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Blog da HashInvest

Finanças Descentralizadas – nova tendência do blockchain?

Postado em 06/04/2020

Nome do Autor felipe.benghi

Com os recentes ganhos de valor em 2020, fica fácil esquecer o bear market do ano passado. Então uma breve lembrança: os preços não tiveram grandes aumentos, ICOs foram esquecidas e a maior parte dos projetos não decolou (como a Criptomoeda do Facebook). Resumindo não sobrou muito a ser exaltado. No entanto, lendo as tradicionais retrospectivas de final de ano, notei que uma certa comoção com as DeFi’s (Decentralized Finance ou Finanças Descentralizadas). Como esse ponto tinha passado despercebido por mim, fiquei na dúvida: será que os autores destes artigos realmente perceberam algo novo ou simplesmente eles não queriam aceitar que o ano tinha sido ruim?

Antes de mais nada vamos entender o que é DeFi.

Este é um termo genérico para se referir aos diversos produtos financeiros que podem ser ofertados com base na tecnologia do blockchain e que vão além de transferências e reserva de valor, podendo incluir empréstimos, derivativos, pagamentos e até gestão de ativos. A vantagem deste tipo de oferta seria, além das vantagens nativas dos blockchains como descentralização, incensurabilidade e eliminação de intermediários, também a possibilidade de serviços muito mais personalizáveis do que é ofertado pelas empresas tradicionais do setor financeiro. Isto seria possível porque estes serviços usam os smart-contracts ou espécies de programas de computador que rodam em blockchain. Com eles, qualquer um que soubesse programar poderia criar um smart- contract e geraria um produto financeiro com as regras que quisesse.

Para tentar entender a empolgação com este segmento, estudei o produto mais bem- sucedido até o momento: a moeda estável DAI. A diferença desta Criptomoeda para todas as outras Criptomoedas estáveis, é que a reserva de valor que mantém a estabilidade do preço não passa por nenhuma instituição financeira tradicional. Por exemplo, para cada 1 Tether em circulação, existe (teoricamente) 1 dólar depositado em algum banco. Como os bancos mantém reservas muito baixas em relação ao total que emprestam, precisa-se confiar no sistema financeiro tradicional e, dado que um dos lemas da comunidade das Criptomoedas é “Não confie. Verifique”, este tipo de associação não é bem vista.

No caso da Criptomoeda DAI que também busca manter seu valor próximo a USD 1, usam-se outras Criptomoedas como garantia, na maior parte das vezes o Ether. Então para fazer um empréstimo em DAIs, você deposita Ethers e recebe uma quantia ligeiramente menor em DAIs. Se o valor do Ether subir em relação ao Dólar, não tem problema, você tem mais garantia do que precisaria. Agora se o preço cair, você será intimado a aumentar sua reserva de garantia ou ela será leiloada. Neste caso, seu prejuízo será pequeno, dado que você já recebeu em Dólares (DAI) um valor superior ao valor que seus Ethers valeriam após a desvalorização. Além disso, a plataforma tem outros recursos para manter o preço estável no caso de quedas acentuadas do preço do Ether, mas não entrarei em detalhes neste momento. Mas fato é, em 2019 finalmente
consegui-se estabilizar o preço da Criptomoeda próximo a 1 dólar, o que era buscado desde o começo do projeto em 2016:

O DAI tem sido usada principalmente por gestores de projetos ligados a blockchain e que querem garantir terem condições de pagar suas contas no final do mês mesmo com todas as oscilações nos preços dos Criptoativos. Neste caso, preservam parte do valor das moedas digitais que usam como financiamento e, ao mesmo tempo, continuam expostos à vantagem de uma valorização acentuada. Situação em que o pagamento da dívida em dólares mais os juros poderia se tornar insignificante frente à valorização da Criptomoeda depositada como garantia.

Não só no caso do DAI mas também em diversos outros produtos de “finanças descentralizadas” o depósito de garantia é necessário e, ao meu ver, este é o principal entrave para o avanço deste segmento.

Afinal, se você não acredita muito que as Criptomoedas irão se valorizar, dificilmente irá depositar um valor maior do que o empréstimo que pretende fazer. No entanto, estes depósitos são fundamentais para muito dos serviços DeFi porque não existe nenhumgoverno envolvido e as identidades não são conhecidas, logo são o único meio encontrado até agora para garantir os pagamentos. Como foi dito em um Tweet: “Smart-contracts não podem responsabilizar pessoas por débitos. Para isso são necessárias armas.”

De qualquer forma, a quantidade alocada em depósitos deste tipo subiram bastante em 2019, chegando a totalizar mais de USD 1 bilhão. Deste valor, no momento que escrevo este texto, 61,97% estão relacionados a empréstimos em DAI. Valor ainda pequeno frente à movimentação dos grandes bancos, mas longe de ser desprezível para um projeto de pouco mais de quatro anos. Quanto ao mercado de DeFi, apesar da aparente empolgação, ele ainda continua fechado no nicho dos entusiastas das Criptomoedas. Para isso mudar, só com algum tipo de regulação ou tecnologia que faça as pessoas responsáveis por suas ações/empréstimos/operações com
Criptomoedas, preferencialmente sem o envolvimento de armas.

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Memecoins: a piada que chegou à presidência dos EUA 

Memecoins: a piada que chegou à presidência

Com a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, há uma grande expectativa de políticas mais favoráveis do governo americano em relação às criptomoedas (escrevo esse texto antes da posse). No entanto, a única certeza que temos até o momento é o lançamento das meme coins, TRUMP e MELANIA, pelos respetivos homenageados (presidente e primeira-dama). Juntas, essas duas meme coins já chegaram a valer mais de USD 14 bilhões.  

Uma meme coin é uma criptomoeda baseada em memes ou piadas da internet. Geralmente, elas são criadas como uma forma de humor ou sátira, mas algumas acabam ganhando valor significativo impulsionadas principalmente pela comunidade e pelo hype nas redes sociais. Outras celebridades como Elon Musk, Caitlyn Jenner, Iggy Azalea também resolveram lucrar dessa forma.  

Além da possibilidade de ganhos significativos, hoje é muito fácil do ponto de vista técnico criar uma moeda digital. Inclusive, já existem sites como Pump.fun  e Token Tool, que tornam esse processo simples como preencher um formulário online. Contudo, se o processo de criação é rápido, paga-se para que uma nova moeda seja listada por sites e exchanges. O lançamento “sério” de uma moeda custa entre USD 5.000 e USD 50.000. 

Por ser tão fácil e o investimento baixo, segundo agregadores, todos os dias entre 40.000 e 50.000 novos tokens de criptomoedas são criados. Durante períodos de hype, esse número pode chegar a 100.000. No entanto, muitas dessas iniciativas têm poucas horas de vida. 

Obviamente que nem tudo são flores, especialmente para projetos que não tem o homem mais poderoso do mundo e nem o mais rico como garotos propaganda. Ainda segundo a plataforma DREX, a maioria dos projetos de meme coin (89%) tem um valor de mercado entre 0 e $USD 1,000. Apenas 5% das meme coins tinham um valor de mercado acima de $10 milhões em março de 2024. 

Além disso, a volatilidade dos preços das meme coins é um dos aspectos mais marcantes desse segmento. Essas moedas podem experimentar oscilações extremas de valor em curtos períodos. Eventos como tweets de celebridades e notícias de parcerias podem causar aumentos repentinos nos preços. Da mesma forma, quedas igualmente rápidas acontecem quando o interesse diminui ou surgem preocupações sobre a sustentabilidade dos projetos. 

Por exemplo, o preço do Dogecoin ($DOGE) viu um aumento meteórico após uma série de tweets de Elon Musk, apenas para experimentar quedas substanciais quando o entusiasmo inicial esfriou. O que parece estar acontecendo com as moedas TRUMP e MELANIA.  

Por isso, a não ser que você compre uma meme coin por brincadeira ou piada, é muito difícil que acerte o momento certo de entrar nesse “investimento”. Você terá que acertar qual, dentre os milhares de projetos, será colocado em destaque por uma celebridade de alcance global. 

2025 já está voando

2025 já está voando

Parece que foi ontem que o ano de 2024 terminou. 2025 era esperado com muitas expectativas…

E não decepcionou… 2025 começou bastante animado e já vamos completando o primeiro mês do ano. 1/12 do ano já se foi…

Em janeiro todos os olhos do mundo econômico se voltaram ao tio Sam. Donald Trump assumiu a cadeira mais importante da maior potência econômica e militar do planeta num estilo bem caricato e pistola. Assinou pilhas de decretos de todos os tipos, assuntos e gostos… se pautou no auge da arrogância já conhecida e nada diferente daqueles que o elegeram esperava. Não vou me atrever a analisar seus decretos, veracidades, pontos positivos e nem negativos. Vou me ater ao fato do Bitcoin e demais ativos virtuais terem passado em branco no dia 1 do novo mandato de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos.

Entretanto, movimentos de substituição na presidência da SEC (equivalente à CVM nos EUA) e a criação de uma comissão para o desenvolvimento de uma regulação pró-Bitcoin e cia foi suficiente para alavancar as cotações para novos ATH. Já na semana seguinte uma startup chinesa, DataSeek, chacoalhou o mercadoi de ações norte-americano. Em especial a Nvidia e outras bigtechs derreteram. Nenhuma relação direta com o Bitcoin, mas o efeito colateral dos mercados como um todo derrubaram o Bitcoin para baixo dos 100 mil dólares outra vez. Para a tristeza dos haters, rapidamente o Bitcoin se recuperou e voltou a ser transacionado acima dos 100 mil dólares.

Toda essa novela se passou em menos de 30 dias e certamente teremos muito mais nos próximos 11 meses. Essa emoção toda certamente será convertida em volatilidade e na média as expectativas são animadoras. Importante salientar que todos esse movimentos e ruídos são apenas catalizadores de preço de curto a médio prazo. Quando pensamos no protocolo matemático, esses ruídos têm interferência zero no Bitcoin. Preços subindo ou preços caindo o Bitcoin seguirá com sua escassez e sua descentralização. Os fundamentos que levam ao real valor do Bitcoin são justamente a sua escassez e sua descentralização.

Descentralização confere segurança e soberania ao indivíduo enquanto a escassez por protocolo matemático (descentralizado) reverte parte de seu valor em preço. Quanto maior for a demanda por algo escasso maior será seu preço. Quanto maior for o preço de um ativo seguro pelo qual cada indivíduo tem a soberania sobre ele tem um valor incalculável nos dias atuais. Justamente essa frase “nos dias atuais” que faz a procura por Bitcoin aumentar gradativamente retroalimentando esse círculo virtuoso.

No início era coisa de nerd, hoje já superamos o ciclo dos indivíduos e estamos ganhando velocidade no ciclo dos institucionais e talvez entrando simultaneamente no ciclo dos países. E nisso o catalizador que comentei lá no início ganha relevância pois pode acelerar a adoção de empresas e países para constituírem suas reservas em Bitcoin. Enquanto ruídos pontuais como “DataSeek” em nada interferem nesse processo de adoção ou no protocolo do Bitcoin, ou seja, zero influência nos fundamentos.

Enquanto governos e países forem controladores, intervencionistas e gastadores a tendência é de valorização do Bitcoin em relação às moedas fiduciárias (reais, dólares e etc…). Elimine os ruídos e foque nos fundamentos e seja feliz! Que venha o futuro.

O cenário mais provável para o Brasil

O cenário mais provável para o Brasil

Abrimos a segunda metade do atual governo com perspectivas excelentes para quem vive no padrão Bitcoin e perspectivas não tão excelente para quem vive no padrão de Real brasileiro.

Se no dia 7 de janeiro o governo faz propaganda que o déficit primário (leia a newsletter 149 sobre esse tema onde explico que déficit primário em si já é um número mentiroso e pouco útil) de “apenas” 0,1% do PIB, no dia 27 o pesquisador do Insper, Marcos Mendes detalha que ele na verdade foi 9 (NOVE) vezes maior que o divulgado (basta uma breve pesquisa no Google para você ler inúmeras reportagens sobre o tema).

Mas não é só Haddad que está maquiando dados, o IBGE capitaneado pelo autodenominado “comunista” Márcio Pochmann tem sido alvo de um motim, em que altos diretores da instituição protestam e reclamam pela falta de autonomia e uso político da instituição, se dividindo entre carta de repúdio e chegando ao extremo do pedido de exoneração.

O IBGE jura que a inflação de 2024 fechou abaixo de 5%. Nessa altura do campeonato, imagino que você já tenha verificado perante a sua realidade que a inflação real é algo entre 3 a 4 vezes isso.

O mesmo IBGE divulga desemprego nas mínimas, porém esquece de combinar com os russos, que divulgam gastos com seguro-desemprego nas máximas e crescentes.

Junte a esse caldeirão a recente pesquisa de popularidade do governo, no dia 27 de janeiro, em que pela primeira vez o governo é mais mal avaliado do que bem avaliado e apertem os cintos.

Popularidade em baixa encarece a barganha com nosso congresso corrupto, torna os favores dos deputados mais caros e favorece a gastança com viés populista para tentar reverter as questões.

Não se iluda com o refresco proporcionado pelo USD caindo de 6.20 para 5.80, ele tem nome e sobrenome. O nome chama Donald Trump, onde o refresco do USD acontece em meio a acomodação da chegada do novo governo americano e o sobrenome é recesso parlamentar, dando uma trégua ao noticiário fiscal por assim dizer.

Nossa perspectiva local é ruim, muito ruim… Terrível para ser sincero.

Recapitulando, temos na equação um governo corrupto negociando junto a um congresso corrupto, um ministro da fazenda inapto e incapaz, um instituto de estatística corrupto e mentiroso em um cenário pré-eleitoral com a popularidade de um presidente decrescente junto com um tesouro nacional sem ter de onde tirar dinheiro.

Você não precisa ser gênio para avaliar que a situação não é das melhores.

A recente crise do PIX mostrou que o governo não tem mais folego político, forças políticas e apoio popular para aumentar me criar mais impostos, o que perante ao mercado aliviaria a situação dando um espaço teatral aos infindáveis gastos.

Descartando o aumento e criação de impostos no passo necessário para atender ao apetite do feudo por mais dinheiro, restam duas alternativas sobre a mesa.

A alternativa 1 é austeridade, a redução do estado, como por exemplo um grande e significativo corte de privilégios de castas como a do judiciário e dos militares, e uma grande otimização da máquina pública e seus recursos, uma redução de impostos para quem produz e a redução de incentivos ao nada fazer proporcionada através de dinheiro grátis.

A alternativa 2 é imprimir dinheiro, aumentar as regalias dos senhores feudais do alto funcionalismo e expandir o UBI (Universal Basic Income – o auxílio Brasil por exemplo) e assim garantir base de apoio e consequentes votos para 2026.

Explorando um pouco mais a alterativa 2, já são mais de 56 milhões de brasileiros atendidos pelos programas sociais, dos quais são estimados que 42 milhões são eleitores. Some esse número aos 12 milhões de funcionários públicos Federais e a base de eleitores para perpetuar o atual governo parte de 54 milhões de votos, independente do caos.

Lembre-se que a classe média é uma câmara de eco, em que ela prega e protesta com ela mesma. Ela é numericamente inferior, não tem voz perante os senhores feudais. Na prática, além de cômodo, o grande incentivo do governo é arroxar e tirar dinheiro da classe média para expandir regalias do feudo e distribuir dinheiro grátis via UBI. Perde-se um voto em detrimento ao ganho de vários.

A alternativa 1 nos tiraria lentamente do buraco.

A alternativa 2 caminha pelos trilhos da Argentina de Cristina e Alberto Fernandez.

Se você acredita que o governo brasileiro irá optar pela alternativa 1, Tesouro Direto e ações na B3 fazem perfeito sentido.

Se você tende a acreditar que a alternativa 2 é mais provável, a janela para que você tenha Bitcoin está ficando estreita. Nesse cenário, Bitcoin a 20 mil, 40 mil ou 200 mil dólares fará pouca diferença quando comparada a destruição potencial de patrimônio que se desenha até as próximas eleições.

O cenário mais provável para o Brasil, você decide!