Na quarta feira dia 18/04/2023 descobrimos o real teor do texto do “Novo Arcabouço Fiscal”, discutido no texto a seguir assinado pelo Gerson, e por aqui discuto os caminhos possíveis para o nosso Brasil.

Você pode varrer a sujeira para debaixo do tapete por algum tempo, e mais cedo ou mais tarde, ficará evidente que há uma montanha de sujeira embaixo do tapete, mas e aí, o que o futuro nos espera?

Conhecemos alguns fatos que podem nos ajudar a ter um bom palpite sobre o que tende a se o cenário de maior probabilidade.

Começamos 2023 com uma sequência de aumentos de gastos do governo central. Militares, judiciário, todo o funcionalismo federal, bolsas de mestrado e doutorado, volta de penduricalhos para magistrados etc. Um pacote ilimitado de bondades com o dinheiro dos impostos.

Quais são as alternativas que estão postas para o Brasil? Sigo com 3 hipóteses:

– Um crescimento robusto do PIB

– Um aumento fervoroso da carga tributária

– Um crescimento da arrecadação através da inflação

Qual a probabilidade de cada uma das três soluções acima acontecerem? De forma única ou combinadas entre si?

Assumindo a primeira hipótese, temos um agronegócio pujante, que associado ao fato das importações em queda, ajuda a manter um sólido saldo positivo de dólares para o país, mas que sozinho parece não ter capacidade de carregar o piano dos demais setores.

Vejam que um importante termômetro da indústria, o setor automobilístico está praticamente paralisado, com as principais montadoras do país em férias coletivas ou com contratos de trabalho suspensos.

O Setor de serviços apresentou uma queda nacional, embora estados do sul tenham apresentado crescimento. Apesar dos sinais trocados, podemos afirmar com base nos dados oficiais que o saldo geral é pesadamente negativo.

Para concluir a análise do cenário de forte crescimento, vou sugerir buscar inspiração no próprio governo central, que ao que parece, já entregou os pontos e não considera mais haver essa chance.

O governo sinaliza que entende que crescimento é uma opção descartada ao protagonizar uma ferrenha briga midiática com o banco central onde é possível afirmar que todos os envolvidos estão errados. Em português bem claro, o governo já preparou o cenário para dizer que culpa do não crescimento do PIB é integralmente do BC, ou seja, o governo já sabe que o gato do crescimento subiu no telhado.

Descartado o aumento robusto do PIB pelo próprio governo, sobram sobre a mesa as opções de inflação e aumento de tributos.

Aqui não interessa se sua camisa é branca, vermelha ou verde-amarela, o fato é que se faz necessário encarar que do jeito que estão as contas públicas, simplesmente não existe dinheiro o suficiente para fazer frente aos gastos contratados. Há mais despesa programada do que receita.

Sabemos que a opção do crescimento da arrecadação como fruto de aumento do PIB e produtividade não vai acontecer. Como então conseguir mais dinheiro?

Vamos ao segundo cenário, aquele do aumento de tributos.

O governo ensaia, ensaia, ensaia, mas parece sem munição real. O Brasil já está num limite técnico (os curiosos podem pesquisar por “curva de Laffer”) em que um aumento das alíquotas tende a reduzir arrecadação porque simplesmente é mais fácil largar mão do que continuar empreendendo.

De novo, observando a realidade dos acontecimentos, parece não haver ambiente na sociedade para o efetivo aumento da carga tributária, como pode ser visto no caso da batalha das “brusinhas” da Shein, que obrigou o governo recuar.

Resta o contorcionismo retórico, em que o governo não taxa, ele reonera, ele suspende gastos tributários… Enfim, uma coleção de eufemismos para o bom e velho imposto.

Agora podemos ir ao terceiro cenário, o do crescimento de arrecadação via inflação.

Como é doce a tentação de imprimir dinheiro, fora que usar esse mecanismo não requer batalhas com o congresso… Sem maiores elaborações nesse ponto, você já é bem crescidinho e sabe das perversas consequências do ato mais provável.

O quarto cenário é apenas teórico, seria o da redução do estado e seu custo… Não vale uma linha a ser escrita já que sua probabilidade é zero.

Observar o desenrolar dos acontecimentos onde o caminho que estamos seguindo foi percorrido com correlação superior a 90% por outras nações nos mostra claramente que ter moeda nacional rendendo a taxa de juros do BC local tende a não ser a fórmula vencedora para a proteção de patrimônio no longo prazo.

O governo central está semeando vento e a sugestão que você não espere aguarde a tempestade. Gastos substancialmente maiores que a previsão (otimista) de arrecadação estão contratados.

Estejam avisados. Tenham Bitcoin.

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