Definição:
“Um esquema Ponzi, também conhecido como pirâmide financeira, é uma fraude de investimento que oferece retornos altos aos investidores, mas não gera lucros reais. Em vez disso, os pagamentos aos investidores antigos são feitos com dinheiro de novos investidores.
Essencialmente, o esquema é um ciclo de pagamento com o dinheiro de outras pessoas, e quando a entrada de novos investidores diminui, o esquema desmorona, deixando os últimos participantes com perdas significativas.”
Introdução
Basicamente, o sistema financeiro mundial de 1971 para cá reflete perfeitamente a definição colocada acima.
O Brasil, a Europa, o Japão… Enfim, todos operam o mesmo golpe. Vou concentrar o texto nos Estado Unidos porque o Dólar é o chefe final, o “big-boss”, o grande e relevante golpe aplicado sobre o planeta.
Já escrevi sobre esse tema, mas talvez tenha falhado na didática para te explicar por que as moedas estatais se resumem à pirâmides financeiras, completas e totais fraudes, mas a didática do @Cole_Walmsley no X foi tão simples, que me inspirou a replicar sua clareza no texto desse mês, fazendo uma nova tentativa.
Como a taxa de juros deveria funcionar em uma teconomia?
Resumindo o resumo, quando a inflação está elevada, você sobe a taxa de juros de um país, desestimulando a economia e estimulando o dinheiro a ficar parado atrás de rendimentos pagos por esses juros, consequentemente reduzindo a inflação.
Quando a economia está parada, você baixa a taxa de juros, desestimulando o dinheiro a ficar parado no banco ganhando rendimentos e estimula gastos e investimentos em busca de maior rentabilidade, girando e aquecendo a economia e consequentemente pressionando para cima a inflação daquele país.
Esse mecanismo é calibrado de forma a perseguir a meta de inflação, que nos EUA é de 2% ao ano e no Brasil é de 4% ao ano.
A roda viva do financiamento Estatal
Quando a arrecadação de impostos não é suficiente para cumprir com o orçamento, Estados/Nações se financiam através de emissão de dívida. Aqui no Brasil, você já deve estar familiarizado com o Tesouro Direto, por exemplo. Nos EUA, esses instrumentos se chamam Treasuries, emitidas com prazos que variam de 1 mês e chegam até 30 anos.
No Brasil, o governo central apresentou déficit em 42 dos últimos 50 anos, e nos EUA não é muito diferente, com déficit em 43 dos últimos 50 anos, sendo que lá, o último superavit aconteceu em, pasmem, 2001, e mesmo em 2001, se contabilizarmos os juros da dívida que venceram naquele ano, o resultado nominal foi negativo.
Ao melhor estilo Ponzi, governos emitem novas dívidas para honrar com o pagamento de dívidas mais antigas, ou seja, a definição clássica de pirâmide financeira, quando o dinheiro que entra é utilizado para pagar o dinheiro que sai.
Como é feio chamar de pirâmide/ponzi, chama-se de “rolagem” da dívida.
Tudo muito bom, tudo muito bem… E assim, entre a rolagem de dívidas antigas e novos déficits ano após ano se acumulam quase USD 35 Trilhões em dívidas por parte do governo americano.
Mas aí é que vemos o “lambe gato”… Quem em sã consciência continua emprestando dinheiro para o cunhado afundado em dívidas e sem perspectiva de pagá-las???
Resposta: O próprio cunhado! Simples assim!
O maior comprador e o maior proprietário de títulos da dívida do governo federal dos Estados Unidos é o governo federal dos Estados Unidos.
Isso não é privilégio do Tio Sam. Aqui no bananal, se somarmos Banco Central da Banânia, Bancos Estatais e fundos de pensão estatais veremos que o governo federal compra títulos do próprio governo federal em proporção bastante similar ao que acontece nos EUA. O FED cria, o chimpanzé cópia, aliás, 182 nações do planeta rodam esse mesmo script.
Mas como é possível eu comprar a minha própria dívida? De onde vem o recurso?
A resposta é mais simples do que você imagina… Se você tem uma impressora de dinheiro e controla a emissão de moeda, tudo fica magicamente fácil.
Mas se eu posso imprimir dinheiro para comprar a minha própria dívida, o que poderia dar errado? Não é uma ideia simplesmente genial?
Algumas coisas podem dar bastante errado…
A mais óbvia delas é que, ao passo que você imprime dinheiro, você está diluindo toda a base monetária existente. Quando você faz isso, você gera inflação em sua forma mais pura, simples e elementar.
Gerar inflação te obriga a subir juros para tentar frear a economia. A taxa de juros nos Estados Unidos está na casa de 5.25%. Pague esse nível e juros sobre um bolo de USD 35 Trilhões (USD 35.000.000.000.000,00) e veja o que acontece com seu custo de financiamento dessa dívida, conforme demonstrado no gráfico que segue:
Existem bastantes motivos parta acreditar que a dívida cruzou o ponto de realimentação positiva, ou seja, cruzou o ponto de não retorno, o ponto do qual ela só vai crescer e nunca mais será paga.
Então, você magicamente anulou o funcionamento da taxa de juros na economia!
De forma bastante simplista e didática:
O que deveria ajudar a segurar a inflação (aumento da taxa de juros) está GERANDO MAIS INFLAÇÃO.
Juros elevados resultam em mais gastos do governo central com juros da dívida, que vão gerar maiores déficits, que vão gerar mais emissão de Treasuries, que serão cada vez menos procuradas, que consequentemente geram a impressão de mais dinheiro para o próprio governo comprar essas Treasuries dele mesmo, que pressiona a inflação por diluição da moeda, que exige taxas de juros ainda mais elevadas.
É uma espiral da morte.
Temos um Elefante na sala
A crise econômica de 2008 foi o gatilho que ensinou governos a monetizarem dívidas, ou seja, imprimir para comprar sua própria dívida.
Tudo caminhava relativamente bem até 2020, com juros próximos a zero ou negativos e inflação relativamente comportada, com o boom da tecnologia, ganhos de produtividade (forças altamente deflacionárias) e uma boa dose de mudança metodológica para cálculos dos números oficiais de inflação…
Mas enfim, veio a pandemia e os gurus e defensores da MMT (Modern Money Teory) acharam que seria uma excelente ideia pisar no acelerador da impressão de dinheiro e aumentar ainda mais os déficits…
Aconteceu o obvio, e a inflação apareceu em números extremamente desconfortáveis em todo o globo.
Se correr o bicho pega e se ficar o bicho come
Se o FED (ou insira o nome de seu BC predileto aqui) baixar os juros, a inflação que não cede vai subir porque a economia será estimulada e nos níveis atuais de dívida ele é obrigado a continuar imprimindo moeda e acelerando essa inflação.
Se o FED (ou insira o nome de seu BC predileto aqui) subir os juros, a inflação sobe porque haverá necessidade de imprimir ainda mais dinheiro que no cenário anterior para rodar uma economia baseada em déficits cada vez maiores.
Não há saída fora da TimeChain
Por um lado, o dólar é uma bomba relógio, por outro ele será o último a cair.
Certamente haverá tentativas de salvar o sistema, a mais inescrupulosas possíveis, como por exemplo, uma guerra de grandes proporções.
Haverá tentativa de outros estados se unirem e tentarem criar algo paralelo (China e Russia por exemplo) ao melhor estilo teoria dos jogos.
Será em vão. Todas as moedas fiduciárias são esquemas pirâmide fadadas ao colapso.
E esse é o principal motivo pelo qual a única alternativa hoje conhecida pela humanidade vai prosperar de maneira brilhante.
O Bitcoin representa a separação do Estado e do dinheiro e você, que agora entende o problema e sabe porque sua moeda é um esquema fraudulento de pirâmide financeira, agora, tem como se proteger.
Um dinheiro inovador, limpo, cuja regra de emissão está fora do alcance de burocratas, global, líquido, auditável e transparente.
Figura bônus, poder de compra do USD nos últimos 120 anos
Não me perguntem a base de tempo do colapso final, mas o fato que seguros se adquirem antes dos acidentes fatais.