Sempre vemos várias notícias associando a tecnologia do blockchain e criptomoedas a ataques de “hackers” e fraudes. Isto pode dar a falsa impressão de que se trata de uma tecnologia insegura e facilmente corruptível, mas na verdade, é bem o contrário.
A sua natureza descentralizada, que não fornece uma entrada “hackeável” que exponha conjuntos inteiros de dados, e o funcionamento baseado em criptografia, fazem com que as redes baseadas em blockchain sejam muito seguras. Inclusive, muitas empresas vêm propondo utilizar o blockchain nas mais diversas áreas justamente para aumentar a cibersegurança.
A IBM, por exemplo, está usando a tecnologia blockchain para melhorar a segurança em redes de IoT (Internet das Coisas), famosas por serem frágeis a ataques cibernéticos. A solução proposta pela IBM é transmitir dados oriundos de redes IoT usando blockchains, tornando assim mais fácil a verificação da origem e integridade das informações.
Uma aplicação prática deste modelo seria na manutenção de máquinas críticas. De motores a elevadores, o blockchain forneceria um registro à prova de adulteração dos dados operacionais e da manutenção resultante. Parceiros de reparo terceirizados podem monitorar o blockchain para saber a hora de realizar manutenção preventiva e registrar seu trabalho de volta no blockchain. Estes registros operacionais também serviriam de provas/evidências frente a entidades governamentais e agências reguladoras.
Dentre as empresas do setor cibersegurança que utilizam blockchain e que merecem destaque, temos a GuardTime. Esta companhia assinou um contrato com a Lockheed Martin, uma das maiores empresas de defesa dos Estados Unidos e do mundo. O objetivo deste contrato é integrar a tecnologia blockchain da GuardTime nos processos de gestão de risco da cadeia de suprimentos, engenharia de sistemas e desenvolvimento de software. Este contrato faz da Lockheed Martin o primeiro fornecedor de defesa dos EUA a incorporar a tecnologia blockchain em seus processos de desenvolvimento.
Fazer parte da cadeia de suprimentos/serviços do Departamento de Defesa americano é extremamente complexo e isto mostra o grau de maturidade de GuardTime. Além disso, a forma como a GuardTime usa a tecnologia blockchain é aplicável em diversas outras áreas. Por exemplo, a solução também foi selecionada pelo Serviço de Informação Judicial Holandês (Justitiële Informatiedienst) para fazer autenticação em serviços digitais, seguindo os passos de outros países como Estônia e Tailândia.
Também temos propostas de uso do blockchain para aumentar a cibersegurança de pessoas comuns. Por exemplo a Remme propõem usar o blockchain eliminar as senhas de acesso. Pode parecer pouco, mas este é um dos principais pontos de ataque hackers (até porque mais de 80% das pessoas admitem usar uma mesma senha para diferentes sistemas).
A Remme introduziu uma solução baseada em blockchain para autenticação de usuários que, em vez de depender de senhas, utiliza chaves digitais criptográficas. Estas chaves são muito mais difíceis de comprometer, o que torna a autenticação mais segura e eficiente, ao mesmo tempo que reduz a necessidade do usuário de lembrar e gerenciar várias senhas.
Esses exemplos ilustram como a tecnologia blockchain está sendo aproveitada para melhorar a cibersegurança em vários setores. À medida que as ameaças cibernéticas continuam a evoluir, espera-se que a aplicação do blockchain na cibersegurança se torne cada vez mais importante.