Essa época do ano costuma ser cheia de retrospectivas e previsões, e olhando artigos desse gênero sobre moedas digitais, é impossível não fazer uma comparação com os artigos publicados ao final de 2017. Há apenas um ano, euforia era regra e previsões sobre quando o Bitcoin chegaria aos US$ 100.000 não eram incomuns. É verdade, alguns autores sempre se manifestaram contrários às Criptomoedas, mas eles eram então a exceção.

Hoje, vemos artigos em que os autores discutem se o Bitcoin está rumo aos mil dólares, se algum dia veremos novamente um bull-market como os anteriores e a turma do “eu te disse” curiosamente não é mais minoria.

Realmente em um ano tudo pode mudar.

Concordo que seria muito difícil alguém manter o otimismo depois desse ano catastrófico. Digo isso sob o ponto de vista de quem nunca vai esquecer o ambiente no escritório da HashInvest após a primeira queda aguda nos preços das moedas digitais e, depois disso, vieram tantas outras quedas…

No meio desse cenário desolador, é difícil não questionar os princípios e considerar a possibilidade de que quem duvidava das Criptomoedas estava afinal certo.

Não há nada de errado nisso, pois questionar suas convicções é sempre importante. Mas nesse processo, minha principal reflexão foi considerar qual a utilidade real das moedas digitais. Minha lógica para isso era bem simples: “para ter valor, esse negócio tem que servir para alguma coisa”. Foi aí que acabei me deparando com a seguinte capa de 1988:

Sim, já em 1988 se via a necessidade de uma moeda válida em âmbito global e, não consigo acreditar que de lá para cá, a demanda por tal moeda tenha diminuído. Será que você consegue pensar em alguma outra moeda/tecnologia capaz de satisfazer essa demanda além das moedas digitais e do blockchain?

Continuando minha busca por utilidades para as moedas digitais, lembrei como é comum (quase semanal) o anúncio de empresas que estão implementando soluções com blockchain para integrar cadeias produtivas. De fato, a possibilidade de manter e rastrear insumos e etapas produtivas tem sido apontada como uma das principais aplicações para essa tecnologia. O que você acha: se empresas de todo o mundo começarem a usar blockchain para armazenar seus dados, o custo para se manter os servidores será pago com pó de pirlimpimpim ou com moedas digitais?

Além disso, me chama a atenção a quantidade de empresas gigantescas como IBM, Amazon, SAP e mesmo do mercado financeiro, como NASDAQ e ICE (controladora da bolsa de Nova Iorque) que estão investindo em projetos relacionados a moedas digitais. Será que eles estão investindo numa tecnologia que não tem utilidade nenhuma? Acho muito pouco provável.

Depois de considerar esses aspectos, cheguei à conclusão que a chance de tudo isso ser só uma bolha é mínima. Afinal, se as moedas digitais tem utilidade, elas têm valor e o ano de 2018 foi provavelmente só um capítulo ruim de um livro com final feliz.

Obs: Este artigo é uma réplica da Newsletter da HashInvest disponibilizada por e-mail e publicada aqui com alguns dias de defasagem. Quer receber a Newsletter na íntegra? Assine inserindo o seu e-mail abaixo:


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