No jargão de mercado, o touro representa a alta, o ativo que sobe com vigor, com impulso de baixo para cima. Seu antagonista é o urso, que ataca de cima para baixo, simboliza o desespero dos investidores e o sangue nas ruas.

Mercados baixistas (do urso) são um teste de stress para qualquer investidor, e pra mim em especial, é ainda mais difícil, porque tenho que sustentar opiniões impopulares contra tudo e contra todos… Mas se essa é a essência do meu trabalho, vou tentar fazê-lo da melhor maneira possível.

Me consola (não que eu esteja feliz com isso) que investimentos como bolsa, tesouro e outras “cositas mas” derreteram em maio e junho, aliviando ligeiramente e pressão até então exclusiva sobre as Criptomoedas.

Vamos com algumas premissas, e vou me limitar a três porque senão esse texto vira um livro:

1 – Auto-soberania financeira e dinheiro não censurável são demandas que no longo prazo só vão crescer.

2 – Algo entre 0,5% e 1,5% da população economicamente ativa do planeta tiveram algum contato com as Criptomoedas, ou seja, somos usuários iniciais e privilegiados por ter acesso antecipado a uma tendência que tem muito mais chance de explodir em popularidade do que acabar.

3 – Governos continuam a fazer sua lambança de emissão de dinheiro, dívidas impagáveis, déficits operacionais constantes e incapacidade de promover reformas (não é só no Brasil, é um problema de escala global).

Conclusão óbvia das premissas, no cenário macro dessa coisa toda de Criptomoeda nada mudou, ou seja, num horizonte de 5 a 10 anos continuo extremamente convicto dos fatores que me levaram a investir em Criptomoedas.

O problema aqui é que o curto-prazo é um dilema: Sair ou ficar? Vendo agora e volto mais tarde? Realizo as perdas? Compro mais?

Não, não vou responder essa para você, porque a realidade de cada um é individual, mas posso dizer o que eu faria em alguns cenários.

Se a grana que eu perdi era conscientemente alocada em risco, e para mim essa sangria significou apenas adiar a troca do carro ou viagem que é bacana mas que pode esperar, eu não faria absolutamente NADA. Tanto Criptomoedas quanto ações (muito sensíveis ao cenário eleitoral) podem derreter de vez ou crescer muito, ou seja, as fichas continuam sobre a mesa, eu maximizaria o potencial de retorno de meus investimentos.

Agora, se a grana que eu perdi era parte estratégica do meu patrimônio e ta me fazendo falta e mesmo depois da sangria a alocação em ativos de risco ainda é significativa (20% da minha carteira, por exemplo) eu realizaria alguma perda e voltaria pra a prancheta.

Nessa situação eu reduziria minha exposição a ações e Criptomoedas a não mais do que 10%. Seria prudente esperar definições no cenário eleitoral antes de voltar para a bolsa e as definições regulatórias mundiais em Criptomoedas antes de voltar comprando (mesmo sabendo que isso significa que eu provavelmente vou perder as grandes porradas para cima que em ambos mercados podem e provavelmente vão acontecer).

Se eu não tivesse nada em Criptomoedas, estaria comemorando e sairia comprando como louco (hahaha – mentira, não faria isso). Eu começaria um plano para comprar um pouco por mês, com disciplina e constância, fazendo um custo de aquisição médio e pensando no longo prazo, numa espécie de poupança de Criptomoeda. Sinceramente, acho esse um plano muito inteligente, e que pode dar retornos muito, mas muito mais relevantes que qualquer aplicação disponível.

Falo isso porque no curto prazo, creio que o urso será nosso companheiro, e eu conseguiria um custo médio de aquisição de Criptomoedas muito interessante e favorável a mim ao longo do tempo.

Lembrando que, a realidade de cada um é uma, mas algo em torno do número mágico de 10% de exposição a Criptomoedas é o que tende a fazer sentido para a grande uma maioria dos investidores com apetite pelo risco.

Já escrevi aqui que não é possível surfar a onda se você estiver na praia apenas observando, ou seja, se você sair do mercado agora uma das certezas que você pode ter é que não estará lá no dia em que urso sair de férias e o touro assumir as rédeas, ou seja, vai deixar um belo pedaço dos seus ganhos sobre a mesa.

O mercado baixista é bom? Não, é péssimo. O urso é nosso amigo? Não, ele não é nosso amigo… Mas está na área sem data para partir… Minha sugestão? Abrace o urso e seja feliz.

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