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Blog da HashInvest

A morte do Bitcoin

Postado em 07/01/2019

Nome do Autor luis

Peço antecipadamente desculpas pelo tamanho do artigo de hoje, mas se você investe em Criptomoedas e está com o estômago embrulhado e desiludido com os últimos acontecimentos, esse texto é para você.

O texto a seguir é uma tradução livre do blog escrito por Robert Nielsen. Ao final, retorno com meu breve comentário. Recomendo fortemente a leitura de “A morte do Bitcoin”.

Nos últimos dois anos estive seguindo a estrada acidentada do Bitcoin, desde que ele emergiu como a promessa de uma revolução e grande mudança até colapsar na neblina da fraude e falta de princípios econômicos. Depois de perder 85% de seu valor nos últimos doze meses, o Bitcoin finalmente chegou ao fim da linha? Existe alguma chance de recuperação ou ele está destinado a simplesmente sair de cena?

Algumas pessoas afirmam que o preço do Bitcoin não é importante. Essas pessoas não fazem a menor ideia do que estão falando ou estão tentando minimizar os danos. O preço é extremamente importante. A razão é simples, o Bitcoin não possui uma economia própria.

Por exemplo, eu não sou diretamente afetado pela taxa de câmbio do Euro porque recebo meu salário em Euro, pago meu aluguel, conta de luz, comida e tudo mais em Euro. Então se o Euro cai 10% contra o Dólar, isso não me afeta diretamente porque eu não preciso de dólares (eu sei que isso tem um pequeno efeito indireto sob o ponto de vista de trocas comerciais em uma visão ampla da economia, mas vamos deixar esse ponto de lado). Em comparação veja que quase ninguém é pago em Bitcoin e é muito difícil poder pagar aluguel, luz e etc em Bitcoin.

Toda vez que é preciso gastar é necessário fazer o câmbio de Bitcoin por moedas escriturais. Desse modo, toda vez que o preço cai você precisa pagar relativamente mais pela sua luz, aluguel e etc.

Os fãs do Bitcoin adoram apontar o site Bitcoin Obituaries” para mostrar a resiliência da Criptomoeda. “Olhe, todas as vezes que afirmaram que o Bitcoin morreu, veja como estavam errados!”. Se você olhar o site cuidadosamente você verá que apenas poucos artigos realmente afirmam que o Bitcoin está morto, e que normalmente falam que ele “está morrendo” (e de fato está) ou que ele nunca terá adoção em massa ou será amplamente utilizado (e de fato não será).

Muito melhor é olhar a compilação ultrajante de artigos proclamando novos recordes de preço em breve e o colapso hiperinflacionário das moedas escriturais.

Os fãs do Bitcoin gostam de apontar o número de comerciantes que usam o Bitcoin e de dizer que a infraestrutura é robusta (até mesmo gostam de citar políticos durante a crise financeira alegando que “os fundamentos são sólidos”).

São frequentes as postagens de negócios que estão começando a aceitar o Bitcoin, porém, mesmo nos sites a favor do Bitcoin, existem pouquíssimos relatos de pessoas que de fato usam a Criptomoeda para comprar coisas.

Enquanto são noticiados quantos novos lugares passaram a aceitar o Bitcoin, quase não se tem notícia de quantos continuam aceitando ou de quantos clientes realmente compram com Bitcoin.

Veja que a maioria dos comerciantes converte automaticamente seus Bitcoin em dinheiro, fazendo a aceitação do Bitcoin completamente inútil. Aceitar a Criptomoeda é mais uma peça barata de publicidade pontual do que um elemento do negócio.

Fãs do Bitcoin amam comparar sua tecnologia com a da Internet, embora existam muitos problemas com isso. O primeiro deles é comparar maçãs com laranjas, misturando a tecnologia em si com um caso de uso dela. O Bitcoin possui mais em comum com uma empresa de Internet do que com toda a tecnologia por trás da internet.

Fãs do Bitcoin parecem ter esquecido (ou são muito jovens para lembrar) que durante os anos 90 houve uma expressiva bolha nas empresas de tecnologia, cercadas de promessas milagrosas de mudança radical na forma como vivemos e tudo terminou em absolutamente nada (eu vou deixar o paralelo com o Bitcoin para vocês desenharem). O fato de a internet ser uma tecnologia revolucionária simplesmente não impediu várias empresas de colapsarem.

A maior diferença entre a internet e o Bitcoin é que a internet oferece uma vantagem que ninguém mais pode oferecer. Você pode enviar e receber informação de forma livre ao redor do mundo. As vantagens do e-mail sobre os correios convencionais são evidentes e muito grandes.

A vantagem do Bitcoin não é clara. Se eu quero comprar algo online, eu já tenho a disposição cartões de crédito e débito ou o PayPal. Se eu quero enviar dinheiro, posso fazer através do sistema bancário. A tecnologia já está aí, a única coisa que o Bitcoin tenta fazer é substituir as tarifas bancárias pelas tarifas das exchanges.

Fãs do Bitcoin estão ficando desesperados para defender sua moeda. Alguns dizem que, apesar do colapso, o preço hoje é maior do que era a dois anos atrás.

É óbvio que é, há dois anos ninguém tinha ouvido falar da Criptomoeda e a coisas estavam começando a se espalhar. É assim com todas as startups, surgem do nada e registram um enorme crescimento no início. Por exemplo, eu vou criar minha própria moeda e convencer meu amigo a usá-la e isso representa 100% de crescimento, o que é um número impressionante para eu mostrar ao mundo.

Depois de anos de crescimento infinito o Bitcoin me faz lembrar os políticos dizendo que a crise de 2008 não foi tão ruim assim porque a economia voltou apenas para os níveis de 2003.

Alguns alegam que uma das vantagens do Bitcoin é ser barato, o que não é verdade, o Bitcoin é altamente subsidiado. As transações de Bitcoin só são realizadas depois de confirmadas pelos mineradores. Os mineradores não fazem esse trabalho por caridade, mas porque recebem Bitcoin em troca.

Esse sistema vai funcionar enquanto o preço do Bitcoin estiver alto, pois quando o preço do Bitcoin cair muito, a mineração se tornará inviável e os mineradores passarão a exigir taxas de transação mais altas forçando os usuários a pagar ou então eles desligarão os mineradores. De um modo ou de outro implica custos mais altos ou em serviço mais lento.

A mineração de Bitcoin é um problema em si. Para criar/minerar Bitcoin são necessários computadores especiais com alto poder de processamento. Por razões de escala, esses computadores estão concentrados nas mãos de poucos que frequentemente ameaçam controlar todo o sistema. Para não ficar muito complicado, explico que se 51% do poder de mineração do Bitcoin estiver nas mãos de um único grupo, ele pode efetivamente destruir o Bitcoin.

Outro problema da mineração são os custos, além dos equipamentos, da eletricidade. Se o preço do Bitcoin cair aquém do custo de mineração não será economicamente viável continuar a mineração. Se os mineradores pararem as transações não serão mais processadas. Os preços decrescentes do Bitcoin podem levar os mineradores para a espiral da morte, onde mineradores param porque os preços estão muito baixos, as transações não serão processadas fazendo com que as pessoas abandonem o Bitcoin, levando os preços ainda mais para baixo.

Uma das coisas mais ridículas e inexplicáveis na comunidade do Bitcoin é a ideia de que algum dia o Bitcoin será utilizado por bilhões de pessoas, em especial no terceiro mundo onde não há acesso ao sistema bancário. A ideia de que pessoas extremamente pobres com acesso limitado às necessidades básicas terão acesso à tecnologia e serão aptas a usá-la é risível. É uma ilusão acreditar que o Bitcoin será salvo por pessoas sem acesso à água corrente. As pessoas do terceiro mundo têm preocupações maiores que um sistema de dinheiro eletrônico descentralizado.

Muitos fãs do Bitcoin tem a infeliz ideia que o Bitcoin de algum modo desafia o sistema bancário tradicional. Talvez, essas pessoas não sejam familiarizadas com o funcionamento do sistema bancário, porque mesmo que todos utilizassem o Bitcoin, ainda seria necessário crédito e poupança. Remessas internacionais são uma pequena fração do negócio e mesmo que os bancos percam esse nicho, eles não iriam à falência.

A crise de 2008 seria muito pior se o Bitcoin fosse a moeda mundial e não o Dólar. A bolha imobiliária teria ocorrido da mesma forma, bancos teriam sido igualmente gananciosos e salvá-los seria igualmente necessário. Com certeza o sistema bancário precisa de reformas, mas não é o Bitcoin que irá promovê-las.

Um dos sinais de que o Bitcoin está morrendo é que ninguém usa a moeda. Registros mostram que uma parcela insignificante dos Bitcoin é utilizada de forma diária ou semanal. Meros 10% são utilizados dentro de um mês e mais de 70% não são movimentados há mais de seis meses. Uma moeda que ninguém usa está destinada ao fracasso. Vejam na história, ele nunca atendeu aos critérios básicos de uma moeda e é meramente um investimento especulativo (fique rico rapidamente).

Alguns afirmam que o Bitcoin não importa e que o que realmente importa é o Blockchain. Aparentemente é um novo sistema de registro que mudará o mundo. Talvez contadores estejam empolgados com as possibilidades, mas o publico em geral não está nem aí.

Porque uma empresa gostaria de ver todo seu histórico de registros em uma plataforma pública quando a informação é particular? Afirmar que o blockchain é revolucionário mostra desespero, é como ver um homem se afogando e jogar canudinhos para ele. O Bitcoin está afundando e não será o blockchain que irá salvá-lo.

Outro argumento comum é que o Bitcoin protege contra a inflação ou como proteção contra os malvados bancos centrais que roubam o seu patrimônio através da impressão de dinheiro.

O argumento comum entre libertários e economistas austríacos foi adotado pelos fãs do Bitcoin a partir de 2009 e principalmente com o Quantitative Easing (estratégia de salvamento da economia utilizada pelo banco central americano a partir da crise de 2008) mas perdeu totalmente sua credibilidade. O tal tsunami hiperinflacionário que supostamente destruiria o dólar nunca veio, pelo contrário, a inflação está sob controle como sempre esteve nos últimos 30 anos, que faz dos profetas do apocalipse apenas tolos.

O Bitcoin é essencialmente uma aposta que as moedas (em especial o Dólar) sofreriam com a inflação, se não uma hiperinflação. Como experimento econômico foi interessante, mas o veredito é claro, ele falhou.

A ausência de controle sobre o suprimento de Bitcoin se tornou uma fraqueza e não uma força. A demanda por Bitcoin caiu drasticamente e teria sido necessário congelar ou estabilizar a emissão. Pelo contrário, a emissão continuou e aumentar a oferta em um mercado sem demanda amplifica o problema. A ironia das ironias, o Bitcoin, desenhado por pessoas que desprezam a habilidade de bancos centrais em imprimir dinheiro será morto pelo excesso de emissão de Bitcoin. Ao menos fica uma lição do quão importante é deixar a política monetária a cargo dos bancos centrais para ajustar a emissão de acordo com as necessidades da economia.

Tudo isso sem falar nas fraudes e roubos na comunidade do Bitcoin. “Seja seu próprio banco” foi de slogan para uma advertência contra o roubo, se você não quer ser assaltado, é necessário que você esteja seguro como um banco. Muitos usuários do Bitcoin possuem gastos expressivos com segurança e correm para criar cold-wallets (carteira em papel ou hardware), o que essencialmente significa que o revolucionário dinheiro da internet somente está seguro se estiver fora da internet.

Eu poderia escrever um livro com todas as falhas do Bitcoin e porque ele nunca vai dar certo. Ele teve seus 15 minutos de fama e agora todos foram embora. A comunidade está encolhendo e crescem as tentativas desesperadas de mostrar que está tudo bem.

Moedas precisam de efeitos de rede para se sustentar, se ninguém usa não existem razões para você usar e por esse motivo o efeito de rede do Bitcoin está acabando os preços estão destinados a continuar sua marcha para baixo. Esse foi o último ano que o Bitcoin foi tratado com seriedade. Se o Bitcoin vai desaparecer com um estrondo ou com um gemido eu não sei, mas o fim está próximo.

(fim)

Vamos ao meu comentário… A quem interessar possa, esse texto foi publicado em 5 de Fevereiro de 2015 após um 2014 muito difícil em que o Bitcoin caiu de mais de USD 1.200 para menos de USD 200 em 12 meses (se algo lhe parece familiar é porque é familiar).

Robert capitulou, desistiu do mercado para nunca mais voltar. Deixou na mesa ganhos entre 16 e 100x nos três anos seguintes. Não acreditou no médio prazo.

Da bolha pontocom surgiram Google, Facebook, Oracle e Amazon… Assim como foi na bolha da tecnologia é simplista dizer que tudo acabou para as Criptomoedas. Ao contrário do que o autor afirma nosso estilo de vida foi alterado sim pelo Google e Cia…

Da mineração vem uma das coisas mais belas do Bitcoin, capitalismo na essência. A dificuldade em se minerar um bloco se ajusta para mais e para menos equilibrando o sistema. Se uma parte dos mineradores desiste, a parte que sobra passa a ganhar mais, automaticamente, pelo mesmo serviço, estimulando a entrada de novos mineradores. Se tiver minerador demais, a dificuldade sobe e a concorrência resulta na busca de eficiência ou na desistência dos menos eficientes.

Os ciclos da Criptoeconomia tem se repetido e muito provavelmente se repetirão mais algumas vezes. Compre Criptomoeda hoje, e como me disse um grande amigo, daqui alguns anos vão dizer que você “teve sorte”.

Veja outros artigos

A governança de uma rede descentralizada

A governança de uma rede descentralizada

Nessa segunda metade de setembro foi decidido que a próxima atualização da rede Ethereum, chamada Pectra, será menor do que inicialmente planejada. No caso, decidiu-se por postergar a implementação de algumas funcionalidades tidas como muito complexas. 

Ao ler a notícia sobre essa mudança de planejamento, fiquei me perguntando quem tomou essa decisão e como foi o processo. Isso porque, assim como as transações, a governança da rede Ethereum também é descentralizada. Ou seja, não existe um CEO que escolhe quando e quais mudanças vão ocorrer. Por isso, fui tentar entender como e quem determina o destino desta rede. 

No caso, as atualizações que vão ao ar no Ethereum são decididas através de um processo colaborativo e transparente que envolve toda a comunidade. Este processo tem as seguintes etapas: 

  1. Propostas de Melhoria do Ethereum: Qualquer pessoa pode sugerir mudanças criando um documento chamado EIP, sigla que em português significa Proposta de Melhoria do Ethereum. Este documento descreve as especificações técnicas e a justificativa para a alteração. 
  2. Discussão Comunitária: A EIP é revisada e discutida pela comunidade, incluindo desenvolvedores, pesquisadores e outros interessados. Esta discussão geralmente ocorre em fóruns como ethresear.ch, Ethereum Magicians e no servidor Discord de P&D do Ethereum. 
  3. Construção de Consenso: Através dessas discussões, a comunidade trabalha para chegar a um consenso sobre a necessidade das mudanças. Este processo envolve abordar quaisquer preocupações e refinar a proposta. 
  4. Aprovação Formal: Uma vez que há um amplo acordo, a EIP passa por um processo de aprovação mais formal, que pode incluir votos dos interessados e revisões técnicas adicionais. 
  5. Implementação: Se aprovada, as mudanças são implementadas em uma futura atualização da rede. Essas atualizações são agendadas e comunicadas com antecedência para garantir uma transição suave. 

Pode parecer um processo burocrático, mas todo cuidado é pouco quando se modifica uma rede estável, que funciona 24/7 e que movimenta bilhões de dólares por dia. Em sistemas assim, qualquer alteração precisa ser meticulosamente testada e comunicada aos interessados com bastante antecedência.  

Neste sentido, a comunidade da rede Ethereum tem conseguido ser consistente em seguir o processo citado acima e em entregar novas funcionalidades com segurança. Por exemplo, há alguns anos (em 2021), reformularam toda a rede e a migração levou poucos minutos. Desde então, novas atualizações têm sido lançadas normalmente uma vez por ano.   

Seguindo estas diretivas, a atualização Pectra deve ir ao ar no primeiro semestre de 2025 com provavelmente oito EIPs, que devem otimizar o armazenamento de dados e melhorar a forma de armazenamento dos Ethers. 

Você é um investidor racional?

Você é um investidor racional?

Quão racional é você quando o assunto é cuidar do seu dinheiro? Se você assina essa newsletter é porque no mínimo tem algum interesse no tema investimentos, preservação patrimonial e soberania sobre seu dinheiro.

Esse texto não é em hipótese alguma uma recomendação de investimento ou uma carteira recomendada, mas é um exercício válido para a sua reflexão do que você está fazendo com o seu dinheiro e o planejamento que faz para seu futuro.

Antes de começar a responder as perguntas objetivas abaixo, responda a si mesmo se você se autoconsidera um investidor racional e se a sua carteira de investimentos é concentrada em alguma classe de ativos ou em algum ativo em especial. Não precisa ser ferrinho de dentista, mas veja se a sua carteira reflete minimamente ao seu racional (que deve ser utilizado para responder as perguntas abaixo):

  1. Você acredita que existe uma fórmula secreta para ficar rico sem esforço e nem risco?

(  ) SIM

(  ) NÃO

  • Você acredita que empresas estatais listadas em bolsa são livres de influência dos governos e que ela prioriza no retorno ao acionista?

(  ) SIM

(  ) NÃO

  • Você acredita que governos por terem o monopólio da “impressão” de dinheiro podem gastar mais do que arrecadam indeterminadamente que nunca deixarão de pagar as suas dívidas em dia?

(  ) SIM

(  ) NÃO

  • A inflação medida pelo IPCA reflete bem a inflação que você sente no seu bolso dia após dia?

(  ) SIM

(  ) NÃO

  • Você fica feliz quando quer movimentar um determinado valor da sua conta corrente em uma determinada emergência e o banco pede para você comparecer pessoalmente na agência ou esperar 24 horas para poder realizar a transação?

(  ) SIM

(  ) NÃO

  • Você acredita que os gestores de fundos de investimentos nunca incluem “títulos podres” no meio das carteiras dos fundos para beneficiar terceiros que não aos cotistas daquele determinado fundo?

(  ) SIM

(  ) NÂO

  • Você acredita que o gerente do seu banco ou agente autônomo de investimentos faz as indicações para você aplicar seu dinheiro baseado em seu perfil de investidor e não com base nos produtos que mais irão gerar comissões ao vendedor?

(  ) SIM

(  ) NÃO

  • Você acredita que é normal as recomendações de investimentos de longo prazo (para alguns anos no mínimo) mudarem todos os meses e isso não ocorre para manter os clientes girando as suas carteiras pagando mais e mais comissões para o banco ou corretora?

(  ) SIM

(  ) NÃO

  • Você acredita que a lei da oferta x demanda é uma balela e que a escassez da moeda não influencia em seu valor?

(  ) SIM

(  ) NÃO

  1. Você acredita que as moedas fiduciárias (como Real e Dólar por exemplo) tem lastro e coisas que já aconteceram no passado como Plano Collor, confiscos, não pagamento de precatórios entre outras são impossíveis de acontecer nos dias de hoje?

(  ) SIM

(  ) NÃO

Podia fazer muitas outras perguntas para cobrir mais e mais ativos e classes de ativos, mas a ideia é que em 10 perguntas você reflita se a sua carteira de investimentos é compatível com aquilo que você acredita… vamos para as respostas:

  1. Se você respondeu sim, você é um forte candidato para “investimentos” em fraudes como pirâmides. Se você respondeu não e for racional não colocaria nenhum centavo sequer em ofertas tentadoras que são boas demais para serem verdades ainda mais sem risco ou esforço e com garantias de resultados.
  2. Se você respondeu sim você deve concentrar seus investimentos em empresas estatais como Petrobras por exemplo, entretanto caso leia jornais deveria saber o qual prejudicial é a interferência recorrente dos governos em suas empresas e sabendo disso seria racional e prudente se manter afastado desses ativos.
  3. Se você acredita no governo e no papai noel e respondeu sim, mandando para o espaço todos os testes empíricos da responsabilidade fiscal sobre o crescimento e a inflação do país enfie seu dinheiro em títulos públicos para 2050 e não tem mais nada a temer. Já se respondeu não teria um medinho dos títulos públicos em especial os de longo prazo.
  4. Se você respondeu SIM, se entupa de títulos atrelados ao IPCA e me escreva para contar em qual parte do universo você vive. Se respondeu NÃO seria muito preocupante atrelar boa parte dos seu patrimônio em um índice que não representa a sua realidade.
  5. Se respondeu SIM deixe todo seu dinheiro no banco que impede você de utilizar o seu dinheiro mesmo que em uma emergência e isso pela sua própria segurança. Sim existem alternativas caso tenha respondido não.
  6. Se você respondeu SIM, relaxe e nem precisa confiar na gestão do seu fundo. Pode abrir o app do seu banco ou corretora e escolher qualquer fundo da cor que mais gostar.
  7. Se você respondeu SIM imagino que siga à risca as indicações do seu gerente ou do seu agente autônomo, certo? Agora se respondeu NÃO seria muito estranho seguir cegamente essas indicações.
  8. Se respondeu SIM é porque acredita que os fundamentos para o longo prazo são firmes e embasados no angu e, portanto, é natural que mudem todos os meses mesmo que isso acarrete em elevados custos em taxas, comissões e corretagens para você. Se respondeu NÃO e mesmo assim fica girando a sua carteira que tem foco no longo prazo parece que tem algo irracional na sua cabeça.
  9. Se você respondeu SIM e não tem interesse em descobrir a verdade, enfie seus reais embaixo do colchão. Só não vale ficar triste que o dinheiro de toda a sua vida não vai dar para comprar uma garrafa de cachaça na aposentadoria para afogar as mágoas.
  10. Se você respondeu SIM, deixar TODO o seu patrimônio disponível para as vontades dos governos não é uma preocupação.

Se você respondeu NÃO para uma ou mais perguntas acima, não seria racional deixar o Bitcoin e o Hash5 de fora da sua carteira. Quanto mais NÃOs você respondeu, mais racional seria o aumento e concentração da sua exposição ao Bitcoin e Hash5.

E aí, você é um investidor racional?

O que em que o Bitcoin se tornará inútil

O que em que o Bitcoin se tornará inútil

A pujante economia alemã acabou de apresentar mais um PIB de fazer o queixo do mais cético cair. As exportações de carros e maquinário de mecânica de precisão disparam e garantem o vigésimo quinto trimestre de crescimento.

As políticas francesas de fronteiras fechadas e tolerância zero com a imigração ilegal se tornaram um exemplo para a Europa, e passados mais de 10 anos do fim da cruzada contra os fazendeiros e o abandono da histeria climática, o continente é hoje autossuficiente em comida.

Além da Alemanha e França, Espanha, Itália, Polônia, Áustria e demais economias relevantes prosperam com a abundante energia nuclear, barata, eficiente e segura, que foi o motor da industrialização bem-sucedida do velho continente.

A juventude tem emprego e perspectiva, abundância de comida e energia. Dentro desse cenário o que ninguém imaginava se tornou realidade, a reversão da crise demográfica. Mulheres jovens grávidas de seus terceiros e quartos filhos sendo essa a mola propulsora da revigorada indústria da construção civil que não mostra sinal de desaquecer.

Vendo sua hegemonia em risco com a nova renascença Europeia, os Estados Unidos colocaram o plano de superavit em curso.

Austeridade e eficiência foram as palavras de ordem nos anos que se sucederam. Uma lei aprovada que prevê a prisão de 20 anos em regime fechado sem direito a condicional para congressistas que entregassem déficits a partir da estabilização da dívida, hoje abaixo de USD 10 Trilhões e caindo a passos largos foi o incentivo necessário para a tão sonhada renovação do quadro político americano.

Políticos de carreira com décadas de senado e congresso, viciados em dívidas renunciaram voluntariamente a suas carreiras, com medo da prisão.

A dívida está sendo paga e novas emissões de Tesouro não serão necessários pelo décimo segundo ano consecutivo. A inflação é literalmente zero e o benefício da redução de preços trazidos por eficiência e tecnologia que antes eram chamamos de deflação, hoje chegam aos bolsos das famílias.

Se tornou obvio que tecnologia e eficiência reduzem o custo de vida e deixaram de ser usados como muletas para artificialmente expandir o volume de dinheiro, fazendo que com a grande população não percebesse os preços crescentes.

Tanto na américa quanto na Europa, subsídios e o dinheiro de graça para populismo não são mais necessários, e pelo contrário, distribuir dinheiro sem que exista fonte de financiamento é crime.

Há um consenso que tanto o FED quanto o BCE devam ser extintos após o pagamento da dívida, em menos de uma década.

Os impostos são decrescentes a medidas que as economias prosperam. É necessário um percentual cada vez menor de contribuição das populações para manter estados mínimos e eficientes.

A prosperidade encolheu os estados. As pessoas pagam por suas escolas, hospitais, transporte e ainda sobra para poupar. Não há mais brechas para a corrupção.

Localmente, o Brasil vive seus primeiros dias após se restabelecer do colapso. A austeridade em terras locais não veio por bem, veio por mal.

Revoltados com a inércia das lideranças locais, protestos tomaram as ruas diuturnamente por meses. A classe empresarial se uniu e absolutamente nenhuma DARF foi paga. Todas as trocas e compensações financeiras foram feitas fora da moeda estatal.

Para conter a potencial revolta de militares e do judiciário, o governo central se viu obrigado a imprimir o dinheiro para pagamento de salários do alto clero do feudo estatal, levando a nação a uma crise hiperinflacionária sem precedentes, fazendo frente a República de Weimar nos livros de história.

Com o auxílio da tecnologia, naturalmente comerciantes passaram a aceitar qualquer moeda que não fossem reais em seus estabelecimentos. No Sul, era comum ver a preferência de pequenos comerciantes de praia para receber em pesos argentinos. Qualquer coisa que não fossem reais era bem-vinda.

Tardiamente, como o de costume, diante da convulsão social não restou alternativa a não ser clonar as leis americanas.

Em um sinal de boa fé para restauração da ordem, os 11 ministros do supremo foram encarcerados. Militares, que se comprometeram a não interferir na nova assembleia constituinte que emergira do povo e concordaram em abrir mão de seu estado paralelo de justiça, educação, saúde e previdência.

Para ser constituinte foi necessário reputação ilibada, nunca ter passado pela política e ter sido responsável pela geração acumulada de ao menos 100 empregos ao longo de sua carreira.

O Brasil finalmente tem esperança de dias melhores.

De forma geral, temos um novo planeta terra.

No novo mundo, jovens anseiam em empreender.

Funcionários públicos são pouco e ganham salários de mercado.

Sintomas de pensamento socialista são tratados com acolhimento e como a doença mental, como de fato são.

Não existe censura. A liberdade de expressão é plena e as pessoas entendem perfeitamente a lei natural da causa e consequência de seus atos.

O judiciário ao redor do globo é eficiente, pois a inteligência artificial assumiu mais de 90% do trabalho de interpretação objetiva das leis e aos humanos restou o tratamento caso a caso e o bom senso que nunca será ensinado as máquinas.

Corrupção é crime capital, junto com estupro e pedofilia, os únicos casos globalmente aceitos de pena de morte.

O fim da era das dívidas artificias eternamente roladas trouxe abundância, fartura e prosperidade.

Nesse dia, o Bitcoin, caso não tenha sido um dos pilares e principais ferramentas dessa revolução, terá se tornado, temporariamente, inútil.