Voltar
Blog da HashInvest

Porque o preço do Bitcoin está caindo?

Postado em 06/07/2018

Nome do Autor luis

Me irrita a mídia “especializada” e a legião de profetas do passado.

Basta um evento abrupto de preço que ratos saem dos ralos com suas explicações claras, e o pior, como se eles tivessem te alertado antes de acontecer (o que NUNCA é o caso).

Não é privilégio das Criptomoedas, o mesmo efeito “especialista explica a variação de 15% no preço do <insira o nome do ativo aqui>”, sejam ações, dólar, juros, etc etc etc.

Mas por que me irrita? Porque dá um falso conforto para o investidor, que na prática continua vendido na história, ou seja, esses caras estão deliberadamente te sacaneando.

Essa semana, o mercado de Criptomoedas deu uma derretida forte e houve certa tensão para ver qual seria a versão mais forte para a recente queda do mercado, em especial do Bitcoin…

Vamos ver a primeira manchete (escolhi o link da folha): “Bitcoin cai 10% após ataque hacker a Bolsa sul-coreana”

Primeiro, a turma saiu falando que o ataque hacker da Coinrail na Coréia do Sul gerou o pânico de mercado. Isso é muito, mas muito imbecil! É o equivalente a dizer que as ações do Itaú derreteram porque os investidores entraram em pânico após o assalto de uma agência do banco em Quixadá da Serra.

Como tiveram os profetas do passado que realizaram o absurdo da teoria número 1, foram para a teoria número 2: “Bitcoin desaba e criptomoedas perdem US$ 25 bi após estudo afirmar que disparada de 2017 foi manipulada”

Que o mercado de Criptomoedas é por muitas vezes manipulado não é segredo pra ninguém. É um mercado relativamente pequeno e poucos bilhões de dólares fazem estragos nos livros e na liquidez (tanto para cima quanto para baixo), mas o ponto que vou defender aqui é que a tal movimentação de Tether que de acordo com o referido estudo manipulou o mercado é uma constante que ocorre todo santo dia.

O que a mídia dos profetas do passado afirma é que a divulgação do estudo que “prova” a manipulação de mercado causou o pânico do mercado porque ninguém sabia disso… Hein?

Só não sabe disso quem ta fora desse mercado. Quem participa do mundo das Criptomoedas sabe muito bem das coisas boas e das coisas não tão boas, e sim, a existência de baleias (no jargão, o nome de quem tem muita moeda) que estão constantemente em conflito, levam o mercado para cima e para baixo, por vezes, de forma artificial.

O que me assustou é que o fato que realmente poderia ter feito algum efeito negativo no mercado foi ignorado pelos “especialistas”. A CFTC (órgão regulador americano) intimou as corretoras que atuam no mercado americano pedido dados de clientes e históricos de trades para ver quem manipulou o mercado para punir e agir.

E porque esse fato é diferente? Porque no mínimo, ao contrário das duas manchetes anteriores, faz algum sentido. Se eu sou uma baleia e a Exchange onde opero foi intimada a dar meus dados para o regulador do governo, é natural que eu entre no mercado vendendo o que tenho pelo preço que conseguir o mais rápido possível e garanta algum dinheiro no bolso.

Estou certo? Não sei, mas dentro de todos os fatos que estão sobre a mesa, esse é o de maior probabilidade de eventualmente ter influenciado o mercado para baixo.

Já escrevi para vocês que o cenário regulatório será o grande divisor de águas do mercado e pode acreditar no que estou falando (ansioso pela chegada do dinheiro institucional). O simples fato da SEC declarar o Ether como não sendo valor mobiliário (agora em 14/06) gerou um belo rebote no mercado, em menos de vinte minutos depois do anuncio as velas do tradeview estavam todas verdes. O tema da regulação deixa nervos à flor da pele.

Não apenas aqui nas Criptomoedas, tome muito cuidado com as manchetes que explicam o inexplicável. Os mercados são bichos complexos e o ser humano tem uma necessidade quase selvagem de arrumar explicações para tudo, por mais que não faça o menor sentido (Horóscopo?).

E porque você deveria acreditar muito mais em mim do que na Folha, no UOL e na Globo quando o assunto é Criptomoeda?

Primeiro que a asneira que foi publicada precisa fazer sentido, e sim, muita gente essa semana leu essas asneiras e absorveu como sendo verdade, mesmo sem fazer o menor sentido. Portais genéricos com notícias eventuais (geralmente negativas) sobre as Criptomoedas devem ser solenemente ignorados.

Segundo por uma coisa que Nassim Taleb, um dos papas do pensamento contemporâneo descreveu como “Skin in the game”, ou seja, pele em jogo, ter algo a perder. Eu vivo disso, vivo das Criptomoedas, são elas que pagam a escola da minha filha, eu sou obrigado e ler, estudar e tentear desvendar os mistérios no mercado. Para meu próprio bem é bom que eu ao menos tente saber o que está acontecendo. O jornalista do portal não tem a pele em jogo…

Terceiro que se você quer entender o mínimo do mercado de Criptomoedas, você precisa ler (todos os dias) o Coindesk, o Cointelegraph e o CCN, interpretar e filtrar (sim tem muita bobagem lá também), acompanhar os preços e os volumes durante o dia no Coinmarketcap e ficar de olhos bem abertos com o Twitter. Dessa forma você começa a ter um bom indicativo do que está acontecendo.

Eu faço isso como rotina, e se você não tem tempo (ou paciência) para isso e quer capturar a grande oportunidade desse mercado, venha de HASH5 e me dê seu voto de confiança, tenho muito a perder se o HASH5 der errado nos próximos 5 a 10 anos.

Então, por que o preço do Bitcoin está caindo? Não sei ao certo. Ninguém sabe.

Veja outros artigos

Memecoins: a piada que chegou à presidência dos EUA 

Memecoins: a piada que chegou à presidência

Com a posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, há uma grande expectativa de políticas mais favoráveis do governo americano em relação às criptomoedas (escrevo esse texto antes da posse). No entanto, a única certeza que temos até o momento é o lançamento das meme coins, TRUMP e MELANIA, pelos respetivos homenageados (presidente e primeira-dama). Juntas, essas duas meme coins já chegaram a valer mais de USD 14 bilhões.  

Uma meme coin é uma criptomoeda baseada em memes ou piadas da internet. Geralmente, elas são criadas como uma forma de humor ou sátira, mas algumas acabam ganhando valor significativo impulsionadas principalmente pela comunidade e pelo hype nas redes sociais. Outras celebridades como Elon Musk, Caitlyn Jenner, Iggy Azalea também resolveram lucrar dessa forma.  

Além da possibilidade de ganhos significativos, hoje é muito fácil do ponto de vista técnico criar uma moeda digital. Inclusive, já existem sites como Pump.fun  e Token Tool, que tornam esse processo simples como preencher um formulário online. Contudo, se o processo de criação é rápido, paga-se para que uma nova moeda seja listada por sites e exchanges. O lançamento “sério” de uma moeda custa entre USD 5.000 e USD 50.000. 

Por ser tão fácil e o investimento baixo, segundo agregadores, todos os dias entre 40.000 e 50.000 novos tokens de criptomoedas são criados. Durante períodos de hype, esse número pode chegar a 100.000. No entanto, muitas dessas iniciativas têm poucas horas de vida. 

Obviamente que nem tudo são flores, especialmente para projetos que não tem o homem mais poderoso do mundo e nem o mais rico como garotos propaganda. Ainda segundo a plataforma DREX, a maioria dos projetos de meme coin (89%) tem um valor de mercado entre 0 e $USD 1,000. Apenas 5% das meme coins tinham um valor de mercado acima de $10 milhões em março de 2024. 

Além disso, a volatilidade dos preços das meme coins é um dos aspectos mais marcantes desse segmento. Essas moedas podem experimentar oscilações extremas de valor em curtos períodos. Eventos como tweets de celebridades e notícias de parcerias podem causar aumentos repentinos nos preços. Da mesma forma, quedas igualmente rápidas acontecem quando o interesse diminui ou surgem preocupações sobre a sustentabilidade dos projetos. 

Por exemplo, o preço do Dogecoin ($DOGE) viu um aumento meteórico após uma série de tweets de Elon Musk, apenas para experimentar quedas substanciais quando o entusiasmo inicial esfriou. O que parece estar acontecendo com as moedas TRUMP e MELANIA.  

Por isso, a não ser que você compre uma meme coin por brincadeira ou piada, é muito difícil que acerte o momento certo de entrar nesse “investimento”. Você terá que acertar qual, dentre os milhares de projetos, será colocado em destaque por uma celebridade de alcance global. 

2025 já está voando

2025 já está voando

Parece que foi ontem que o ano de 2024 terminou. 2025 era esperado com muitas expectativas…

E não decepcionou… 2025 começou bastante animado e já vamos completando o primeiro mês do ano. 1/12 do ano já se foi…

Em janeiro todos os olhos do mundo econômico se voltaram ao tio Sam. Donald Trump assumiu a cadeira mais importante da maior potência econômica e militar do planeta num estilo bem caricato e pistola. Assinou pilhas de decretos de todos os tipos, assuntos e gostos… se pautou no auge da arrogância já conhecida e nada diferente daqueles que o elegeram esperava. Não vou me atrever a analisar seus decretos, veracidades, pontos positivos e nem negativos. Vou me ater ao fato do Bitcoin e demais ativos virtuais terem passado em branco no dia 1 do novo mandato de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos.

Entretanto, movimentos de substituição na presidência da SEC (equivalente à CVM nos EUA) e a criação de uma comissão para o desenvolvimento de uma regulação pró-Bitcoin e cia foi suficiente para alavancar as cotações para novos ATH. Já na semana seguinte uma startup chinesa, DataSeek, chacoalhou o mercadoi de ações norte-americano. Em especial a Nvidia e outras bigtechs derreteram. Nenhuma relação direta com o Bitcoin, mas o efeito colateral dos mercados como um todo derrubaram o Bitcoin para baixo dos 100 mil dólares outra vez. Para a tristeza dos haters, rapidamente o Bitcoin se recuperou e voltou a ser transacionado acima dos 100 mil dólares.

Toda essa novela se passou em menos de 30 dias e certamente teremos muito mais nos próximos 11 meses. Essa emoção toda certamente será convertida em volatilidade e na média as expectativas são animadoras. Importante salientar que todos esse movimentos e ruídos são apenas catalizadores de preço de curto a médio prazo. Quando pensamos no protocolo matemático, esses ruídos têm interferência zero no Bitcoin. Preços subindo ou preços caindo o Bitcoin seguirá com sua escassez e sua descentralização. Os fundamentos que levam ao real valor do Bitcoin são justamente a sua escassez e sua descentralização.

Descentralização confere segurança e soberania ao indivíduo enquanto a escassez por protocolo matemático (descentralizado) reverte parte de seu valor em preço. Quanto maior for a demanda por algo escasso maior será seu preço. Quanto maior for o preço de um ativo seguro pelo qual cada indivíduo tem a soberania sobre ele tem um valor incalculável nos dias atuais. Justamente essa frase “nos dias atuais” que faz a procura por Bitcoin aumentar gradativamente retroalimentando esse círculo virtuoso.

No início era coisa de nerd, hoje já superamos o ciclo dos indivíduos e estamos ganhando velocidade no ciclo dos institucionais e talvez entrando simultaneamente no ciclo dos países. E nisso o catalizador que comentei lá no início ganha relevância pois pode acelerar a adoção de empresas e países para constituírem suas reservas em Bitcoin. Enquanto ruídos pontuais como “DataSeek” em nada interferem nesse processo de adoção ou no protocolo do Bitcoin, ou seja, zero influência nos fundamentos.

Enquanto governos e países forem controladores, intervencionistas e gastadores a tendência é de valorização do Bitcoin em relação às moedas fiduciárias (reais, dólares e etc…). Elimine os ruídos e foque nos fundamentos e seja feliz! Que venha o futuro.

O cenário mais provável para o Brasil

O cenário mais provável para o Brasil

Abrimos a segunda metade do atual governo com perspectivas excelentes para quem vive no padrão Bitcoin e perspectivas não tão excelente para quem vive no padrão de Real brasileiro.

Se no dia 7 de janeiro o governo faz propaganda que o déficit primário (leia a newsletter 149 sobre esse tema onde explico que déficit primário em si já é um número mentiroso e pouco útil) de “apenas” 0,1% do PIB, no dia 27 o pesquisador do Insper, Marcos Mendes detalha que ele na verdade foi 9 (NOVE) vezes maior que o divulgado (basta uma breve pesquisa no Google para você ler inúmeras reportagens sobre o tema).

Mas não é só Haddad que está maquiando dados, o IBGE capitaneado pelo autodenominado “comunista” Márcio Pochmann tem sido alvo de um motim, em que altos diretores da instituição protestam e reclamam pela falta de autonomia e uso político da instituição, se dividindo entre carta de repúdio e chegando ao extremo do pedido de exoneração.

O IBGE jura que a inflação de 2024 fechou abaixo de 5%. Nessa altura do campeonato, imagino que você já tenha verificado perante a sua realidade que a inflação real é algo entre 3 a 4 vezes isso.

O mesmo IBGE divulga desemprego nas mínimas, porém esquece de combinar com os russos, que divulgam gastos com seguro-desemprego nas máximas e crescentes.

Junte a esse caldeirão a recente pesquisa de popularidade do governo, no dia 27 de janeiro, em que pela primeira vez o governo é mais mal avaliado do que bem avaliado e apertem os cintos.

Popularidade em baixa encarece a barganha com nosso congresso corrupto, torna os favores dos deputados mais caros e favorece a gastança com viés populista para tentar reverter as questões.

Não se iluda com o refresco proporcionado pelo USD caindo de 6.20 para 5.80, ele tem nome e sobrenome. O nome chama Donald Trump, onde o refresco do USD acontece em meio a acomodação da chegada do novo governo americano e o sobrenome é recesso parlamentar, dando uma trégua ao noticiário fiscal por assim dizer.

Nossa perspectiva local é ruim, muito ruim… Terrível para ser sincero.

Recapitulando, temos na equação um governo corrupto negociando junto a um congresso corrupto, um ministro da fazenda inapto e incapaz, um instituto de estatística corrupto e mentiroso em um cenário pré-eleitoral com a popularidade de um presidente decrescente junto com um tesouro nacional sem ter de onde tirar dinheiro.

Você não precisa ser gênio para avaliar que a situação não é das melhores.

A recente crise do PIX mostrou que o governo não tem mais folego político, forças políticas e apoio popular para aumentar me criar mais impostos, o que perante ao mercado aliviaria a situação dando um espaço teatral aos infindáveis gastos.

Descartando o aumento e criação de impostos no passo necessário para atender ao apetite do feudo por mais dinheiro, restam duas alternativas sobre a mesa.

A alternativa 1 é austeridade, a redução do estado, como por exemplo um grande e significativo corte de privilégios de castas como a do judiciário e dos militares, e uma grande otimização da máquina pública e seus recursos, uma redução de impostos para quem produz e a redução de incentivos ao nada fazer proporcionada através de dinheiro grátis.

A alternativa 2 é imprimir dinheiro, aumentar as regalias dos senhores feudais do alto funcionalismo e expandir o UBI (Universal Basic Income – o auxílio Brasil por exemplo) e assim garantir base de apoio e consequentes votos para 2026.

Explorando um pouco mais a alterativa 2, já são mais de 56 milhões de brasileiros atendidos pelos programas sociais, dos quais são estimados que 42 milhões são eleitores. Some esse número aos 12 milhões de funcionários públicos Federais e a base de eleitores para perpetuar o atual governo parte de 54 milhões de votos, independente do caos.

Lembre-se que a classe média é uma câmara de eco, em que ela prega e protesta com ela mesma. Ela é numericamente inferior, não tem voz perante os senhores feudais. Na prática, além de cômodo, o grande incentivo do governo é arroxar e tirar dinheiro da classe média para expandir regalias do feudo e distribuir dinheiro grátis via UBI. Perde-se um voto em detrimento ao ganho de vários.

A alternativa 1 nos tiraria lentamente do buraco.

A alternativa 2 caminha pelos trilhos da Argentina de Cristina e Alberto Fernandez.

Se você acredita que o governo brasileiro irá optar pela alternativa 1, Tesouro Direto e ações na B3 fazem perfeito sentido.

Se você tende a acreditar que a alternativa 2 é mais provável, a janela para que você tenha Bitcoin está ficando estreita. Nesse cenário, Bitcoin a 20 mil, 40 mil ou 200 mil dólares fará pouca diferença quando comparada a destruição potencial de patrimônio que se desenha até as próximas eleições.

O cenário mais provável para o Brasil, você decide!