2022 não foi um ano fácil para as criptomoedas. Tivemos quedas de preço de 50% (pelo menos). Tivemos roubos milionários como o “Ronin Bridge”, em que um hacker sozinho levou US$ 625 milhões. Tivemos projetos queridinhos como o LUNA, que simplesmente viraram pó devido a problemas de programação (bugs) associados a excesso de ganância. Tivemos NFTs, que de hype passaram a piada, com 97% de queda no volume negociado. Tivemos exchange queridinha de famosos (FTX), dando calote de bilhões de dólares.
No entanto, se tem uma coisa que o mercado de criptomoedas já provou durante a sua existência, é a sua capacidade de sobreviver a tempos difíceis.
Inclusive, olhando em perspectiva, tudo o que vivenciamos neste ano não são exatamente uma novidade. Hacks milionários ocorrem desde que eu acompanho esse mercado (2017), tem até site que lista os maiores eventos. Exchange falindo é notícia desde 2014 pelo menos, com a japonesa Mt. Gox e seus clientes ainda esperando restituição dos 850.000 Bitcoins desaparecidos. Em 2017, a febre era ICO no lugar das NFTs e o resultado foi exatamente o mesmo: só as plataformas de negociação ganharam dinheiro. Por falar em crash, em 2011 o Bitcoin caiu 99%, em 2018, 84%. Ou seja, mais do mesmo.
Mas se as emoções do mercado, os picaretas da vez e febres são temporários, o que fica de definitivo?
Definitivo são os avanços tecnológicos.
A equipe do Ethereum, que entrou um blockchain praticamente novo, que consome 99.9% a menos de energia e que processa cinco vezes mais transações. Trocaram o motor do avião em pleno vôo e a nova rede está operacional.
A Lightning Network hoje permite transações financeiras instantâneas em Bitcoin, a custo baixíssimo – antes levava perto entorno de 10 minutos.
Definitivo é a adoção das criptomoedas pelas grandes instituições financeiras.
Em 2022, Black Rock fez parceria com a Coinbase para oferecer este produto a seus clientes institucionais, Fidelity, Goldman Sachs entraram na onda. Até o nacional Itaú passou a oferecer criptomoedas nesta área.
Definitivo são os princípios de incesurabilidade que permanecem desde 2009, quando Satoshi Nakamoto publicou os princípios do blockchain.
Se este mercado é cíclico, que em 2023 tenhamos o repeteco da parte boa. Que volte a euforia, a vontade de mudar o mundo e o turbilhão de novos projetos. Até porque, vamos combinar, já chega das notícias ruins e pessimismo.