Vou começar mais uma vez falando de risco e diversificação, só para não perder o costume… mas quando falamos sobre investimentos isso é quase um mantra, difícil escapar:

Diversificar, reduzir risco e aumentar retorno

Diversificar, reduzir risco e aumentar retorno

Diversificar, reduzir risco e aumentar retorno

A teoria é linda, mas como colocar isso em prática sem me enroscar com as burocráticas obrigações declaratórias ou fiscais? Como diversificar efetivamente?

Bem, quanto menor a correlação entre os ativos do seu portfólio, melhor será a diversificação (isso também já sabemos). Acontece que quando limito geograficamente meus investimentos, mesmo que a minha diversificação seja grande entre ativos e classes de ativos, tenho maiores dificuldades em reduzir a correlação entre eles. Vou fazer um cenário catastrófico, não se trata de previsão e tampouco de desejo, mas apenas uma ênfase para evidenciar o conceito.

Vamos supor que o Pedro, um cidadão comum e de bem tem uma carteira de investimentos diversificada – Ponto para o Pedro. A carteira do Pedro é composta por títulos públicos federais, fundos multimercados e ações do setor de energia, construção e financeiro. Tem renda fixa, tem renda variável, tem fundos, tem risco, tem diversificação e está equilibrada ao perfil do Pedro. Um detalhe, são todos investimentos realizados no Brasil. Tudo ia muito bem, o Pedro estava muito satisfeito. Porém, em 2020 tudo mudou… O Brasil quebrou! E a diversificação, que parecia perfeita, foi junto… Mas a carteira não era bem diversificada? Sim era, mas quando o assunto era risco Brasil esse era um componente de forte correlação entre todos os ativos e classes de ativos brasileiros…

Então surgem novas possibilidades de diversificação… que tal investir em outro país? Nos Estados Unidos, na Europa ou na Ásia… sim, isso é possível e existem diversas modalidades para diferentes objetivos e perfis. Ei, isso não é evasão de divisas? Somente será crime de evasão de divisas se não for devidamente declarado e tributado. Consulte um tributarista antes de se aventurar nesse tipo de investimento. Apenas para citar algumas modalidades:

– Abra uma conta em um banco ou corretora no exterior, faça uma remessa de dinheiro para esta conta e de lá invista nos ativos no exterior que atenderem aos seus objetivos. A partir de um determinado montante passará a ter que entregar a declaração de bens de capital no exterior anualmente, além da declaração anual de ajuste de imposto de renda. Faça a remessa através de uma instituição autorizada e tenha cuidado com a parte fiscal. Alguns países têm acordos tributários com o Brasil que evitam a bitributação, outros não.

– Abra uma empresa de investimentos no exterior, remeta recursos para esta empresa e invista a partir dela. Essa é uma solução mais complexa, custosa, trabalhosa e para montantes elevados de capital. Procure assessoria especializada se for se aventurar por aqui. Além da sua declaração de bens e capital no exterior na pessoa física, será uma empresa com todas as obrigações de empresa, como ter uma contabilidade por exemplo.

– Procure fundos brasileiros que invistam no exterior. Essa é uma forma simples e direta de diversificar o risco de mercado e sem obrigações adicionais como declaração de bens e capital no exterior. Entretanto aqui o cuidado deverá ser com as taxas de administração, aplicação mínima, liquidez e muitos destes fundos são destinados apenas a investidores qualificados (possuem mais de R$1.000.000,00 em ativos financeiros).

– Por último, a forma mais simples e barata, porém mais rígida (só em ações listadas nos Estados Unidos). ETFs da BOVESPA que replicam índices de ações americanas. São fundos de índices, mas na prática a sua operação equivale a comprar uma ação como outra qualquer. Hoje existem dois ETFs deste tipo (IVVB11 e SPXI11).

Certo, discorri bastante sobre investimento no exterior. Assim é uma forma de se diversificar os mercados. Se expor ao risco de um ou outro mercado. Um pouco de Brasil, um pouco de Estados Unidos, um pouco de Europa… Agora se a crise financeira for no mundo e não apenas restrita a um país? Surge então o conceito de investimento global.

Os investimentos globais são aqueles que são reconhecidos e tem valor em qualquer parte do globo. Sal e especiarias já foram investimentos globais. Ouro, diamantes e demais metais ou pedras preciosas são investimentos globais. O Bitcoin é um investimento global. Eles sempre foram considerados como apólices de seguro, pois sempre que necessário pode-se descontar em qualquer parte do globo.

E em crises internacionais, costumam se valorizar por não terem seu preço ou estabilidade definidos por esse ou aquele governo ou tratado. Ouro e Pedras Preciosas têm alguns inconvenientes… não é assim que se acumula barras de ouro ou saquinhos de diamantes em casa… isso tem um alto risco de perda ou roubo e também existem limites do quanto se pode transportar destes ativos por aí.

É verdade que hoje pode se comprar ouro digital, títulos atrelados ao ouro que você pode comprar no banco, porém você passa a depender do sistema financeiro novamente para resgatar a sua apólice de seguros, se o sistema colapsar você poderá ter dificuldades. Então surge o novo ouro digital, um investimento global, resgatável e descontável em qualquer parte do globo. Seguro para guardar e nem precisa transportar: O Bitcoin e outras criptomoedas, o ouro efetivamente digital. Investir em ouro e outros metais ou pedras preciosas é legal. Investir em Bitcoin e em outras Criptomoedas também não é proibido. Mas em todos os casos precisa declarar ao imposto de renda e pagar imposto quando realizar um ganho de capital, quando aplicável.

Nem todos os ativos ou classes de ativos são para todos. Esse artigo não configura recomendação de investimentos tendo como propósito elucidar alternativas existentes para diversificação de investimentos e provocar a reflexão do leitor se realmente possui uma carteira diversificada.

Obs: Este artigo é uma réplica da Newsletter da HashInvest disponibilizada por e-mail e publicada aqui com alguns dias de defasagem. Quer receber a Newsletter na íntegra? Assine inserindo o seu e-mail abaixo:


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