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Blog da HashInvest

Entendendo a crise de 2020

Postado em 08/05/2020

Nome do Autor luis

***originalmente publicado na Newsletter HashInvest de 31/03/2020***

Essa é minha primeira crise depois de minha certificação CGA e autorização na CVM para ser administrador de carteiras, ou seja, desde que oficialmente me qualifiquei como investidor profissional. É um desafio navegar pela crise nesse novo papel, embora muito mais confortável que em 2008, quando eu era empresário e precisei mandar dezenas para a rua.

Enfim, estou fazendo essa pequena introdução porque embora a audiência da Newsletter seja baixa, quero que os poucos porém assíduos leitores saibam que existe cuidado no que eu escrevo e que mais que uma simples opinião, existe estudo e uma carga técnica embasando o que você lê por aqui.

Embora por vezes eu falhe, me esforço para fazer um texto sem que o lado teórico pese. Hoje o texto está longo e se propõe a te explicar de forma simplista o núcleo da crise que estamos vivendo nos mercados.

Posso afirmar com certeza que sob o ponto de vista de investimentos a situação geral é bastante grave e provavelmente pior do que você está imaginando.

Na Newsletter passada contei para vocês que tínhamos uma tragédia anunciada na cadeia de suprimentos global por conta da China e dados ruins da Itália estavam começando a chegar. Tudo foi muito rápido e de 15 dias pra cá, praticamente todo o planeta entrou em lockdown. Então vamos explorar os acontecimentos e analisar os prováveis cenários que teremos pela frente.

O primeiro fator que indica que o abacaxi está azedo, com casca grossa e que dispomos apenas de uma faca de patê para descascá-lo foi o fato de que, em tempo recorde, por volta de 5 dias depois da primeira queda brutal dos índices da bolsa americana, o governo americano junto com o FED (Banco Central Americano) montou um pacote de USD 6 Trilhões. Isso mesmo, nada menos do que USD 6.000.000.000.000,00!!!

De forma resumida e superficial, o governo irá distribuir USD 2 Tri para a população e empresas e o FED vai usar USD 4 Tri para comprar qualquer coisa (valores mobiliários) que tenham problemas de liquidez no mercado financeiro. Qualquer coisa é qualquer coisa, incluindo ações, debêntures (dívida privada emitida por empresa), ETF (fundos de índice), hipotecas… Só falta o FED anunciar que vai comprar coleção de selos, carro velho e tampinhas de garrafa.

O FED não está fazendo isso porque ele é bobo, muito menos inocente e muito menos malvado. O FED está fazendo isso porque está desesperado para estabilizar os mercados. O que acontece é que só existem vendedores, que estão vendendo por qualquer preço. Os compradores sumiram, e o efeito disso é uma espiral negativa de preços, na busca por dinheiro na mão o investidor vende pelo preço que for possível.

Exemplo didático para entender uma Dívida corporativa

Quando uma grande empresa quer se financiar, um dos instrumentos mais comuns é a emissão de dívida de longo prazo, que se chamam debêntures. A empresa oferece juros pré-determinados por um prazo pré-determinado, geralmente anos. Algo parecido com o Tesouro Direto, só que emitido por uma empresa.

Via de regra debêntures vão parar nas carteiras de grandes fundos de investimentos e fundos de pensão. Acontece que os fundos em sua grande maioria possuem liquidez em D+1, D+2, D+30 que seja, não importando o vencimento das tais debêntures que compõe o fundo. Traduzindo, eu tenho ativos com vencimento de anos e prometo resgates em dias.

Quando investidores resgatam seu dinheiro do fundo, o fundo precisa vender seus ativos no mercado, ao preço de mercado. E esses preços não aqueles pré-acordados na emissão, são os preços que o mercado está disposto a pagar naquele dia, com base na qualidade dessa dívida e da expectativa de juros para o futuro. Eles podem ser maiores ou menores que o preço nominal. Por exemplo, se eu tenho um papel que paga juros de 5% e os juros do governo são de 3%, a tendência é existir um ágio no preço desse papel, o mesmo vale no sentido oposto.

Quando a economia está saudável, o mercado secundário dá conta da liquidez diária, ou seja, alguém querendo sair desse investimento antes de seu vencimento vende a debênture para alguém querendo entrar nesse investimento.

A Bolha da Dívida

Da crise de 2008 para cá, o dinheiro ao redor do planeta está ficando barato, muito barato. Houve um grande estímulo para emissão de dívida.

Vamos a um exemplo, imagine um governo pagando 0,25% de juros ao ano. Existe um grande incentivo para que uma empresa emita uma dívida pagando 0,50% ao ano para se financiar. Investidores terão um rendimento 100% superior comprando a dívida da empresa em relação à dívida do governo.

Essa dívida recebe o nome de “alavancagem”. E é isso que significa o que tanto se fala por aí que tal empresa está muito alavancada. Quer dizer que ela deve muito.

Foram 12 anos de uma farra desenfreada. Assim como aquele jovem adulto que se perdeu no cartão de crédito e usa o limite de um cartão para pagar a fatura do outro, a famosa bola de neve, empresas começaram a se alavancar (emitir dívidas) para pagar suas outras dívidas.

A situação estava perto de um limite quando a ginástica criativa dos bancos Centrais inventou os tal juro negativo para continuar estimulando investidores a investirem no mercado e não em dívidas soberanas. Para os governos isso soou bem, eles se financiavam de forma mais barata ao passo que mantinham o fluxo de captação dos mercados, ou seja, empurravam o investidor para as dívidas corporativas.

A bagunça foi tão generalizada que tinha empresa captando dinheiro para recomprar ações e desse modo fazer o preço delas subir. Mas tudo tem limite.

O que está acontecendo em 2020 é que o cheiro de calote por parte das empresas está muito forte. O que os investidores fazem quando acham que as empresas não vão honrar com as dívidas? Eles correm para regatar seus investimentos antes que percam tudo e isso ocorre em espiral.

Quanto mais gente sai, mais gente quer sair. É a famosa analogia do cinema pegando fogo com a porta de emergência estreita.

O COVID-19 foi o gatilho do processo. A bolha da dívida já existia, já era insustentável e já estava prestes a estourar. O que o vírus fez foi dar a desculpa perfeita para que os calotes se iniciem em série.

“Veja bem, por causa do lockdown eu não vou honrar com minhas dívidas.”

“Por causa do lockdown eu preciso de dinheiro grátis do contribuinte, senão eu vou demitir em massa.”

“Por causa do lockdown o FED precisa comprar minhas debêntures para que os fundos de pensão não derretam com a marcação de preço a mercado”.

E assim o FED fez, entrou com tudo para tentar segurar a bucha, está sendo contraparte de última instância em qualquer negócio tentando desesperadamente estabilizar o derretimento do mercado americano.

Qual o problema disso?

O problema é que o FED não tem dinheiro. Os USD 4 Trilhões que ele vai usar para comprar as dívidas, ações, ETFs e coleções de tampinhas de garrafa simplesmente não existem.

O FED não compra esses ativos com dólares efetivos. Ele compra os ativos com títulos de dívida. Como no limite o governo pode emitir dólares para honrar com essa dívida, um título de dívida com o FED é considerado dinheiro vivo nos balanços de quem os recebeu.

O FED está criando esses USD 4 Tri do absolutamente nada. É literalmente como se você passasse um cheque sem fundos e esse cheque fosse aceito como dinheiro vivo baseado exclusivamente na sua palavra.

O mundo inteiro está no mesmo barco, o COVID-19 leva a culpa e o sistema econômico está flertando com uma depressão. Isso é muito sério.

O que vai acontecer?

Ninguém sabe. Por mais absurdo que possa parecer, a criação de dinheiro a partir do nada é vista como fundamental para estabilização dos mercados.

Em teoria os mercados vão estabilizar porque agora existe um comprador de última instância e os preços param de cair. É isso que se espera.

Se a estratégia funcionar, comprou-se paz de curto prazo nos mercados e está contratada uma nova crise para daqui a alguns anos, a crise das dívidas soberanas.

Mais dia menos dia, os detentores desses títulos da dívida eventualmente vão querer trocá-los por dinheiro, e no volume atual isso vai ser um novo pandemônio, mais isso é assunto pra outro dia.

Se a estratégia não funcionar, ou seja, os USD 4 Tri forem torrados e ainda assim houverem mais vendedores do que compradores, aí o bicho pega, não haverá chão e isso infelizmente, é uma possibilidade que no atual momento não pode ser descartada.

E os Bancos

Vejam que diferente de 2008 essa crise não é uma crise bancária. Essa crise é uma crise de dívida. Por óbvio que alguns bancões devem estar com a corda no pescoço, caso contrário o FED não teria sido tão rápido e a bazuca de dinheiro não seria tão grande.

Veja que em 2008 os bancos tinham em ativos mais ou menos USD 3 para cada USD 100 depositados e hoje eles possuem por volta de USD 13. É ruim, mas é muito menos ruim que em 2008.

Enquanto são empresas e investidores que quebram, a situação é crítica, porém contornável.

Por hora, não há o que temer, mas é necessário observar de perto. Se a estratégia do FED não funcionar os bancos são os próximos na linha e é aí que a coisa fede de verdade.

Se a bazuca de dinheiro não for suficiente, a espiral do calote vai chegar aos bancos. Se isso se materializar 2008 terá sido um conto de fadas, pois o FED já estará completamente sem munição e sem capacidade de socorrer aos bancos.

Controle de capitais (limitar a quantidade de dinheiro que pessoas e empresas podem movimentar) é uma realidade que está sobre a mesa e você deveria ter muito medo disso.

(Nota importante: É para esse cenário que você tem Bitcoin).

O Brasil

Os mercados locais estão completamente a deriva.

Hoje eles nada mais são que um proxy amplificado do que acontece nos EUA. Se lá sobre 2 aqui sobe 5, se lá cair 2 aqui cai 8. Os mercados locais simplesmente não tem vida própria durante essa crise.

Os riscos aqui são imensos. Nosso já fraco quadro fiscal foi para o brejo de vez. Os BRL 1 Tri em 10 anos economizados com a reforma da previdência já foram pro saco com o necessário pacote de estímulo ao Coronavírus.

Nosso Banco Central acha que somos primeiro mundo e já fala em fazer o QE tupiniquim e sair comprando ativos assim como o FED. Grandes, realmente grandes chances de acontecer com o Real algo muito parecido com o que aconteceu com o peso argentino.

Últimos 12 meses do ARS contra o USD

Recomendações Práticas

O primeiro ponto aqui é que tudo muda muito rápido e que talvez a nossa base de tempo de quinze dias não seja suficiente para realimentar o processo, mas passo o que penso no dia de hoje.

Se você não vendeu suas ações ANTES do derretimento da bolsa, agora é tarde. Melhor sentar e esperar ver o que vai acontecer. Tenha estômago e paciência. Já perdeu 50% agora é tarde.

Não é hora de comprar novas ações. Essa história de que está barato é balela. A bolsa brasileira está sem vida própria e opera exclusivamente como proxy dos índices americanos.

Ninguém sabe quem e muito menos em que condições as empresas vão sair do outro lado da crise. Ninguém nesse ponto vai admitir que está à beira da insolvência e todos vão se vender como fortes e resilientes.

Quanto tempo vamos ficar parados? Quanta gente vai morrer? Qual a dimensão do calote geral? Como fica de verdade o lado fiscal do país? Como serão os balanços das empresas? Pois é… A realidade é que a perspectiva atual é a pior possível.

Deixe para voltar ao mercado quando houver racionalidade, ou seja, quando a bolsa voltar a refletir a realidade dos balanços das empresas e não o humor dos mercados internacionais.

Se você saiu a tempo e está com o dinheiro parado, compre Dólar. Manter o patrimônio em Reais é quase certo que será uma aposta perdedora no curto-médio prazo. É difícil perder com o dólar meio que em qualquer cenário.

Ah, mais ele já subiu muito… Reveja o gráfico da Argentina e relembro que o nosso fiscal já foi pro saco…

Se o FED estabilizar o mercado, o Dólar se valoriza porque todos vão entupir o FED de dívida podre e vão ficar com o Dólar na mão até a coisa se acalmar.

Se a vaca for para o brejo de vez, todos vão sair correndo dos emergentes e o dólar sobe ainda mais que no cenário anterior.

Sim, a vaca pode ir para o brejo de vez. Veja a base de tempo de todas essas mudanças que estão ocorrendo e veja que o nosso dia a dia hoje é completamente surreal e inimaginável há meros 120 dias atrás.

O mercado do ouro também anda interessante nos últimos meses. O metal dourado ainda tem seu charme em tempos de crise. Pode comprar um pouco se conseguir ouro físico por preços justos.

Obviamente mantenho a recomendação de ter um punhado de Bitcoin e Criptomoedas, principalmente num cenário em que os bancos venham a cair.

A recomendação do Bitcoin não vale apenas para o sistema bancário americano, lembro que o mercado do Bitcoin é tão pequenino e insignificante em valor absoluto que basta uma economia civilizada cair para que ele eventualmente se multiplique por algumas vezes.

Nessa semana que passou a HashInvest disponibilizou carteiras em Tether, ou seja, um instrumento fácil e sem burocracia para que você proteja seu patrimônio em USD. Somos uma opção mais barata que casa de câmbio e com preços competitivos com fundos cambiais. Estamos cobrando 1% ao ano de administração.

Calibre seu portfólio antes que seja tarde. Boa sorte para todos nós.

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A governança de uma rede descentralizada

A governança de uma rede descentralizada

Nessa segunda metade de setembro foi decidido que a próxima atualização da rede Ethereum, chamada Pectra, será menor do que inicialmente planejada. No caso, decidiu-se por postergar a implementação de algumas funcionalidades tidas como muito complexas. 

Ao ler a notícia sobre essa mudança de planejamento, fiquei me perguntando quem tomou essa decisão e como foi o processo. Isso porque, assim como as transações, a governança da rede Ethereum também é descentralizada. Ou seja, não existe um CEO que escolhe quando e quais mudanças vão ocorrer. Por isso, fui tentar entender como e quem determina o destino desta rede. 

No caso, as atualizações que vão ao ar no Ethereum são decididas através de um processo colaborativo e transparente que envolve toda a comunidade. Este processo tem as seguintes etapas: 

  1. Propostas de Melhoria do Ethereum: Qualquer pessoa pode sugerir mudanças criando um documento chamado EIP, sigla que em português significa Proposta de Melhoria do Ethereum. Este documento descreve as especificações técnicas e a justificativa para a alteração. 
  2. Discussão Comunitária: A EIP é revisada e discutida pela comunidade, incluindo desenvolvedores, pesquisadores e outros interessados. Esta discussão geralmente ocorre em fóruns como ethresear.ch, Ethereum Magicians e no servidor Discord de P&D do Ethereum. 
  3. Construção de Consenso: Através dessas discussões, a comunidade trabalha para chegar a um consenso sobre a necessidade das mudanças. Este processo envolve abordar quaisquer preocupações e refinar a proposta. 
  4. Aprovação Formal: Uma vez que há um amplo acordo, a EIP passa por um processo de aprovação mais formal, que pode incluir votos dos interessados e revisões técnicas adicionais. 
  5. Implementação: Se aprovada, as mudanças são implementadas em uma futura atualização da rede. Essas atualizações são agendadas e comunicadas com antecedência para garantir uma transição suave. 

Pode parecer um processo burocrático, mas todo cuidado é pouco quando se modifica uma rede estável, que funciona 24/7 e que movimenta bilhões de dólares por dia. Em sistemas assim, qualquer alteração precisa ser meticulosamente testada e comunicada aos interessados com bastante antecedência.  

Neste sentido, a comunidade da rede Ethereum tem conseguido ser consistente em seguir o processo citado acima e em entregar novas funcionalidades com segurança. Por exemplo, há alguns anos (em 2021), reformularam toda a rede e a migração levou poucos minutos. Desde então, novas atualizações têm sido lançadas normalmente uma vez por ano.   

Seguindo estas diretivas, a atualização Pectra deve ir ao ar no primeiro semestre de 2025 com provavelmente oito EIPs, que devem otimizar o armazenamento de dados e melhorar a forma de armazenamento dos Ethers. 

Você é um investidor racional?

Você é um investidor racional?

Quão racional é você quando o assunto é cuidar do seu dinheiro? Se você assina essa newsletter é porque no mínimo tem algum interesse no tema investimentos, preservação patrimonial e soberania sobre seu dinheiro.

Esse texto não é em hipótese alguma uma recomendação de investimento ou uma carteira recomendada, mas é um exercício válido para a sua reflexão do que você está fazendo com o seu dinheiro e o planejamento que faz para seu futuro.

Antes de começar a responder as perguntas objetivas abaixo, responda a si mesmo se você se autoconsidera um investidor racional e se a sua carteira de investimentos é concentrada em alguma classe de ativos ou em algum ativo em especial. Não precisa ser ferrinho de dentista, mas veja se a sua carteira reflete minimamente ao seu racional (que deve ser utilizado para responder as perguntas abaixo):

  1. Você acredita que existe uma fórmula secreta para ficar rico sem esforço e nem risco?

(  ) SIM

(  ) NÃO

  • Você acredita que empresas estatais listadas em bolsa são livres de influência dos governos e que ela prioriza no retorno ao acionista?

(  ) SIM

(  ) NÃO

  • Você acredita que governos por terem o monopólio da “impressão” de dinheiro podem gastar mais do que arrecadam indeterminadamente que nunca deixarão de pagar as suas dívidas em dia?

(  ) SIM

(  ) NÃO

  • A inflação medida pelo IPCA reflete bem a inflação que você sente no seu bolso dia após dia?

(  ) SIM

(  ) NÃO

  • Você fica feliz quando quer movimentar um determinado valor da sua conta corrente em uma determinada emergência e o banco pede para você comparecer pessoalmente na agência ou esperar 24 horas para poder realizar a transação?

(  ) SIM

(  ) NÃO

  • Você acredita que os gestores de fundos de investimentos nunca incluem “títulos podres” no meio das carteiras dos fundos para beneficiar terceiros que não aos cotistas daquele determinado fundo?

(  ) SIM

(  ) NÂO

  • Você acredita que o gerente do seu banco ou agente autônomo de investimentos faz as indicações para você aplicar seu dinheiro baseado em seu perfil de investidor e não com base nos produtos que mais irão gerar comissões ao vendedor?

(  ) SIM

(  ) NÃO

  • Você acredita que é normal as recomendações de investimentos de longo prazo (para alguns anos no mínimo) mudarem todos os meses e isso não ocorre para manter os clientes girando as suas carteiras pagando mais e mais comissões para o banco ou corretora?

(  ) SIM

(  ) NÃO

  • Você acredita que a lei da oferta x demanda é uma balela e que a escassez da moeda não influencia em seu valor?

(  ) SIM

(  ) NÃO

  1. Você acredita que as moedas fiduciárias (como Real e Dólar por exemplo) tem lastro e coisas que já aconteceram no passado como Plano Collor, confiscos, não pagamento de precatórios entre outras são impossíveis de acontecer nos dias de hoje?

(  ) SIM

(  ) NÃO

Podia fazer muitas outras perguntas para cobrir mais e mais ativos e classes de ativos, mas a ideia é que em 10 perguntas você reflita se a sua carteira de investimentos é compatível com aquilo que você acredita… vamos para as respostas:

  1. Se você respondeu sim, você é um forte candidato para “investimentos” em fraudes como pirâmides. Se você respondeu não e for racional não colocaria nenhum centavo sequer em ofertas tentadoras que são boas demais para serem verdades ainda mais sem risco ou esforço e com garantias de resultados.
  2. Se você respondeu sim você deve concentrar seus investimentos em empresas estatais como Petrobras por exemplo, entretanto caso leia jornais deveria saber o qual prejudicial é a interferência recorrente dos governos em suas empresas e sabendo disso seria racional e prudente se manter afastado desses ativos.
  3. Se você acredita no governo e no papai noel e respondeu sim, mandando para o espaço todos os testes empíricos da responsabilidade fiscal sobre o crescimento e a inflação do país enfie seu dinheiro em títulos públicos para 2050 e não tem mais nada a temer. Já se respondeu não teria um medinho dos títulos públicos em especial os de longo prazo.
  4. Se você respondeu SIM, se entupa de títulos atrelados ao IPCA e me escreva para contar em qual parte do universo você vive. Se respondeu NÃO seria muito preocupante atrelar boa parte dos seu patrimônio em um índice que não representa a sua realidade.
  5. Se respondeu SIM deixe todo seu dinheiro no banco que impede você de utilizar o seu dinheiro mesmo que em uma emergência e isso pela sua própria segurança. Sim existem alternativas caso tenha respondido não.
  6. Se você respondeu SIM, relaxe e nem precisa confiar na gestão do seu fundo. Pode abrir o app do seu banco ou corretora e escolher qualquer fundo da cor que mais gostar.
  7. Se você respondeu SIM imagino que siga à risca as indicações do seu gerente ou do seu agente autônomo, certo? Agora se respondeu NÃO seria muito estranho seguir cegamente essas indicações.
  8. Se respondeu SIM é porque acredita que os fundamentos para o longo prazo são firmes e embasados no angu e, portanto, é natural que mudem todos os meses mesmo que isso acarrete em elevados custos em taxas, comissões e corretagens para você. Se respondeu NÃO e mesmo assim fica girando a sua carteira que tem foco no longo prazo parece que tem algo irracional na sua cabeça.
  9. Se você respondeu SIM e não tem interesse em descobrir a verdade, enfie seus reais embaixo do colchão. Só não vale ficar triste que o dinheiro de toda a sua vida não vai dar para comprar uma garrafa de cachaça na aposentadoria para afogar as mágoas.
  10. Se você respondeu SIM, deixar TODO o seu patrimônio disponível para as vontades dos governos não é uma preocupação.

Se você respondeu NÃO para uma ou mais perguntas acima, não seria racional deixar o Bitcoin e o Hash5 de fora da sua carteira. Quanto mais NÃOs você respondeu, mais racional seria o aumento e concentração da sua exposição ao Bitcoin e Hash5.

E aí, você é um investidor racional?

O que em que o Bitcoin se tornará inútil

O que em que o Bitcoin se tornará inútil

A pujante economia alemã acabou de apresentar mais um PIB de fazer o queixo do mais cético cair. As exportações de carros e maquinário de mecânica de precisão disparam e garantem o vigésimo quinto trimestre de crescimento.

As políticas francesas de fronteiras fechadas e tolerância zero com a imigração ilegal se tornaram um exemplo para a Europa, e passados mais de 10 anos do fim da cruzada contra os fazendeiros e o abandono da histeria climática, o continente é hoje autossuficiente em comida.

Além da Alemanha e França, Espanha, Itália, Polônia, Áustria e demais economias relevantes prosperam com a abundante energia nuclear, barata, eficiente e segura, que foi o motor da industrialização bem-sucedida do velho continente.

A juventude tem emprego e perspectiva, abundância de comida e energia. Dentro desse cenário o que ninguém imaginava se tornou realidade, a reversão da crise demográfica. Mulheres jovens grávidas de seus terceiros e quartos filhos sendo essa a mola propulsora da revigorada indústria da construção civil que não mostra sinal de desaquecer.

Vendo sua hegemonia em risco com a nova renascença Europeia, os Estados Unidos colocaram o plano de superavit em curso.

Austeridade e eficiência foram as palavras de ordem nos anos que se sucederam. Uma lei aprovada que prevê a prisão de 20 anos em regime fechado sem direito a condicional para congressistas que entregassem déficits a partir da estabilização da dívida, hoje abaixo de USD 10 Trilhões e caindo a passos largos foi o incentivo necessário para a tão sonhada renovação do quadro político americano.

Políticos de carreira com décadas de senado e congresso, viciados em dívidas renunciaram voluntariamente a suas carreiras, com medo da prisão.

A dívida está sendo paga e novas emissões de Tesouro não serão necessários pelo décimo segundo ano consecutivo. A inflação é literalmente zero e o benefício da redução de preços trazidos por eficiência e tecnologia que antes eram chamamos de deflação, hoje chegam aos bolsos das famílias.

Se tornou obvio que tecnologia e eficiência reduzem o custo de vida e deixaram de ser usados como muletas para artificialmente expandir o volume de dinheiro, fazendo que com a grande população não percebesse os preços crescentes.

Tanto na américa quanto na Europa, subsídios e o dinheiro de graça para populismo não são mais necessários, e pelo contrário, distribuir dinheiro sem que exista fonte de financiamento é crime.

Há um consenso que tanto o FED quanto o BCE devam ser extintos após o pagamento da dívida, em menos de uma década.

Os impostos são decrescentes a medidas que as economias prosperam. É necessário um percentual cada vez menor de contribuição das populações para manter estados mínimos e eficientes.

A prosperidade encolheu os estados. As pessoas pagam por suas escolas, hospitais, transporte e ainda sobra para poupar. Não há mais brechas para a corrupção.

Localmente, o Brasil vive seus primeiros dias após se restabelecer do colapso. A austeridade em terras locais não veio por bem, veio por mal.

Revoltados com a inércia das lideranças locais, protestos tomaram as ruas diuturnamente por meses. A classe empresarial se uniu e absolutamente nenhuma DARF foi paga. Todas as trocas e compensações financeiras foram feitas fora da moeda estatal.

Para conter a potencial revolta de militares e do judiciário, o governo central se viu obrigado a imprimir o dinheiro para pagamento de salários do alto clero do feudo estatal, levando a nação a uma crise hiperinflacionária sem precedentes, fazendo frente a República de Weimar nos livros de história.

Com o auxílio da tecnologia, naturalmente comerciantes passaram a aceitar qualquer moeda que não fossem reais em seus estabelecimentos. No Sul, era comum ver a preferência de pequenos comerciantes de praia para receber em pesos argentinos. Qualquer coisa que não fossem reais era bem-vinda.

Tardiamente, como o de costume, diante da convulsão social não restou alternativa a não ser clonar as leis americanas.

Em um sinal de boa fé para restauração da ordem, os 11 ministros do supremo foram encarcerados. Militares, que se comprometeram a não interferir na nova assembleia constituinte que emergira do povo e concordaram em abrir mão de seu estado paralelo de justiça, educação, saúde e previdência.

Para ser constituinte foi necessário reputação ilibada, nunca ter passado pela política e ter sido responsável pela geração acumulada de ao menos 100 empregos ao longo de sua carreira.

O Brasil finalmente tem esperança de dias melhores.

De forma geral, temos um novo planeta terra.

No novo mundo, jovens anseiam em empreender.

Funcionários públicos são pouco e ganham salários de mercado.

Sintomas de pensamento socialista são tratados com acolhimento e como a doença mental, como de fato são.

Não existe censura. A liberdade de expressão é plena e as pessoas entendem perfeitamente a lei natural da causa e consequência de seus atos.

O judiciário ao redor do globo é eficiente, pois a inteligência artificial assumiu mais de 90% do trabalho de interpretação objetiva das leis e aos humanos restou o tratamento caso a caso e o bom senso que nunca será ensinado as máquinas.

Corrupção é crime capital, junto com estupro e pedofilia, os únicos casos globalmente aceitos de pena de morte.

O fim da era das dívidas artificias eternamente roladas trouxe abundância, fartura e prosperidade.

Nesse dia, o Bitcoin, caso não tenha sido um dos pilares e principais ferramentas dessa revolução, terá se tornado, temporariamente, inútil.