Esse artigo é baseado (grande parte é uma tradução direta) de uma análise publicada pelo Wall St. Journal e acho que, embora não ligada diretamente ao mercado de Criptomoedas, é importante para nossos investidores, porque sim, a depender dos próximos capítulos, podemos ver o impacto sobre, principalmente, o Bitcoin.
Da crise de 2008 para cá, os mercados globais começaram a crescer de forma consistente, houve algum atrapalho no meio do caminho, mas pode-se afirmar que foram quase 10 anos de crescimento sustentável.
Hoje, podemos ver uma grande mudança… Os mercados americanos estão celebrando a maior série histórica de altas exatamente ao mesmo tempo que os mercados emergentes estão tomando uma bela sequência de perdas.
Em países como Turquia, Indonésia e a África do Sul, o mercado de moedas, ações e títulos estão sendo liquidados. Perante o peso argentino, o dólar teve um ganho de 100% no ano de 2018. Tudo isso soa uma loucura…
Mas o que houve de tão errado com os emergentes? O quadro pode ficar ainda pior?
Vejamos o que aconteceu. Dez anos atrás os investidores começaram a buscar maiores retornos fora dos Estados Unidos. O derretimento das finanças e as baixas taxas de juros significaram que havia pouco ou nenhum dinheiro para ser feito no mundo desenvolvido.
O dinheiro começou a fluir para mercados mais arriscados (leia-se emergentes) como Índia e Brasil. Os mercados acionários dos emergentes cresceram aproximadamente 120% entre 2009 e 2017. Por emergentes, leia-se desde o pobre Paquistão até a rica Coreia do Sul.
Para todos esses lugares para onde o dinheiro estava fluindo, governos e empresas estavam completamente famintos para pegar emprestado… nem sempre da maneira mais inteligente e esperta. Vejamos o exemplo de Moçambique, onde o governo deu o calote da dívida em dólar no ano de 2017… Calote é sempre a saída menos inteligente.
(Pausa para falar de Cripto – qualquer semelhança com o mercado de ICO é mera coincidência… e é por isso que o Bitcoin, que no caso é análogo a uma economia desenvolvida, vai sim crescer muito após a implosão do mercado de ICOs).
Mas o que mudou?
Suportado pelos grandes cortes de impostos, a economia americana aqueceu forte e começou a ir muito bem de novo. O índice de produção industrial mostra claramente que os americanos deixaram o mundo para trás, e agora vem a grande mudança, some a economia aquecida com a subida na taxa de juros promovida pelo banco central americano (o FED).
Então temos uma economia quente e um banco central pagando bons juros sobre o dinheiro em uma economia muito menos volátil e incerta que ao redor do mundo (o caos eleitoral no Brasil é um excelente exemplo do que estamos falando). Consequência natural, o dinheiro está fluindo de volta para a economia americana.
O que vai acontecer na sequência?
Partimos do princípio que uma crise não pode ser prevista (caso fosse, não seria uma crise…). Parece óbvio uma crise se pegarmos a Turquia como exemplo, que nos últimos 3 anos tem vivido uma grande instabilidade política com direito ao golpe militar frustrado. Mas porque castigar um emergente como a Indonésia? O país que em tese fez tudo certo, subiu a taxa de juros e está crescendo?
Não é surpresa que o pensamento esteja dividido e não exista consenso, ninguém sabe exatamente que está por vir. Parte dos economistas acredita que o mercado americano vai crescer, se fortalecer ainda mais e continuará a divergir do resto do mundo. A outra parte dos financistas acredita que é questão de pouco tempo até que a economia americana desmorone e siga o mesmo caminho dos emergentes.
No meio da dúvida apenas uma certeza, os mercados emergentes não podem mais contar com o fluxo infinito de dólares visto até 2017.
E as Criptomoedas?
Bom, se o cenário de implosão da economia americana for a previsão acertada veremos o preço do Bitcoin disparar a preços nem sequer sonhados. Assim como ouro e obras de arte, ele será um porto seguro em meio ao caos.
Se o cenário de fortalecimento da economia americana ganhar, vemos projetos como o Ripple com grandes chances de ver seu XRP ser bem-sucedido no médio e longo prazo, sendo a grande moeda para transações e remessas de dinheiro internacionais.
O fato é que vivemos uma grande incerteza e que não existe nem de perto um consenso sobre o destino da economia americana e consequentemente da economia mundial. Eu sou um pessimista por natureza e acredito que o crescimento americano vai terminar por dar a ignição no maior processo inflacionário já visto em uma economia desenvolvida.
Eu aposto minhas fichas no HASH5 e como digo a todos que me perguntam… 2030 é logo ali.