Problemas com exchanges não são exatamente uma novidade no mundo das criptomoedas. O exemplo clássico é Mt. Gox de 2014, que gerenciava quase 70% das transações de Bitcoin do mundo e saiu do ar de um dia para o outro. Já o exemplo mais recente é o FTX, que declarou falência em 11 de novembro de 2022 e que estimativas de prejuízo (ainda sendo contabilizadas) giram em algo da ordem de USD 8 bilhões.

Não é simplesmente coincidência, o modelo de negócio das exchanges, acaba deixando os clientes expostos a diversos tipos de riscos, como:

  • Problemas de governança: nome bonito para roubar/desviar o dinheiro dos outros, o que infelizmente acontece com frequência em um ambiente pouco regulado;
  • Falhas de segurança: as exchanges precisam deixar uma parte das criptomoedas em carteiras ligadas a internet para viabilizar as operações de saque dos clientes e isto facilita a vida dos hackers.

No caso, a FTX aparentemente conseguiu concretizar estes dois riscos: seu principal controlador gastava o dinheiro dos clientes em mansões pelo mundo e mais de 200.000 ETH sumiram das contas, teoricamente por um ataque hacker.

Como as exchanges funcionam como uma ponte entre o sistema financeiro tradicional e as criptomoedas, não existe perspectiva de curto prazo para que deixem de existir. A questão é como torná-las mais seguras e transparentes. Por isso, as sugestões feitas recentemente por Vitalik Buterin (criador do Ethereum) são muito bem-vindas.

A técnica sugerida por Buterin permite que exchanges publiquem uma Prova de Solvência, isto é, que demonstrem que realmente possuem em caixa os saldos de seus clientes. Pode parecer simples, mas o pulo do gato é conseguir gerar esta evidência e, ao mesmo tempo, manter a privacidade dos usuários e não depender de um sistema centralizado de verificação (leia aqui empresa de auditoria).

Para isso, seria necessário a utilização de uma técnica de criptografia chamada ZK-SNARK. Eu já comentei sobre esse tema no passado, ZK-SNARK ou Zero-Knowledge Proofs permitem que algo seja provado computacionalmente como verdadeiro sem que o conteúdo original seja revelado. Por exemplo, pode-se garantir matematicamente que uma pessoa é maior de 18 anos sem revelar a data de nascimento ou, mais importante para este caso, que uma carteira de criptomoedas possui saldo, sem revelar valores e clientes envolvidos. Esta é uma das funcionalidades mais poderosas da criptografia aplicada às criptomoedas e tenho certeza de que ainda vamos escutar falar muito sobre estes tais ZK-Snarks.

O CEO da Binance (maior exchange em operação do mundo) confirmou que desenvolvedores já estão trabalhando nessa implementação, mas não forneceu estimativas de quando esta Prova de Solvência estará disponível. Muito mais simples tecnicamente, clientes da HashInvest têm os saldos de criptomoedas verificados por auditores independentes e as criptomoedas seguras em carteiras não conectadas a internet e longe dos ataques de hackers.

Obs: Este artigo é uma réplica da Newsletter da HashInvest disponibilizada por e-mail e publicada aqui com alguns dias de defasagem. Quer receber a Newsletter na íntegra? Assine inserindo o seu e-mail abaixo:


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