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Retrospetiva das Criptomoedas em 2020.

Postado em 06/04/2021

Nome do Autor luis

Serei 100% clichê.

Essa Newsletter será retrospectiva e a próxima será perspectiva.

Como em toda retrospectiva, você que me acompanhou durante o ano vai reler a mensagem que eu quero deixar aos meus amigos, clientes e entusiastas não só das Criptomoedas, mas do mundo dos investimentos em geral.

O ano de 2020 pode seguramente entrar para a história como sendo o ano em que tudo que se sabe de teoria de investimentos e de economia foi reescrito. A teoria tradicional não serviu para absolutamente nada. TODOS os livros que ensinam fundamentos de empresas, como ler balanços, que ensinam a ver os resultados, múltiplos, dívidas, investimentos, crescimento e outra infinidade de indicadores não servem para absolutamente nada… Joguem fora TODAS as métricas de análise de investimentos, TODAS.

Isso é um fato.

2020 foi o ano de quem sabe ler um balanço perder dinheiro quando comparado ao Youtuber de 19 anos que faz daytrade online.

Gostaria aqui de reforçar a visão de que de fato é real a possibilidade de que as empresas definitivamente não precisem mais lucrar, que ganhar dinheiro é um luxo absolutamente desnecessário em um mundo com excesso de liquidez e juros ridiculamente baixos. Nesse cenário, sempre haverá um novo trouxa para assinar o cheque e financiar mais uns anos de destruição de valor, gordos salários para executivos ineficientes e empresas inchadas desde que essas pautem valores de igualdade, diversidade e pautas ambientais…

Em última instância, esse trouxa terá sido o pagador de impostos, já que 2020 foi marcado como o ano em que BCs ao redor do planeta compraram toneladas de dívidas corporativas com “dinheiro público”.

No Japão o Banco Central já possui mais de 50% das ações negociadas na principal bolsa do país e nos EUA o FED andou comprando dívida da VW para ajudar o combalido Deutsche Bank.

São diversas as bizarrices que querem lhe entubar como “normal”, “estratégico”. Chamam esse horror de “estímulo”.

Em 2020 ficou difícil esconder o elefante embaixo do tapete.

Encontramos fortes indícios de que a impressora de dinheiro criou valor artificial para ativos, muitos deles podres. Que o valor das ações nada mais tem a ver com o desempenho das empresas no livre mercado recompensando os vencedores e punindo erros, mas sim vem a ser o reflexo de um monte de especulador pegando dinheiro a juro zero para comprar ações, e ainda pior, corporações se financiando a juros zero para recomprar as próprias ações e fazê-las subir.

Corrobora para considerar como verdade esse cenário o fato de que aproximadamente 35% de TODOS os dólares americanos já emitidos na história terem entrado em circulação no ano de 2020. Vou repetir: 35 a cada 100 dólares que existem no planeta surgiram em 2020.

O dinheiro emitido em 2020 simplesmente não circula, vai direto para bolsas. Não socorre os desempregados, não financia os pequenos negócios aflitos pela pandemia. O novo dinheiro vai direto para as bolsas, sem escalas.

Em bom português: quanto mais emite, menos circula, mais se especula.

Essa é a realidade do desemprego americano atualizada na quinta-feira da semana passada:

Uma expansão monetária de 35% não foi capaz de “estimular” a economia? Curioso…

E agora mais uma pergunta, o que justifica as bolsas americanas no seu pico histórico?

A esperança da vacina?

A possibilidade de eventualmente as empresas obterem resultados parecidos com o pré-pandemia justifica o valor das ações (antes do fato) estarem valendo mais do que valiam antes da pandemia? Existe algum sentido nisso?

Para ser ilustrativo… Eu ganhava 20 laranjas por ano e minha empresa tinha valor de mercado de 1000 laranjas.

Houve um evento catastrófico em 2020 e passei a perder 10 laranjas por ano. Mas como existe um otimismo irracional sobre a possibilidade de que eu volte a ganhar 20 laranjas ao ano em um dia no futuro, minha empresa está valendo hoje 2000 laranjas.

O fato de que o manicômio estar sendo dirigido por engravatados de cabelos brancos em absoluto quer dizer que eles sabem o que estão fazendo. Eu no lugar deles também não faria ideia do que fazer, apenas estou alertando para o fato de que devemos reconhecer que o cenário é surreal, fantasioso e a chamada “economia real” está mais próxima de uma pirâmide financeira do que querem deixar transparecer os BCs.

Não está convencido da loucura e da insanidade que tomou conta do mundo?

Pare e pense no tamanho da asneira que se sugere quando um BC coloca em seu mandato medidas contra o aquecimento global… Pois é FED, Banco Central Europeu e até o nosso aqui, Maria vai com as outras entraram nessa…

Se em 2019 o banco dinamarquês Jyske Bank marcou seu lugar no mundo com uma hipoteca de juros negativos (isso mesmo, sua dívida reduzia 0,5% ao ano), 2020 normalizou esse cassino, em que vale tudo para comprar ações. Faz sentido… Se o banco está te cobrando para guardar dinheiro e até mesmo te pagando para se endividar, porque diabos ficar com o dinheiro? Vamos “investir” na bolsa!

Dentro de casa, a insanidade é igualmente grande. Temos uma taxa SELIC (aquela que remunera os investimentos conservadores no banco) pagando 2,0% ao ano, ou seja, 1,7% ao ano quando descontado o mais ameno imposto sobre aplicações enquanto temos a inflação estourando o centro da meta…

Ou seja, com a inflação em 4,31% (Inflação oficial, lembra que o governo tende a amenizar a realidade e você que faz seu supermercado sabe exatamente do que estou falando), seu CDB de 100% da CDI está lhe tirando 2,61% ao ano.

Ou seja, na prática os BANCOS ESTÃO COBRANDO para ficar com o seu dinheiro e praticamente obrigando o brasileiro a ir para a bolsa de valores, comprar sucata a peso de ouro. Lembra a historinha das laranjas? A diferença é que aqui temos um bocado de laranjas podres.

Empresas boas, lucrativas e bem administradas estão cotadas a preços absurdos e inimagináveis.

Empresas ruins, podres, falidas e mal administradas estão cotadas a preços de empresas boas lucrativas e bem administradas.

O volume de dívida emitida pelas empresas a juros baixíssimos é impagável. O volume de dívidas emitidas pelos governos é literalmente impagável.

O pecado maior que pode se cometer é acreditar genuinamente que “desta vez será diferente”. Não será. Mais dia menos dia TODAS as pirâmides financeiras colapsam. Essa é uma verdade para a qual não cabe discussão.

E para você que está todo serelepe que o USD deu um respiro em sua paridade com o Real, deixo aqui uma tabelinha para lhe trazer de volta para a realidade.

Sem reformas profundas, somos a próxima Argentina e você está numa janela de tempo de 2 (dois) anos para agir e se proteger, se você não fizer nada, a culpa será somente sua.

Esse movimento de queda do USD é global e será revertido assim que os demais BCs se acharem no direito de repetir a fórmula mágica do FED e imprimirem toneladas de moeda fraca. Acredito, esse é sem dúvida o cenário de maior probabilidade.

Aqui dentro de casa, o cenário de médio prazo é pavoroso.

Está todo mundo louco?

Tem uma porção de paranoicos desesperados que fizeram as continhas com as laranjas, chegaram à óbvia conclusão que as contas não fecham e estão buscando rotas de fuga.

Uma rota de fuga popular tem sido um ativo cujas regras de emissão são conhecidas, controladas e definidas em protocolo.

As regras desse ativo não podem ser alteradas ao sabor de um governo, de uma disputa comercial… Se os engravatados de cabelos brancos berram, gritam e esperneiam, absolutamente nada acontece. Nesse mundo, não existe dívida, não existe juro negativo, não existe reserva fracionária (todo valor emitido de fato existe).

Aos poucos quem tem muitos dólares e veem 35% da base desse ativo se expandir numa velocidade nunca vista começa despertar para a guerra de narrativas, onde o risco real não está exatamente onde a manada aponta.

Para as Criptomoedas, 2020 pode ser resumido como o ano em que as instituições e corporações descobriram uma arca de salvação da insanidade construída pelos mercados, onde é proibido falir, é proibido punir a ineficiência e onde nenhum amigo do rei pode perder dinheiro.

E assim preparamos o terreno para a última newsletter do ano, as perspectivas de 2021.

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A maneira como os blockchains e as criptomoedas são percebidos pelos gestores financeiros está evoluindo rapidamente.  Este ramo, que até pouco tempo era renegado e ligado fortemente a hackers e fraudes, teve uma mudança de perspectiva importante no começo deste ano com o lançamento dos ETFs na bolsa americana e, mesmo com esse grande avanço, muito mais está por vir.

Em março a Black Rock, maior gestora de ativos do planeta, lançou o BUILD (BlackRock USD Institutional Digital Liquidity Fund), o seu primeiro fundo tokenizado.

Um token é um “certificado de propriedade” que representa ativos do mundo real (como imóveis, ações, títulos ou commodities) em um blockchain. Ou seja, a infraestrutura de redes como Bitcoin, Ethereum e Solana é usada para representar coisas/estruturas que vão além de moedas.

Em um fundo tokenizado, como o BUILD da Black Rock, a gestora utiliza tokens para representar os ativos do fundo, neste caso específico, Títulos do Tesouro Americano e Dólares Americanos.

O que deixa esta história interessante, é que a Black Rock não é a única interessada em tokenização, notando-se movimentos similares em diversos setores.

Por exemplo, o Tether Limited Inc., empresa que emite a moeda com preço atrelada ao Dólar, lançou recentemente o Tether Gold. Neste caso, cada token emitido representa uma quantidade de ouro armazenada em bancos da Suíça.

A Consultoria McKinsey projeta em seu cenário base que o mercado de ativos tokenizados atingirá um tamanho de quase USD $2 trilhões até 2030.

Dentre as vantagens que levam a esse interesse na tokenização, podemos citar liquidações instantâneas 24/7, maior transparência e eficiência, aliada a redução no custo. Para quem opera cripto, nada demais, mas para o mercado financeiro tradicional, isto traz oportunidades significativas.

Em resumo, a gestão de ativos cripto pode evoluir do simples acúmulo de criptomoedas para a criação de produtos multi-ativos com sua gestão e distribuição ocorrendo através dos blockchains. Blockchains estes que até pouco tempo, eram coisa de bandido.

30 ANOS DO PLANO REAL

30 ANOS DO PLANO REAL

Em 01/07/2024 o Real completará 30 anos de circulação. Na verdade, o plano real, pois tudo começou através de medidas provisórias na qual a moeda era chama de URV, posteriormente convertido para o Real na cotação de 1 para 1.

Temos motivos para celebrar ou não? Aprendemos algo com o passado?

Ao final do regime militar no Brasil e período de redemocratização (na medida do possível em uma frágil democracia, mas ao menos o fim de uma ditadura escancarada) o país passou por diversas crises econômicas desencadeando o pior dos impostos de maneira exacerbada: inflação (no caso hiperinflação). Os governos sempre tiveram o hábito de exaltarem seu governo e culparem algo externo a eles na totalidade. Parece que alguns hábitos nunca se perdem…

A inflação ao final dos anos 1980 e início dos anos 1990 vinha escalonando de forma abrupta e a cada plano que tentava controlar artificialmente a inflação ela voltava com ainda mais intensidade. Logo antes do plano real o Brasil chegou a bater um IPCA (oficial) de 2.500% ao ano. Os mais antigos devem se lembrar de coisas como overnight, remarcação de preços no supermercado diversas vezes ao dia (existia uma profissão que era etiquetador de preços) e a corrida ao supermercado nos dias de pagamento.

Vamos voltar um pouquinho mais…

Durante o governo Sarney foram 3 as tentativas de conter a inflação. Em 1986 foi a vez do plano cruzado, onde a moeda sofreu um corte de 3 zeros e houve congelamento de preços e da taxa de câmbio oficial. Em 1987 foi a vez do Plano Bresser que tentou a já ineficaz estratégia de congelamento de preços. Em 1989 como última cartada do governo Sarney tivemos o Plano Verão em 1989 com um novo corte de 3 zeros na moeda renomeando a moeda para Cruzado Novo, e novos congelamentos de preços e taxas de câmbio.

Já no governo Collor, em 1990 foi o Plano Collor 1 que ficou famoso pelo confisco da poupança popular e criação de novos impostos como o IOF (imposto sobre operações financeiras). Em 1992 veio o Plano Collor 2 com novos congelamentos de preços e agora também o congelamento de salários. E já não bastasse o confisco do plano anterior na poupança popular, a equipe econômica decidiu proibir os depósitos overnight.

Uma coisa comum a todos esses planos foi uma queda artificial (e muito dolorosa para a população) com um repique muito mais acentuado da inflação na sequência.

Em 1994, durante o Governo Itamar Franco, foi implantado o Plano Real. Primeiramente com a URV (CR$2.750 = US$ 1,00 = R$ 1,00). O início da circulação da URV (posteriormente batizada de real) foi em 01/07/1994. O plano real teve suas crises, mas é fato que devolveu a estabilidade mantendo a inflação oficial em patamares inferiores a dois dígitos anuais. Em retrospectiva foi um sucesso!

E agora, 30 anos depois?

Um pequeno exercício da um pouquinho da dimensão do que é a inflação. Nesses trinta anos de “estabilidade”, o não tão poderoso real também perdeu seu poder de compra, às vezes mais rápido, às vezes mais devagar. R$1,00 em 1994 podia comprar uma série de coisas… em 2024 a cédula de R$1,00 não existe mais!

Em 1994 um pãozinho de sal custava R$0,10. Hoje é difícil comprar um pãozinho por menos de R$1,00. Um litro de gasolina custava R$0,55 em 1994 e hoje é difícil abastecer por menos de R$5,50 o litro. E isso vale pro leite, pro ovo e pra banana também…

Um ponto importante e que não pode ser esquecido, é que o descontrole para o monstro da inflação pode ser fatal. É fácil voltarmos ao período de hiperinflação, mas é cada vez mais difícil sairmos dele (olhe nossos vizinhos Hermanos) uma vez que o nosso sistema e ferramentas tradicionais estão desgastadas e perto de um colapso (crescimento da dívida, aumento de carga tributária, PIB praticamente estagnado por décadas e irresponsabilidade fiscal). Ninguém torce por isso, mas sempre que palavras como intervenção, confisco, congelamento voltam a circular o medo do monstro da hiperinflação volta a rondar.

Qual ativo hoje existente e acessível, que não existia em 1994, é imune em seus fundamentos às palavras (confisco, intervenção etc.) e ações de governos que podem acordar o monstro da hiperinflação?

Uma dica: Não é o Bitcoin do banco Itaú!

10 anos de minha primeira iniciativa com Bitcoin

10 anos de minha primeira iniciativa com Bitc

Essa semana me dei conta que em julho faz 10 anos de minha primeira iniciativa para que amigos próximos entendessem e entrassem no Bitcoin, e desde então venho fracassando consistentemente nessa missão.

O ano era 2014 e eu estava apaixonado pela moedinha laranja. Era o chato do Bitcoin, só via Bitcoin, tudo era Bitcoin. Havia recém voltado de Amsterdam de minha primeira conferência de Bitcoin.

Na ocasião, meu sócio que se senta a minha frente foi persuadido a programar um bolão da copa do mundo em Bitcoin, na qual as apostas para participar e os prêmios eram em Bitcoin.

O bolão em si era o de menos, a tentativa era ser lúdico e mostrar o futuro às pessoas queridas, que através de um uso prático, criassem carteiras, transacionassem, enfim, uma brincadeira para quebrar a barreira inicial.

Deu errado.

– “Muito complicado”

– “Faz pra mim, depois te pago”

-“Legal, mas não tenho tempo”

-“Você é maluco”

-“Você precisa arrumar um emprego”

O preço na ocasião? Na casa dos USD 300 (Trezentos dólares), morro abaixo, logo depois de ter ultrapassados os USD 1.000 pela primeira vez durante o stress bancário na Grécia.

Deveria ter parado por aí, mas não… Vem o ano de 2017, lá por julho, e a ideia de montar a HashInvest. Se lá em 2014 a turma ignorou e não veio, então, vamos criar uma ferramenta que permita as pessoas a embarcarem sem sofrer, com baixíssima complexidade, e então começamos.

 Abrimos as portas em novembro e logo em seguida o Bitcoin ultrapassa a marca de USD 10 mil pela primeira vez na história.

Dessa vez logrei algum êxito e o sucesso foi ligeiramente maior que no bolão de 2014. Empolgados pela euforia do mercado e com o noticiário naquele ano, dessa vez alguns bem-sucedidos amigos próximos finalmente entraram no Bitcoin.

Qual era a minha esperança? Que começassem a ler os conteúdos por aqui e que começassem a voar por conta própria. Não foi o que aconteceu.

A única recomendação que dou explicitamente é a de fazer preço médio, o que que ninguém faz é o preço médio. A turma comprou em 2017 e a grande maioria simplesmente deixou lá, sem novos aportes, sem estudar por conta própria e ficaram demasiados insatisfeitos quando o pico de USD 20 mil derreteu pelos anos a seguir, e o pior, agora a culpa era minha.

Em 2019 e 2020 resolvemos que era hora de fazer marketing digital. Investimos em Instagram, conteúdo, linkedin, podcast e os cambau…

Nada efetivo, pouco resultado. Acabou que nos dias atuais temos o mínimo, mas bem diferente do que já foi no passado. As pessoas simplesmente não vieram, logo, vamos ficar por aqui somente para reafirmar que estamos por aqui e estamos vivos.

O preço na época era em torno dos USD 6 mil dólares por Bitcoin, com direito a uma excursão na casa dos USD 3 mil alto no fatídico Corona Day.

Veio mais um bull market, dessa vez em 2021. Vimos o Bitcoin saltar para USD 69 mil dólares e quando a farra se aproximava do fim é que os clientes começaram a chegar…

A gente fala que bitcoin se compra todo dia, no preço médio, mas a pessoa quer comprar depois que a euforia tomou conta da internet… Caímos para a casa dos USD 15 mil e por lá ficamos até meados de 2023.

Com a chegada dos ETFs e dos institucionais, o Bitcoin começou a tracionar mais uma vez um novo All time High na casa de USD 73 mil foi visto há poucos meses nesse ano de 2024, mas diferentemente dos outros Bull Markets, dessa vez o varejo não veio, pelo contrário, quem levou prejuízo entrando no topo de 2021 acabou por “aproveitar a chance” e ir embora de vez.

Hoje, especificamente dia 24 de junho de 2024 enquanto eu escrevo esse texto o Bitcoin “derrete e agoniza” em USD 60 mil.

Dos tais amigos próximos, ainda sou taxado de louco. Recorrentemente o que escuto é que

-“Você teve sorte”

-“Deveria ter te escutado lá atrás, mas hoje está muito caro”.

-“Você ainda tá naquele negócio de Bitcoin?”

-“Ainda tenho aquela grana lá de 2017, ta bom né… Qualquer dia ponho um gole a mais”

Hoje ainda sou o chato do Bitcoin, mas diferentemente do passado, somente quando sou perguntado. Quando não questionado, converso de cervejas, de viagens, do clima, de amenidades em geral, mas só falo de Bitcoin com quem me pergunta.

Mesmo quem me pergunta se recusa a aceitar a realidade. Por mais dados que sejam entregues, demonstrados, a alocação de recursos vai majoritariamente… Para a renda fixa em Reais. É ultrajante e embaraçosa a sensação de incompetência que me acomete.

Vejam os marcos de preço desse texto…

USD 1000, USD 300, USD 10.000, USD 20.000, USD 6.000, USD 3.000, USD 69.000, USD 15.000, USD 73.000, USD 60.000…

Quando estava em USD 1 mil, estava caro demais, e quando estava em USD 300, ainda bem que não entrei nessa fria.

Quando estava em USD 69 mil, estava caro demais, e quando estava em USD 15 mil, ainda bem que não entrei nessa fria.

Quando estava em USD 73 mil estava caro demais…

Todos os anos escrevo ao menos uma newsletter com cálculos detalhados de preço médio, geralmente com aporte mensal e começando em épocas muito ruins (primeiro aporte num all time high por exemplo) e todos os anos demonstro com dados que se você fizer DCA de modo disciplinado a sua probabilidade de multiplicar o patrimônio é significativamente alta e seu risco é relativamente baixo. Fazendo isso você bate TODOS os CDBs, CDIs, Tesouros e índices de bolsa que pode encontrar por aí.

No fim do dia… São 5 os clientes que praticam o preço médio…

Quanto a mim? Começando a pensar com mais carinho na ideia de aposentadoria.  A Hashinvest não é exatamente uma necessidade nessa altura da vida, afinal, dizem por aí que “dei sorte!”.

Gostaria de ter convertido muito mais gente do que de fato converti e passados 10 anos, sinto que está se aproximando a hora de admitir que é bastante provável que eu não seja a pessoa certa para esse trabalho.