Há quase quatro anos atrás eu usava minha newsletter para me posicionar nas eleições de 2018, e hoje volto com o mesmo tema.

Na ocasião após de fato ler os programas de governo do então candidato Fernando Haddad e Jair Bolsonaro era evidente e óbvio que a recomendação seria do voto em Jair Bolsonaro, o que em 2022 não se repetirá.

Quem leu o então programa de governo já sabe o motivo. Fomos vítimas de um grande estelionato. O governo efetivo do atual presidente possui muito mais elementos realizados do plano de governo de Haddad do que a peça construída para iludir esperançosos eleitores com a guinada liberal (onde na época me incluí).

O atual governo entregou os famosos “espelhos de índio” para seus torcedores, com a narrativa de armas, sua luta contra ideologia de gênero e mais recentemente com suas bravatas contra a Petrobrás e na prática promoveu uma guinada forte à esquerda quando comparado aos rumos do governo Michel Temer e até mesmo, mais à esquerda que o próprio governo de Dilma Rousseff.

Outro dia li uma trágica, porém verdadeira frase que diz que “a economia brasileira entrou no rumo por meio de um sociólogo marxista (FHC) e vai ruir nas mãos de um liberal de Chicago”. Trágico e triste. Me perdoe não saber o autor para poder dar os devidos créditos…

Os quatro anos que se completam em 2022 cristalizaram o conceito que pode ser chamado de “esquerda verde e amarela”, aquela que defende veementemente que “se não fizer exatamente o que o PT faria, de forma ampliada e mais radical, o PT vai voltar”. É uma esquerda radical, acéfala e míope que se intitula de “direita”. Essa esquerda que se chama de direita é ainda mais ridícula que a turma da ideologia de gênero que eles tanto criticam…

A esquerda verde e amarela se opõe à esquerda vermelha em seus valores (são nacionalistas, conservadores, religiosos) mas é idêntica ao defender interferência do estado na vida do cidadão… O exemplo clássico são os verde e amarelo mais radicais, que estão a defender a interferência maior do estado na vida das pessoas, que seria o “golpe militar”.

Recentemente a esquerda verde e amarela se uniu com esquerda vermelha em torno da PEC dos auxílios, que carinhosamente batizei de PEC do Pudim.

A teoria é a seguinte… Quando você ingere calorias em quantidade muito mais significativa do que consome, o resultado é gordura. Na economia, a inflação é essa gordura. Aquele que ganhou peso passa a reclamar de cansaço e indisposição.

A solução mágica para o problema é distribuir pudim de leite moça para que o gordo adquira mais energia e fique disposto.

A PEC dos auxílios aprovados na câmara é exatamente isso. Vamos aliviar o efeito da inflação jogando uma soma inacreditável de dinheiro na economia do dia para a noite. O que será que poderia dar errado em entupir o gordo de açúcar?

Já escrevi sobre isso, mas vou recapitular em um parágrafo, veja se o roteiro lhe soa similar…

“Depois de dizimada por uma quadrilha, a nação resolve dar a chance para um nome que se diz de direita, com um programa supostamente liberal. Esse governante passa quatro anos sem conseguir efetivamente fazer nada por ter uma relação esquizofrênica com congresso e senado. Ao ver suas chances de reeleição irem por ralo abaixo, dá uma guinada populista à esquerda para tentar se agarrar ao poder, o que não foi suficiente e o executivo é democraticamente devolvido ao grupo que saqueou o país lá atrás”.

Estou falando da Argentina… Resultado prático 3 anos depois? 60% de inflação anual, pobreza e o aniquilação de patrimônios, aposentadores e sonhos. O caminho daqui lhe parece muito diferente?

Controle de capitais e extrema dificuldade em conseguir escapar do tóxico Peso Argentino. Recentemente minha esposa foi na fronteira comprar vinhos… Pagamento em Pesos era o valor de face. Pagamento no cartão de crédito tinha 50% de acréscimo. Pagamento em Dólar ou Reais… 40% de desconto no valor da etiqueta.

Por quê? Porque está quase impossível conseguir moeda que valha algo fora das garras do governo corrupto e incompetente lá instaurado.

O que te faz pensar que um roteiro idêntico a ser executado aqui no Brasil vai produzir uma saída diferente? É obvio que nossa economia é pujante e mais resiliente que a dos Hermanos, mas pode ter certeza que, se continuarmos seguindo os mesmos passos, vamos experimentar uma boa dose do mesmo resultado.

Mesmo que o estelionatário se mantenha no poder, o dano de sua política de extrema esquerda já é irreversível. O crescimento de arrecadação via inflação chegará ao seu limite em breve e seja lá quem esteja na cadeira em 2025, terá que lidar com os cacos de uma moeda deliberadamente destruída.

Aquele argentino que entendeu as consequências óbvias dos atos praticados por seus governantes e se entupiu de USD e Bitcoin, mesmo com a queda de 70% no valor do BTC, salvou seu patrimônio de uma desgraça maior.

Aquele brasileiro que compreender as consequências óbvias dos atos praticados por seus governantes e se entupir de USD e Bitcoin, mesmo que o BTC venha a cair outros 70%, salvará seu patrimônio de uma desgraça maior.

Lembre-se que mesmo em meio a um bear market, nosso índice de acerto é altíssimo e a base de tempo é razoavelmente certa (as coisas têm levado um pouco mais de tempo, mas estamos acertando). Quando falávamos que a inflação seria a consequência óbvia da farra das impressoras, errônea e maliciosamente justificada pelo Covid, nos chamavam de loucos e alarmistas. Hoje nos chamam de visionários.

O conselho é que com ou sem HashInvest, você saia dos Reais enquanto é tempo, salve-se enquanto é possível. Bitcoin hoje para não chorar amanhã. A inação custará caro, em especial para aquele que construiu patrimônio financeiro e provavelmente perderá grande parte do que possui se o cenário óbvio se materializar.

Os efeitos nefastos da condução de nossa economia com direito a um estado de emergência criado mediante conveniência eleitoral estão sendo completamente subestimados pelos “especialistas” do mainstream, que celebram os juros de 1% ao mês e pregam NTN-Bs como sendo fontes de “juros reais”. Depois não diga que não foi avisado.

E quanto ao meu voto esse ano? Chega. Não existe a menor possibilidade do modelo atual prosperar, não faço mais parte dele.

Obs: Este artigo é uma réplica da Newsletter da HashInvest disponibilizada por e-mail e publicada aqui com alguns dias de defasagem. Quer receber a Newsletter na íntegra? Assine inserindo o seu e-mail abaixo:


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