É interessante como muitas vezes o tema dos artigos que escrevo aqui acaba sendo totalmente diferente do que eu imaginava inicialmente. Ao pesquisar um assunto, de repente surge uma referência desconhecida, que leva a uma outra ideia, que leva a outra e assim vai…
Hoje foi exatamente isso que aconteceu.
Tudo começou ao ler uma reportagem sobre a iniciativa do conglomerado LHMV, dono de marcas de luxo como Louis Vuitton, de desenvolver um serviço em blockchain para verificação de autenticidade de produtos de luxo. Pois bem, nessa mesma reportagem havia uma pequena nota falando sobre uma tal de Komgo. Então lá vou eu descobrir o que é essa Komgo…
A Komgo é outra iniciativa em blockchain, só que em vez de rastrear produtos de luxo, ela busca simplificar a comercialização de commodities globalmente. Envolvidos com essa empresa estão “só” bancos como Citibank e ING e outros grandes players do comércio mundial.
O que me chamou a atenção ao ler sobre esses dois projetos foi que uma mesma empresa, a ConsenSys, era quem realmente estava construindo as plataformas em blockchain. Eu já havia passado por esse nome em vários artigos, mas nunca tinha dado muita atenção. Afinal, que companhia é essa que tem alguns dos maiores conglomerados do mundo como cliente?
Assim chegamos ao tema para o dia de hoje.
A ConsenSys foi criada por um dos co-fundadores do Ethereum, Joe Lubin, em 2015. A empresa já chegou a contar com mais de 1100 funcionários e é focada em desenvolver aplicações para a rede do Ethereum. Além dos projetos que eu mencionei acima, eles estão envolvidos em várias outras aplicações bem interessantes. Vou citar mais algumas que me chamaram a atenção.
O primeiro desses projetos é a OpenLaw, que busca substituir os contratos jurídicos da forma como conhecemos hoje por smart contracts. A ideia é que ao invés das partes dependerem de todo o aparato jurídico atual para estabelecerem um acordo, elas possam usar os modelos e facilidades que a OpenLaw oferece. No novo sistema proposto, não é mais um juiz que estabelece as ações a serem tomadas e, sim, a rede do Ethereum que executa um smart contract quando as condições acordadas forem alcançadas.
Em outra iniciativa, a ConsenSys, através da uPort, esteve envolvida na criação da primeira identidade digital baseada em blockchain emitida por uma entidade pública no mundo. Isso aconteceu em Zug, uma cidade na Suíça.
O último projeto que vou comentar é o Alethio, uma plataforma para análise de dados na rede Ethereum. Imagine que você tem um serviço que depende da rede do Ethrereum e o que acontece nessa rede pode afetar seus negócios. Os produtos do Alethio vão te ajudar na interpretação da grande quantidade de informações geradas por essa rede.
Várias vezes já foi falado nesse espaço que a infraestrutura, ou as estradas, para a adoção em massa da tecnologia do blockchain e das criptomoedas ainda está sendo construída. O caminho da ConsenSys é diferente, o papel dessa empresa não é construir as estradas e sim projetar os carros que usuários pilotarão por esses caminhos.