Criptomoedas e blockchain são notícia tipicamente por dois motivos:

  1. Grande variação de preço (para cima ou para baixo).
  2. Roubo/perda de criptoativos.

Semana passada foi uma das poucas vezes que saímos desse ciclo “virtuoso”. Não é por menos, a atualização que a rede Ethereum sofreu não tem precedentes e merece a toda a atenção dispensada pela mídia.

Depois de vários anos de atraso, o segundo maior blockchain fez a transição de Proof-of-Work para Proof-of-Stake. A Fusão (do inglês “The Merge”), como foi chamado, envolveu mudanças de técnicas e econômicas nunca vistas em um blockchain que vale centenas de bilhões de dólares.

Do ponto de vista técnico, a metáfora mais adequada é comparar este evento a trocar o motor diesel de um carro em movimento por um motor elétrico, sem parar o veículo e nem perder nenhuma das características de funcionamento.

A mudança no “tipo do motor” não foi escolhida aleatoriamente nesta metáfora. A substituição do modelo anterior (Proof-of-Work) causará uma economia de 99.95% no consumo de energia, o que equivale a 0,2% da energia gerada no mundo. Sim, a diferença é brutal e uma das principais críticas às criptomoedas estará resolvida.

Para garantir que o “carro” não iria perder nada de suas características, como histórico de transações e saldos, a rede antiga foi literalmente incorporada pela nova rede (por isso o evento foi chamado de Fusão). Isto demandou atualizações síncronas nos dois blockchains e tinha grande complexidade.

Como ninguém é louco de fazer tantas mudanças sem testar muito bem antes, nos últimos meses três grandes “ensaios gerais” foram operados. Neles, foi possível acompanhar o que veio a acontecer neste mês de setembro e, de fato, tudo saiu como o planejado. Parabéns a equipe de desenvolvimento!

Se por um lado na questão técnica teve-se sucesso, dúvidas ainda pairam sob os impactos econômicos. Por exemplo:

  • Quão segura será a nova rede baseada em Proof-of-Stake? Apesar de todas as críticas sobre a questão energética, o Proof-of-Work se mostrou seguro, ou seja, hackers não conseguem aprovar transações inválidas. O novo método será tão eficiente?
  • Qual o impacto no preço da criptomoeda Ether? Os mineradores antes eram forçados a vender seus ativos regularmente para arcarem com custos de energia e equipamentos. Com os custos caindo drasticamente e incentivando-se que a criptomoeda fique parada (pois desta forma obtém-se uma renda passiva), existe expectativa de escalada nos preços devido à escassez.
  • Teremos uma rede com mais participação popular? Com custos e complexidade caindo, está mais simples validar transações. Por isso, espera-se que mais pessoas virem “validadores” (substitutos dos mineradores). Isto tornaria a rede mais segura pois dificultaria ataques sincronizados.

Por fim, o sucesso da Fusão não significa que a rede Ethereum está pronta e acabada. Pelo contrário. De acordo com o planejamento de desenvolvimento, estamos ainda na casa dos 50% de conclusão. Ou seja, ainda teremos muita transformação e melhoria nos anos futuros.

Obs: Este artigo é uma réplica da Newsletter da HashInvest disponibilizada por e-mail e publicada aqui com alguns dias de defasagem. Quer receber a Newsletter na íntegra? Assine inserindo o seu e-mail abaixo:


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