Javier Milei, economista e libertário, foi eleito no último dia 19 de novembro como o novo presidente da Argentina. Milei derrotou no segundo turno o atual ministro da economia e que representava a continuidade do peronismo. A Argentina passa por uma grande crise financeira tendo sua moeda sofrido forte desvalorização e a inflação oficial na casa dos 140% ao ano.
Sem nenhuma dúvida, é possível afirmar que a eleição do controverso Javier Milei é um basta da população ao peronismo. Um basta da deterioração da economia e das diversas restrições à circulação de capitais impostas pelo regime vigente. Mas independente do basta, as propostas de Javier são factíveis e coerentes ou não passam de devaneios de campanha?
A coligação de Milei tem o nome de “A Liberdade Avança” e o candidato eleito não poupará esforços em busca desta tal liberdade. Entretanto seu partido tem minoria no congresso e aparentemente as pautas mais radicais podem enfrentar dificuldades de tramitação.
Entre as maiores novidades, na qual bateu bastante na tecla durante a campanha, estaria fechar o Banco Central da Argentina e dolarizar a economia. Muitos analistas, obviamente de diversas correntes ideológicas, projetam desde a ressurreição da economia Argentina até a implosão final. Fato é que se implementado, apesar de parecer impossível com o congresso eleito, o fechamento do Banco Central Argentino significaria a Argentina abrir mão da política monetária. Para a maioria dos usurpadores da população através do Estado esse seria o maior tiro no pé, pois tiraria do Estado a possibilidade de intervir mais diretamente no valor do dinheiro e da inflação, entretanto para aqueles que acreditam que quanto menos o Estado intervir melhor parece fazer todos sentido. Entretanto, nesse caso ele estaria terceirizando, pois ao utilizar o dólar americano ele perde a autonomia sobre a política monetária sem eliminar de fato interferência em relação à política monetária. Seria algo similar ao que vários países que adotaram o Euro enfrentam, porém sem direito a dar seus pitacos. Uma solução “definitiva” seria bitcoinizar a economia Argentina, nesse caso se o objetivo fosse eliminar por completo a interferência do Estado na determinação do valor do dinheiro. Talvez seja um caminho começando pelo fim do peso, quem sabe… Mas as restrições para esse plano não ficam apenas por conta do congresso, faltam reservas internacionais para o Estado funcionar caso a moeda fiduciária da argentina seja eliminada. Ou MIlei é um libertário raiz que tem por objetivo abolir o governo ou, o que acho mais provável, sejam promessas de campanha baseadas em desejos, porém distantes de seus objetivos práticos.
Na prática, se conseguir implementar suas metas iniciais, pode de fato ajudar aos hermanitos ter um sopro de esperança. Metas que apenas aqueles que são contra à instituição “Governo” seriam capazes de lutar de corpo e alma. Javier Milei diz que vai desinchar o Estado de bate pronto. Dentro do plano tem a redução do funcionalismo, de despesas em geral junto com uma série de privatizações. Quer simplificar praticamente todas as verticais do governo de forma a dar transparência e assegurar um segurança e estabilidade jurídica. Tudo pela tal liberdade.
A teoria é linda, o desafio enorme. Partindo de que ele realmente é bem-intencionado, que os processos serão bem conduzidos e que o congresso irá colaborar, ele tem um curtíssimo prazo para colher frutos de forma convincente, caso contrário, estará contratando o retorno de algum peronista nas próximas eleições.
A nós resta torcer pelos nossos hermanitos e acompanhar, com bastante torcida para que possamos aprender com nossos vizinhos que é possível reverter décadas de retrocesso e que menos às vezes é mais. Menos Estado é Mais Liberdade e prosperidade para todos.