Que tal fazer uma remessa de Ethers para o endereço 0xb62d547ab61d7ed8971fe76c583230e943b882a8 ou para 0x344dee393a3c3c21d95593f956f0e2985419b29a?

Por mais que realizar operações com esse tipo de valores seja banal para computadores, humanos não costumam se dar bem com longas sequências aleatórias de números. Assim, os endereços das carteiras digitais, ou o destino das transações em moedas digitais, precisam urgentemente evoluir.

Uma iniciativa recente da rede Ethereum pretende melhorar justamente essa questão. O ENS (Ethereum Name Service) permite que usuários possam associar um nome (ou domínio) ao endereço de uma carteira. Então, ao invés de enviar Ethers para uma sequência de 40 dígitos hexadecimais, você pode simplesmente usar um endereço como felipe.eth como destino. Bem mais simples né?

O ENS funciona de forma semelhante ao DNS (Domain Name Service), sistema utilizado na internet e que permite que você acesse um site digitando seu endereço (por exemplo google.com) ao invés de ter que digitar um número IP. A principal diferença é que o ENS é baseado em smart contracts e, por isso, funciona de forma descentralizada.

O processo de aquisição de domínios no ENS também é descentralizada e funciona por meio de um leilão. Esse leilão é dividido em três etapas, que duram cinco dias.

Na primeira etapa, com duração de três dias, cria-se um leilão para o nome que se deseja adquirir. Nessa etapa, as ofertas são secretas, ou seja, ninguém sabe quantas pessoas querem comprar o mesmo domínio nem quanto foi ofertado. As únicas informações disponíveis indicam se o nome está disponível e se existe um leilão aberto para o nome desejado.

Na segunda fase, os interessados precisam revelar suas ofertas, ou seja, mostrar o valor de seus lances. Nessa etapa não é possível criar novas ofertas e, somente ofertas que forem reveladas, serão consideradas válidas.

Na última etapa, o vencedor deve requisitar o seu domínio e será reembolsado com a diferença entre o valor do seu lance e a segunda maior oferta. Isso significa que o valor efetivamente pago é na verdade valor da segunda maior oferta. Se só houver um único lance, o valor despendido será de apenas 0,01 Ethers.

Apesar de gostar bastante dessa iniciativa do Ethereum, entendo que ela ainda precisa evoluir. O principal problema é a dificuldade em se solicitar um domínio, uma vez que esse processo ainda precisa ser feito em Solidy (linguagem de programação do Ethereum). Assim, o usuário precisa utilizar comandos como “ethRegistrar.unsealBid(web3.sha3(‘name’), web3.toWei(1, ‘ether’), web3.sha3(‘secret’), {from: eth.accounts[0], gas: 500000})”.

Exigir que uma pessoa comum precise programar, é tão ou mais complicado que o padrão atual de acesso às carteiras com 40 dígitos aleatórios. Por isso, aguardo ansiosamente pelo surgimento de uma interface visual com botões que façam sumir a complexidade do processo.

Mesmo com espaço para melhorias, o Ethereum deu um passo importante no processo de democratização das moedas digitais. Não só por facilitar a vida de seus usuários, mas também por estabelecer um novo padrão a ser seguido pelas outras criptos do mercado.

Obs: Este artigo é uma réplica da Newsletter da HashInvest disponibilizada por e-mail e publicada aqui com alguns dias de defasagem. Quer receber a Newsletter na íntegra? Assine inserindo o seu e-mail abaixo:


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