O que você faz quando precisa realizar a atualização mais crítica da história de um sistema financeiro que vale mais de USD 150 bilhões, que movimenta mais de USD 20 bilhões por dia e que não pode parar? A resposta é ensaiar, ensaiar e ensaiar… E é exatamente isto que os desenvolvedores da rede Ethereum estão fazendo.

Na quarta-feira (08/06/2022) a rede de teste chamada Ropstein passou pelo mesmo procedimento de atualização que será aplicada ao blockchain oficial da rede Ethereum e que marcará a transição para a versão 2.0. Este foi o primeiro “ensaio geral” dessa migração e que contará com pelo menos mais dois eventos testes similares.

Tanto cuidado não é só pelos valores envolvidos, mas também pela complexidade do que será modificado. A parte afetada será justamente a que garante a segurança e verifica as transações, ou seja, erros teriam impacto seríssimos. Quase como trocar a turbina do avião em pleno voo.

Obviamente, uma alteração tão drástica não está sendo feita por pura vontade. Trata-se de necessidade mesmo.

O Ethereum foi o primeiro blockchain com capacidade de processamento semelhantes à de um computador e capaz de executar aplicações ou “smart-contracts”. No entanto, de 2017 para cá a rede ficou sobrecarregada, com transações demorando muito tempo para serem executadas e ainda a um preço muito alto.

Além disso, surgiram muitos concorrentes com estruturas mais otimizadas para o processamento desses “smart-contracts”. Enquanto isto, o Ethereum ficou preso a um sistema fortemente baseado no Bitcoin e idealizado originalmente para funcionar como um sistema de pagamento. A ideia dessa atualização é justamente botar o Ethereum em pé de igualdade com estas redes mais novas como a BSC (BNB).

Para isso, o Ethereum vai abandonar o Proof-Of-Work (semelhante ao Bitcoin) e migrar para Proof-Of-Stake. Este novo sistema não gasta tanta energia elétrica e não depende de computadores tão caros/avançados para funcionar. Além disso, espera-se melhorias significativas em termos de capacidade de transações: fala-se em 100 mil transações por segundo frente as 30 suportadas atualmente.

O resultado desse evento teste do dia 08/06 foi considerado muito positivo. Os problemas relatados foram tidos como pequenos e incapazes de afetar a segurança (alguns poucos servidores se perderam). Então, se tudo continuar dando certo nos próximos dois eventos testes, espera-se que a tão aguardada migração ocorra no terceiro ou quarto trimestre de 2022, mas ainda sem data definida.

Obs: Este artigo é uma réplica da Newsletter da HashInvest disponibilizada por e-mail e publicada aqui com alguns dias de defasagem. Quer receber a Newsletter na íntegra? Assine inserindo o seu e-mail abaixo:


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