Comecei a me envolver com criptomoedas no final de 2017. Nestes quase 5 anos, passei por dois bull-markets (2017 e 2021) e um bear-maket e meio (assumindo que o momento ruim atual vai passar). Olhando para trás, é impossível não observar as semelhanças entre as épocas de alegria e de tristeza.

Coincidentemente, nos dois períodos de otimismo surgiram aplicações mágicas do blockchain. Em 2017 eram as ICOs e em 2022 só se falava em NFTs. As primeiras, Initial Coin Offerings (ICOs), eram rodadas de financiamento coletivo para projetos baseados em blockchain, as segundas, Non-Fungible-Tokens (NFTs), eram provas de propriedade sobre bens imateriais, como obras-de-arte, memes ou qualquer outra coisa que fosse visível na tela de um computador.

Os resultados, no entanto, foram semelhantes nos anos subsequentes.

As ICOs disruptivas e revolucionárias eram na verdade projetos fictícios e, os visionários criadores, sumiram do dia para noite. No caso das NFTs, quem sumiu do mapa foram os compradores, e quem gastou milhares de dólares com desenhos de macaco e figurinhas de NBA acabou revendendo estes “ativos” por centavos ou aceitando o prejuízo.

Falando do meu círculo pessoal, o aumento do interesse durante os períodos de otimismo é visível. Se em 2017 foi a primeira vez em que Bitcoin, blockchain e criptomoedas viraram assunto na mesa de bar. Em 2021 já ouvi perguntas mais elaboradas sobre staking, farming, mineração, Proof-of-Stake etc. Contudo, via de regra, as conversas acabam tendendo para a pessoa querendo/sabendo de uma dica quente sobre a próxima criptomoeda a estourar.

Acabei criando uma regra para detectar bull-markets:

“Estamos em um bull-market se 3 pessoas (não sou muito sociável) de lugares diferentes me procurarem para falar sobre criptomoedas em menos de uma semana.”

Nos momentos de desconfiança, também se nota uma tendência: tanto entre 2018 e 2020, quanto agora, Bitcoin é assunto proibido. Nos poucos instantes que a conversa surge, temos dois grupos: quem está aliviado de ter ficado de fora e aqueles que entram na “hora errada”. Ninguém está fazendo mais aportes.

Só existem sofredores então?

Conheço pessoalmente somente cinco pessoas que fogem do padrão descrito acima (já falei que não sou de muitos amigos né?) e são felizes investidores. Pasmem ou não, as estratégias adotadas foram idênticas e óbvias: acumulação no bear e venda no bull.

Em retrospecto pode parecer que foi fácil, mas não se engane. Comprar criptomoedas em 2018, 2019, 2020 era muito semelhante a agora. Similarmente, o mercado vinha de um recuo de 82% no preço do Bitcoin, diversos projetos anunciavam falência e só se ouvia notícias negativas.

Se você acha que dessa vez será pior e tudo vai para o buraco de vez, dê uma olhada no que acontece fora das manchetes pessimistas. Por exemplo, a quantidade de vagas de trabalho relacionadas a blockchain continua superando o número de candidatos, as redes continuam evoluindo (vide a migração para o Ethereum 2.0 prevista para este ano) e empresas tradicionais querem entrar neste mercado (por exemplo, Itaú e Picpay).

Do mesmo jeito que devemos olhar com cautela um mercado otimista, parece fazer sentido ser um pouco mais agressivo quando todo mundo está pessimista. Não sou especialista em investimentos e normalmente escrevo aqui sobre tecnologia e, por mais que eu reconheça que ser do contra não é fácil, gostaria de poder aumentar o número histórias de sucesso.

Obs: Este artigo é uma réplica da Newsletter da HashInvest disponibilizada por e-mail e publicada aqui com alguns dias de defasagem. Quer receber a Newsletter na íntegra? Assine inserindo o seu e-mail abaixo:


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