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Blog da HashInvest

Um panorama sobre o mercado de Bitcoin e Criptomoedas para o resto de 2018

Postado em 24/08/2018

Nome do Autor luis

O Bitcoin é uma criança com pouco mais de 9 anos de idade, e seus feitos são sim notáveis. De forma bem resumida, em 2009 a Criptomoeda era uma pirraça de programadores e Chypherpunks… em 2013 ele passou a ser a moeda predileta para negociar no mercado negro da internet, em 2017 ele foi promovida a uma nova classe de ativos e virou investimento de verdade. O que esperar pra frente?

Pois então, fácil palpitar, difícil acertar. A missão de hoje não é prever e sim passar um panorama do clima e dos avanços em relação ao mercado para que nossos leitores e clientes tenham um pouco de munição a respeito do assunto para então decidirem suas apostas.

O que podemos ver são dois sentimentos paralelos e antagonistas, ambos crescentes, um muito positivo e outro muito negativo.

A começar pelo sentimento negativo, é impossível ignorar a derrocada dos preços. Há duas semanas cheguei a comentar no escritório que pela primeira vez no ano de 2018 eu estava sentindo o clima mais ameno, as vozes do mundo das Criptomoedas pareciam finalmente virar para um discurso mais positivo.

Durou pouco, o preço que estava na faixa de USD 8,5 mil caiu para baixo de USD 7 mil e com ele os ânimos da comunidade. A espiral negativa de preços parece não ter fim e o mercado parou até mesmo de responder as noticiais positivas. Notícias negativas derrubam os preços instantaneamente, notícias positivas têm efeito nulo… efeito típico de mercados do urso, já documentados em diversos mercados (e no próprio Bitcoin).

Um dos analistas mais respeitados do mundo das Criptomoedas, Tuur Demeester publicou essa semana um artigo no qual ele defende que dificilmente veremos novos recordes de preço do Bitcoin em 2018. Entre seus argumentos estão o declínio do número de transações comerciais usando a Criptomoeda e principalmente, a pressão que o atual custo de mineração do Bitcoin faz sobre os preços (para baixo).

Vale a pena explicar esse último argumento. De forma resumida e pouco técnica, o boom dos preços de novembro trouxe uma enxurrada de novos participantes ao mercado de mineração de Bitcoin. O algoritmo do Bitcoin se ajusta para acomodar todo o poder computacional disponível na rede (fica mais difícil e consequentemente mais caro minerar a Criptomoeda).

Na prática, soma-se o pico de capacidade de processamento com o declínio de 70% do preço e temos a lucratividade dessa atividade em queda de mais de 90% em 7 meses. Aquele minerador que tem suas máquinas um pouco mais antigas (e menos eficientes) certamente está no prejuízo com sua atividade. E o que isso quer dizer?

Quer dizer que se em novembro um minerador precisava vender uma pequena parte de seus lucros em Bitcoin para pagar a conta de energia elétrica e os custos operacionais, hoje ele precisa vender tudo e um pouco de suas reservas (acumuladas no final do ano), ou seja, todo novo Bitcoin minerado acaba por ir ao mercado quase que instantaneamente, causando grande pressão sobre os preços.

E não precisamos de um Nobel de economia para entender o mecanismo: O minerador despeja Bitcoin no mercado, o público em geral está com baixo interesse porque o preço caiu, há excesso de oferta e queda na demanda… Preços caem…

A beleza é que o mercado tende a se ajustar naturalmente. Mais cedo ou mais tarde, ou o preço do Bitcoin sobe e alimenta todos os mineradores com uma receita justa pela sua atividade, ou essa turma vai desligar os aparelhos da tomada, reduzindo a dificuldade e pagando corretamente aos que persistiram no ramo da mineração. É um processo lento, mas não há muito o que temer, o ajuste virá de um modo ou de outro.

Na outra ponta do panorama está o lado positivo, aliás, extremamente positivo do mercado. A infraestrutura cresce a taxas nunca vistas e em breve veremos novos atores entrarem no mercado.

Essa semana a dona da NYSE (Bolsa de Nova York) anunciou sua entrada no mercado de Criptomoedas, com custódia e operações de futuros, liquidadas em Bitcoin (isso é gigantesco). Parceiros desse projeto são a Microsoft e a Starbucks.

Starbucks? Sim, um tremendo reforço na massificação da Criptomoeda. Pasme, mas a cafeteria da sereia de duas caudas é a Fintech de maior tração dos Estados Unidos. O app de pagamentos da Starbucks tem mais de 24 milhões de usuários ativos, colocando no bolso concorrentes como Apple Pay e Google Pay (sim, bastante atrás dos 218 milhões de usuários do PayPal, mas nada desprezível).

A Bakkt, nova empresa do grupo dono da NYSE deve começar a operar em Novembro desse ano.

Há duas semanas foi noticiado pela gigante das finanças, a BlackRock (gestora de mais de 7 Trilhões de dólares), que ela montou seu grupo de estudos em Criptomoedas. Uma fração desse dinheiro já seria uma virada de mão para as Criptomoedas.

Na semana passada a Boerse Stuttgart, segunda maior bolsa da Alemanha também anunciou uma série de ferramentas de varejo, entre elas negociação e custódia. É a infra que falta para o alemão, conservador e endinheirado, entrar no mercado.

Além disso, o primeiro banco de Criptomoedas do mundo, o Galaxy Digital do bilionário Michael Novogratz fez sua IPO (com preços em queda, graças a queda do Bitcoin), mas é um avanço tremendo para o ecossistema, um “Banco de Criptomoedas” com ações listadas em bolsa.

E paralelamente, sem muito alarde, a lista de bancos (sim, bancos tradicionais, incluindo nossos Itaú e Bradesco) que estão implementado a infraestrutura do Ripple já passa de 200. Oitenta dos quais figurando na lista dos maiores do mundo.

Até o Goldman Sachs, ferrenho crítico do Bitcoin anunciou que está estudando a possibilidade de ter um serviço de custódia de Criptomoedas, por pressão vinda dos clientes institucionais que querem lançar fundos de investimentos atrelados a Criptomoedas (a legislação americana exige que a custódia seja feita por um banco).

Enfim, eu poderia listar aqui mais umas 50 iniciativas no campo da infraestrutura, na Coreia do Sul, Japão, Malta, Suécia… Está pipocando infraestrutura para Criptomoeda em todo canto do planeta.

Creio que o mercado vai virar quando todas essas iniciativas mudarem de status de “em desenvolvimento” para “operacionais”, o que deve acontecer em conjunto com a questão regulatória, que imagino estar bem equacionada, já que essa turma da infra não costuma jogar dinheiro fora. Na minha visão, muito dificilmente veremos essa virada ainda esse ano, mas lembre-se que quando a canoa virar você dificilmente terá tempo de se posicionar se estiver fora do mercado.

Na esfera do “eu acho”, para 2018, provavelmente mais monotonia, preços em queda e mais desinteresse. Se a sua causa é fazer um extra no curto prazo, provavelmente as Criptomoedas não tem muito o que acrescentar daqui até dezembro (e me desculpe o analisa gráfico que foi no Infomoney falar que o Bitcoin vai a USD 100 mil porque ele viu na borra de café, ops… no gráfico do Bitcoin).

Para o investidor de longo prazo, uma grande oportunidade de compra. Uma analogia que eu gosto é que a indústria está construindo estradas e pontes para depois pensar em construir a frota de automóveis.

Esse processo é agonizante, muitos querem ver os carros agora… Mas da forma como está se desenhando a coisa toda é muito mais inteligente, e provavelmente não haverá no mercado retornos tão expressivos quanto os que eventualmente vamos experimentar com o mercado de Criptomoedas.

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Mais uma melhoria na rede Ethereum 

Mais uma melhoria na rede Ethereum 

No último dia 13 de março aconteceu uma atualização bastante relevante na rede Ethereum – sim, mais uma atualização importante.  

Para quem acompanha o mundo das criptomoedas, em 2022 a rede Ethereum fez provavelmente a mudança mais radical no funcionamento de uma blockchain em operação já registrada. Na época, a expectativa era redução de custos e maior velocidade, o que de fato aconteceu. Mas para quem achou que após isso a rede entraria em um período de estabilidade, a realidade tem se mostrado bastante diferente: este mês tivemos a segunda grande atualização desde então.  

Dentre as novidades implementada, a mais importante se chama “proto-danksharding” e que, apesar do nome complicado, busca otimizar o armazenamento de dados.  

Para entender como essa alteração nos afeta, vamos lembrar que as aplicações que utilizam o Ethereum precisam salvar seus históricos de funcionamento periodicamente na própria rede Ethereum. Só assim estas aplicações conseguem garantir a segurança e confiabilidade oferecidas por este blockchain. 

Para realizar esse armazenamento, a informação precisava até então ser anexadas às transações, quase como as mensagens que podemos enviar junto com um pagamento no PIX. Também semelhante a uma mensagem do PIX que tem o limite 140 caracteres, no blockchain a quantidade de dados permitidas por transação é limitada. Então várias transações precisavam ser feitas para armazenar o conteúdo total, o que obviamente encarecia o serviço. 

Para evitar este custo extra, um novo sistema (“proto-danksharding”) foi proposto e recebeu esse nome esquisito em homenagem aos seus idealizadores “Protolambda and Dankrad Feist”. Nele, os dados podem ser armazenados em espaços próprios, e não mais somente nas transações. Estes espaços se chamam “blobs” e funcionam quase como um HD externo para o blockchain, ou seja, um local extra de armazenamento e com custo reduzido para arquivos muito grandes e que estavam incomodando no lugar antigo.  

Como essa é uma alteração mais técnica, espera-se que os maiores usuários sejam as aplicações mais populares do blockchain Ethereum, como Arbitrum, Optimism, and Polygon. No entanto, os benefícios devem sim se estender até os usuários finais. Estima-se que, mantida a demanda atual, possa-se reduzir o custo por transação em 3 a 4 centavos de dólar para os usuários desse apps.  

Por fim, essa não vai ser a última vez que vocês vão me encontrar escrevendo sobre as mudanças do Ethereum. O segundo maior blockchain em valor de mercado tem um extenso roteiro de atualizações previstas e que deve levar mais do que 10 anos para ser concretizado, ou seja, teremos mais vários textos explicativos pela frente.  

A Hora do Leão

A Hora do Leão

Mais um trimestre chegando ao fim, que venha o próximo trimestre!

Esse início de ano foi bastante movimentado no universo das Criptomoedas, desde as polêmicas “fakenews” que eram verdadeiras sobre a aprovação dos ETFs a vista nos Estados Unidos da América até sua efetiva aprovação. Os ETFs a vista de Bitcoin nos Estados Unidos vem sugando tudo que aparece como disponível no mercado e como consequência o Bitcoin atingiu novas máximas históricas superando os USD 70.000,00 ainda antes mesmo do halving (evento que acontece de 4 em 4 anos onde a recompensa pela mineração de Bitcoin é reduzida pela metade).

Considerando que grandes investidores institucionais, incluindo fundos de pensão, começam a manifestar oficialmente intenção de investirem em Bitcoin somado à constante redução das novas emissões de Bitcoin reforçam as expectativas de um potencial de valorização inimaginável. Some-se a isso a necessidade cada vez mais evidente de possuir ativos livres e incensuráveis em toda a parte do planeta e terá um gostinho do que pode estar por vir.

Governos, principalmente aqueles com viés populista e arrecadatório, também não querem ficar de fora da festa e no Brasil em especial já temos uma grande lambança se formando, entretanto ainda cheia de oportunidades do ponto de vista fiscal mesmo àqueles que reportam devidamente ao leão.

Em minha visão, quem não vive à margem da sociedade, deve declarar seus investimentos ao imposto de renda pois futuramente poderia ter dificuldades de explicar ao fisco a origem da sua riqueza.

Vou apresentar brevemente os mecanismos atualmente existentes no Brasil de reporte, controle e obrigações no que tange investimentos em Criptomoedas por pessoas físicas residentes fiscais no Brasil bem como indicar alternativas para algumas situações específicas, de acordo com as regras e interpretações vigentes no momento em que escrevo esse texto (tudo pode mudar…). Antes de começar apenas uma ressalva para evitar confusões, tudo que mencionarei se refere ao investimento direto em Criptomoedas e não se aplicam a investimentos indiretos através de fundos de investimentos ou ETFs, pois estes possuem regras próprias de declaração e fiscais.

Não existe no Brasil nenhuma classe de ativos para fins tributários específica para Criptoativos, sendo então aplicável a estes as regras gerais. Entretanto, a Receita Federal do Brasil vem ano a ano criando espaços e ampliando as informações requeridas para ter maior visibilidade e controle.

A regra geral fiscalmente falando em que os Criptoativos são enquadrados é a de bens de pequeno valor. Ou seja, fiscalmente falando comprar e vender um carro é equivalente a comprar e vender uma fração de Bitcoin. Nessa regra geral, vendas de até R$35.000,00 por mês são isentas de impostos independe do tamanho lucro. Se vender mais de R$35.000,00 de um mesmo ativo no mês deverá ser apurado no mês subsequente o lucro (diferença entre o preço de venda e o custo de aquisição) e sobre ele pagar o imposto através de uma DARF em alíquota progressiva, começando em 15% sobre o lucro.

Em 2018 a Receita Federal do Brasil publicou a instrução normativa 1888 que instituiu obrigações acessórias aos investidores de Criptoativos e empresas nacionais que atuam nesse mercado. Resumidamente, as empresas nacionais devem reportar mensalmente TODAS as transações com Criptomoedas de seus clientes e as pessoas físicas que negociarem mais de R$30.000,00 dentro de um mês, seja em Exchange no exterior ou de pessoa a pessoas, deveriam acessar o site da Receita e informar suas operações.

Em relação à declaração anual de ajuste do imposto de renda da pessoa física, primeiramente a receita orientou incluírem seus ativos na ficha de bens e direitos. Em 2023 referente a 2022 já criou um código para Criptoativos (grupo 8) e subcódigos para segregar entre Bitcoin, Altcoin, Stable coin e outros. Em 2024, referente a 2023, em evolução ao ano anterior a Receita ta pedindo um maior detalhamento em campos objetivos como CNPJ do custodiante, especificação do Criptoativo e se é nacional ou estrangeiro. Esse último ponto, principalmente em virtude da nova Lei que trata dos investimentos no exterior aprovada e sancionada no Brasil no final de 2023. Mais uma vez, Criptoativos entraram de gaiato e foram enquadrados nas regras de investimentos no exterior quando forem investimentos no exterior, coisa que na época ficou a critério da Receita Federal definir como seria essa classificação, normatização essa que veio apenas com o lançamento das instruções normativas para a declaração anual do imposto de renda de 2024 (referente a 2023).

A partir de 01/01/2024 passam a valer as novas regras de tributação diferenciando os Criptoativos se no Brasil ou no exterior. No Brasil seguem as regras gerais, no exterior passa a valer a alíquota de 15% sobre o lucro com apuração anual e sem limite para isenções.

LEMBRETE: Declarar é diferente de pagar imposto. A nova regra para investimentos no exterior não anula e nem modifica as obrigações acessórias da instrução normativa 1888.

A definição de se é nacional ou exterior é bastante simplificada, dizendo apenas que se os ativos forem negociados ou custodiados no exterior devem ser tratados como exterior. Entretanto não faz menção em relação a eventos de nacionalização e ou exportação desses ativos criando ainda mais confusão, pois as fronteiras não são muito bem definidas para esse tipo de ativo.

Sendo assim, parte-se de interpretações e as que mais tenho escutado definem que para declaração do evento (compra ou venda) utiliza-se a localidade onde foi realizada a operação, enquanto para custódia como na declaração anual de imposto de renda utiliza-se a nacionalidade da custódia naquele momento (se você é residente fiscal no Brasil, hardware wallets devem ser consideradas nacionais). Já para fins de tributação tem-se adotado uma vez que o fato gerador é na alienação, então esta ditaria se nacional ou não.

Para movimentações de até R$35.000,00 por mês evidentemente fica mais interessante utilizar-se das regras gerais nacional uma vez que é isento de impostos. Entretanto traders (aqueles que ficam comprando e vendendo) e investidores que movimentam muitos milhões passa a ser mais interessante ser tributado no exterior uma vez que a alíquota é fixa em 15% e não progressiva, a apuração é anual e permite compensação dos prejuízos (importante para traders).

Enfim, se você não quer dor de cabeça e quer minimizar obrigações acessórias e otimizar seus impostos eis a melhor alternativa:

  1. Compre nacional que isso eliminará a necessidade de seu reporte mensal individual para a receita federal (obrigação acessória da 1888);
  2. Se for alienar até R$35.000,00 dentro mês faça através de uma empresa nacional, pois isso não só zera seu imposto sobre esse lucro como não exige nenhuma burocracia adicional de reporte (não precisa gerar DARF);
  3. Se for alienar acima de R$35.000,00, uma única vez no ano realize pela nacional e pague sua DARF com 15% sobre o lucro; entretanto se for movimentar valores acima de R$35.000,00 em mais de um mês já compensa sair pela gringa, pois passa fazer a apuração anual com compensação de eventuais prejuízos (entretanto cada mês que movimentar acima de R$30.000,00 precisará reportar diretamente na receita federal devido a instrução normativa 1888).

Como fazer isso na prática? Invista com a HashInvest. Uma empresa nacional que elimina sua necessidade de se preocupar com obrigações acessórias e lhe permite aproveitar os benefícios da isenção nacional com a flexibilidade de resgate em Criptomoedas para que você possa alienar no exterior quando mais conveniente.

Os relatórios auxiliares para declaração de imposto de renda 2024 estão disponíveis na área logada já no novo padrão conforme o programa da Receita Federal.

Em busca de críticas coerentes

Em busca de críticas coerentes

Semana passada emergiram nas redes sociais discussões a respeito do porquê diabos os chamados “especialistas” evitam falar em Bitcoin, e quando resolvem fazê-lo, geralmente existe um viés negativo, ou o pior, groselhas absolutamente desconectadas da realidade.

Veio gente de todos os lados dar suas explicações…

Desde o mais amargurado Faria Limer dizendo que a seita de fanáticos insuportáveis impede o engajamento de quem vem das finanças tradicionais até o sujeito influente em sua base de seguidores falando besteiras que minha filha de 10 anos é capaz de desmentir.

Existem alguns fatos que precisam ser ditos.

Fato 1 – Bitcoin desmoraliza os especialistas do Leblon e da Faria Lima

Um bando de outsiders, muitos adolescentes com foto de anime em rede social e que moram no porão da casa dos pais jantando o desempenho dos estrelados gestores é de fato pouco palatável aos dinossauros da indústria.

É perfeitamente compreensível quando o novo atropela o velho, que o velho desdenhe, lute pela manutenção do status-quo e acredite do fundo do coração que o problema irá se resolver sozinho…

Foi assim com a eletricidade, foi assim com o e-mail, foi assim com o uber, com o ecommerce e com certeza, ainda será assim com o Bitcoin por mais alguns anos.

Além de desmoralizados, aqueles que focam em ativos ilíquidos e irrelevantes (como a minúscula e pouquíssimo representativa bolsa brasileira perante os negócios globais é) estão obsoletos.

A bolsa brasileira male-mal tem a mesma capitalização de mercado do Ethereum, e vem definhando seu valor em USD desde seu pico em 2011. Na contramão, os criptoativos estão ganhando terreno, crescendo em representatividade e liquidez, aliás, líquidos em qualquer parte do globo.

Mas a turma que faz a alegria das concessionarias de carros de luxo nos arredores da Hélio Pelegrino em São Paulo vai se dar por contente por serem atropelados pela tecnologia?

Não, motoristas de taxi são revoltados, datilógrafos são revoltados e pode ter certeza que o sindicato dos acendedores de lampiões não ficou nem um pouco feliz com a lâmpada, maldito Edison!!!

Fato 2 – A arrogância da seita dos maximalistas é um reflexo perfeito da forma como eles foram e são tratados

A lei mais básica da existência é a da causa e consequência. Sou antigo o suficiente nesse mercado para ter presenciado o nascimento dos chamados “Maximalistas tóxicos”.

Um “maximalista tóxico” é uma espécie de petista radical do Bitcoin. Não existe muito diálogo com esse tipo.

Esse tipo, de fato insuportável, de defensor do Bitcoin foi gerado pelo desdém e pela insistência dos especialistas das finanças tradicionais em rotular o Bitcoin de bolha, de coisa passageira, de moedinha mágica da internet.

Quanto mais batiam, mais revolta, mais energia se acumulava em quem estava do outro lado, culminando com o nascimento de um exército altamente engajado.

De um lado os Faria Limers precisam manter imagem, pompa e circunstância. Do outro lado os “maximalistas tóxicos” são desbocados, espontâneos e não possuem nenhum rabo preso com passado, com taxas de administração e muito menos com desempenho, o que os dá uma vantagem extremamente competitiva no debate, principalmente na era das redes sociais.

O fato é que para equilibrar a arrogância extrema da Faria Lima (no mundo inteiro isso acontece, com Wall St) por exemplo, o maximalismo surge, com a mesma intensidade, para manter a balança nivelada.

Fato 3 – As críticas da Faria Lima são MUITO, mas MUITO, mas MUITO ruins mesmo

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Aí eu fico na dúvida. Os caras são realmente pouco inteligentes (no geral, sempre há exceções) ou se fazem de idiotas intencionalmente apenas quando o assunto é Bitcoin?

Afirmar que o Bitcoin não tem liquidez, que a quantidade de moedas poderá ser alterada, que Satoshi voltará e modificará o código, que por ter 8 casas decimais não é escasso, que a mineração de Bitcoin vai ferver os oceanos…

É tanta desinformação que o Rei está nu. Eu não deixaria um único centavo meu para ser gerido por esses caras devido a aparente limitação intelectual. Paradoxalmente, esses caras que andam de ternos Armani, Rolex no pulso e andam com suas Ferraris se provam apenas astutos ao passo não se provam inteligentes.

Fazer uma idiotice como a do Parlamento Europeu de tentar proibir auto custódia para evitar evasão de divisas é o mesmo que querer banir a lei da gravidade porque pessoas morrem caindo. Em última análise, uma carteira de auto custódia é uma sequência de 12 palavras e o Parlamento Europeu quer, literalmente, tornar ilegal que pessoas decorem sequencias de 12 palavras.

Fato 4 – O Bitcoin não se importa

Discovering Your Inner Honey Badger | ROBINSON SEWELL

Um bloco será minerado na média a cada 10 minutos, independente da vontade do redator que vos escreve, de um Faria Limer ou de um maximalista tóxico, toda essa discussão é altamente irrelevante.

O que importa é o fato de termos pela 1ª vez na história algo que não pode ser censurado mesmo que se deseje censurar e esse é o motivo do pânico.

Para quem tem viés autoritário, como por exemplo, a 1ª ministra da Islândia, Bitcoin é um grande problema mundial (como ela disse em 24/03.

Para quem ama a liberdade, Bitcoin é uma solução e o fato é que o Bitcoin está lá, vai estar daqui 10 anos e pouco pode ser feito, reclamar, denegrir ou falar asneiras pouco fundamentadas vai ofender aos maximalistas, mas em nada vai afetar o protocolo.

Fato 5 – Aceite Darwin

BlackRock e Fidelity já entenderam. Se não pode vencê-los, junta-se a eles.

Faria Limers são mais retrógrados que Wall Street, mas invariavelmente acabam por copiar o que o Tio Sam faz com sua base de tempo preguiçosa de quem se cansa em pensar ao invés de agir.

Quem não evoluir vai ficar pelo caminho, e aviso aos coleguinhas maximalistas que, a turma da Faria Lima vai chegar e não haverá nada que você possa fazer para impedir, o ponto 4 vale para vocês também.

Fato 6 – O Bitcoin é um fato!

Se dependêssemos do pensamento Faria Limer padrão ainda moraríamos em cavernas, no máximo andaríamos de charretes…

Sabemos que a humanidade é sublime e vence. Daqui há poucas décadas, todo o esforço para tentar impedir essa revolução terá sido em vão.

Aja de acordo!