O ano era 2006 e pela primeira vez uma pessoa se tornava milionário no mundo real com bens obtidos em um mundo virtual. A plataforma online em que isso aconteceu se chamava Second Life e a atenção dada por parte da mídia foi grande. Lembro de ter lido diversas previsões de que “em breve” tudo mudaria para essa realidade paralela. Empresas teriam seus escritórios virtuais, pessoas seriam representadas por seus avatares e as possibilidades seriam infinitas.

Resultado: pouco mais de um ano depois, ninguém falava sobre o tema.

Em 2009, o escritório brasileiro do Second Life foi à falência, sendo que no seu auge chegou a somar quase 2 milhões de usuários.

A ideia de uma realidade virtual não é nova e nem exclusividade desse século. Já se falava disso na década de 1970. Em 1992, a novela de ficção científica, Snow Crash, de Neal Stephenson criou o termo metaverso para descrever um sistema que permitia que humanos interagissem com avatares e programas de computador em um espaço virtual 3D.

Pouco mais de uma década depois do fracasso do Second Life e quase 30 anos depois do romance de Stephenson, a ideia de uma realidade virtual voltou aos holofotes. Veja só o gráfico abaixo com o número de pesquisas sobre o termo metaverso no Google:

O evento que gerou todo esse interesse foi o anúncio de que o Facebook a partir de agora se chama Meta e o seu objetivo principal será a construção de um metaverso.

Mas o que isso tudo tem a ver com blockchain e Criptomoedas? Afinal, nenhum dos metaversos criados até hoje precisavam dessas tecnologias.

No vídeo de mais de uma hora em que explica sua visão para o futuro, Mark Zuckenberg precisa só de 10 minutos para citar blockchain, Criptomoedas e NFT, deixando subentendido a função que essas tecnologias terão.

Na perspectiva apresentada, identidades digitais, itens e lugares pertencerão aos usuários e não à plataforma utilizada. Isso significa que não fará diferença entre usar o metaverso do Facebook, da Apple ou Microsoft, todos estes sistemas terão que ser interoperáveis e os elementos precisarão ser portáveis de um ambiente para o outro.

Para que isso seja possível, será necessário um banco de dados aberto e verificável, ou seja, blockchains. Além disso, para provar propriedade digital sobre os itens, não serão usados cartórios, mas sim NFTs (non-fungible tokens).

Zuckenberg também comenta que privacidade e controle sobre os dados são as bases fundamentais do sistema que está sendo construído. Que tecnologia melhor para garantir isso do que as provas de conhecimento zero? Esses algoritmos rodam em blockchain e são capazes de provar que algo é verdadeiro sem revelar dados. Algo como provar matematicamente que uma pessoa é maior de idade sem precisar informar a data de nascimento.

Admito que era bem cético sobre esse conceito de metaverso. Acreditava que era algo como uma daquelas ideias “excelentes”, mas que falharam miseravelmente em toda a tentativa de implantação – quase como um socialismo digital. Mas a quantidade de dinheiro que o Facebook (ou Meta) está investindo e a evolução tecnológica que está sendo proposta me chamaram a atenção.

Por exemplo, a forma como sensores e câmeras estão sendo desenvolvidos para representar pessoas digitalmente é impressionante. Nunca vi peles e tecidos virtuais tão semelhantes aos reais. A interpretação de sinais neurológicos para reprodução da movimentação das mãos é também sem precedentes. Não sei dizer se “dessa vez será diferente”, mas admito que fiquei impressionado.

Quanto às Criptomoedas, é difícil imaginar algo que tenha um potencial maior de causar uma adoção em massa do que um novo mundo digital.

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