Esse texto tenta complementar o entendimento do Bitcoin num espectro mais conceitual (não tecnológico) que comecei no texto passado (A natureza do Bitcoin no mercado financeiro) Embora meio estranho ou até confuso (admito) quero tentar colocar para você uma base do porquê ele vai adiante como ativo financeiro.
Tempo de existência: Bitcoin, Euro e Dólar.
Nossa moeda laranja, a pioneira, a principal, a mais querida já está na sua pré-adolescência, com praticamente 13 anos algumas análises temporais um pouco mais longas já podem ser feitas.
Apenas como referência, lembre que o EURO, moeda da Comunidade Europeia terminou de ser parida em 2002, ou seja, ela é apenas 6 anos mais velha que o Bitcoin.
Um dado curioso que talvez você não saiba é que o poderoso e onipotente Dólar Americano completa 50 anos em 2021. No ano de 1971 o governo Nixon reformou o padrão monetário americano, sobrando ao “novo” Dólar apenas o nome de seu antecessor. Basicamente, a moeda que até então possuía uma garantia de conversibilidade em ouro passou a ser um papel colorido com valor definido arbitrariamente pela fé, poderio militar e influência política, permanecendo assim desde então.
Veja que interessante o que aconteceu quase que imediatamente depois que gênio da impressão de dinheiro fácil determinada por políticos saiu da garrafa.
O gráfico acima mostra a cotação do USD versus o ouro.
O nosso querido papel colorido estatal, o Real, nasceu em 1994, e aos 27 anos saiu de USD 1 para BRL 1 para vergonhosos USD 1 para BRL 5,5.
Enquanto o Bitcoin brilha, moedas estatais derretem.
Enfim, o ponto principal que quero colocar diante de seus olhos é que enquanto as moedas estatais sofrem, derretem e perde valor o Bitcoin brilha, cresce e se aprecia em valor diante de TODAS as moedas.
Um dos argumentos mais frequentemente usados para decretar que Bitcoin é bolha é a sua juventude. Não é incomum ouvir que “isso é modinha”, “não tem nenhum fundamento”, “logo vai passar”, “seu valor justo é zero”.
Nada mais clichê, porém necessário para o reforço de conceito que citar a Terceira Lei de Newton nesse ponto, faremos isso de modo fixar o conceito…
Se todos os Bancos Centrais do planeta passam a agir da mesma forma, pasteurizada, conjunta e sincronizada, passa a haver um tremendo desequilíbrio fiscal, monetário e por fim, nas bases do próprio capitalismo.
Duas das reações mais óbvias a esse desequilíbrio estão na ascensão meteórica da China como potência mundial e uma segunda, ainda pequena, mas com grande potencial, o Bitcoin.
A classe de ativo que hoje ronda os USD 1 Trilhão em capitalização de mercado está destinada ao crescimento exponencial, porque governos e Bancos Centrais estão decididos a sempre optar pelo caminho fácil quando o necessário seriam remédios amargos.
Para cada USD impresso do nada, haverá X Euros criados pela fada mágica do populismo e Y Reais criados a partir do “se eles podem, eu também posso”.
Junto com a chegada desse texto, devem estar começando a chegar os cheques de USD 1.400,00 de “estímulo” a economia na caixa de correios de grande parte da população americana, o que muito provavelmente será no relativamente curto prazo (meses) o combustível necessário para confirmar tudo isso que venho tentando lhe dizer.
O trágico e cômico é que o bonde da história está passando como um rolo compressor sobre aqueles que se acostumaram ao conforto de arbitrar decisões para aqueles que até então não poderiam contestá-las. Falo especificamente dos gestores responsáveis por coordenar as finanças mundiais. Esses senhores e senhoras se perguntam todos os dias que diabos está acontecendo com esse tal de Bitcoin?
A revolução tecnológica e cultural do Bitcoin.
A resposta está na revolução cultural e tecnológica iniciada na virada do milênio e que hoje toma forma e é real. Internet, smartphones e redes sociais são protagonistas nesse processo, e uma infraestrutura financeira agnóstica é o próximo passo natural dessa revolução que ocorre diante de nossos olhos.
Essa semana, em uma reunião de negócios, meu parceiro citou um exemplo fantástico dessa revolução, lembrando que ainda em 2018 o então candidato à presidência Geraldo Alckmin (antes do início oficial da corrida eleitoral) era muito bem cotado e conquistou alianças porque tinha “bastante tempo de televisão”.
Para efeitos de compreensão é igual… Do mesmo jeito que políticos sexagenários até agora não entenderam que em 2018 e 2022 o tempo de TV é inútil diante das redes sociais, BCs não entenderam que criar suas Criptomoedas próprias, banir ou lutar contra o Bitcoin é igualmente completamente inútil.
Lutar contra o novo e manter status-quo na busca de coordenar grandes massas de modo centralizado vão funcionar até determinado ponto. A natureza sempre dará sua resposta em busca de restabelecer o equilíbrio até o ponto em que essa luta para manter as coisas como eles sempre foram passa a ser o combustível natural da evolução do “inimigo”.
O porquê de não ficar longe do Bitcoin e das Criptomoedas:
Para análise de investimentos, muitos especialistas gostam de colocar a janela de 10 anos como uma referência do chamado longo prazo. Deixo a seguir um quadro que aniquila TODAS as narrativas que a turma de investimentos amante de inflação e de papel colorido estatal que goza de sua credibilidade usa para dizer para você ficar longe das Criptomoedas.
Esse quadro é MUITO IMPORTANTE.
Ele te mostra 10 anos de história. Ele mostra que o seu gerente do banco e seu assessor de investimentos estão há 10 anos te falando groselhas a respeito do Bitcoin.
Você tem a opção de respeitar um terno caro pago pela gorda comissão tirada do seu próprio bolso ou a de olhar dados históricos e finalmente tomar uma atitude.
Uma é claramente mais inteligente que a outra, mas deixo você decidir por si.
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