Ambos estão na Europa, ambos são países pequenos e ambos os países estão colhendo os frutos de sua segurança jurídica para as moedas digitais. Malta é hoje o país com maior volume de negociação de Criptomoedas no mundo. A Suíça por sua vez teve o segundo maior volume arrecadado por ICOs em 2017.
E o Brasil? Segurança jurídica nunca foi o nosso forte, ambiente favorável ao empreendedorismo e a inovação também não… Logicamente nós colhemos o fruto disso.
Enquanto isso em Malta, a regulação pró-criptomoedas foi recentemente aprovada por unanimidade no parlamento. Dentre as novas medidas, destacam-se a padronização das ICOs, o estabelecimento órgãos reguladores e procedimentos claros para o funcionamento das exchanges. O resultado disso é que a maior exchange do mundo, Binance, está se mudando para essa pequena ilha e a OKEx, terceira maior exchange, anuciou que pretende fazer o mesmo em breve.
No entanto, atrair o dinheiro das criptos é só um dos benefícios que uma legislação favorável pode ter. A Suiça conseguiu ainda mais no cantão de Zug. Essa região não é chamada de “Vale das Criptos” por acaso, afinal ela criou um verdadeiro ecossistema em torno da tecnologia do blockchain. Além de ser a sede de várias das maiores ICOs, essa região também atraiu centros de desenvolvimento de várias empresas e própria Fundação do Ethereum. Outros exemplos desse ecossistema blockchain é a utilização de bunkers nos Alpes para armazenamento de carteiras de moedas digitais e o surgimento de empresas de consultoria para auxiliar o crescimento dessa indústria.
Moral da história: do jeito como as coisas estão por aqui, vamos continuar perdendo dinheiro para as Maltas que surgirem e empregos para as novas Zugs. Como diria Caetano, será que nunca faremos senão confirmar a incompetência da América Católica?