Estou cada vez mais convencido que o ser humano gosta de ser enganado.

Triste, mas real. Principalmente quando estamos falando de uma das partes mais sensíveis do Homo Sapaiens Sapiens (ordem dos Primatas e família Hominidae), o bolso.

Nos últimos dias vimos fortes altas no mercado de ações no Brasil e no mundo. Muita animação com a tão sonhada recuperação em V.

Não é mesmo que estamos vivendo uma recuperação em V?

No Brasil, no início do ano estávamos nas máximas do principal indice da bolsa brasileira (IBOVESPA), animados com a reforma da previdência, mesmo que meio capenga, que o Congresso/governo tinha conseguido aprovar. Estávamos muito animados porque tínhamos por sair outras importantes reformas como a administrativa e tributária.

Eis que veio a PANDEMIA e o mercado financeiro desabou.

No Brasil e no mundo, os governos imprimiram e torraram dinheiro como nunca para salvarem as suas economias.

Muitas mortes, medos e pseudo lock downs. Porém com a expectativa de uma vacina os mercados não só se recuperaram como muitos estão nas máximas do ano.

Uma vacina é fantástico, voltarmos à velha liberadade de circulação também é fantástico.

Não quero ser insensível, pois o bem estar dos homo sapiens é sim a prioridade, mas aqui estamos falando de dinheiro…

O fato é que retomamos o sentimento de que está tudo bem, pois temos a expectativa que em um futuro mais ou menos próximo (no Brasil ainda é uma dúvida quão próximo) a economia voltará à sua normalidade viva e punjante.

Desculpe, não quero ser o estraga prazeres, mas a nossa normalidade no Brasil é ainda pior do que a nossa normalidade pré-COVID.

As economias da reforma da previdência escorreram por entre os dedos nas tentativas de socorro. O ambiente político pró-reformas não existe mais. Presidência e Congresso não se entendem mais. A poderosa equipe de ministros desfacelou.

A presidência tem como único objetivo trabalhar em prol de uma reeleição, independende das consequências para o país e para a população. Não bastasse o desgaste, historicamente as maiores reformas (que são sempre dolorosas) são realizadas no primeiro ou segundo ano de mandato, raramente na metade final.

Resumo: aquela normalidade animadora de antes da PANDEMIA não existe mais, pelo contrário, estamos em um beco sem saída. O fiscal em frangalhos. O desemprego elevado e as empresas falindo. As reformas estruturais distantes e os políticos em guerra.

Por que esta normalidade, com vacina ou não, trouxe a animação aos mercados? Quais os fundamentos para a recuperação em V? A baixa taxa de juros, injeções artificiais de liquidez e vacina? Fundamentos ou ilusão?

A minha pergunta, para a qual torço com veemência para eu estar errado, é:

O que vai acontecer depois que estivermos vacinados, sem empregos, com o país quebrado e tendo que pagar a conta do passado?

Proteger a sua carteira é muito importante. Podemos nos deixar enganar, mas nunca por completo! Diversifique.

Obs: Este artigo é uma réplica da Newsletter da HashInvest disponibilizada por e-mail e publicada aqui com alguns dias de defasagem. Quer receber a Newsletter na íntegra? Assine inserindo o seu e-mail abaixo:


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