Hoje é dia de te contar por que todo mundo está feliz com a potencial chegada da BlackRock ao mercado.
Como sempre, a chegada institucional ao Bitcoin é uma faca de dois gumes. Se por um lado fere os conceitos puros e traz consigo a financeirização tradicional do ativo por outro tem potencial de multiplicar o seu preço e finalmente acelerar a hiperbitcoinização.
O fato é que a chegada de uma BlackRock não muda a emissão do Bitcoin, não muda o acesso democrático ao Bitcoin, não muda a regra Peer-to-peer, não muda a mineração…
Na prática, ela tende a mexer somente com preço mesmo, e independente do lado em que você esteja, meu amigo, o que pode acontecer com o preço agrada muito.
E hoje vou tratar do assunto preço mesmo, nada conceitual e filosófico a respeito da moedinha mágica da internet, apenas dólares mesmo.
Mas quem é a tal BlackRock?
É simplesmente a maior gestora de ativos do planeta, com quase 10 Trilhões de dólares sob gestão, e daí?
Começamos com a capitalização de mercado do Bitcoin, hoje na casa USD 500 Bilhões, ou seja, ela sozinha é quase 20x o tamanho do Bitcoin em valor de mercado. Se ela entrar, o preço do Bitcoin vai ter que necessariamente crescer para acomodar os gigantes e suas quotas.
Mas esse não é o ponto o ponto mais interessante, o ponto mais interessante é o poder dessa instituição.
Para não o texto não ficar muito grande, vamos dar uma olhada apenas nas 5 maiores empresas dos Estados Unidos e ver quem são os maiores acionistas.
Começando por Apple
Agora Microsoft
A vez do Google
Chegamos na Amazon
A recente queridinha da AI, a NVIDIA
Notaram um padrão de quem é dono de literalmente tudo que tem valor, sempre os mesmos. E quem está ali no meio? Sim, a BlackRock.
A Vanguard não é listada, logo seus acionistas não são públicos, mas sabemos que a Vanguard possui quase 10% da BlackRock que deve possuir uma significativa parte da Vanguard, e sim, é desse jeito que a coisa funciona.
E por aí vai, além das 5 maiores, tudo, literalmente tudo tem participação expressiva da Blackrock. Agro, BigPharma, indústria, suprimentos militares, aviação… Literalmente tudo.
É preciso encarar o fato de que por mais rebelde e anti-establishment que você queira ser, esses caras mandam no mundo. Estão no conselho de administração de uma parte relevante do PIB mundial, conversam diretamente com governos e bancos centrais.
Por anos eles tentaram através da mídia e dos próprios governos aniquilar o Bitcoin, sem sucesso, pois falharam em agir enquanto ele era muito pequeno e, agora, embora ainda pequeno, já não morre mais com um estalar de dedos.
No melhor estilo do “se não pode vencê-los, junte-se a eles” a BlackRock, a Fidelitiy e mais 4 outras gestoras entraram com seus pedidos de fundos ETF spot de Bitcoin, ou seja, fundos que precisam possuir o Bitcoin, e não apenas os seus derivativos.
Não temos como saber se o regulador americano, a SEC, vai atender ao pedido de seus amigos, mas sabemos que é a primeira vez que amigos, literalmente dentro do fechado círculo do poder americano estão pedindo algo parecido.
Agora chega a hora de analisar potenciais cenários.
Se o ETF Spot da BlackRock não sair, fica tudo como está e a vida segue.
Se o ETF Spot da BlackRock sair, simplesmente não existe Bitcoin em circulação para atender a demanda. O que acontece quando a demanda é exponencialmente maior que a oferta?
Existe uma assimetria de risco muito interessante em cima da mesa que poderá mudar o status do Bitcoin e não há muito tempo para agir e se posicionar, serão alguns poucos meses.
Em caso de um sinal positivo da SEC, o preço reage do dia para a noite, literalmente. Façam seus prognósticos!