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Blog da HashInvest

Tamanho não é documento

Postado em 05/01/2023

Nome do Autor gerson

Desde a ruína do castelo de cartas da FTX muitos questionamentos sobre o universo Cripto tem sido levantados. Mesmo que de certa forma com o alvo equivocado, é saudável que o tema seja amplamente difundido e que lições sejam aprendidas.

Ficamos tristes que tenha que ser de forma dolorosa e traumática, mas parece que se for apenas no alerta antes do terremoto os seres humanos não dão valor.

O primeiro ponto a destacar é que embora o golpe da vez tenha sido em uma das maiores empresas de Criptomoedas do mundo, as Criptomoedas agora são inocentes e o crime não difere de muitos outros que ocorrem diariamente em todo o planeta faz séculos. Em resumo, o golpe basicamente era gozando de uma credibilidade junto às vítimas, o golpista atraia ativos de terceiros para os seus cuidados e passava a utilizar esses ativos para seus próprios interesses sem consentimento dos verdadeiros proprietários. No caso da FTX, digno de um roteiro cinematográfico vencedor do Oscar, dizem que parte dos recursos eram utilizados para financiar orgias regadas a anfetaminas em cenários paradisíacos, financiamento a políticos e compra de posicionamento de personalidades.

Mas sim, um gigante ruiu e com isso levou a credibilidade do mercado institucional embora.

Tecnicamente e filosoficamente nenhuma alteração com esse episódio, mas com o dinheiro de investidores institucionais o baque de preços era inevitável.

E o mundo do dinheiro institucional é cegamente movido por uma regrinha imbecil digna de crianças de quinta série: para eles tamanho é documento. E para muitas pessoas físicas, inconscientemente, também…

A FTX comprou sua respeitabilidade de forma ilegal, assim como ocorre por diversas empresas em diversos setores da economia. Ficou grande e ganhou o status de gigante. Atraiu a atenção e os famosos e reconhecidos fundos de investimento de risco do vale do silício que cobram taxas de administração altíssimas aportaram irresponsavelmente os recursos dos seus clientes na FTX. Digo irresponsavelmente porque ao invés de usarem seu grande intelecto e planilhas quânticas de análises blá-blá-blá eles simplesmente assinam o cheque. Melhor estar dentro em caso de sucesso do que arriscar a perder a bocada… due diligence que é bom ninguém faz (dá trabalho e no final o importante é parecer e não ser). Uma vergonha, um escândalo (mas essa parte ninguém notou). Mas enfim, assim o castelo vai sendo construído… com o reforço de reputação o lobby vai sendo reforçado e aparentemente o castelo de cartas vai se erguendo com bases sólidas presas ao angu quente. Fundos de todo o mundo, assim como aquelas empresas investidoras de risco, com o seu selo lindão de instituição financeira regulada anuncia seus fundos regulados no mercado promissor de Criptomoedas e coloca o dinheiro dos seus clientes aonde??? Acertou… por isso corpos ainda aparecerão boiando na praia e a cascata de cartas do mundo institucional ainda vai balançar bastante… e as pessoas físicas com seu dinheirinho vão junto… a culpa é de quem???? Das Criptomoedas, claro… a turma que não faz o seu trabalho é inocente (contém ironia).

Aqui faço um alerta: em novos mercados, cuidados com os alertas de grandes instituições sobre os riscos dos pequenos… Para fazer a gestão de recursos em Criptomoedas o maior risco está justamente nesses elefantes brancos que não gastam esforços se aprofundando no tema, fazendo due dilligence e vão na onda do oba oba e ainda seguem desdenhando dos pequenos sérios que sabem o que fazem… em resumo: se o assunto é Criptomoedas fuja de nomes como Itaú, XP, BTG e mesmo fundos de investimentos de outras gestoras onde não se tenha acesso à transparência do que verdadeiramente acontece por trás daquelas cotas…. outra alerta, não menos válido é cuidado também com aqueles que “dizem matar a cobra e não mostram o pau”… não basta divulgar que os ativos dos clientes são segregados dos ativos da empresa e que no que é de cliente ninguém mete a mão… tem que mostrar e hoje o melhor meio disso é com uma prova de reservas (auditoria externa). Após o tombo da FTX, muitas Exchanges, inclusive das maiores do Brasil, saíram com publicidade para acalmar seus clientes falando exatamente isso, como elas são seguras… mas ninguém comprovou….

Não creio que a HashInvest seja a única empresa desse setor no mundo a ser honesta e realmente não brincar com os ativos dos clientes. Mas tenho certeza que é a única do Brasil, que desde a sua fundação há mais de 5 anos, apresenta periodicamente e consistentemente relatórios de asseguração de saldos por empresa de auditoria externa independente credenciada à CVM (https://www.taticca.com.br/pt-br/)

Esse evento recente envolvendo a FTX deve provocar uma nova onda regulatória em todo o mundo. No Brasil, inclusive, temos um projeto de lei que já tramitou nas duas casas legislativas e falta apenas a última aprovação na câmara federal para seguir para sanção presidencial. Antes das eleições desse ano esse projeto de lei foi escanteado, porém passadas as eleições e o “escândalo FTX” o projeto de lei está novamente pautado na câmara federal para essa semana do dia 20 de novembro. Regulação não resolverá todos os problemas e não existe bala de prata.  Mas pelo menos ajuda a minimizar e a intimidar os picaretas o que tende a ser positivo para o desenvolvimento do mercado e por isso nós, na HashInvest, somos favoráveis à regulação do setor no Brasil e no mundo (desde que uma regulação positiva como tende a ser a que está em discussão no Brasil).

O Bitcoin e as Criptomoedas têm características inovadoras que permitem a auto custódia. Sempre divulgamos e alertamos que a forma mais segura seria cada um cuidar dos seus próprios ativos e dos riscos de deixar ativos em Exchanges. Porém a auto custódia não é trivial. Melhor do que fazer besteira sozinho é achar um parceiro em que possa confiar: daí nasceu a HashInvest, primeira gestora profissional de Bitcoin e Criptoativos do Brasil democratizando o acesso aos brasileiros a esse novo mercado de grande potencial com transparência e segurança.

Ser honesto, transparente e pensar efetivamente nos clientes tem um preço alto comercialmente. Não prometer retornos, não fazer lobby politicamente, não se prostituir no mercado financeiro e não brincar com os ativos dos clientes fecham portas em nossas caras diariamente, implicam em desafios burocráticos e dedicação constante. Crescemos lentamente e organicamente com base naqueles fieis clientes que compreenderam o potencial e a importância do Bitcoin e Criptoativos em suas carteiras de investimentos e compartilham da nossa trajetória. É devagar, com dificuldades e tormentas, mas sempre em frente… Nós na HashInvest dormimos tranquilos sabendo que sempre existirá o dia de amanhã, que o longo prazo é logo ali após o somatório de um dia de cada vez e nós e nossos clientes lá estaremos quando esse momento chegar (e veremos gigantes que outrora foram inspiração de muitos ficarem pelo caminho… (AtlasQuantum, BitcoinBanco, FTX já são passado).

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Memecoins: a piada que chegou à presidência dos EUA 

Memecoins: a piada que chegou à presidência

Com a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, há uma grande expectativa de políticas mais favoráveis do governo americano em relação às criptomoedas (escrevo esse texto antes da posse). No entanto, a única certeza que temos até o momento é o lançamento das meme coins, TRUMP e MELANIA, pelos respetivos homenageados (presidente e primeira-dama). Juntas, essas duas meme coins já chegaram a valer mais de USD 14 bilhões.  

Uma meme coin é uma criptomoeda baseada em memes ou piadas da internet. Geralmente, elas são criadas como uma forma de humor ou sátira, mas algumas acabam ganhando valor significativo impulsionadas principalmente pela comunidade e pelo hype nas redes sociais. Outras celebridades como Elon Musk, Caitlyn Jenner, Iggy Azalea também resolveram lucrar dessa forma.  

Além da possibilidade de ganhos significativos, hoje é muito fácil do ponto de vista técnico criar uma moeda digital. Inclusive, já existem sites como Pump.fun  e Token Tool, que tornam esse processo simples como preencher um formulário online. Contudo, se o processo de criação é rápido, paga-se para que uma nova moeda seja listada por sites e exchanges. O lançamento “sério” de uma moeda custa entre USD 5.000 e USD 50.000. 

Por ser tão fácil e o investimento baixo, segundo agregadores, todos os dias entre 40.000 e 50.000 novos tokens de criptomoedas são criados. Durante períodos de hype, esse número pode chegar a 100.000. No entanto, muitas dessas iniciativas têm poucas horas de vida. 

Obviamente que nem tudo são flores, especialmente para projetos que não tem o homem mais poderoso do mundo e nem o mais rico como garotos propaganda. Ainda segundo a plataforma DREX, a maioria dos projetos de meme coin (89%) tem um valor de mercado entre 0 e $USD 1,000. Apenas 5% das meme coins tinham um valor de mercado acima de $10 milhões em março de 2024. 

Além disso, a volatilidade dos preços das meme coins é um dos aspectos mais marcantes desse segmento. Essas moedas podem experimentar oscilações extremas de valor em curtos períodos. Eventos como tweets de celebridades e notícias de parcerias podem causar aumentos repentinos nos preços. Da mesma forma, quedas igualmente rápidas acontecem quando o interesse diminui ou surgem preocupações sobre a sustentabilidade dos projetos. 

Por exemplo, o preço do Dogecoin ($DOGE) viu um aumento meteórico após uma série de tweets de Elon Musk, apenas para experimentar quedas substanciais quando o entusiasmo inicial esfriou. O que parece estar acontecendo com as moedas TRUMP e MELANIA.  

Por isso, a não ser que você compre uma meme coin por brincadeira ou piada, é muito difícil que acerte o momento certo de entrar nesse “investimento”. Você terá que acertar qual, dentre os milhares de projetos, será colocado em destaque por uma celebridade de alcance global. 

2025 já está voando

2025 já está voando

Parece que foi ontem que o ano de 2024 terminou. 2025 era esperado com muitas expectativas…

E não decepcionou… 2025 começou bastante animado e já vamos completando o primeiro mês do ano. 1/12 do ano já se foi…

Em janeiro todos os olhos do mundo econômico se voltaram ao tio Sam. Donald Trump assumiu a cadeira mais importante da maior potência econômica e militar do planeta num estilo bem caricato e pistola. Assinou pilhas de decretos de todos os tipos, assuntos e gostos… se pautou no auge da arrogância já conhecida e nada diferente daqueles que o elegeram esperava. Não vou me atrever a analisar seus decretos, veracidades, pontos positivos e nem negativos. Vou me ater ao fato do Bitcoin e demais ativos virtuais terem passado em branco no dia 1 do novo mandato de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos.

Entretanto, movimentos de substituição na presidência da SEC (equivalente à CVM nos EUA) e a criação de uma comissão para o desenvolvimento de uma regulação pró-Bitcoin e cia foi suficiente para alavancar as cotações para novos ATH. Já na semana seguinte uma startup chinesa, DataSeek, chacoalhou o mercadoi de ações norte-americano. Em especial a Nvidia e outras bigtechs derreteram. Nenhuma relação direta com o Bitcoin, mas o efeito colateral dos mercados como um todo derrubaram o Bitcoin para baixo dos 100 mil dólares outra vez. Para a tristeza dos haters, rapidamente o Bitcoin se recuperou e voltou a ser transacionado acima dos 100 mil dólares.

Toda essa novela se passou em menos de 30 dias e certamente teremos muito mais nos próximos 11 meses. Essa emoção toda certamente será convertida em volatilidade e na média as expectativas são animadoras. Importante salientar que todos esse movimentos e ruídos são apenas catalizadores de preço de curto a médio prazo. Quando pensamos no protocolo matemático, esses ruídos têm interferência zero no Bitcoin. Preços subindo ou preços caindo o Bitcoin seguirá com sua escassez e sua descentralização. Os fundamentos que levam ao real valor do Bitcoin são justamente a sua escassez e sua descentralização.

Descentralização confere segurança e soberania ao indivíduo enquanto a escassez por protocolo matemático (descentralizado) reverte parte de seu valor em preço. Quanto maior for a demanda por algo escasso maior será seu preço. Quanto maior for o preço de um ativo seguro pelo qual cada indivíduo tem a soberania sobre ele tem um valor incalculável nos dias atuais. Justamente essa frase “nos dias atuais” que faz a procura por Bitcoin aumentar gradativamente retroalimentando esse círculo virtuoso.

No início era coisa de nerd, hoje já superamos o ciclo dos indivíduos e estamos ganhando velocidade no ciclo dos institucionais e talvez entrando simultaneamente no ciclo dos países. E nisso o catalizador que comentei lá no início ganha relevância pois pode acelerar a adoção de empresas e países para constituírem suas reservas em Bitcoin. Enquanto ruídos pontuais como “DataSeek” em nada interferem nesse processo de adoção ou no protocolo do Bitcoin, ou seja, zero influência nos fundamentos.

Enquanto governos e países forem controladores, intervencionistas e gastadores a tendência é de valorização do Bitcoin em relação às moedas fiduciárias (reais, dólares e etc…). Elimine os ruídos e foque nos fundamentos e seja feliz! Que venha o futuro.

O cenário mais provável para o Brasil

O cenário mais provável para o Brasil

Abrimos a segunda metade do atual governo com perspectivas excelentes para quem vive no padrão Bitcoin e perspectivas não tão excelente para quem vive no padrão de Real brasileiro.

Se no dia 7 de janeiro o governo faz propaganda que o déficit primário (leia a newsletter 149 sobre esse tema onde explico que déficit primário em si já é um número mentiroso e pouco útil) de “apenas” 0,1% do PIB, no dia 27 o pesquisador do Insper, Marcos Mendes detalha que ele na verdade foi 9 (NOVE) vezes maior que o divulgado (basta uma breve pesquisa no Google para você ler inúmeras reportagens sobre o tema).

Mas não é só Haddad que está maquiando dados, o IBGE capitaneado pelo autodenominado “comunista” Márcio Pochmann tem sido alvo de um motim, em que altos diretores da instituição protestam e reclamam pela falta de autonomia e uso político da instituição, se dividindo entre carta de repúdio e chegando ao extremo do pedido de exoneração.

O IBGE jura que a inflação de 2024 fechou abaixo de 5%. Nessa altura do campeonato, imagino que você já tenha verificado perante a sua realidade que a inflação real é algo entre 3 a 4 vezes isso.

O mesmo IBGE divulga desemprego nas mínimas, porém esquece de combinar com os russos, que divulgam gastos com seguro-desemprego nas máximas e crescentes.

Junte a esse caldeirão a recente pesquisa de popularidade do governo, no dia 27 de janeiro, em que pela primeira vez o governo é mais mal avaliado do que bem avaliado e apertem os cintos.

Popularidade em baixa encarece a barganha com nosso congresso corrupto, torna os favores dos deputados mais caros e favorece a gastança com viés populista para tentar reverter as questões.

Não se iluda com o refresco proporcionado pelo USD caindo de 6.20 para 5.80, ele tem nome e sobrenome. O nome chama Donald Trump, onde o refresco do USD acontece em meio a acomodação da chegada do novo governo americano e o sobrenome é recesso parlamentar, dando uma trégua ao noticiário fiscal por assim dizer.

Nossa perspectiva local é ruim, muito ruim… Terrível para ser sincero.

Recapitulando, temos na equação um governo corrupto negociando junto a um congresso corrupto, um ministro da fazenda inapto e incapaz, um instituto de estatística corrupto e mentiroso em um cenário pré-eleitoral com a popularidade de um presidente decrescente junto com um tesouro nacional sem ter de onde tirar dinheiro.

Você não precisa ser gênio para avaliar que a situação não é das melhores.

A recente crise do PIX mostrou que o governo não tem mais folego político, forças políticas e apoio popular para aumentar me criar mais impostos, o que perante ao mercado aliviaria a situação dando um espaço teatral aos infindáveis gastos.

Descartando o aumento e criação de impostos no passo necessário para atender ao apetite do feudo por mais dinheiro, restam duas alternativas sobre a mesa.

A alternativa 1 é austeridade, a redução do estado, como por exemplo um grande e significativo corte de privilégios de castas como a do judiciário e dos militares, e uma grande otimização da máquina pública e seus recursos, uma redução de impostos para quem produz e a redução de incentivos ao nada fazer proporcionada através de dinheiro grátis.

A alternativa 2 é imprimir dinheiro, aumentar as regalias dos senhores feudais do alto funcionalismo e expandir o UBI (Universal Basic Income – o auxílio Brasil por exemplo) e assim garantir base de apoio e consequentes votos para 2026.

Explorando um pouco mais a alterativa 2, já são mais de 56 milhões de brasileiros atendidos pelos programas sociais, dos quais são estimados que 42 milhões são eleitores. Some esse número aos 12 milhões de funcionários públicos Federais e a base de eleitores para perpetuar o atual governo parte de 54 milhões de votos, independente do caos.

Lembre-se que a classe média é uma câmara de eco, em que ela prega e protesta com ela mesma. Ela é numericamente inferior, não tem voz perante os senhores feudais. Na prática, além de cômodo, o grande incentivo do governo é arroxar e tirar dinheiro da classe média para expandir regalias do feudo e distribuir dinheiro grátis via UBI. Perde-se um voto em detrimento ao ganho de vários.

A alternativa 1 nos tiraria lentamente do buraco.

A alternativa 2 caminha pelos trilhos da Argentina de Cristina e Alberto Fernandez.

Se você acredita que o governo brasileiro irá optar pela alternativa 1, Tesouro Direto e ações na B3 fazem perfeito sentido.

Se você tende a acreditar que a alternativa 2 é mais provável, a janela para que você tenha Bitcoin está ficando estreita. Nesse cenário, Bitcoin a 20 mil, 40 mil ou 200 mil dólares fará pouca diferença quando comparada a destruição potencial de patrimônio que se desenha até as próximas eleições.

O cenário mais provável para o Brasil, você decide!