El Salvador, segundo o Wikipedia:

“É uma pequena nação da América Central, conhecida por suas praias no Oceano Pacífico, pelos pontos procurados para a prática de surfe e pela paisagem montanhosa. A Ruta de Las Flores é um caminho sinuoso que passa por fazendas de café, florestas com cachoeiras e cidades como Juayúa, com seu festival gastronômico nos fins de semana, e Ataco, que abriga vivos murais. A capital, San Salvador, com um cenário espetacular repleto de vulcões, tem vários museus e o Teatro Nacional”.

Confesso que até este último final de semana eu sabia muito pouco, para não dizer quase nada, a respeito deste pequeno país. Na verdade, tudo o que eu sabia era a sua localização geográfica…

Não vou repetir no artigo de hoje as minhas crenças com relação ao sistema monetário internacional. Vou apenas registrar que o sistema monetário vigente está doente e precisando urgentemente ser renovado, reinventado ou apenas reformulado antes de um potencial “crash”. Não acredito em ruptura e sim em evolução. Sempre acreditei que o Bitcoin teria papel fundamental nesse processo, sem saber exatamente qual papel e em que tempo. Mas que as características de escassez digital, descentralização e incensurabiliade teriam grande valor aos indivíduos, pela liberdade, autonomia e controle do tamanho do Estado. Sem prazo definido, mas conforme o Bitcoin vai se integrando à sociedade tradicional, com adoção em massa, mais rapidamente veremos a sua valorização e maturidade (além da liberdade que não tem preço).

Minha principal tese era que uma guerra regulatória seria responsável por retardar o processo de evolução/integração do Bitcoin (naturalmente os Estados não querem ter seus poderes minimizados ou controlados pela plebe) e que gradativamente diversas nações passariam a constituir reservas em Bitcoin, mesmo que na surdina. Eu acredito que muitos países já o fazem, a começar pela China.

Eis que El Salvador entra em cena. Primeiro anuncia que possui Bitcoin em seu balanço. Até aí, ok. O primeiro zé ninguém publicamente assumindo o inevitável. Minha principal tese tomando forma apesar do impacto insignificante no globo. Eis então que seu Presidente, Nayib Bukele, neste último final de semana se mostrou um excelente enxadrista. Transformou a esperada guerra regulatória contra o Bitcoin no mundo em um jogo de Xadrez. Não apenas o fez como “cantou” a sua próxima jogada. Um cheque, jogada potencialmente vencedora em um jogo de xadrez onde ameaça diretamente a rainha de seu adversário.

Bukele comunicou ao mundo, no último sábado, que essa semana enviará um projeto ao congresso onde pretende transformar o Bitcoin em moeda de curso legal no país. O que isso significa? Que El Salvador passaria a ter como moeda corrente o dólar americano e o Bitcoin. Não sabemos as suas reais intenções ou interesses, mas o racional apresentado pelo Presidente foi, de forma resumida:

– Facilitar e baratear o envio de dinheiro por emigrantes para seus familiares no país (atualmente mais de 20% do PIB de El Salvador vem de dinheiro remetido do exterior para pessoas em El Salvador, normalmente com grandes taxas na origem);

– Promover a inclusão financeira da sua população;

– Atrair negócios relacionados às Criptomoedas (ofereceu visto permanente de residente, fez propaganda das suas praias e da isenção de impostos sobre propriedades).

Em resumo, espera um incremento de cerca de 25% no PIB de El Salvador. Aparentemente o Bitcoin tem valor não apenas para os indivíduos, mas também para algumas nações. Eu confesso que por isso eu não esperava tão cedo… o Bitcoin virando moeda legal em algum país… mas voltemos ao Xadrez (não mais guerra).

O Bitcoin virando moeda de curso legal em uma nação soberana, como é o caso de El Salvador, ele automaticamente passa a ter classificação de moeda estrangeira deixando de ser “a coisa”. Isso é um passo gigante. Os Estados Unidos, por exemplo, já tem muito bem definido o tratamento contábil e fiscal para moeda estrangeira, podendo inclusive ser adotada no comércio internacional. Sim, isso destravaria a adoção em massa do Bitcoin por pessoas, empresas e governos por todo o mundo. El Salvador, do alto da sua insignificância, ditando as regras de contabilização e reconhecimento do Bitcoin.

Tanto os Presidentes do país, como o do Congresso, colocaram os famosos laser eyes em seus perfis nas redes sociais. Um clara demonstração de apoio ao Bitcoin e dando a entender que o projeto deve evoluir. Um cheque.

Evidentemente sofrerão as mais diversas pressões e seria ingenuidade minha acreditar que seria simples assim. Por isso não é um cheque mate (fim de jogo). Mas o simples fato de uma potencial guerra regulatória ter sido desarmada e transformada em um jogo de xadrez é digno de nota. Ainda mais quando pequenos jogadores sentam à mesma mesa para um campeonato único. El Salvador entra para a história como o primeiro (se concretizar os seus planos), mas certamente não será o único (o nosso vizinho Paraguai parece querer seguir pelo mesmo caminho). Além do impacto global, essa é mais uma clara demonstração de que o Bitcoin é incensurável. Países podem banir, mas enquanto um país (nem que seja El Salvador) apoiar, o Bitcoin vai existir.

Saia da plateia. Deixe de ser um mero espectador e venha participar dessa história com a HashInvest. O Bitcoin é democrático, está disponível para você, para mim e até para El Salvador. Não existem garantias, mas aparentemente cada vez mais e mais rápido o Bitcoin vai ocupar um lugar de destaque na economia mundial.

Obs: Este artigo é uma réplica da Newsletter da HashInvest disponibilizada por e-mail e publicada aqui com alguns dias de defasagem. Quer receber a Newsletter na íntegra? Assine inserindo o seu e-mail abaixo:


Assine a nossa newsletter
Receba o conteúdo que interessa para o investidor em Criptomoedas!
We respect your privacy. Your information is safe and will never be shared.
Don't miss out. Subscribe today.
×
×
WordPress Popup Plugin