui).

Prontos para o quarto ciclo? Pois ele está começando, e a primeira fase do novo ciclo é justamente a etapa que se inicia a da acumulação. Esse movimento é lento, não estará na grande mídia e não é o assunto do bar. É um movimento de base, acontecendo entre os sobreviventes do mercado.

Durante a fase de acumulação, é esperado que o Bitcoin revisite preços próximos ao seu valor inferior na faixa dos USD 3.200,00 assim como revisite o patamar em que ficou estacionado durante boa parte do inverno antes da capitulação, na faixa dos USD 6.000,00.

Essa fase é caracterizada por negociar dentro de uma banda porque existe relativamente pouca gente dentro do mercado. Os poucos que ainda querem sair do mercado aproveitam sua chance na pequena alta de preços e inundam o mercado, derrubando os preços novamente. Os acumuladores entram comprando na faixa de preço que consideram ser o fundo do poço, criando pequenos rallys, e assim o mercado deve permanecer durante um bom tempo.

Enfim, existem ferramentas (o blockchain do Bitcoin é aberto e transparente) que indicam que grande parte do prejuízo de quem comprou na euforia de 2017 já foi realizado, ou seja, esses investidores venderam suas moedas em preços inferiores ao que compraram e foram embora do mercado, ao passo que as baleias (gente que tem muito Bitcoin) foram as grandes compradoras dessas posições.

Esse fato tende a confirmar que muito provavelmente a sangria acabou, porque, em tese, os atuais compradores são os investidores convictos e de longo prazo. No último ciclo, a fase de acumulação ficou entre USD 200 e USD 400 e durou de Fevereiro de 2015 até Maio de 2016. Não existe método de prever o tempo da acumulação de agora.

Fundamentos

De um ano e meio pra cá muita infraestrutura foi construída. As redes estão mais fortes, os processos estão mais maduros, o Bitcoin não morreu e o ecossistema como um todo está muito, mais muito melhor do que estava quando da mania de 2017.

Um ponto que vale lembrar e que é importantíssimo, é que TODOS os grandes projetos institucionais estão com seus cronogramas atrasados, porém NENHUM foi cancelado. Trata-se apenas (e quem trabalhou com projetos complexos sabe bem) de errar nas estimativas de tempo para criar o que não existe (sim, trabalhar com o inédito tem seus enormes desafios).

A Bakkt segue contratando gente grande para seu time, Fidelity iniciou sua operação em soft-start. Essa semana a TD Ameritrade (11 milhões de clientes únicos) foi pega testando a negociação de Bitcoin em sua plataforma e a Ripple continua a assinar 2 a 3 novos contratos de produção com bancos por semana. Sim, o dinheiro institucional grande está a caminho.

Além disso, quanto mais eu estudo bancos centrais, mais convicto fico de que investir em Bitcoin e Criptoativos não é tão arriscado quanto estão tentando fazer parecer. Os BCs estão brincando com fogo e os juros negativos expressivos estão cada vez mais se tornando realidade ao redor do globo.

O que nos reserva o futuro?

Créditos: https://twitter.com/gravitywave2/status/1108968866950967301

O primeiro ciclo do foi capitaneado pelos pioneiros da tecnologia.

O segundo ciclo foi o evento da descoberta do Bitcoin pelo público em geral.

O terceiro ciclo foi inflado pela ganância do pequeno varejo.

O quarto ciclo será motivado pela grande entrada de dinheiro institucional.

A Adamant fecha seu relatório dizendo que dentro de 5 anos veremos o que eles chamaram de “Momento Windows”, assim como 1998/2000 praticamente todo computador passou a rodar o Windows, praticamente todo gestor de recursos irá investir uma parcela de seu patrimônio em Bitcoin e Criptoativos, tornando esse mercado multi-trilionário.

Obviamente existem diversas armadilhas no caminho que podem botar tudo a perder, mas para ganhar dinheiro é necessário tomar riscos e dificilmente durante a nossa geração veremos outra oportunidade tão óbvia de multiplicação de patrimônio no médio/longo prazo.

Não deixe para investir no topo do preço. A hora de aumentar sua exposição ao Bitcoin e as Criptomoedas é agora. É aqui, na acumulação, que residem os maiores potenciais ganho. O quarto ciclo pode mudar sua vida.

Veja outros artigos

Memecoins: a piada que chegou à presidência dos EUA 

Memecoins: a piada que chegou à presidência

Com a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, há uma grande expectativa de políticas mais favoráveis do governo americano em relação às criptomoedas (escrevo esse texto antes da posse). No entanto, a única certeza que temos até o momento é o lançamento das meme coins, TRUMP e MELANIA, pelos respetivos homenageados (presidente e primeira-dama). Juntas, essas duas meme coins já chegaram a valer mais de USD 14 bilhões.  

Uma meme coin é uma criptomoeda baseada em memes ou piadas da internet. Geralmente, elas são criadas como uma forma de humor ou sátira, mas algumas acabam ganhando valor significativo impulsionadas principalmente pela comunidade e pelo hype nas redes sociais. Outras celebridades como Elon Musk, Caitlyn Jenner, Iggy Azalea também resolveram lucrar dessa forma.  

Além da possibilidade de ganhos significativos, hoje é muito fácil do ponto de vista técnico criar uma moeda digital. Inclusive, já existem sites como Pump.fun  e Token Tool, que tornam esse processo simples como preencher um formulário online. Contudo, se o processo de criação é rápido, paga-se para que uma nova moeda seja listada por sites e exchanges. O lançamento “sério” de uma moeda custa entre USD 5.000 e USD 50.000. 

Por ser tão fácil e o investimento baixo, segundo agregadores, todos os dias entre 40.000 e 50.000 novos tokens de criptomoedas são criados. Durante períodos de hype, esse número pode chegar a 100.000. No entanto, muitas dessas iniciativas têm poucas horas de vida. 

Obviamente que nem tudo são flores, especialmente para projetos que não tem o homem mais poderoso do mundo e nem o mais rico como garotos propaganda. Ainda segundo a plataforma DREX, a maioria dos projetos de meme coin (89%) tem um valor de mercado entre 0 e $USD 1,000. Apenas 5% das meme coins tinham um valor de mercado acima de $10 milhões em março de 2024. 

Além disso, a volatilidade dos preços das meme coins é um dos aspectos mais marcantes desse segmento. Essas moedas podem experimentar oscilações extremas de valor em curtos períodos. Eventos como tweets de celebridades e notícias de parcerias podem causar aumentos repentinos nos preços. Da mesma forma, quedas igualmente rápidas acontecem quando o interesse diminui ou surgem preocupações sobre a sustentabilidade dos projetos. 

Por exemplo, o preço do Dogecoin ($DOGE) viu um aumento meteórico após uma série de tweets de Elon Musk, apenas para experimentar quedas substanciais quando o entusiasmo inicial esfriou. O que parece estar acontecendo com as moedas TRUMP e MELANIA.  

Por isso, a não ser que você compre uma meme coin por brincadeira ou piada, é muito difícil que acerte o momento certo de entrar nesse “investimento”. Você terá que acertar qual, dentre os milhares de projetos, será colocado em destaque por uma celebridade de alcance global. 

2025 já está voando

2025 já está voando

Parece que foi ontem que o ano de 2024 terminou. 2025 era esperado com muitas expectativas…

E não decepcionou… 2025 começou bastante animado e já vamos completando o primeiro mês do ano. 1/12 do ano já se foi…

Em janeiro todos os olhos do mundo econômico se voltaram ao tio Sam. Donald Trump assumiu a cadeira mais importante da maior potência econômica e militar do planeta num estilo bem caricato e pistola. Assinou pilhas de decretos de todos os tipos, assuntos e gostos… se pautou no auge da arrogância já conhecida e nada diferente daqueles que o elegeram esperava. Não vou me atrever a analisar seus decretos, veracidades, pontos positivos e nem negativos. Vou me ater ao fato do Bitcoin e demais ativos virtuais terem passado em branco no dia 1 do novo mandato de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos.

Entretanto, movimentos de substituição na presidência da SEC (equivalente à CVM nos EUA) e a criação de uma comissão para o desenvolvimento de uma regulação pró-Bitcoin e cia foi suficiente para alavancar as cotações para novos ATH. Já na semana seguinte uma startup chinesa, DataSeek, chacoalhou o mercadoi de ações norte-americano. Em especial a Nvidia e outras bigtechs derreteram. Nenhuma relação direta com o Bitcoin, mas o efeito colateral dos mercados como um todo derrubaram o Bitcoin para baixo dos 100 mil dólares outra vez. Para a tristeza dos haters, rapidamente o Bitcoin se recuperou e voltou a ser transacionado acima dos 100 mil dólares.

Toda essa novela se passou em menos de 30 dias e certamente teremos muito mais nos próximos 11 meses. Essa emoção toda certamente será convertida em volatilidade e na média as expectativas são animadoras. Importante salientar que todos esse movimentos e ruídos são apenas catalizadores de preço de curto a médio prazo. Quando pensamos no protocolo matemático, esses ruídos têm interferência zero no Bitcoin. Preços subindo ou preços caindo o Bitcoin seguirá com sua escassez e sua descentralização. Os fundamentos que levam ao real valor do Bitcoin são justamente a sua escassez e sua descentralização.

Descentralização confere segurança e soberania ao indivíduo enquanto a escassez por protocolo matemático (descentralizado) reverte parte de seu valor em preço. Quanto maior for a demanda por algo escasso maior será seu preço. Quanto maior for o preço de um ativo seguro pelo qual cada indivíduo tem a soberania sobre ele tem um valor incalculável nos dias atuais. Justamente essa frase “nos dias atuais” que faz a procura por Bitcoin aumentar gradativamente retroalimentando esse círculo virtuoso.

No início era coisa de nerd, hoje já superamos o ciclo dos indivíduos e estamos ganhando velocidade no ciclo dos institucionais e talvez entrando simultaneamente no ciclo dos países. E nisso o catalizador que comentei lá no início ganha relevância pois pode acelerar a adoção de empresas e países para constituírem suas reservas em Bitcoin. Enquanto ruídos pontuais como “DataSeek” em nada interferem nesse processo de adoção ou no protocolo do Bitcoin, ou seja, zero influência nos fundamentos.

Enquanto governos e países forem controladores, intervencionistas e gastadores a tendência é de valorização do Bitcoin em relação às moedas fiduciárias (reais, dólares e etc…). Elimine os ruídos e foque nos fundamentos e seja feliz! Que venha o futuro.

O cenário mais provável para o Brasil

O cenário mais provável para o Brasil

Abrimos a segunda metade do atual governo com perspectivas excelentes para quem vive no padrão Bitcoin e perspectivas não tão excelente para quem vive no padrão de Real brasileiro.

Se no dia 7 de janeiro o governo faz propaganda que o déficit primário (leia a newsletter 149 sobre esse tema onde explico que déficit primário em si já é um número mentiroso e pouco útil) de “apenas” 0,1% do PIB, no dia 27 o pesquisador do Insper, Marcos Mendes detalha que ele na verdade foi 9 (NOVE) vezes maior que o divulgado (basta uma breve pesquisa no Google para você ler inúmeras reportagens sobre o tema).

Mas não é só Haddad que está maquiando dados, o IBGE capitaneado pelo autodenominado “comunista” Márcio Pochmann tem sido alvo de um motim, em que altos diretores da instituição protestam e reclamam pela falta de autonomia e uso político da instituição, se dividindo entre carta de repúdio e chegando ao extremo do pedido de exoneração.

O IBGE jura que a inflação de 2024 fechou abaixo de 5%. Nessa altura do campeonato, imagino que você já tenha verificado perante a sua realidade que a inflação real é algo entre 3 a 4 vezes isso.

O mesmo IBGE divulga desemprego nas mínimas, porém esquece de combinar com os russos, que divulgam gastos com seguro-desemprego nas máximas e crescentes.

Junte a esse caldeirão a recente pesquisa de popularidade do governo, no dia 27 de janeiro, em que pela primeira vez o governo é mais mal avaliado do que bem avaliado e apertem os cintos.

Popularidade em baixa encarece a barganha com nosso congresso corrupto, torna os favores dos deputados mais caros e favorece a gastança com viés populista para tentar reverter as questões.

Não se iluda com o refresco proporcionado pelo USD caindo de 6.20 para 5.80, ele tem nome e sobrenome. O nome chama Donald Trump, onde o refresco do USD acontece em meio a acomodação da chegada do novo governo americano e o sobrenome é recesso parlamentar, dando uma trégua ao noticiário fiscal por assim dizer.

Nossa perspectiva local é ruim, muito ruim… Terrível para ser sincero.

Recapitulando, temos na equação um governo corrupto negociando junto a um congresso corrupto, um ministro da fazenda inapto e incapaz, um instituto de estatística corrupto e mentiroso em um cenário pré-eleitoral com a popularidade de um presidente decrescente junto com um tesouro nacional sem ter de onde tirar dinheiro.

Você não precisa ser gênio para avaliar que a situação não é das melhores.

A recente crise do PIX mostrou que o governo não tem mais folego político, forças políticas e apoio popular para aumentar me criar mais impostos, o que perante ao mercado aliviaria a situação dando um espaço teatral aos infindáveis gastos.

Descartando o aumento e criação de impostos no passo necessário para atender ao apetite do feudo por mais dinheiro, restam duas alternativas sobre a mesa.

A alternativa 1 é austeridade, a redução do estado, como por exemplo um grande e significativo corte de privilégios de castas como a do judiciário e dos militares, e uma grande otimização da máquina pública e seus recursos, uma redução de impostos para quem produz e a redução de incentivos ao nada fazer proporcionada através de dinheiro grátis.

A alternativa 2 é imprimir dinheiro, aumentar as regalias dos senhores feudais do alto funcionalismo e expandir o UBI (Universal Basic Income – o auxílio Brasil por exemplo) e assim garantir base de apoio e consequentes votos para 2026.

Explorando um pouco mais a alterativa 2, já são mais de 56 milhões de brasileiros atendidos pelos programas sociais, dos quais são estimados que 42 milhões são eleitores. Some esse número aos 12 milhões de funcionários públicos Federais e a base de eleitores para perpetuar o atual governo parte de 54 milhões de votos, independente do caos.

Lembre-se que a classe média é uma câmara de eco, em que ela prega e protesta com ela mesma. Ela é numericamente inferior, não tem voz perante os senhores feudais. Na prática, além de cômodo, o grande incentivo do governo é arroxar e tirar dinheiro da classe média para expandir regalias do feudo e distribuir dinheiro grátis via UBI. Perde-se um voto em detrimento ao ganho de vários.

A alternativa 1 nos tiraria lentamente do buraco.

A alternativa 2 caminha pelos trilhos da Argentina de Cristina e Alberto Fernandez.

Se você acredita que o governo brasileiro irá optar pela alternativa 1, Tesouro Direto e ações na B3 fazem perfeito sentido.

Se você tende a acreditar que a alternativa 2 é mais provável, a janela para que você tenha Bitcoin está ficando estreita. Nesse cenário, Bitcoin a 20 mil, 40 mil ou 200 mil dólares fará pouca diferença quando comparada a destruição potencial de patrimônio que se desenha até as próximas eleições.

O cenário mais provável para o Brasil, você decide!