Segundo turno das eleições chegando e nervos a flor da pele no Brasil. Ameaças de todos os lados que estaríamos rumando para nos tornarmos uma Argentina, Venezuela ou qualquer outro exemplo que nos direcione ao desespero. Por outro lado, muitos tentam se convencer que a economia brasileira está vibrante, enquanto na economia real o crédito secou por medo de inadimplências, empresas estão quebrando e o endividamento das famílias segue firme no seu crescimento.

Não quero entrar nos méritos e bravatas de cada um dos candidatos e nem me atrever a arriscar qual deles tem chances de acelerar a nossa argentinização. Por argentinização, vou me resumir aos aspectos econômicos, especialmente na disparada da inflação e consequente desvalorização da moeda local (pesos argentinos).

O Governo dos Hermanos, na tentativa de conter a fuga de capitais do país, uma vez que não tiveram competência em se mostrar competitivos e estáveis para manter e/ou atrair recursos apelou para a força bruta do intervencionismo. Apenas um parêntese, a “ferramenta” intervencionista é algo à disposição dos governos independente de serem vermelhos ou verde e amarelos. No Brasil, os já não tão jovens certamente vão se lembrar do Plano Collor…

Mas voltando para a Argentina e a forte intervenção que os locais estão passando. Os argentinos estão com severas restrições à circulação de capitais. O governo tem um câmbio oficial, mas o anseio por fugir da moeda argentina tornou o câmbio blue (câmbio paralelo) o dobro do oficial.

Diferente do passado não tão longínquo onde já existia uma diferença no câmbio paralelo, não é mais necessário procurar um lugar para fazer câmbio. Praticamente qualquer comércio, restaurante ou prestador de serviços vai se alegrar em pegar papel moeda estrangeiro (até reais) te pagando o dobro do que vale oficialmente. E se pagar com notas graúdas eles até fazem um câmbio melhorzinho (notas graúdas ocupam menos espaço e facilitam para guardar e esconder).

Peguei uma corrida com uma taxista brasileira em Buenos Aires e ela me pediu para pagá-la em reais por pix no Brasil ao invés de utilizar pesos argentinos ou dólares americanos. O poderoso real recebido já fora das garras do território argentino tem ainda maior valor.

A maioria dos argentinos é proibida de comprar dólares oficialmente. As poucas pessoas físicas autorizadas a comprar dólares tem um limite máximo de 200 dólares por mês. Seria um grande negócio comprar pelo câmbio oficial e vender pelo paralelo, mas ninguém faz isso porque em pouco tempo o dólar já voltaria a valer mais. E ainda é importante manter consigo embaixo do colchão o máximo de dólares possíveis. Os argentinos podem sair do país livremente, diferente do que acontece em Cuba por exemplo. Entretanto só podem gastar no cartão de crédito internacional, os poucos que podem comprar dólares, são limitados à 200 dólares por mês. Se viajar e gastar 1000 doletas no cartão serão 5 meses sem poder comprar dólares outra vez. Não importa quanto dinheiro a pessoa tenha no banco, o limite de circulação oficial são 200 dólares por mês. A solução: pagar quantos pesos forem necessários para conseguir dólares no paralelo. Um dólar na mão vale mais que 300 pesos voando… Pra maioria da população argentina que agora é refém do seu governo, se antes dessas severas restrições tivessem considerado que esse risco existia e tivessem ou tirado dinheiro do país ou comprado Bitcoin, hoje estariam um pouquinho mais tranquilos (ou menos desesperados). O mesmo ágio que se paga no dólar paralelo se paga para comprar Bitcoin na Argentina.

No Brasil, se você considera que existe um risco, por menor que seja, de um governo intervencionista (seja vermelho ou verde e amarelo, até porque as eleições estão em aberto), está atrasado no processo de dolarização e bitcoinização do seu patrimônio! Se o Brasil se tornar uma Argentina, você não precisa ficar refém como os argentinos estão! Ainda dá tempo, antes que seja tarde demais.

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