O brasileiro em geral ainda não tem o costume de poupar/investir para o longo prazo, quando o faz a primeira alternativa enraizada na cultura local é a poupança. Hoje existem diversos tipos de aplicações, fundos de investimentos de todas as sortes, ações, investimentos alternativos entre outros…
Como parte do planejamento para uma aposentadoria tranquila ou segurança financeira dos filhos que acabaram de nascer é fundamental avaliar os principais ativos/produtos financeiros disponíveis, seus riscos e potencial rentabilidade. O assunto reforma da previdência ta na moda, mas eu não confiaria 100% na previdência pública quando o assunto é a minha aposentadoria ou a dos meus filhos.
Vou discorrer abaixo sobre alguns dos principais produtos, riscos e benefícios quando o assunto é longo prazo, seja para o motivo que for… Diversificar entre produtos pode ser uma estratégia inteligente para maximizar o potencial retorno e minimizar riscos.
Poupança: É o produto mais tradicional entre os poupadores brasileiros. A grande vantagem é ser isento de imposto de renda e ter cobertura de até R$250.000,00 do Fundo Garantidor de Crédito por CPF. Não importa a Instituição Financeira onde for contratado a rentabilidade será a mesma. A regra vigente dita a rentabilidade em 0,5% ao mês + TR (hoje quase zero) se a SELIC estiver acima de 8,5% ao ano. Caso a SELIC esteja abaixo de 8,5% ao ano (como é o caso agora), a poupança renderá 70% da meta da SELIC + TR (aproximadamente 0,37% ao mês atualmente).
É um excelente produto para o longo prazo por contar com uma série de benefícios fiscais. Outra vantagem é que existem tantas estratégias em fundos de previdência quanto em fundos tradicionais, podendo então ser escolhido um adequado ao seu perfil de risco (renda fixa, renda variável, misto, etc…) e maximizar a rentabilidade quando comparado com a poupança. O principal benefício fiscal é o fato de não existir o come cotas, ou seja, não existe cobrança de imposto semestralmente e o imposto é apenas cobrado quando no resgate. Isso faz uma grande diferença ao longo de muitos anos, pois o que teria pago de imposto continua rendendo ao longo do tempo. Como a ideia aqui é longo prazo, ainda no regime regressivo de tributação, depois de 10 anos, a alíquota cai para 10%, a menor entre os investimentos tributados. Ainda existem as modalidades PGBL e VGBL, com benefícios fiscais distintos e que devem ser escolhidos de acordo com a realidade do investidor. E a desvantagem? O risco… tenha certeza de ter escolhido um bom gestor e um fundo adequado ao seu perfil. Por último, se for entrar em um fundo de previdência privada, fuja de elevadas taxas de administração e se possível escolha um fundo isento de taxa de carregamento.
Apesar de tributados, tendem a render mais do que a poupança com a mesma ou maior segurança, além de não contarem com o limite de R$250.000,00 por CPF. Em teoria são os investimentos mais seguros por serem títulos do Governo (em tese o Governo é a última instituição a falir em um país). Todos os títulos do Tesouro Direto são de renda fixa, podendo ser pré-fixados ou pós-fixados e indexados à SELIC ou ao IPCA.
Você deve estar estranhando as Criptomoedas nesse artigo, mas são de fato ativos interessantes para compor uma carteira de longo prazo. As grandes vantagens das Criptomoedas são o seu potencial de valorização no longo prazo e não depender de um gestor ou Governo. Se o Governo falir, der o calote e a economia local naufragar? Todos os ativos acima descritos escoarão pelo ralo. E as Criptomoedas? As Criptomoedas são independentes e livres, portanto continuarão existindo com o seu valor independente da situação dos Governos e resgatável em qualquer lugar do mundo. E o risco? O risco é muito grande uma vez que as Criptomoedas são ativos novos e apesar do grande potencial de valorização podem simplesmente cair em desuso (pequena probabilidade) e o valor ir a zero. Não é sensato confiar 100% da sua aposentadoria ou a segurança financeira dos seus filhos em Criptomoedas, como não é sensato confiar 100% em um gestor ou instituição financeira e nem mesmo no Governo.
Em suma, pesquise e diversifique a sua carteira de longo prazo de forma a maximizar a rentabilidade e não se exponha em demasia a um único tipo de risco. Quais ativos e em quais proporções são perguntas individuais e intransferíveis cabendo a apenas você respondê-las. Não se omita e tenha uma aposentadoria tranquila financeiramente.