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Blog da HashInvest

Quem mexeu no meu queijo?

Postado em 24/02/2023

Nome do Autor gerson

Bem vindo 2023. Mal começamos o ano e já temos turbulências e aprendizados para uma vida. Não faltam assuntos relevantes e nem precisaremos comentar sobre a festa da virada ou sobre o BBB…

O mantra para 2023 segue sendo gestão de riscos. E nós aqui da HashInvest seguimos tentando abrir ao menos uma fresta dos olhos dos nossos leitores quanto a importância de se observar riscos de uma forma mais ampla do que aquela insistentemente veiculada pela mídia, bancos e influencers. Volatilidade não é sinônimo de risco. Volatilidade é apenas um dos componentes a serem analisados e compreendidos. Uma carteira de investimentos abrangente e diversificada está preparada para lidar com a volatilidade e também com os demais componentes do risco. Uma boa carteira é aquela que na média navega bem em todos os cenários, ou ao menos, não afunda. Carteiras que “bombam” em determinados cenários são fortes candidatas a naufragarem quando o vento mudar de direção. Em outras palavras, se você não é o mestre dos mestres, muito provavelmente se você tentar um “all in” apenas no cavalo vencedor terá um grande tombo (é só questão de tempo).

Americanas – Lição 1

As Americanas, quase centenária loja de varejo brasileira, respeitada e premiada por sua governança exemplar combinada com lucratividade acima da média do setor (em parte pela astúcia do também venerado trio de investidores de referência) “surpreendeu” ao mercado com um rombo fraudulento e bilionário em seu balanço patrimonial.

Como resultado imediato as ações das Lojas Americanas despencaram e em sequência entraram com o pedido de recuperação judicial, ou seja, as Lojas Americanas também pararam de pagar seus credores (incluindo os fundos e pequenos debenturistas). Consequentemente o valor das debêntures também despencou. Debênture é um título de RENDA FIXA. E Renda Fixa NÃO É FIXA. Obrigado Lojas Americanas por ensinarem essa importante lição.

Americanas – Lição 2 

Um dos exemplos e consequências mais emblemáticos das Americanas foi a queda de um fundo ofertado pelo Nubank para seus clientes que era vendido como “caixinha”, um fundo seguro e de baixíssimo risco para reserva de emergência. Esse fundo era credor das Lojas Americanas. RENDA FIXA NÃO É SINÔNIMO DE SEGURANÇA. Obrigado Lojas Americanas por ensinarem essa importante lição.

Americanas – Lição 3

Os investidores de referência das Americanas é uma empresa chamada 3G. Dentre os sócios da 3G temos os homens mais ricos do Brasil com históricos brilhantes de sucesso empresarial. Infelizmente, temos memórias curta… Não foi nem a primeira e nem a segunda vez que uma empresa do grupo 3G está envolvida em fraudes contábeis de grande magnitude. Foi assim que acabaram com a America Latina Logística (ALL). Foi assim que a Heinz-Kraft teve que que pagar uma multa milionária nos EUA e foi assim a fraude do momento nas Lojas Americanas. Será que a AMBEV também tem esqueletos no armário? Isso é questão de probabilidade e não de conspiracionismo…

Enfim, gente importante e influente… A Agência de riscos dava bom rating de risco para as Lojas Americanas, a auditoria (uma das maiores e respeitadas do mundo) nunca viu nada de errado em décadas, Bancos e corretoras socavam direta e indiretamente títulos das Americanas em seus clientes e a vida segue, até a bomba estourar… Ahhhh mas é assim que o “mercado funciona”. Não tem inocentes nessa história! Investir conscientemente da trabalho, exige estudo e dedicação. Renunciar a isso é uma escolha.  Considere, avalie, mas não confie cegamente nem no emissor, nem no banco, nem no agente de risco e nem na auditoria. Quanto maior e mais influente são os nomes envolvidos (Lojas Americanas por exemplo), menos confiáveis são as opiniões de governos, bancos, auditorias, agências de riscos e etc… sobre esse.

Obrigado Lojas Americanas por ensinarem essa importante lição.

Então você está falando para focar nos títulos públicos? Não!

Governos também não são confiáveis. Lembre qual é o nosso governo (que também começou animado) e principalmente em qual país vivemos! Os Governos têm as batutas na mão e o poder da caneta. Governos podem nos passar para trás com o poder da lei! Calote, intervenção ou desvalorização da moeda são as práticas mais comuns….

E eu não quero que você invista nisso ou naquilo. O dinheiro é seu e você pode investir, brincar ou torrar como quiser. Estou nesse texto apenas sintetizando aprendizados importantes para que cada um possa montar uma carteira de investimentos conscientemente e que lhe conforte as noites de sono.

Bitcoin e Criptomoedas te protegem dos Governos, bancos e da falta de liquidez e de autonomia. Mas te expõem à volatilidade. Lembre disso na hora de montar a sua carteira de investimentos.

Equilíbrio, ponderação e canja de galinha não faz mal a ninguém.

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Memecoins: a piada que chegou à presidência dos EUA 

Memecoins: a piada que chegou à presidência

Com a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, há uma grande expectativa de políticas mais favoráveis do governo americano em relação às criptomoedas (escrevo esse texto antes da posse). No entanto, a única certeza que temos até o momento é o lançamento das meme coins, TRUMP e MELANIA, pelos respetivos homenageados (presidente e primeira-dama). Juntas, essas duas meme coins já chegaram a valer mais de USD 14 bilhões.  

Uma meme coin é uma criptomoeda baseada em memes ou piadas da internet. Geralmente, elas são criadas como uma forma de humor ou sátira, mas algumas acabam ganhando valor significativo impulsionadas principalmente pela comunidade e pelo hype nas redes sociais. Outras celebridades como Elon Musk, Caitlyn Jenner, Iggy Azalea também resolveram lucrar dessa forma.  

Além da possibilidade de ganhos significativos, hoje é muito fácil do ponto de vista técnico criar uma moeda digital. Inclusive, já existem sites como Pump.fun  e Token Tool, que tornam esse processo simples como preencher um formulário online. Contudo, se o processo de criação é rápido, paga-se para que uma nova moeda seja listada por sites e exchanges. O lançamento “sério” de uma moeda custa entre USD 5.000 e USD 50.000. 

Por ser tão fácil e o investimento baixo, segundo agregadores, todos os dias entre 40.000 e 50.000 novos tokens de criptomoedas são criados. Durante períodos de hype, esse número pode chegar a 100.000. No entanto, muitas dessas iniciativas têm poucas horas de vida. 

Obviamente que nem tudo são flores, especialmente para projetos que não tem o homem mais poderoso do mundo e nem o mais rico como garotos propaganda. Ainda segundo a plataforma DREX, a maioria dos projetos de meme coin (89%) tem um valor de mercado entre 0 e $USD 1,000. Apenas 5% das meme coins tinham um valor de mercado acima de $10 milhões em março de 2024. 

Além disso, a volatilidade dos preços das meme coins é um dos aspectos mais marcantes desse segmento. Essas moedas podem experimentar oscilações extremas de valor em curtos períodos. Eventos como tweets de celebridades e notícias de parcerias podem causar aumentos repentinos nos preços. Da mesma forma, quedas igualmente rápidas acontecem quando o interesse diminui ou surgem preocupações sobre a sustentabilidade dos projetos. 

Por exemplo, o preço do Dogecoin ($DOGE) viu um aumento meteórico após uma série de tweets de Elon Musk, apenas para experimentar quedas substanciais quando o entusiasmo inicial esfriou. O que parece estar acontecendo com as moedas TRUMP e MELANIA.  

Por isso, a não ser que você compre uma meme coin por brincadeira ou piada, é muito difícil que acerte o momento certo de entrar nesse “investimento”. Você terá que acertar qual, dentre os milhares de projetos, será colocado em destaque por uma celebridade de alcance global. 

2025 já está voando

2025 já está voando

Parece que foi ontem que o ano de 2024 terminou. 2025 era esperado com muitas expectativas…

E não decepcionou… 2025 começou bastante animado e já vamos completando o primeiro mês do ano. 1/12 do ano já se foi…

Em janeiro todos os olhos do mundo econômico se voltaram ao tio Sam. Donald Trump assumiu a cadeira mais importante da maior potência econômica e militar do planeta num estilo bem caricato e pistola. Assinou pilhas de decretos de todos os tipos, assuntos e gostos… se pautou no auge da arrogância já conhecida e nada diferente daqueles que o elegeram esperava. Não vou me atrever a analisar seus decretos, veracidades, pontos positivos e nem negativos. Vou me ater ao fato do Bitcoin e demais ativos virtuais terem passado em branco no dia 1 do novo mandato de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos.

Entretanto, movimentos de substituição na presidência da SEC (equivalente à CVM nos EUA) e a criação de uma comissão para o desenvolvimento de uma regulação pró-Bitcoin e cia foi suficiente para alavancar as cotações para novos ATH. Já na semana seguinte uma startup chinesa, DataSeek, chacoalhou o mercadoi de ações norte-americano. Em especial a Nvidia e outras bigtechs derreteram. Nenhuma relação direta com o Bitcoin, mas o efeito colateral dos mercados como um todo derrubaram o Bitcoin para baixo dos 100 mil dólares outra vez. Para a tristeza dos haters, rapidamente o Bitcoin se recuperou e voltou a ser transacionado acima dos 100 mil dólares.

Toda essa novela se passou em menos de 30 dias e certamente teremos muito mais nos próximos 11 meses. Essa emoção toda certamente será convertida em volatilidade e na média as expectativas são animadoras. Importante salientar que todos esse movimentos e ruídos são apenas catalizadores de preço de curto a médio prazo. Quando pensamos no protocolo matemático, esses ruídos têm interferência zero no Bitcoin. Preços subindo ou preços caindo o Bitcoin seguirá com sua escassez e sua descentralização. Os fundamentos que levam ao real valor do Bitcoin são justamente a sua escassez e sua descentralização.

Descentralização confere segurança e soberania ao indivíduo enquanto a escassez por protocolo matemático (descentralizado) reverte parte de seu valor em preço. Quanto maior for a demanda por algo escasso maior será seu preço. Quanto maior for o preço de um ativo seguro pelo qual cada indivíduo tem a soberania sobre ele tem um valor incalculável nos dias atuais. Justamente essa frase “nos dias atuais” que faz a procura por Bitcoin aumentar gradativamente retroalimentando esse círculo virtuoso.

No início era coisa de nerd, hoje já superamos o ciclo dos indivíduos e estamos ganhando velocidade no ciclo dos institucionais e talvez entrando simultaneamente no ciclo dos países. E nisso o catalizador que comentei lá no início ganha relevância pois pode acelerar a adoção de empresas e países para constituírem suas reservas em Bitcoin. Enquanto ruídos pontuais como “DataSeek” em nada interferem nesse processo de adoção ou no protocolo do Bitcoin, ou seja, zero influência nos fundamentos.

Enquanto governos e países forem controladores, intervencionistas e gastadores a tendência é de valorização do Bitcoin em relação às moedas fiduciárias (reais, dólares e etc…). Elimine os ruídos e foque nos fundamentos e seja feliz! Que venha o futuro.

O cenário mais provável para o Brasil

O cenário mais provável para o Brasil

Abrimos a segunda metade do atual governo com perspectivas excelentes para quem vive no padrão Bitcoin e perspectivas não tão excelente para quem vive no padrão de Real brasileiro.

Se no dia 7 de janeiro o governo faz propaganda que o déficit primário (leia a newsletter 149 sobre esse tema onde explico que déficit primário em si já é um número mentiroso e pouco útil) de “apenas” 0,1% do PIB, no dia 27 o pesquisador do Insper, Marcos Mendes detalha que ele na verdade foi 9 (NOVE) vezes maior que o divulgado (basta uma breve pesquisa no Google para você ler inúmeras reportagens sobre o tema).

Mas não é só Haddad que está maquiando dados, o IBGE capitaneado pelo autodenominado “comunista” Márcio Pochmann tem sido alvo de um motim, em que altos diretores da instituição protestam e reclamam pela falta de autonomia e uso político da instituição, se dividindo entre carta de repúdio e chegando ao extremo do pedido de exoneração.

O IBGE jura que a inflação de 2024 fechou abaixo de 5%. Nessa altura do campeonato, imagino que você já tenha verificado perante a sua realidade que a inflação real é algo entre 3 a 4 vezes isso.

O mesmo IBGE divulga desemprego nas mínimas, porém esquece de combinar com os russos, que divulgam gastos com seguro-desemprego nas máximas e crescentes.

Junte a esse caldeirão a recente pesquisa de popularidade do governo, no dia 27 de janeiro, em que pela primeira vez o governo é mais mal avaliado do que bem avaliado e apertem os cintos.

Popularidade em baixa encarece a barganha com nosso congresso corrupto, torna os favores dos deputados mais caros e favorece a gastança com viés populista para tentar reverter as questões.

Não se iluda com o refresco proporcionado pelo USD caindo de 6.20 para 5.80, ele tem nome e sobrenome. O nome chama Donald Trump, onde o refresco do USD acontece em meio a acomodação da chegada do novo governo americano e o sobrenome é recesso parlamentar, dando uma trégua ao noticiário fiscal por assim dizer.

Nossa perspectiva local é ruim, muito ruim… Terrível para ser sincero.

Recapitulando, temos na equação um governo corrupto negociando junto a um congresso corrupto, um ministro da fazenda inapto e incapaz, um instituto de estatística corrupto e mentiroso em um cenário pré-eleitoral com a popularidade de um presidente decrescente junto com um tesouro nacional sem ter de onde tirar dinheiro.

Você não precisa ser gênio para avaliar que a situação não é das melhores.

A recente crise do PIX mostrou que o governo não tem mais folego político, forças políticas e apoio popular para aumentar me criar mais impostos, o que perante ao mercado aliviaria a situação dando um espaço teatral aos infindáveis gastos.

Descartando o aumento e criação de impostos no passo necessário para atender ao apetite do feudo por mais dinheiro, restam duas alternativas sobre a mesa.

A alternativa 1 é austeridade, a redução do estado, como por exemplo um grande e significativo corte de privilégios de castas como a do judiciário e dos militares, e uma grande otimização da máquina pública e seus recursos, uma redução de impostos para quem produz e a redução de incentivos ao nada fazer proporcionada através de dinheiro grátis.

A alternativa 2 é imprimir dinheiro, aumentar as regalias dos senhores feudais do alto funcionalismo e expandir o UBI (Universal Basic Income – o auxílio Brasil por exemplo) e assim garantir base de apoio e consequentes votos para 2026.

Explorando um pouco mais a alterativa 2, já são mais de 56 milhões de brasileiros atendidos pelos programas sociais, dos quais são estimados que 42 milhões são eleitores. Some esse número aos 12 milhões de funcionários públicos Federais e a base de eleitores para perpetuar o atual governo parte de 54 milhões de votos, independente do caos.

Lembre-se que a classe média é uma câmara de eco, em que ela prega e protesta com ela mesma. Ela é numericamente inferior, não tem voz perante os senhores feudais. Na prática, além de cômodo, o grande incentivo do governo é arroxar e tirar dinheiro da classe média para expandir regalias do feudo e distribuir dinheiro grátis via UBI. Perde-se um voto em detrimento ao ganho de vários.

A alternativa 1 nos tiraria lentamente do buraco.

A alternativa 2 caminha pelos trilhos da Argentina de Cristina e Alberto Fernandez.

Se você acredita que o governo brasileiro irá optar pela alternativa 1, Tesouro Direto e ações na B3 fazem perfeito sentido.

Se você tende a acreditar que a alternativa 2 é mais provável, a janela para que você tenha Bitcoin está ficando estreita. Nesse cenário, Bitcoin a 20 mil, 40 mil ou 200 mil dólares fará pouca diferença quando comparada a destruição potencial de patrimônio que se desenha até as próximas eleições.

O cenário mais provável para o Brasil, você decide!