Toda a vez que o preço do Bitcoin dispara (sim, isso aconteceu várias vezes apesar da atual fase ruim), uma lista de acusações e problemas da moeda digital começa a aparecer na mídia. Como um disco arranhado, os pontos apontados são sempre os mesmos: moeda de bandido, alto custo das transações e o alto consumo energético. Infelizmente para quem fica reciclando esses artigos, a questão energética parece estar sendo endereçada com sucesso. Não que o consumo total esteja caindo (pelo contrário, está subindo), mas como uma consequência de segunda ordem do banimento das criptomoedas da China.

Após a canetada do chinês, a infraestrutura dedicada às moedas digitais do país asiático foi redistribuída pelo mundo. Dentre todos os destinos possíveis, os Estados Unidos foi o preferido e é hoje o principal minerador, com mais de 30% do mercado. Essa mudança de localização fez com que, segundo estimativas, o uso de fontes sustentáveis saltasse de 37 a 59% do total.

Uma ressalva importante.

Observe que eu não escrevi energia “renovável” e sim “sustentável”. A distinção é importante porque o Bitcoin nos Estados Unidos não está sendo alimentado necessariamente por usinas hidroelétricas, de biomassa ou similares. Existem sim usinas nucleares e termoelétricas sendo usadas para a atividade, mas considera-se um uso “sustentável” porque trata-se de energia que anteriormente era desperdiçada.

Isto porque nos Estados Unidos há um grande excesso de produção energia, ou seja, energia que literalmente não é consumida. Para evitar produzir e não receber nada, tem distribuidoras e geradoras de energia oferecendo descontos e fechando parcerias para a instalação de centros de mineração de Bitcoin. Capitalismo é incrível mesmo…

Além disso, existem diversas iniciativas de pequeno porte acontecendo para melhorar a sustentabilidade da moeda digital. Vou citá-las aqui mais por curiosidade do que pela esperança de se tornem tendências mundiais. Por exemplo, o calor gerado na atividade de mineração de Bitcoin tem substituído aquecedores tradicionais em diversos ambientes: de piscinas e a barris de whisky em repouso – fim muito nobre diga-se de passagem. Essa reportagem lista também outros exemplos interessantes.

A mineração de Bitcoin consome muita energia. Isso não é segredo e não vai mudar. No entanto, até mesmo os fiscais da vida alheia e ecochatos de plantão, que decidem por todos o que é ou não um bom uso de energia, terão que aceitar que a moeda digital está muito mais sustentável do que boa parte da produção industrial chinesa e consequentemente mundial.

Obs: Este artigo é uma réplica da Newsletter da HashInvest disponibilizada por e-mail e publicada aqui com alguns dias de defasagem. Quer receber a Newsletter na íntegra? Assine inserindo o seu e-mail abaixo:


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