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Blog da HashInvest

O que o plano de governo dos candidatos a presidente tem a dizer sobre seus investimentos

Postado em 19/10/2018

Nome do Autor luis

O texto de hoje não será sobre investimentos em Criptomoedas e lamento fugir do propósito da Newsletter, mas você que é meu cliente muito provavelmente possui outros investimentos e é por isso que o texto de hoje será sobre o plano de governo dos candidatos à presidência.

Escrevo na certeza que vou perder algumas assinaturas, mas na condição de gestor de recursos de algumas centenas de investidores, é um custo baixo a ser pago, e não, esse não é um texto de viés ideológico, é uma análise fria dos planos de governo dos nossos candidatos disponibilizados pelo TSE, que você mesmo pode baixar:

http://www.tse.jus.br/eleicoes/eleicoes-2018/propostas-de-candidatos

Em minha opinião, os eixos centrais para análise que entraram em discussão no primeiro turno estão equivocados. Escolhemos dois eixos principais para pautar a agenda, o eixo da moral e dos costumes e o eixo da corrupção. São temas importantes de fato e que geram discussões acaloradas, porém a discussão de moral e costumes, independente de sua opinião, dificilmente será o motor da mudança que o Brasil precisa. A discussão sobre a corrupção é importante, mas o tema é pauta para a polícia, ministério público e judiciário.

Precisamos colocar na mesa o eixo economia e analisar criteriosamente os planos de governo. A condução da economia nos trouxe a uma crise fiscal sem precedentes, a um número absurdo de 13 milhões de desempregados. O país está literalmente quebrado e sem capacidade de investimento.

Lendo o conteúdo referente a economia dos dois planos de governo com muito cuidado, trago más notícias. Tem um plano ruim e um pior. Vou sintetizar alguns pontos-chave de cada plano.

Vamos começar por Haddad:

Começando pela página 37 com os pilares do plano econômico, podemos ler na sequência “Revogar a EC95”, “Revogar a reforma trabalhista”, “Suspender a política de privatização” e “Recuperar o pré-sal”, sendo esse conjunto de medidas chamado de “novo padrão de desenvolvimento”.

Na sequência vemos que o governo Haddad irá retomar imediatamente as 2.800 obras paradas, retomar os investimentos da Petrobrás e uma infame cópia do projeto de Ciro Gomes que foi chamado de “Dívida Zero”, na qual bancos públicos refinanciarão as dívidas dos devedores.

Avançando para a Chamada Política Nacional de Desenvolvimento Regional Territorial, vemos que é alegada a necessidade de um “novo aparato institucional competente”, com abertura de financiamento por parte de BNDES, CEF e BB aos municípios “constrangidos pela dívida pública”.

No item 4.2.3 podemos ler que “nosso programa propõe que os investimentos públicos, compostos pelo orçamento de investimentos da União e das empresas estatais, não sejam computados para efeito de apuração do limite de gasto que sejam previstos pelas regras fiscais que estejam em vigor”.

Seria possível elencar mais alguns pontos, mas prefiro fechar com o trecho que fala sobre a reindustrialização no qual o plano traz a seguinte redação “O processo de reindustrialização nacional transcorrerá com base na significativa elevação da taxa de investimento. Para tanto, o setor produtivo estatal deverá ser reconfigurado para fortalecer setores industriais estratégicos.”

Vamos ao programa de Bolsonaro:

A parte referente à economia começa no slide 50. Ainda no preâmbulo encontra-se a redação “devemos afastar o populismo e garantir que o descontrole das contas públicas nunca seja ameaça ao bem-estar da população. O desequilíbrio fiscal gera crises, desemprego, inflação e miséria. Inflação é o maior inimigo das classes mais desamparadas, pois não apenas empobrece o trabalhador, mas também aumenta a desigualdade de renda, piorando a situação dos mais pobres.”

O plano de Bolsonaro prevê a criação de um ministério único chamado Ministério da Economia que será a união do que hoje é conhecido como Ministério da Fazenda, Ministério do Planejamento Indústria e Comércio e a Secretaria Executiva do Programa de Parcerias e Investimentos.

O programa é forte em sua retórica ao afirmar “A administração pública inchou de maneira descontrolada nos últimos anos. Houve uma multiplicação de cargos, benefícios e transferências sem comparação em nossa História. Como resultado, vemos um setor público lento, aparelhado, ineficiente e repleto de desperdícios.”

Um ponto muito interessante em relação a previdência é a proposta da introdução do sistema de capitalização, ou seja, o trabalhador passaria a fazer uma poupança para sua aposentadoria futura, ao contrário de hoje, em que o trabalhador paga o atual aposentado.

No slide da página 61 é proposto um grande programa de privatizações com foco no aumento da competitividade, ou seja, privatizar empresas ineficientes. Na parte trabalhista, o plano propõe a criação de um novo regime em que a negociação entre patrão e empregado poderá, a critério do trabalhador, ser mais forte que a CLT.

Confrontando os planos

O plano de Bolsonaro é muito forte no discurso e não é claro na execução. Falar em uma previdência com regime de capitalização é lindo, mas simplesmente não existe dinheiro para isso e o déficit atual seria multiplicado… Em resumo, bonito mas, não passível de execução.

Falar em redução da carga tributária no dia 1 de governo em um país completamente quebrado e sem gás para investir é outro ponto questionável. Da onde virá o dinheiro? De uma nova CPMF? Quem sabe depois das reformas, mas no dia 1 não é verdade.

O grande ponto positivo está no reconhecimento dos problemas de inchaço da máquina pública e o gravíssimo problema fiscal.

O plano de Haddad só pode ser classificado com uma expressão: TRAGÉDIA. O plano econômico do PT reflete a negação da mazela a qual a nação está sendo submetida. Colocar em prática o plano do PT somente é possível com a impressão desenfreada de dinheiro ou ampliação exponencial do deficit (ou seja, dívida), que no final do dia são a mesma coisa.

Em seu plano de governo ele cita “Inflação controlada, juros baixos e crédito disponível”, vejamos a contradição.

Imprimir dinheiro (ou aumentar a dívida) é assumir publicamente o compromisso de trazer a inflação de volta. É uma contradição imensa um governo que se diz social e que se propõe a governar para os mais pobres propor tão abertamente um plano que irá promover a volta da inflação descontrolada, o que pune severamente o assalariado e a população carente.

Não falo isso com base no achismo, falo isso porque o plano atual nada mais é que a continuidade do que estava em curso até 2016. Basta ver as séries históricas de inflação e endividamento disponíveis no site doBanco Central do Brasil, lembrando a todos que chegamos a acumular 14,5% de inflação em 12 meses no ponto mais severo do governo Dilma.

Partindo para as conclusões e algumas recomendações práticas. Não se iluda com a disparada da Bolsa e com a queda do dólar que veio com empolgação da onda Bolsonaro. No longo prazo a missão de consertar o país é extremamente difícil e o tamanho do problema não pode ser subestimado. A tarefa de trazer a economia para o eixo é muito mais complexo do que a bolsa sugere e não temos nenhuma clareza de como o eventual governo Bolsonaro faria isso na prática.

Encare esse cenário como uma oportunidade para você comprar seguros com preços convidativos. Reforce suas posições em dólar e em Criptomoedas. Se Haddad ganhar, você terá feito um excelente negócio. Se Bolsonaro ganhar, anote minhas palavras, a lua de mel do mercado acabará quando a realidade bater à porta do novo governo, ou seja, no longo prazo, também terá sido um bom negócio.

Infelizmente, apesar da importância de se discutir moral, costumes, corrupção, bem-estar social, saúde, educação, segurança, transporte… É na economia que são construídas as bases. Um país quebrado e inflacionário não vai conseguir evoluir nos demais temas.

Fecho a Newsletter dessa semana fazendo o que tecnicamente eu não deveria fazer, declarando meu voto (reforço aqui que se trata da minha opinião, exclusivamente pessoal e não de um posicionamento da empresa HashInvest), mas como disse a John. F. Kennedy em uma referência à Dante Alighieri, “No inferno os lugares mais quentes são reservados aqueles que escolheram a neutralidade em tempo de crise”.

Entre a dúvida de como o plano de Bolsonaro será executado e a certeza do desastre de Haddad, independente de concordar ou não com o candidato nas outras dimensões, fico com a primeira opção, e lamento informá-lo, votar em Haddad é ser financeiramente irresponsável com você, com a nação e principalmente, com os mais pobres.

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A maneira como os blockchains e as criptomoedas são percebidos pelos gestores financeiros está evoluindo rapidamente.  Este ramo, que até pouco tempo era renegado e ligado fortemente a hackers e fraudes, teve uma mudança de perspectiva importante no começo deste ano com o lançamento dos ETFs na bolsa americana e, mesmo com esse grande avanço, muito mais está por vir.

Em março a Black Rock, maior gestora de ativos do planeta, lançou o BUILD (BlackRock USD Institutional Digital Liquidity Fund), o seu primeiro fundo tokenizado.

Um token é um “certificado de propriedade” que representa ativos do mundo real (como imóveis, ações, títulos ou commodities) em um blockchain. Ou seja, a infraestrutura de redes como Bitcoin, Ethereum e Solana é usada para representar coisas/estruturas que vão além de moedas.

Em um fundo tokenizado, como o BUILD da Black Rock, a gestora utiliza tokens para representar os ativos do fundo, neste caso específico, Títulos do Tesouro Americano e Dólares Americanos.

O que deixa esta história interessante, é que a Black Rock não é a única interessada em tokenização, notando-se movimentos similares em diversos setores.

Por exemplo, o Tether Limited Inc., empresa que emite a moeda com preço atrelada ao Dólar, lançou recentemente o Tether Gold. Neste caso, cada token emitido representa uma quantidade de ouro armazenada em bancos da Suíça.

A Consultoria McKinsey projeta em seu cenário base que o mercado de ativos tokenizados atingirá um tamanho de quase USD $2 trilhões até 2030.

Dentre as vantagens que levam a esse interesse na tokenização, podemos citar liquidações instantâneas 24/7, maior transparência e eficiência, aliada a redução no custo. Para quem opera cripto, nada demais, mas para o mercado financeiro tradicional, isto traz oportunidades significativas.

Em resumo, a gestão de ativos cripto pode evoluir do simples acúmulo de criptomoedas para a criação de produtos multi-ativos com sua gestão e distribuição ocorrendo através dos blockchains. Blockchains estes que até pouco tempo, eram coisa de bandido.

30 ANOS DO PLANO REAL

30 ANOS DO PLANO REAL

Em 01/07/2024 o Real completará 30 anos de circulação. Na verdade, o plano real, pois tudo começou através de medidas provisórias na qual a moeda era chama de URV, posteriormente convertido para o Real na cotação de 1 para 1.

Temos motivos para celebrar ou não? Aprendemos algo com o passado?

Ao final do regime militar no Brasil e período de redemocratização (na medida do possível em uma frágil democracia, mas ao menos o fim de uma ditadura escancarada) o país passou por diversas crises econômicas desencadeando o pior dos impostos de maneira exacerbada: inflação (no caso hiperinflação). Os governos sempre tiveram o hábito de exaltarem seu governo e culparem algo externo a eles na totalidade. Parece que alguns hábitos nunca se perdem…

A inflação ao final dos anos 1980 e início dos anos 1990 vinha escalonando de forma abrupta e a cada plano que tentava controlar artificialmente a inflação ela voltava com ainda mais intensidade. Logo antes do plano real o Brasil chegou a bater um IPCA (oficial) de 2.500% ao ano. Os mais antigos devem se lembrar de coisas como overnight, remarcação de preços no supermercado diversas vezes ao dia (existia uma profissão que era etiquetador de preços) e a corrida ao supermercado nos dias de pagamento.

Vamos voltar um pouquinho mais…

Durante o governo Sarney foram 3 as tentativas de conter a inflação. Em 1986 foi a vez do plano cruzado, onde a moeda sofreu um corte de 3 zeros e houve congelamento de preços e da taxa de câmbio oficial. Em 1987 foi a vez do Plano Bresser que tentou a já ineficaz estratégia de congelamento de preços. Em 1989 como última cartada do governo Sarney tivemos o Plano Verão em 1989 com um novo corte de 3 zeros na moeda renomeando a moeda para Cruzado Novo, e novos congelamentos de preços e taxas de câmbio.

Já no governo Collor, em 1990 foi o Plano Collor 1 que ficou famoso pelo confisco da poupança popular e criação de novos impostos como o IOF (imposto sobre operações financeiras). Em 1992 veio o Plano Collor 2 com novos congelamentos de preços e agora também o congelamento de salários. E já não bastasse o confisco do plano anterior na poupança popular, a equipe econômica decidiu proibir os depósitos overnight.

Uma coisa comum a todos esses planos foi uma queda artificial (e muito dolorosa para a população) com um repique muito mais acentuado da inflação na sequência.

Em 1994, durante o Governo Itamar Franco, foi implantado o Plano Real. Primeiramente com a URV (CR$2.750 = US$ 1,00 = R$ 1,00). O início da circulação da URV (posteriormente batizada de real) foi em 01/07/1994. O plano real teve suas crises, mas é fato que devolveu a estabilidade mantendo a inflação oficial em patamares inferiores a dois dígitos anuais. Em retrospectiva foi um sucesso!

E agora, 30 anos depois?

Um pequeno exercício da um pouquinho da dimensão do que é a inflação. Nesses trinta anos de “estabilidade”, o não tão poderoso real também perdeu seu poder de compra, às vezes mais rápido, às vezes mais devagar. R$1,00 em 1994 podia comprar uma série de coisas… em 2024 a cédula de R$1,00 não existe mais!

Em 1994 um pãozinho de sal custava R$0,10. Hoje é difícil comprar um pãozinho por menos de R$1,00. Um litro de gasolina custava R$0,55 em 1994 e hoje é difícil abastecer por menos de R$5,50 o litro. E isso vale pro leite, pro ovo e pra banana também…

Um ponto importante e que não pode ser esquecido, é que o descontrole para o monstro da inflação pode ser fatal. É fácil voltarmos ao período de hiperinflação, mas é cada vez mais difícil sairmos dele (olhe nossos vizinhos Hermanos) uma vez que o nosso sistema e ferramentas tradicionais estão desgastadas e perto de um colapso (crescimento da dívida, aumento de carga tributária, PIB praticamente estagnado por décadas e irresponsabilidade fiscal). Ninguém torce por isso, mas sempre que palavras como intervenção, confisco, congelamento voltam a circular o medo do monstro da hiperinflação volta a rondar.

Qual ativo hoje existente e acessível, que não existia em 1994, é imune em seus fundamentos às palavras (confisco, intervenção etc.) e ações de governos que podem acordar o monstro da hiperinflação?

Uma dica: Não é o Bitcoin do banco Itaú!

10 anos de minha primeira iniciativa com Bitcoin

10 anos de minha primeira iniciativa com Bitc

Essa semana me dei conta que em julho faz 10 anos de minha primeira iniciativa para que amigos próximos entendessem e entrassem no Bitcoin, e desde então venho fracassando consistentemente nessa missão.

O ano era 2014 e eu estava apaixonado pela moedinha laranja. Era o chato do Bitcoin, só via Bitcoin, tudo era Bitcoin. Havia recém voltado de Amsterdam de minha primeira conferência de Bitcoin.

Na ocasião, meu sócio que se senta a minha frente foi persuadido a programar um bolão da copa do mundo em Bitcoin, na qual as apostas para participar e os prêmios eram em Bitcoin.

O bolão em si era o de menos, a tentativa era ser lúdico e mostrar o futuro às pessoas queridas, que através de um uso prático, criassem carteiras, transacionassem, enfim, uma brincadeira para quebrar a barreira inicial.

Deu errado.

– “Muito complicado”

– “Faz pra mim, depois te pago”

-“Legal, mas não tenho tempo”

-“Você é maluco”

-“Você precisa arrumar um emprego”

O preço na ocasião? Na casa dos USD 300 (Trezentos dólares), morro abaixo, logo depois de ter ultrapassados os USD 1.000 pela primeira vez durante o stress bancário na Grécia.

Deveria ter parado por aí, mas não… Vem o ano de 2017, lá por julho, e a ideia de montar a HashInvest. Se lá em 2014 a turma ignorou e não veio, então, vamos criar uma ferramenta que permita as pessoas a embarcarem sem sofrer, com baixíssima complexidade, e então começamos.

 Abrimos as portas em novembro e logo em seguida o Bitcoin ultrapassa a marca de USD 10 mil pela primeira vez na história.

Dessa vez logrei algum êxito e o sucesso foi ligeiramente maior que no bolão de 2014. Empolgados pela euforia do mercado e com o noticiário naquele ano, dessa vez alguns bem-sucedidos amigos próximos finalmente entraram no Bitcoin.

Qual era a minha esperança? Que começassem a ler os conteúdos por aqui e que começassem a voar por conta própria. Não foi o que aconteceu.

A única recomendação que dou explicitamente é a de fazer preço médio, o que que ninguém faz é o preço médio. A turma comprou em 2017 e a grande maioria simplesmente deixou lá, sem novos aportes, sem estudar por conta própria e ficaram demasiados insatisfeitos quando o pico de USD 20 mil derreteu pelos anos a seguir, e o pior, agora a culpa era minha.

Em 2019 e 2020 resolvemos que era hora de fazer marketing digital. Investimos em Instagram, conteúdo, linkedin, podcast e os cambau…

Nada efetivo, pouco resultado. Acabou que nos dias atuais temos o mínimo, mas bem diferente do que já foi no passado. As pessoas simplesmente não vieram, logo, vamos ficar por aqui somente para reafirmar que estamos por aqui e estamos vivos.

O preço na época era em torno dos USD 6 mil dólares por Bitcoin, com direito a uma excursão na casa dos USD 3 mil alto no fatídico Corona Day.

Veio mais um bull market, dessa vez em 2021. Vimos o Bitcoin saltar para USD 69 mil dólares e quando a farra se aproximava do fim é que os clientes começaram a chegar…

A gente fala que bitcoin se compra todo dia, no preço médio, mas a pessoa quer comprar depois que a euforia tomou conta da internet… Caímos para a casa dos USD 15 mil e por lá ficamos até meados de 2023.

Com a chegada dos ETFs e dos institucionais, o Bitcoin começou a tracionar mais uma vez um novo All time High na casa de USD 73 mil foi visto há poucos meses nesse ano de 2024, mas diferentemente dos outros Bull Markets, dessa vez o varejo não veio, pelo contrário, quem levou prejuízo entrando no topo de 2021 acabou por “aproveitar a chance” e ir embora de vez.

Hoje, especificamente dia 24 de junho de 2024 enquanto eu escrevo esse texto o Bitcoin “derrete e agoniza” em USD 60 mil.

Dos tais amigos próximos, ainda sou taxado de louco. Recorrentemente o que escuto é que

-“Você teve sorte”

-“Deveria ter te escutado lá atrás, mas hoje está muito caro”.

-“Você ainda tá naquele negócio de Bitcoin?”

-“Ainda tenho aquela grana lá de 2017, ta bom né… Qualquer dia ponho um gole a mais”

Hoje ainda sou o chato do Bitcoin, mas diferentemente do passado, somente quando sou perguntado. Quando não questionado, converso de cervejas, de viagens, do clima, de amenidades em geral, mas só falo de Bitcoin com quem me pergunta.

Mesmo quem me pergunta se recusa a aceitar a realidade. Por mais dados que sejam entregues, demonstrados, a alocação de recursos vai majoritariamente… Para a renda fixa em Reais. É ultrajante e embaraçosa a sensação de incompetência que me acomete.

Vejam os marcos de preço desse texto…

USD 1000, USD 300, USD 10.000, USD 20.000, USD 6.000, USD 3.000, USD 69.000, USD 15.000, USD 73.000, USD 60.000…

Quando estava em USD 1 mil, estava caro demais, e quando estava em USD 300, ainda bem que não entrei nessa fria.

Quando estava em USD 69 mil, estava caro demais, e quando estava em USD 15 mil, ainda bem que não entrei nessa fria.

Quando estava em USD 73 mil estava caro demais…

Todos os anos escrevo ao menos uma newsletter com cálculos detalhados de preço médio, geralmente com aporte mensal e começando em épocas muito ruins (primeiro aporte num all time high por exemplo) e todos os anos demonstro com dados que se você fizer DCA de modo disciplinado a sua probabilidade de multiplicar o patrimônio é significativamente alta e seu risco é relativamente baixo. Fazendo isso você bate TODOS os CDBs, CDIs, Tesouros e índices de bolsa que pode encontrar por aí.

No fim do dia… São 5 os clientes que praticam o preço médio…

Quanto a mim? Começando a pensar com mais carinho na ideia de aposentadoria.  A Hashinvest não é exatamente uma necessidade nessa altura da vida, afinal, dizem por aí que “dei sorte!”.

Gostaria de ter convertido muito mais gente do que de fato converti e passados 10 anos, sinto que está se aproximando a hora de admitir que é bastante provável que eu não seja a pessoa certa para esse trabalho.