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Blog da HashInvest

Bitcoin – Ficção versus realidade

Postado em 05/02/2021

Nome do Autor luis

Texto originalmente publicado na newsletter HashInvest de 30/09/2020

A mídia foca nos riscos do Bitcoin e das Criptomoedas sob a ótica de preço de curto prazo, ataques hacker e escândalos de golpistas. Isso presta um imenso desserviço ao que estamos propondo aqui na HashInvest. Os riscos do Bitcoin hoje são outros muito mais tecnológicos do que mercadológicos em si.

Já discutimos inúmeras vezes as propriedades que fazem do Bitcoin o Ouro 2.0, entre elas as principais são a incensurabilidade (resultado da descentralização) e a escassez programada.

Quando digo risco tecnológico quero dizer uma falha de protocolo, uma falha na essência das Criptomoedas… Improvável, mas não impossível. Estamos há mais de 10 anos com um uptime superior a 99,98%. Já são 2.759 dias desde o último evento que exigiu algum tipo de intervenção da comunidade, e a cada dia que passa a certeza de que a fundação é sólida aumenta.

(O uptime do Bitcoin é maior que de Google, Amazon, Facebook e dos servidores da Apple, nada mal mesmo)

Clique na figura pra acessar o Uptime em tempo real

Na ficção que te vendem, o Bitcoin é dinheiro de bandido para financiar a lavagem de dinheiro. Na realidade, o Dólar americano é o queridinho de mafiosos, traficantes e corruptos ao redor do planeta. Semana passada estourou (mais um) escândalo de lavagem de dinheiro.  Detalhe que o mercado inteiro de Criptomoedas vale hoje menos de 20% do que meia dúzia de bancos sozinhos lavaram… Para variar, os mesmos de sempre… HSBC, Deutsche Bank, JP Morgan… Os louvados bandidos de sempre (o mercado financeiro tem uma quedinha por louvar bandido, inclusive no Brasil, vide Eike Batista e outro senhor brasileiro residente na Suíça, admirado por “sonhar grande” mas que como não está preso, é tido como um Deus vivo).

Notícia do Valor Econômico de 20/09/2020

Na ficção, te vendem a bolha que estourou, que o Bitcoin que foi de USD 20 mil para USD 3 mil e que o Bitcoin está morto. Aconteceu de fato, e não foi a primeira vez e certamente não foi a última. A nossa “bolha” já estourou algumas vezes. Veja a realidade, com o gráfico da média de 200 semanas (uma métrica padrão utilizada para analisar mercados de ações, preços de m2 e demais ativos de preço volátil).

Consegue ver que o que essa curva nos diz? Que preço do Bitcoin no longo prazo SEMPRE subiu? Se fixar ao caos de 2017 é negar os dados. Não temos garantia de continuidade, mas temos 10 anos de tendência histórica.

Olha que legal essa outra tabelinha aqui… Que alguém fez sábado passado.

Hoje o Bitcoin está acima dos USD 10 mil, e estamos celebrando que ele bateu o recorde de dias acima dos USD 10 mil desde a euforia de 2017. Veja o gráfico abaixo publicado pela agência de notícias Coindesk justamente no dia em que o recorde foi batido.

A ficção gosta de bater na tecla de que o Bitcoin perdeu 80% do valor em 2017 mas não gosta de te contar que já são mais de 300% de subida desde o fundo do poço.

A ficção adora te mostrar quando um golpista roubou milhões com discurso de trade de Criptomoedas, mas não te conta que empresas listadas em bolsa estão começando a trocar caixa por BTC.

A MicroStrategy fez uma aposta de quase USD 500 milhões no Bitcoin e tem na Criptomoeda hoje sua reserva de caixa. Esse é o início do tal “dinheiro institucional” que vai entrar no espaço do qual falamos aqui há alguns anos (inclusive com a base de tempo certa).

Dinheiro institucional entrando diminui o poder das exchanges, consequentemente das baleias, o que resulta em um efeito chamado “descoberta de preço” mais justo, e posso lhe dizer com base em tudo que vejo que a grande pressão não será para baixo…

A ficção te vende CDB pagando 110% do CDI mas não te conta que isso equivale a mais ou menos 1,8% ao ano em moeda fraca. Na realidade hoje você tem investimentos em Stablecoins denominadas em dólares rendendo conistentemente juros acima de 0,6% a.m.

Quinze dias atrás perguntei aqui se nossa base de clientes se interessava por projetos DeFi denominados em USD com rendimento em USD. De um potencial de 1.500 respostas tive 2 (duas) pessoas interessadas (obrigado V.L.F. e E.L. por responderem), ou seja, rendimentos, de 6, 8, 10% ao ano em USD não despertaram o interesse de nossos clientes. Confesso que não gostei, porque certamente, a ficção e o preconceito sem fundamento estão falando mais alto do que dados e fatos.

Importante você observar que o espaço ainda está vazio e a adoção ainda é pequena, ou seja, a janela de oportunidade ainda está escancarada na frente das pessoas e ninguém está fazendo nada a respeito disso. A ficção fez o trabalho dela e fez do investimento em Bitcoin um “leproso na idade média” ou um “portador de HIV em 1986”, porém existe uma tremenda e rara oportunidade para algo que tem grandes chances de transformar o mundo e dar muito certo no longo prazo.

A ficção local te diz que o as reformas tributária e administrativas serão maravilhosas, que a confiança no país é recorde e que o Brasil vai voltar a crescer. A realidade te mostra um rombo fiscal sem fim, uma moeda a deriva, uma casta com direitos e privilégios sem fim e um congresso populista. A Criptomoeda te liberta disso.

Ando cansado e bastante desestimulado em tentar convencer as pessoas, que se recusam a olhar os dados e se resumem a papagaiar todos os clichês negativos sobre o Bitcoin, por outro lado, estou extremamente ativo e executando com sucesso meu plano de deixar em Reais somente o dinheiro do mês, e assim tocamos o barquinho.

Como diz Max Keiser, uma vez compreendido o Bitcoin, você não consegue descompreendê-lo.

Veja outros artigos

Memecoins: a piada que chegou à presidência dos EUA 

Memecoins: a piada que chegou à presidência

Com a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, há uma grande expectativa de políticas mais favoráveis do governo americano em relação às criptomoedas (escrevo esse texto antes da posse). No entanto, a única certeza que temos até o momento é o lançamento das meme coins, TRUMP e MELANIA, pelos respetivos homenageados (presidente e primeira-dama). Juntas, essas duas meme coins já chegaram a valer mais de USD 14 bilhões.  

Uma meme coin é uma criptomoeda baseada em memes ou piadas da internet. Geralmente, elas são criadas como uma forma de humor ou sátira, mas algumas acabam ganhando valor significativo impulsionadas principalmente pela comunidade e pelo hype nas redes sociais. Outras celebridades como Elon Musk, Caitlyn Jenner, Iggy Azalea também resolveram lucrar dessa forma.  

Além da possibilidade de ganhos significativos, hoje é muito fácil do ponto de vista técnico criar uma moeda digital. Inclusive, já existem sites como Pump.fun  e Token Tool, que tornam esse processo simples como preencher um formulário online. Contudo, se o processo de criação é rápido, paga-se para que uma nova moeda seja listada por sites e exchanges. O lançamento “sério” de uma moeda custa entre USD 5.000 e USD 50.000. 

Por ser tão fácil e o investimento baixo, segundo agregadores, todos os dias entre 40.000 e 50.000 novos tokens de criptomoedas são criados. Durante períodos de hype, esse número pode chegar a 100.000. No entanto, muitas dessas iniciativas têm poucas horas de vida. 

Obviamente que nem tudo são flores, especialmente para projetos que não tem o homem mais poderoso do mundo e nem o mais rico como garotos propaganda. Ainda segundo a plataforma DREX, a maioria dos projetos de meme coin (89%) tem um valor de mercado entre 0 e $USD 1,000. Apenas 5% das meme coins tinham um valor de mercado acima de $10 milhões em março de 2024. 

Além disso, a volatilidade dos preços das meme coins é um dos aspectos mais marcantes desse segmento. Essas moedas podem experimentar oscilações extremas de valor em curtos períodos. Eventos como tweets de celebridades e notícias de parcerias podem causar aumentos repentinos nos preços. Da mesma forma, quedas igualmente rápidas acontecem quando o interesse diminui ou surgem preocupações sobre a sustentabilidade dos projetos. 

Por exemplo, o preço do Dogecoin ($DOGE) viu um aumento meteórico após uma série de tweets de Elon Musk, apenas para experimentar quedas substanciais quando o entusiasmo inicial esfriou. O que parece estar acontecendo com as moedas TRUMP e MELANIA.  

Por isso, a não ser que você compre uma meme coin por brincadeira ou piada, é muito difícil que acerte o momento certo de entrar nesse “investimento”. Você terá que acertar qual, dentre os milhares de projetos, será colocado em destaque por uma celebridade de alcance global. 

2025 já está voando

2025 já está voando

Parece que foi ontem que o ano de 2024 terminou. 2025 era esperado com muitas expectativas…

E não decepcionou… 2025 começou bastante animado e já vamos completando o primeiro mês do ano. 1/12 do ano já se foi…

Em janeiro todos os olhos do mundo econômico se voltaram ao tio Sam. Donald Trump assumiu a cadeira mais importante da maior potência econômica e militar do planeta num estilo bem caricato e pistola. Assinou pilhas de decretos de todos os tipos, assuntos e gostos… se pautou no auge da arrogância já conhecida e nada diferente daqueles que o elegeram esperava. Não vou me atrever a analisar seus decretos, veracidades, pontos positivos e nem negativos. Vou me ater ao fato do Bitcoin e demais ativos virtuais terem passado em branco no dia 1 do novo mandato de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos.

Entretanto, movimentos de substituição na presidência da SEC (equivalente à CVM nos EUA) e a criação de uma comissão para o desenvolvimento de uma regulação pró-Bitcoin e cia foi suficiente para alavancar as cotações para novos ATH. Já na semana seguinte uma startup chinesa, DataSeek, chacoalhou o mercadoi de ações norte-americano. Em especial a Nvidia e outras bigtechs derreteram. Nenhuma relação direta com o Bitcoin, mas o efeito colateral dos mercados como um todo derrubaram o Bitcoin para baixo dos 100 mil dólares outra vez. Para a tristeza dos haters, rapidamente o Bitcoin se recuperou e voltou a ser transacionado acima dos 100 mil dólares.

Toda essa novela se passou em menos de 30 dias e certamente teremos muito mais nos próximos 11 meses. Essa emoção toda certamente será convertida em volatilidade e na média as expectativas são animadoras. Importante salientar que todos esse movimentos e ruídos são apenas catalizadores de preço de curto a médio prazo. Quando pensamos no protocolo matemático, esses ruídos têm interferência zero no Bitcoin. Preços subindo ou preços caindo o Bitcoin seguirá com sua escassez e sua descentralização. Os fundamentos que levam ao real valor do Bitcoin são justamente a sua escassez e sua descentralização.

Descentralização confere segurança e soberania ao indivíduo enquanto a escassez por protocolo matemático (descentralizado) reverte parte de seu valor em preço. Quanto maior for a demanda por algo escasso maior será seu preço. Quanto maior for o preço de um ativo seguro pelo qual cada indivíduo tem a soberania sobre ele tem um valor incalculável nos dias atuais. Justamente essa frase “nos dias atuais” que faz a procura por Bitcoin aumentar gradativamente retroalimentando esse círculo virtuoso.

No início era coisa de nerd, hoje já superamos o ciclo dos indivíduos e estamos ganhando velocidade no ciclo dos institucionais e talvez entrando simultaneamente no ciclo dos países. E nisso o catalizador que comentei lá no início ganha relevância pois pode acelerar a adoção de empresas e países para constituírem suas reservas em Bitcoin. Enquanto ruídos pontuais como “DataSeek” em nada interferem nesse processo de adoção ou no protocolo do Bitcoin, ou seja, zero influência nos fundamentos.

Enquanto governos e países forem controladores, intervencionistas e gastadores a tendência é de valorização do Bitcoin em relação às moedas fiduciárias (reais, dólares e etc…). Elimine os ruídos e foque nos fundamentos e seja feliz! Que venha o futuro.

O cenário mais provável para o Brasil

O cenário mais provável para o Brasil

Abrimos a segunda metade do atual governo com perspectivas excelentes para quem vive no padrão Bitcoin e perspectivas não tão excelente para quem vive no padrão de Real brasileiro.

Se no dia 7 de janeiro o governo faz propaganda que o déficit primário (leia a newsletter 149 sobre esse tema onde explico que déficit primário em si já é um número mentiroso e pouco útil) de “apenas” 0,1% do PIB, no dia 27 o pesquisador do Insper, Marcos Mendes detalha que ele na verdade foi 9 (NOVE) vezes maior que o divulgado (basta uma breve pesquisa no Google para você ler inúmeras reportagens sobre o tema).

Mas não é só Haddad que está maquiando dados, o IBGE capitaneado pelo autodenominado “comunista” Márcio Pochmann tem sido alvo de um motim, em que altos diretores da instituição protestam e reclamam pela falta de autonomia e uso político da instituição, se dividindo entre carta de repúdio e chegando ao extremo do pedido de exoneração.

O IBGE jura que a inflação de 2024 fechou abaixo de 5%. Nessa altura do campeonato, imagino que você já tenha verificado perante a sua realidade que a inflação real é algo entre 3 a 4 vezes isso.

O mesmo IBGE divulga desemprego nas mínimas, porém esquece de combinar com os russos, que divulgam gastos com seguro-desemprego nas máximas e crescentes.

Junte a esse caldeirão a recente pesquisa de popularidade do governo, no dia 27 de janeiro, em que pela primeira vez o governo é mais mal avaliado do que bem avaliado e apertem os cintos.

Popularidade em baixa encarece a barganha com nosso congresso corrupto, torna os favores dos deputados mais caros e favorece a gastança com viés populista para tentar reverter as questões.

Não se iluda com o refresco proporcionado pelo USD caindo de 6.20 para 5.80, ele tem nome e sobrenome. O nome chama Donald Trump, onde o refresco do USD acontece em meio a acomodação da chegada do novo governo americano e o sobrenome é recesso parlamentar, dando uma trégua ao noticiário fiscal por assim dizer.

Nossa perspectiva local é ruim, muito ruim… Terrível para ser sincero.

Recapitulando, temos na equação um governo corrupto negociando junto a um congresso corrupto, um ministro da fazenda inapto e incapaz, um instituto de estatística corrupto e mentiroso em um cenário pré-eleitoral com a popularidade de um presidente decrescente junto com um tesouro nacional sem ter de onde tirar dinheiro.

Você não precisa ser gênio para avaliar que a situação não é das melhores.

A recente crise do PIX mostrou que o governo não tem mais folego político, forças políticas e apoio popular para aumentar me criar mais impostos, o que perante ao mercado aliviaria a situação dando um espaço teatral aos infindáveis gastos.

Descartando o aumento e criação de impostos no passo necessário para atender ao apetite do feudo por mais dinheiro, restam duas alternativas sobre a mesa.

A alternativa 1 é austeridade, a redução do estado, como por exemplo um grande e significativo corte de privilégios de castas como a do judiciário e dos militares, e uma grande otimização da máquina pública e seus recursos, uma redução de impostos para quem produz e a redução de incentivos ao nada fazer proporcionada através de dinheiro grátis.

A alternativa 2 é imprimir dinheiro, aumentar as regalias dos senhores feudais do alto funcionalismo e expandir o UBI (Universal Basic Income – o auxílio Brasil por exemplo) e assim garantir base de apoio e consequentes votos para 2026.

Explorando um pouco mais a alterativa 2, já são mais de 56 milhões de brasileiros atendidos pelos programas sociais, dos quais são estimados que 42 milhões são eleitores. Some esse número aos 12 milhões de funcionários públicos Federais e a base de eleitores para perpetuar o atual governo parte de 54 milhões de votos, independente do caos.

Lembre-se que a classe média é uma câmara de eco, em que ela prega e protesta com ela mesma. Ela é numericamente inferior, não tem voz perante os senhores feudais. Na prática, além de cômodo, o grande incentivo do governo é arroxar e tirar dinheiro da classe média para expandir regalias do feudo e distribuir dinheiro grátis via UBI. Perde-se um voto em detrimento ao ganho de vários.

A alternativa 1 nos tiraria lentamente do buraco.

A alternativa 2 caminha pelos trilhos da Argentina de Cristina e Alberto Fernandez.

Se você acredita que o governo brasileiro irá optar pela alternativa 1, Tesouro Direto e ações na B3 fazem perfeito sentido.

Se você tende a acreditar que a alternativa 2 é mais provável, a janela para que você tenha Bitcoin está ficando estreita. Nesse cenário, Bitcoin a 20 mil, 40 mil ou 200 mil dólares fará pouca diferença quando comparada a destruição potencial de patrimônio que se desenha até as próximas eleições.

O cenário mais provável para o Brasil, você decide!