O título mais correto para o texto de hoje provavelmente seria algo do tipo “Use o que eu vendo, não use o que eu uso”, mas por uma questão de facilidade de compreensão, preferi deixar o ditado na sua forma tradicional. Esclarecimentos a parte, vamos ao assunto de hoje que é a incoerência no modelo atual das exchanges.

Muito provavelmente você nunca vai escutar o dono de uma exchange falando mal de moedas digitais, blockchain e etc. Pelo contrário, por motivos óbvios eles tendem a ser só elogios quando o assunto é o ganha-pão deles. É justamente aí que mora a incoerência: se moedas digitais e smart contracts são o futuro, porque não temos mais exchanges decentralizadas?

Quando você usa uma exchange centralizada, a Foxbit por exemplo, você confia seu dinheiro ou moeda digital a uma entidade centralizada e que usa tecnologias tradicionais para gerenciamento de valores, cadastros e etc. Não é por acaso que exchanges são hoje o parque de diversões dos hackers, como você já deve ter notado pela quantidade de vezes que moedas digitais são roubadas dessas entidades.

Existe uma alternativa para essa situação?

Sim e não.

Vamos primeiramente ao sim…

Os smart contracts, algo como programas de computador que rodam sobre a tecnologia do blockchain, podem resolver a questão da centralização. Uma exchange feita sobre smart contracts, teria todas as vantagens das moedas digitais (as moedas sérias pelo menos): descentralização, independência de governos, anonimato, auditabilidade dos códigos, incensurabilidade etc… Quase um sonho!

Mas voltando ao mundo real, o problema que os smart contracts não conseguem resolver é a adesão de novas pessoas para o mundo das criptos, algo como o problema do ovo e da galinha. Explicando: para fazer sua oferta de compra/venda nessas exchanges descentralizadas, você precisaria de moedas digitais para comprar/vender moedas digitais. Como sabemos que apenas uma pequena parcela da população mundial já teve contato com as criptos, o modelo centralizado vai ser necessário ainda por muito tempo.

Agora, se você faz parte da parcela privilegiada da população, os early adopters, que já têm as suas moedas digitais, você pode começar a usar o modelo descentralizado de exchanges. Ainda existem limitações, principalmente na transação entre moedas e na maior parte dos casos você conseguirá somente trocar tokens que rodam sobre um mesmo blockchain, por exemplo, tokens de Ethereum.

Essa questão de transação entre diferentes blockchains ainda precisa ser propriamente equacionada, não só para as exchanges mas para a evolução aplicação das criptos como um todo. Por isso, têm bastante gente boa trabalhando nisso e não deve demorar muito para que novas tecnologias nessa área entrem para o mainstream.

Limitações a parte, grandes exchanges que hoje são centralizadas já anunciaram planos para converterem suas plataformas para modelos descentralizados ou híbridos, é o caso de Binance e OKEX.

Obs: Este artigo é uma réplica da Newsletter da HashInvest disponibilizada por e-mail e publicada aqui com alguns dias de defasagem. Quer receber a Newsletter na íntegra? Assine inserindo o seu e-mail abaixo:


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