Começando pela única frase que você realmente precisa capturar sobre toda a lorota que vou escrever, tenha em mente isso e tão somente isso, o resto é groselha…

– Investir não é sobre fazer previsões, é sobre entender probabilidades!

Dito isso é importante dizer que em poucas ocasiões nas últimas décadas as probabilidades estiveram tão em aberto, dificultando muito a vida dos investidores.

Por exemplo… Lá em 2016, a probabilidade do Impeachment de Dilma ocorrer era superior a 90% e a probabilidade de um governo Temer mais bem sucedido que o de Dilma era também superior aos 90% (aliás, dificílimo fazer um governo mais incompetente que o de Dilma, mas enfim…).

Isso desenhava um cenário quase que óbvio para se alocar em boas ações de boas empresas no Brasil e sugeria que quem comprasse títulos pré-fixados com gordas taxas de juros iria ganhar um bom dinheiro com a queda dos mesmos.

Nesse cenário você tinha que uma chance desproporcional de prosperar em seus retornos apostando na alternativa de maior probabilidade, bastando desenhar seguros para situações extremas de baixa probabilidade.

Lembre-se que apenas amadores, malucos e fanáticos dão All-in e não se preparam para os cenários de baixa probabilidade. É extremamente importante ter algumas apostas no cenário pouco provável para que, em caso de materialização dele, você não quebre e saia fora do jogo.

E esse cara, além de irresponsável, gera um problema… O palco que ele ganha e seu falatório faz parecer que All-In no “óbvio” é o certo a ser feito. A questão é que o cemitério dos investidores tem 1000 malucos desses que erraram para 1 sobrevivente falastrão.

Sobreviver é objetivo, se lucrar no meio do caminho, ótimo, muito melhor.

Essa é a lógica, repetitivo, mas importante, se aloque para ganhar muito no cenário de maior probabilidade e se proteja para não morrer caso se materialize o cenário de baixa probabilidade.

Voltando para 2022, lhes pergunto, como estão as probabilidades?

– Quem vai levar a eleição aqui no bananal?

– O que vai acontecer no inverno Europeu?

– China vai invadir Taiwan?

– Putin vai explodir uma bomba atômica?

– O FED vai subir os juros até começar a quebradeira ou para antes?

– A inflação mundial vai ceder?

Temos um belo de um abacaxi para descascar. Como atribuir as probabilidades aos eventos que vão ditar os rumos das bolsas e dos títulos públicos nos próximos anos?

Vejamos o exemplo da questão da inflação…

De 2008 para cá o aumento da inflação era bola 8 na caçapa do meio. Em 2020 ao ver a impressora comer solta com a desculpa do COVID com “estímulo” de tudo que era lado, a probabilidade era de quase 100% de termos grande inflação em 2022 nas economias desenvolvidas e quem apostou nisso se deu bem.

E agora? Que a tentativa é de, ao menos na retórica, segurar o rojão… Ninguém sabe dizer se vai dar certo, é como navegar sem instrumentos.

A questão da eleição. É possível afirmar com categoria quem vai ganhar e quais serão as consequências? O mercado que estava ao lado de Lula derrubou dólar e subiu bolsa após um primeiro turno favorável a Bolsonaro. O fato é quem ninguém sabe ao certo qual o tamanho da bucha que temos pela frente.

Como construir um portfólio em meio a esse caos de probabilidades próximas a 50% em quase todos os fronts?

É hora de ser conservador porque a chance de errar é demasiadamente alta.

Pessoalmente, acredito que independente do tamanho dos problemas vindouros o Dólar americano será uma das últimas moedas a morrer ou sofrer, logo, acredito em uma boa exposição ao USD.

Acredito que a probabilidade é relativamente alta de que protocolos de moedas criptográficas encontrarem aplicações sólidas nos próximos anos. Ter ao menos um pouco de HASH5 para se expor aos protocolos que estão prosperando poderá capturar um novo momento, nem que, de novo, seja febre passageira, como foram as ICOs de 2017 ou as NFTs e DeFis e 2021, mas vai te permitir ganhar um bom dinheiro e aumentar patrimônio.

O momento aliás é extremamente propício, estamos há praticamente 12 meses de Bear Market e quem quer multiplicar patrimônio deve comprar na baixa, e sim, estamos numa baixa histórica.

Uma probabilidade próxima a de 100% é que o Bitcoin irá prosperar no longo prazo. Suas características de escassez e incensurabilidade estão com raízes cada vez mais profundas. Tenha bastante Bitcoin para um futuro tranquilo e livre de insônia, independente de Lula, Bolsonaro, Boulos, Bidens e Putins da vida…

Sugiro fortemente não ter grandes exposições ao Real. Ao passo que têm uma turma defendendo um novo superciclo de comodities, a realidade é que nosso governo federal está implementando práticas muito similares ao que vimos na Argentina, com boas chances de acelerar esse processo em caso de troca de governo. É rumar ao precipício de bicicleta ou a bordo de um F1, mas o destino local é relativamente evidente e é o mesmo considerando as duas opções.

No atual cenário local e global, o meu objetivo atual está focado mais em preservação e proteção do que em multiplicação. Não é hora de bancar o herói. É hora de deixar os navios na baía aguardando a maré, que fatalmente irá mudar, permitindo alocações vencedoras.

Boa sorte marujos!

Obs: Este artigo é uma réplica da Newsletter da HashInvest disponibilizada por e-mail e publicada aqui com alguns dias de defasagem. Quer receber a Newsletter na íntegra? Assine inserindo o seu e-mail abaixo:


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