Se você for uma pessoa interessada em moedas digitais e leu um pouco sobre esse assunto, já deve ter encontrado “especialistas” especulando sobre a possibilidade de Bancos Centrais do mundo começarem a emitir moedas nacionais usando a tecnologia do blockchain. Nesse caso teríamos algo como BitDolar, BitReal com o mesmo lastro das moedas tradicionais, isto é, tendo ar como lastro…

Polêmicas e especulações a parte, ainda estamos muito longe disso.

O mais próximo até o momento é o Tether: uma moeda que tem seu valor atrelado ao dólar, ou seja, 1 Tether é igual a US$ 1,00.

Essa estabilidade no preço de uma moeda digital certamente chama a atenção, afinal não é raro termos uma oscilação de 20% em um único dia para criptos como Bitcoin e XRP. Isso é possível porque para cada Tether, existe um dólar depositado em uma conta bancária como contrapartida. O dono do Tether pode trocar sua moeda digital pelo dólar.

Do ponto de vista técnico, o Tether é na verdade um token. Inicialmente esse token funcionava somente na rede do Bitcoin e mais recentemente foram implementados tokens em Ethereum também.

Do ponto de vista comercial, a moeda é um sucesso: costuma figurar como a segunda maior em volume nas exchanges. Esse sucesso decorre de dois motivos principais:

1. Preço estável:

O fato de ser uma moeda com pouca oscilação no preço é importantíssimo para a reserva de valor em moeda digital. Imagine que você é um lojista que vende produtos em Bitcoin, com a grande variação dos preços, existe o risco de suas reservas em Bitcoin perderem metade do valor em um mês.

2. Proteção contra regulamentação:

Em alguns lugares do mundo, como a China, a conversão de moeda digital/moeda tradicional é proibida. Em outros lugares, esse tipo de conversão é taxada. Assim, o Tether é uma oportunidade de manter ou negociar a preço de dólar utilizando uma moeda digital.

Porém nem tudo são flores.

A verdade é que não se sabe ao certo quem é o dono da empresa por trás do Tether. Há fortes indícios apontando para o controlador da Bitfinex (uma das maiores exchanges do mundo), mas essa história nunca foi confirmada. Isso quer dizer que existe alguém com US$ 2.000.000.000,00 na conta bancária que ninguém sabe ao certo quem é.

Outro problema relacionado ao Tether e, na minha opinião o mais sério, é a confiança. Resumindo: o valor da moeda vem da CRENÇA que existe uma contrapartida em um BANCO. Explicando de forma mais detalhada agora… Apesar de ter sido divulgado uma “Prova de Fundos” em setembro de 2017, nada garante que as reservas em dólar são mantidas 100% do tempo. Além disso, essas contrapartidas estão em um banco e, como o Luis já falou inclusive nessa newsletter, talvez essas instituições não sejam 100% confiáveis.

Mas quando é que o mercado se preocupou com garantias não é mesmo? Isso tanto é verdade que já foi lançado o Tether para Euro e em breve será lançado para Yen (moeda japonesa).

No que eu acredito? Pessoalmente vejo essa falta de transparência como extremamente prejudicial. Porém na falta de uma alternativa mais sólida, o Tether funciona como uma conexão entre a economia tradicional e a economia baseada no blockchain.

Obs: Este artigo é uma réplica da Newsletter da HashInvest disponibilizada por e-mail e publicada aqui com alguns dias de defasagem. Quer receber a Newsletter na íntegra? Assine inserindo o seu e-mail abaixo:


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