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Blog da HashInvest

Futurologia e conversa fiada

Postado em 19/02/2024

Nome do Autor luis

O ano de 2023 foi muito interessante e marca a virada do urso para o touro nos meses recentes. Lembre-se que essa virada não é uma chave, não se identifica quando se acorda um belo dia dizendo “o bear market acabou”. Essa conclusão é tirada a partir da materialização de uma sequência de fatos observada em perspectiva, e sendo assim, mais de 140% de valorização no Bitcoin e mais de 85% de valorização no Hash5 confirmam essa narrativa.

              Para 2024 temos bastante água para passar debaixo de nossa ponte, com coisas promissoras e coisas sombrias no radar. Palpitar eventos futuros é sempre um exercício arriscado, pois a probabilidade de estar errado é sempre significativamente alta. Feito o disclaimer, vamos lá aos meus palpites.

ETFs

              Wall Street já dá como certa a aprovação de uma dúzia de ETFs spot de Bitcoin já para janeiro de 2024. Está no preço? Não está no preço? Haverá um “dump” ao estilo “compre a notícia e venda o fato” ou haverá um FOMO descontrolado para entrar? Não vou chutar o palpite de curto prazo.

              Minha previsão é que defato sejam liberados os ETFs e que no longo prazo, os ETFs spot serão o veículo preferido das instituições que buscam exposição ao Bitcoin de maneira pouco burocrática e regulada pelo governo. Não tenham dúvidas de em que isso acontecendo, a tendência é que bilhões e mais bilhões fluam anualmente para o nosso mercado.

              A parte feia e sombria dos ETFs é que a partir do momento que existe o tal “veículo regulado pelo governo”, as demais alternativas passarão a ser perseguidas. Bitcoin em ETF é Bitcoin censurável pelos governos e isso é bom… somente para os governos.

              Já existem até mesmo conversas de que Bitcoin em ETF terá incentivo de impostos menores e Bitcoin em auto-custódia será taxado com grandes alíquotas sobre ganho de capital. Ninguém faz a menor ideia se isso vai para frente ou não, mas já tem projeto de lei no senado americano promovido e financiado por lobistas banqueiros querendo facilitar a vida dos amigos do rei e dificultar a vida do plebeu comum que tem seus Satoshis em casa. Veremos.

Halving

              Nessa altura do campeonato imagino que você já saiba como são emitidos novos Bitcoin, logo não vou explicar pela centésima vez… Hoje são emitidos 6.25 novos BTC a cada 10 minutos (aproximadamente).

              É previsto que em Abril de 2024 ocorra o Halving, ou seja, o corte pela metade na emissão de novas moedas, para 3.125 novos BTC a cada bloco minerado.

              Os entusiastas do Halving alegam que, com a diminuição da oferta o preço tende a subir. Some a diminuição da oferta com a demanda promovida pelos ETFs e veja a mágica da multiplicação de preços acontecer.

              Os menos emocionados afirmam que o volume de negociação diário nas exchanges e balcões OTC é tão grande que a emissão de novos BTC é irrelevante, sejam 6 ou 3 a cada 10 minutos, perto do volume transacionado diariamente, a emissão é estatisticamente irrelevante.

              Eu como bom palpiteiro acho que a verdade está no meio termo entre os promissores e os sombrios e que de fato, no longo prazo, os otimistas estão mais certos, só não concordo com a base de tempo, que em minha opinião será muito mais dilatada. Sendo claro, creio sim que haverá um efeito de aumento de demanda promovido pelos ETFs a ser somado com a escassez programada de um novo Halving que fatalmente vai pressionar preços para cima, lentamente e não do dia para a noite.

CBDCs

              Aqui é tudo sombrio e nada promissor. As “Central Bank Digital Currencies” são instrumentos de censura e totalitarismo estatal.

              Governos vendem suas criptomoedas estatais como sendo o “bitcoin do bem que é garantido pelo governo”. Elas de fatos possuem muitos dos atributos do Bitcoin, exceto o que dá valor a ele, a sua incensurabilidade.

              CBDCs vão permitir taxas de juros variáveis conforme seu score social. Se vpcê xinga o STF em rede social você tem juro negativo, se faz o L você tem juro positivo, por exemplo… Se extrapolar sua cota de carne mensal, suas CBDCs somente poderão ser usadas para comprar farinha de grilo…

              Não estou dizendo que vai acontecer amanhã, estou exagerando e sendo extremista para ilustrar de forma lúdica as possibilidades tirânicas que serão habilitadas com essa maligna tecnologia vendida como linda e cheirosa para você.

              Em 2024 elas começam a dar as caras na rua, aqui no Brasil ela se chamará DREX. Fique o mais longe possível desse lixo tóxico que você conseguir.

ATH

              A história não se repete, mas rima. Como escrevi no início do texto, 2024 começa em estágios inicial de um Bull Run.             Não existe como saber se de fato o Bitcoin e o Hash5 vão romper máximas históricas, mas já vimos filmes bastante parecidos no passado.

              Eu acredito que, em não havendo eventos catastróficos em nosso mercado (como por exemplo, um eventual colapso do Tether ou coisa parecida) a tendencia é vermos a moedinha laranja romper máximas históricas em um novo ciclo de prosperidade.

              Esse é o ciclo dos institucionais, não sei quanto tempo vai durar e nem se estou correto, mas ainda acho que antes do “padrão Bitcoin” ainda haverá mais um ciclo, o dos governos.

              Aproveite o ciclo dos institucionais, que tende a fazer o ciclo anterior tão pequeno quanto o ciclo de 2021 fez parecer o 2017, assim como o de 2017 minimizou o de 2013…

Vira Casaca

              Posso praticamente cravar que em 2024 você vai ver grandes mudanças de narrativa a cerca do Bitcoin. Críticos, detratores, Farial Limers e jornalistas comentaristas vão todos subitamente morrer de amores pela moedinha laranja.

Eles não serão iluminados por São Satoshi, serão apenas comprados e remunerados por BlackRocks e Fidelitys da vida. Como o Bitcoin está sendo financializado e tomado de assalto pelos amigos Rei, haverá necessidade dessa campanha.

              De repente, seu gerente do banco que mandava você ficar longe da pirâmide amaldiçoada que só serve para financiar o terrorismo vai te recomendar ter alocação em Bitcoin porque agora o sistema está maduro e nas mãos de “profissionais”.

              Vai ser engraçado usar o histórico de prints dessa mesma turma. Enfim, o saldo disso será positivo, em especial para o preço. O Bitcoin passará de vilão a mocinho, desde que em custódia censurável, o que vai colar com muito otário por aí.

Cooptação do ecossistema

              Uma possibilidade não desprezível é que o conjunto de leis e regras a serem criadas aniquile pequenas empresas e seja apenas favorável aos grandes negócios.

 A consulta pública do banco Central dá algumas pistas dos mecanismos que serão utilizados para cooptar o sistema, como por exemplo a imbecil e esdrúxula ideia de um “fundo garantidor de crédito” para investimento em Criptomoedas. A pergunta é, se a custódia é não fracionária e o custodiante precisa ter 100% dos fundos, porque diabos é necessário um “Fundo Garantidor de Crédito”. Aliás, nem existe o conceito de crédito, a não ser que comecem a operar em modo pirâmide, ops, quer dizer, do modo como os bancos operam hoje.

              Outra carta na manga será a exigência de autorização específica do banco central e o requisito de capital. Se “bem” desenhado pelos burocratas com segundas intenções, 100% do mercado fica exclusivamente para os bancos.

              Só faltou combinar com os russos… O Bitcoin é incensurável e a depender do conjunto de regras vai acontecer aqui o que aconteceu em TODOS os lugares onde algo parecido foi feito, o mercado negro florescerá.

              O mesmo vale ao redor do globo…

Um novo El Salvador

              Em 2024 mais alguma nação irá adotar o Bitcoin como moeda de curso legal, assim como fez El Salvador.

              Com a apreciação em preço, logo a pequena nação centro americana deixará de ser motivo de chacota e se transformará magicamente em exemplo a ser seguido.

              Meu palpite é que mais alguma pequena nação siga esse passo, e quem sabe e porque não, eventualmente, alguma nação relevante (algum país árabe por exemplo).

Manual para navegar em 2024

              Nada de novo no front. Preço médio, canja de galinha e cautela. Compras recorrentes sem ter o objetivo de acertar o timing preciso.

              Lembre-se que Bull Markets são voláteis, muito voláteis mas que na média as coisas vão para o lado de cima.

Se você tem um objetivo, um sonho a realizar (uma viagem, um carro, um curso de culinária em Paris) realize seu sonho assim que possível.

              Se não precisar da grana, tenha estomago para a volatilidade e com as informações disponíveis, é possível argumentar que o próximo ciclo depois desse (o dos governos lembra?) será o definitivo e final.

Se seu horizonte comporta a 8, 10 ou 15 anos, compre um bocadinho todo mês e seja feliz, basta fazer o que muitos poucos conseguem, que é encarar mais um urso daqui algum tempo…

Não deixe o cavalo encilhado passar pela 4 (QUARTA VEZ) na sua frente sem fazer nada. Dessa vez dificilmente vai ser diferente.

No demais, meu sincero agradecimento a cada um que lê essa newsletter. Desejo a todos um 2024 espetacular, muita saúde, uma vida longa e próspera.

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Blockchain como Infraestrutura o Mercado de Capitais

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A maneira como os blockchains e as criptomoedas são percebidos pelos gestores financeiros está evoluindo rapidamente.  Este ramo, que até pouco tempo era renegado e ligado fortemente a hackers e fraudes, teve uma mudança de perspectiva importante no começo deste ano com o lançamento dos ETFs na bolsa americana e, mesmo com esse grande avanço, muito mais está por vir.

Em março a Black Rock, maior gestora de ativos do planeta, lançou o BUILD (BlackRock USD Institutional Digital Liquidity Fund), o seu primeiro fundo tokenizado.

Um token é um “certificado de propriedade” que representa ativos do mundo real (como imóveis, ações, títulos ou commodities) em um blockchain. Ou seja, a infraestrutura de redes como Bitcoin, Ethereum e Solana é usada para representar coisas/estruturas que vão além de moedas.

Em um fundo tokenizado, como o BUILD da Black Rock, a gestora utiliza tokens para representar os ativos do fundo, neste caso específico, Títulos do Tesouro Americano e Dólares Americanos.

O que deixa esta história interessante, é que a Black Rock não é a única interessada em tokenização, notando-se movimentos similares em diversos setores.

Por exemplo, o Tether Limited Inc., empresa que emite a moeda com preço atrelada ao Dólar, lançou recentemente o Tether Gold. Neste caso, cada token emitido representa uma quantidade de ouro armazenada em bancos da Suíça.

A Consultoria McKinsey projeta em seu cenário base que o mercado de ativos tokenizados atingirá um tamanho de quase USD $2 trilhões até 2030.

Dentre as vantagens que levam a esse interesse na tokenização, podemos citar liquidações instantâneas 24/7, maior transparência e eficiência, aliada a redução no custo. Para quem opera cripto, nada demais, mas para o mercado financeiro tradicional, isto traz oportunidades significativas.

Em resumo, a gestão de ativos cripto pode evoluir do simples acúmulo de criptomoedas para a criação de produtos multi-ativos com sua gestão e distribuição ocorrendo através dos blockchains. Blockchains estes que até pouco tempo, eram coisa de bandido.

30 ANOS DO PLANO REAL

30 ANOS DO PLANO REAL

Em 01/07/2024 o Real completará 30 anos de circulação. Na verdade, o plano real, pois tudo começou através de medidas provisórias na qual a moeda era chama de URV, posteriormente convertido para o Real na cotação de 1 para 1.

Temos motivos para celebrar ou não? Aprendemos algo com o passado?

Ao final do regime militar no Brasil e período de redemocratização (na medida do possível em uma frágil democracia, mas ao menos o fim de uma ditadura escancarada) o país passou por diversas crises econômicas desencadeando o pior dos impostos de maneira exacerbada: inflação (no caso hiperinflação). Os governos sempre tiveram o hábito de exaltarem seu governo e culparem algo externo a eles na totalidade. Parece que alguns hábitos nunca se perdem…

A inflação ao final dos anos 1980 e início dos anos 1990 vinha escalonando de forma abrupta e a cada plano que tentava controlar artificialmente a inflação ela voltava com ainda mais intensidade. Logo antes do plano real o Brasil chegou a bater um IPCA (oficial) de 2.500% ao ano. Os mais antigos devem se lembrar de coisas como overnight, remarcação de preços no supermercado diversas vezes ao dia (existia uma profissão que era etiquetador de preços) e a corrida ao supermercado nos dias de pagamento.

Vamos voltar um pouquinho mais…

Durante o governo Sarney foram 3 as tentativas de conter a inflação. Em 1986 foi a vez do plano cruzado, onde a moeda sofreu um corte de 3 zeros e houve congelamento de preços e da taxa de câmbio oficial. Em 1987 foi a vez do Plano Bresser que tentou a já ineficaz estratégia de congelamento de preços. Em 1989 como última cartada do governo Sarney tivemos o Plano Verão em 1989 com um novo corte de 3 zeros na moeda renomeando a moeda para Cruzado Novo, e novos congelamentos de preços e taxas de câmbio.

Já no governo Collor, em 1990 foi o Plano Collor 1 que ficou famoso pelo confisco da poupança popular e criação de novos impostos como o IOF (imposto sobre operações financeiras). Em 1992 veio o Plano Collor 2 com novos congelamentos de preços e agora também o congelamento de salários. E já não bastasse o confisco do plano anterior na poupança popular, a equipe econômica decidiu proibir os depósitos overnight.

Uma coisa comum a todos esses planos foi uma queda artificial (e muito dolorosa para a população) com um repique muito mais acentuado da inflação na sequência.

Em 1994, durante o Governo Itamar Franco, foi implantado o Plano Real. Primeiramente com a URV (CR$2.750 = US$ 1,00 = R$ 1,00). O início da circulação da URV (posteriormente batizada de real) foi em 01/07/1994. O plano real teve suas crises, mas é fato que devolveu a estabilidade mantendo a inflação oficial em patamares inferiores a dois dígitos anuais. Em retrospectiva foi um sucesso!

E agora, 30 anos depois?

Um pequeno exercício da um pouquinho da dimensão do que é a inflação. Nesses trinta anos de “estabilidade”, o não tão poderoso real também perdeu seu poder de compra, às vezes mais rápido, às vezes mais devagar. R$1,00 em 1994 podia comprar uma série de coisas… em 2024 a cédula de R$1,00 não existe mais!

Em 1994 um pãozinho de sal custava R$0,10. Hoje é difícil comprar um pãozinho por menos de R$1,00. Um litro de gasolina custava R$0,55 em 1994 e hoje é difícil abastecer por menos de R$5,50 o litro. E isso vale pro leite, pro ovo e pra banana também…

Um ponto importante e que não pode ser esquecido, é que o descontrole para o monstro da inflação pode ser fatal. É fácil voltarmos ao período de hiperinflação, mas é cada vez mais difícil sairmos dele (olhe nossos vizinhos Hermanos) uma vez que o nosso sistema e ferramentas tradicionais estão desgastadas e perto de um colapso (crescimento da dívida, aumento de carga tributária, PIB praticamente estagnado por décadas e irresponsabilidade fiscal). Ninguém torce por isso, mas sempre que palavras como intervenção, confisco, congelamento voltam a circular o medo do monstro da hiperinflação volta a rondar.

Qual ativo hoje existente e acessível, que não existia em 1994, é imune em seus fundamentos às palavras (confisco, intervenção etc.) e ações de governos que podem acordar o monstro da hiperinflação?

Uma dica: Não é o Bitcoin do banco Itaú!

10 anos de minha primeira iniciativa com Bitcoin

10 anos de minha primeira iniciativa com Bitc

Essa semana me dei conta que em julho faz 10 anos de minha primeira iniciativa para que amigos próximos entendessem e entrassem no Bitcoin, e desde então venho fracassando consistentemente nessa missão.

O ano era 2014 e eu estava apaixonado pela moedinha laranja. Era o chato do Bitcoin, só via Bitcoin, tudo era Bitcoin. Havia recém voltado de Amsterdam de minha primeira conferência de Bitcoin.

Na ocasião, meu sócio que se senta a minha frente foi persuadido a programar um bolão da copa do mundo em Bitcoin, na qual as apostas para participar e os prêmios eram em Bitcoin.

O bolão em si era o de menos, a tentativa era ser lúdico e mostrar o futuro às pessoas queridas, que através de um uso prático, criassem carteiras, transacionassem, enfim, uma brincadeira para quebrar a barreira inicial.

Deu errado.

– “Muito complicado”

– “Faz pra mim, depois te pago”

-“Legal, mas não tenho tempo”

-“Você é maluco”

-“Você precisa arrumar um emprego”

O preço na ocasião? Na casa dos USD 300 (Trezentos dólares), morro abaixo, logo depois de ter ultrapassados os USD 1.000 pela primeira vez durante o stress bancário na Grécia.

Deveria ter parado por aí, mas não… Vem o ano de 2017, lá por julho, e a ideia de montar a HashInvest. Se lá em 2014 a turma ignorou e não veio, então, vamos criar uma ferramenta que permita as pessoas a embarcarem sem sofrer, com baixíssima complexidade, e então começamos.

 Abrimos as portas em novembro e logo em seguida o Bitcoin ultrapassa a marca de USD 10 mil pela primeira vez na história.

Dessa vez logrei algum êxito e o sucesso foi ligeiramente maior que no bolão de 2014. Empolgados pela euforia do mercado e com o noticiário naquele ano, dessa vez alguns bem-sucedidos amigos próximos finalmente entraram no Bitcoin.

Qual era a minha esperança? Que começassem a ler os conteúdos por aqui e que começassem a voar por conta própria. Não foi o que aconteceu.

A única recomendação que dou explicitamente é a de fazer preço médio, o que que ninguém faz é o preço médio. A turma comprou em 2017 e a grande maioria simplesmente deixou lá, sem novos aportes, sem estudar por conta própria e ficaram demasiados insatisfeitos quando o pico de USD 20 mil derreteu pelos anos a seguir, e o pior, agora a culpa era minha.

Em 2019 e 2020 resolvemos que era hora de fazer marketing digital. Investimos em Instagram, conteúdo, linkedin, podcast e os cambau…

Nada efetivo, pouco resultado. Acabou que nos dias atuais temos o mínimo, mas bem diferente do que já foi no passado. As pessoas simplesmente não vieram, logo, vamos ficar por aqui somente para reafirmar que estamos por aqui e estamos vivos.

O preço na época era em torno dos USD 6 mil dólares por Bitcoin, com direito a uma excursão na casa dos USD 3 mil alto no fatídico Corona Day.

Veio mais um bull market, dessa vez em 2021. Vimos o Bitcoin saltar para USD 69 mil dólares e quando a farra se aproximava do fim é que os clientes começaram a chegar…

A gente fala que bitcoin se compra todo dia, no preço médio, mas a pessoa quer comprar depois que a euforia tomou conta da internet… Caímos para a casa dos USD 15 mil e por lá ficamos até meados de 2023.

Com a chegada dos ETFs e dos institucionais, o Bitcoin começou a tracionar mais uma vez um novo All time High na casa de USD 73 mil foi visto há poucos meses nesse ano de 2024, mas diferentemente dos outros Bull Markets, dessa vez o varejo não veio, pelo contrário, quem levou prejuízo entrando no topo de 2021 acabou por “aproveitar a chance” e ir embora de vez.

Hoje, especificamente dia 24 de junho de 2024 enquanto eu escrevo esse texto o Bitcoin “derrete e agoniza” em USD 60 mil.

Dos tais amigos próximos, ainda sou taxado de louco. Recorrentemente o que escuto é que

-“Você teve sorte”

-“Deveria ter te escutado lá atrás, mas hoje está muito caro”.

-“Você ainda tá naquele negócio de Bitcoin?”

-“Ainda tenho aquela grana lá de 2017, ta bom né… Qualquer dia ponho um gole a mais”

Hoje ainda sou o chato do Bitcoin, mas diferentemente do passado, somente quando sou perguntado. Quando não questionado, converso de cervejas, de viagens, do clima, de amenidades em geral, mas só falo de Bitcoin com quem me pergunta.

Mesmo quem me pergunta se recusa a aceitar a realidade. Por mais dados que sejam entregues, demonstrados, a alocação de recursos vai majoritariamente… Para a renda fixa em Reais. É ultrajante e embaraçosa a sensação de incompetência que me acomete.

Vejam os marcos de preço desse texto…

USD 1000, USD 300, USD 10.000, USD 20.000, USD 6.000, USD 3.000, USD 69.000, USD 15.000, USD 73.000, USD 60.000…

Quando estava em USD 1 mil, estava caro demais, e quando estava em USD 300, ainda bem que não entrei nessa fria.

Quando estava em USD 69 mil, estava caro demais, e quando estava em USD 15 mil, ainda bem que não entrei nessa fria.

Quando estava em USD 73 mil estava caro demais…

Todos os anos escrevo ao menos uma newsletter com cálculos detalhados de preço médio, geralmente com aporte mensal e começando em épocas muito ruins (primeiro aporte num all time high por exemplo) e todos os anos demonstro com dados que se você fizer DCA de modo disciplinado a sua probabilidade de multiplicar o patrimônio é significativamente alta e seu risco é relativamente baixo. Fazendo isso você bate TODOS os CDBs, CDIs, Tesouros e índices de bolsa que pode encontrar por aí.

No fim do dia… São 5 os clientes que praticam o preço médio…

Quanto a mim? Começando a pensar com mais carinho na ideia de aposentadoria.  A Hashinvest não é exatamente uma necessidade nessa altura da vida, afinal, dizem por aí que “dei sorte!”.

Gostaria de ter convertido muito mais gente do que de fato converti e passados 10 anos, sinto que está se aproximando a hora de admitir que é bastante provável que eu não seja a pessoa certa para esse trabalho.