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Blog da HashInvest

Além do Bitcoin VI – The good, the bad and the ugly

Postado em 10/05/2018

Nome do Autor luis

Com um panorama da história, agora estou confortável em começar a dividir alguns palpites e insisto que a análise a seguir nada mais é do que puro exercício da futurologia, não se caracterizando em tempo algum como recomendação ou não de investimento em qualquer ativo.

Vou usar uma técnica de design thinking chamada análise de extremos. Nessa técnica exercitamos a criatividade ao desenhar cenários aos extremos de uma linha divisória escolhida que faça sentido ao propósito do estudo.

No caso da Criptomoeda poderia ser preço, poderia ser adoção pelo grande público, enfim, qualquer tema que sirva de ponto de partida provavelmente resultará em conclusões bastante semelhantes.

Como linha central, escolhi (por acreditar ser o tema mais sensível) o tema da regulação e aceitação pelos governos. Em um extremo vou simular o cenário “vanilla”, que a regulação será amigável com moeda digital, governos aceitarão a tecnologia e se apropriarão dos benefícios do blockchain.

No outro extremo desenho o caos, num cenário em que governos e bancos lutam desesperadamente pela manutenção do status quo e a sociedade cria métodos para manter viva a chama da moeda digital, de maneira bem sucedida.

O uso dessa técnica produz resultados interessantes e geralmente a realidade se encontrará em algum ponto intermediário do espectro. Na minha opinião a realidade será algo entre o centro e o caos, com tendência ao caos, e você que provavelmente já está com posições montadas em moeda digital será o maior beneficiado caso minha “profecia” se concretize.

O cenário Vanilla

Improvável, utópico e provavelmente o mais perto do impossível, limitado pela natureza humana.

Futuros de Bitcoin são um sucesso, Wall Street cede aos encantos da moeda digital. Bolsas de todo o mundo amadurecem a ideia da moeda digital, após os futuros começa a amadurecer o mercado de opções.

O mercado de opções aliado ao mercado de futuros traz a sonhada maturidade ao mercado e Bitcoin é reconhecido oficialmente como reserva de valor até pelos mais conservadores dos banqueiros.

Governos e bancos centrais lançam suas prórpias versões de moeda digital, dentro de poucos anos veremos o FED emitir o BitDólar, o Bacen do Brasil emitindo o BitReal, a Europa lança o BitEuro e assim por diante.

Bancos comerciais se transformam e exhanges oficiais, sendo os grandes responsáveis pelo câmbio ente BitReal, Bitcoin, Ether, Ripple, BitDolar e afins. O modelo de negócio dos bancos se transforma e eles passam a lucrar com o trade e com softwares para guarda segura e uso das moedas digitais, com câmbio em tempo real entre os mais variados ativos.

O comércio internacional se intensifica e se simplifica, governos centrais desincham, reduzem a burocracia. Veremos o fim dos cartórios, dos impostos como os conhecemos. O governo irá se financiar exclusivamente através de fees de transação.

Ações das principais bolsas do planeta serão cotadas em Bitcoin, a partir da Bovespa investidores poderão acessar papéis de NYSE, Nasdaq, bolsas de Londres, Franfurt, Tóquio, Pequim e todas as demais importantes.

Nesse mesmo sistema, startups e pequenas empresas poderão lançar suas ICOs e investidores munidos de smartphones poderão com a mesma tecnologia comprar pão, pagar o taxi, investir em ações e startups, de modo simples e globalmente integrado.

A regulação será universal, fraudes serão punidas e julgadas em tribunais internacionais, barreiras cairão, o dinheiro é fluido e barato.

Alternativas de financiamento serão globais, A compra de um apartamento no Rio de Janeiro será gerenciada por um smartcontract em Etherem, e a fonte de recursos será um norte coreano, um indiano, um alemão e um mexicano, que em conjunto e em busca de juros, sem se conhecerem, uniram forças para juntar o montante necessário para colocar esse smartcontract para rodar.

Nesse cenário, governos, moedas locais e Bitcoin convivem em harmonia, Bitcoin vale aproximadamente 1 milhão de dólares a unidade de pouco varia no dia a dia. É a base monetária internacional, estável e sólida.

A jornada foi volátil porém saudável, grande parte da população mundial participou desse crescimento através de aplicativos para smartphones num processo que revolucionou a inclusão financeira.

Para esse cenário, ter moeda digital em seu portfólio é saudável, você está se antecipando a uma tendência e com certeza estará colhendo os frutos de sua decisão.

O Caos

Infelizmente, em minha opinião o cenário mais provável, talvez não da maneira como descrevo, mas algo próximo.

Futuros de Bitcoin são lançados. Governos mundiais fazem mais um esforço para ignorar a moeda digital. Na prática governos assumem sua incapacidade de fiscalizar, então é melhor empurrar o problema com a barriga do que gerar um passivo com o qual não se faz ideia de como se lidar.

Enquanto isso o preço das moedas disparam, após a grande queda de 2018, são vistos recordes após recordes e mais recordes. A população cada vez mais que saber sobre o Bitcoin.

Um grande esforço global surge, banqueiros de todo o mundo unem forças para acabar com a bolha. Exchanges serão fechadas, do dia para a noite. Transações com futuros serão banidas.

Em meio mundo a coisa continua como está e em outra metade a coisa toda se torna ilegal e essa situação resulta no desenvolvimento de sofisticados o mercados negros de negociação, na prática o problema será tão grande que os governos serão inertes a esse mercado negro.

ICOs serão terra de ninguém. Surgirão novos paraísos fiscais. O novo paraíso fiscal é amigável a ICO. Não interssa o projeto ou sua qualidade, desde que o percentual venha para o governo. Economias maduras irão criminalizá-las como jeito mais fácil de se livrar do problema.

Similar ao cenário vanilla, surgirá a solução mágica. Governos emitirão suas próprias moedas digitais a lá BitDólar, mas com uma grande diferença, dessa vez as demais moedas serão proibidas. Somente a moeda digital “oficial” será permitida.

De nada vai adianta, todo esse esforço vai resultar em uma escalada sem precedentes do valor do Bitcoin e de seus similares até o ponto em que os bancos cederão a sua própria ganância. Começa então a autofagia, em que bancos começam a montar pesadíssimas posições em moeda digital.

Da boca para fora, banqueiros ao redor do mundo chamarão de fraude, bolha, insustentável e em seus balanços, adivinhem… trilhões de dólares em moeda digital, e esse será o começo do fim.

Esse movimento dos bancos terá um efeito colateral gigantesco sobre o preço da moeda digital. Chegará o ponto em que os ganhos diários da moeda digital serão tão expressivos que o cidadão comum não irá pensar duas vezes.

Uma corrida aos bancos será iniciada. Todos querem sacar seu dinheiro para comprar moeda digital, e como já sabemos, não existe dinheiro para honrar para com os depósitos.

Veremos cenas a lá MadMax com pessoas carregando carrinhos de mão de dinheiro até a porta das exchanges, na maior corrida já vista pela humanidade, fazendo a o episódio alemão do Reichsbank pré segunda guerra, com inflação mensal de 29 mil por cento parecer um cenário de conto de fadas.

(pausa aqui para dizer que essa ficção toda é sim possível e que em nossa história recente é possível achar casos pontuais de caos similares, como a inflação no Zimbábue em 2008, Iugoslávia em 1994 e a Venezuela nos dias de hoje – não despreze esse cenário como você deve estar pensando nesse momento!)

Completamente acuados bancos centrais não terão outra alternativa senão imprimir dinheiro… serão emitidos todos os depósitos de todos os clientes de todos os bancos, implodindo o sistema de reservas fracionárias numa crise global de hiperinflação em que o único ativo não tóxico será o Bitcoin e seus o pares. A hiperinflação será global.

O dinheiro perde valor. Exchages se tornam completamente desnecessárias por tudo, desde o café até a o carro de luxo é cotado em moeda digital, ninguém mais vai aceitar moedas fiduciárias. A moeda digital é única e absoluta.

Bancos e economias em frangalhos. Governos não fazem ideia de como arrecadar impostos. Esse cenário vai forçar a sociedade a se reorganizar.

Se isso se tornar realidade, ter comprado Bitcoin a 400 mil dólares terá sido a oportunidade de uma vida!

Concluindo

É óbvio que nenhum dos extremos vai acontecer, e reforço que o objetivo do exercício é ajudar o posicionamento conhecendo casos extremos. Seja A ou B, a coisa toda parece positiva para a Criptomoeda.

No próximo capítulo vamos aquecer os motores para a guerra.

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O cenário mais provável para o Brasil

O cenário mais provável para o Brasil

Abrimos a segunda metade do atual governo com perspectivas excelentes para quem vive no padrão Bitcoin e perspectivas não tão excelente para quem vive no padrão de Real brasileiro.

Se no dia 7 de janeiro o governo faz propaganda que o déficit primário (leia a newsletter 149 sobre esse tema onde explico que déficit primário em si já é um número mentiroso e pouco útil) de “apenas” 0,1% do PIB, no dia 27 o pesquisador do Insper, Marcos Mendes detalha que ele na verdade foi 9 (NOVE) vezes maior que o divulgado (basta uma breve pesquisa no Google para você ler inúmeras reportagens sobre o tema).

Mas não é só Haddad que está maquiando dados, o IBGE capitaneado pelo autodenominado “comunista” Márcio Pochmann tem sido alvo de um motim, em que altos diretores da instituição protestam e reclamam pela falta de autonomia e uso político da instituição, se dividindo entre carta de repúdio e chegando ao extremo do pedido de exoneração.

O IBGE jura que a inflação de 2024 fechou abaixo de 5%. Nessa altura do campeonato, imagino que você já tenha verificado perante a sua realidade que a inflação real é algo entre 3 a 4 vezes isso.

O mesmo IBGE divulga desemprego nas mínimas, porém esquece de combinar com os russos, que divulgam gastos com seguro-desemprego nas máximas e crescentes.

Junte a esse caldeirão a recente pesquisa de popularidade do governo, no dia 27 de janeiro, em que pela primeira vez o governo é mais mal avaliado do que bem avaliado e apertem os cintos.

Popularidade em baixa encarece a barganha com nosso congresso corrupto, torna os favores dos deputados mais caros e favorece a gastança com viés populista para tentar reverter as questões.

Não se iluda com o refresco proporcionado pelo USD caindo de 6.20 para 5.80, ele tem nome e sobrenome. O nome chama Donald Trump, onde o refresco do USD acontece em meio a acomodação da chegada do novo governo americano e o sobrenome é recesso parlamentar, dando uma trégua ao noticiário fiscal por assim dizer.

Nossa perspectiva local é ruim, muito ruim… Terrível para ser sincero.

Recapitulando, temos na equação um governo corrupto negociando junto a um congresso corrupto, um ministro da fazenda inapto e incapaz, um instituto de estatística corrupto e mentiroso em um cenário pré-eleitoral com a popularidade de um presidente decrescente junto com um tesouro nacional sem ter de onde tirar dinheiro.

Você não precisa ser gênio para avaliar que a situação não é das melhores.

A recente crise do PIX mostrou que o governo não tem mais folego político, forças políticas e apoio popular para aumentar me criar mais impostos, o que perante ao mercado aliviaria a situação dando um espaço teatral aos infindáveis gastos.

Descartando o aumento e criação de impostos no passo necessário para atender ao apetite do feudo por mais dinheiro, restam duas alternativas sobre a mesa.

A alternativa 1 é austeridade, a redução do estado, como por exemplo um grande e significativo corte de privilégios de castas como a do judiciário e dos militares, e uma grande otimização da máquina pública e seus recursos, uma redução de impostos para quem produz e a redução de incentivos ao nada fazer proporcionada através de dinheiro grátis.

A alternativa 2 é imprimir dinheiro, aumentar as regalias dos senhores feudais do alto funcionalismo e expandir o UBI (Universal Basic Income – o auxílio Brasil por exemplo) e assim garantir base de apoio e consequentes votos para 2026.

Explorando um pouco mais a alterativa 2, já são mais de 56 milhões de brasileiros atendidos pelos programas sociais, dos quais são estimados que 42 milhões são eleitores. Some esse número aos 12 milhões de funcionários públicos Federais e a base de eleitores para perpetuar o atual governo parte de 54 milhões de votos, independente do caos.

Lembre-se que a classe média é uma câmara de eco, em que ela prega e protesta com ela mesma. Ela é numericamente inferior, não tem voz perante os senhores feudais. Na prática, além de cômodo, o grande incentivo do governo é arroxar e tirar dinheiro da classe média para expandir regalias do feudo e distribuir dinheiro grátis via UBI. Perde-se um voto em detrimento ao ganho de vários.

A alternativa 1 nos tiraria lentamente do buraco.

A alternativa 2 caminha pelos trilhos da Argentina de Cristina e Alberto Fernandez.

Se você acredita que o governo brasileiro irá optar pela alternativa 1, Tesouro Direto e ações na B3 fazem perfeito sentido.

Se você tende a acreditar que a alternativa 2 é mais provável, a janela para que você tenha Bitcoin está ficando estreita. Nesse cenário, Bitcoin a 20 mil, 40 mil ou 200 mil dólares fará pouca diferença quando comparada a destruição potencial de patrimônio que se desenha até as próximas eleições.

O cenário mais provável para o Brasil, você decide!

Liquidity Restaking: Uma aposta de alto risco do universo DeFi

Liquidity Restaking: Uma aposta de alto risco

DeFi, ou Finanças Descentralizadas, é um movimento no espaço financeiro que utiliza tecnologia de blockchain para recriar e aprimorar os serviços financeiros tradicionais de uma maneira descentralizada. Este é um universo em constante evolução, em que novos conceitos e práticas surgem a toda hora.

Uma das novas ideias que tem ganhado tração, chama-se “Liquidity Restaking”. Mas antes de explicarmos essa novidade, primeiro precisamos compreender outros dois conceitos fundamentais:

  1.  Staking Tradicional:  em blockchains que utilizam o Proof of Stake (PoS), os usuários podem bloquear (“stake”) suas moedas para ajudar a dar segurança para uma rede. Em troca, recebem uma remuneração ou “rendimento”. No entanto, as moedas dadas como garantia permanecem bloqueadas, não podendo ser utilizados em outras transações.
  2. Staking Líquido:  nessa modalidade, ao dar suas moedas como garantia, os usuários recebam um novo token que representa os ativos bloqueados, chamados genericamente de Tokens de Staking Líquido (LST). Esses LSTs podem ser negociados e vendidos.

O “Liquidity Restaking” leva o Staking Líquido um passo adiante. Envolve reinvestir esses Tokens de Staking Líquido (LSTs) em outras oportunidades de geração de rendimentos dentro do ecossistema DeFi. Isso permite que os usuários ganhem recompensas adicionais sem precisar desbloquear seus ativos originais, aumentando tanto a liquidez quanto os ganhos potenciais.

Algumas das principais moedas utilizadas no liquidity restaking são WEETH (Wrapped eETH), EZETH (Renzo Restaked ETH), LBTC (Lombard Staked BTC), EETH (ether.fi Staked ETH), CMETH (Mantle Restaked ETH).

No entanto, esse tipo de investimento tem seus riscos. Por exemplo, os tokens de restaking (LRTs) podem sofrer flutuações significativas de preço e impactar negativamente o valor total dos investimentos. Além disso, o restaking pode introduzir riscos sistêmicos ao ecossistema DeFi, pois a falha em uma rede ou protocolo de restaking pode ter efeitos em cascata, afetando vários ativos e plataformas.

Mesmo com esses riscos, dados apontam uma multiplicação de 60 vezes na quantidade de ativos aplicados nessa modalidade de DeFi durante 2024, ou mais de USD 17 bilhões.

O “Liquidity Restaking” representa uma inovação significativa no campo das finanças descentralizadas, proporcionando aos investidores maneiras mais avançadas de maximizar seus rendimentos enquanto mantêm a liquidez de seus ativos. No entanto, como qualquer investimento, é essencial entender os riscos associados e a volatilidade envolvida nessa prática. Além disso, as finanças tradicionais podem ensinar o que acontece quando se negocia um ativo e as suas garantias múltiplas vezes, vide a crise mundial de 2008.

Retrospectiva de 2024 e o que esperar para 2025

Retrospectiva de 2024 e o que esperar para 20

Antes mesmo de começar, gostaria de registrar que o Bitcoin não se importa. Faça sol ou faça chuva, um Bitcoin valerá sempre um Bitcoin e terá seus blocos registrados em sua corrente de blocos (blockchain). O Bitcoin não diferencia se é natal, ano novo, fim de semana, dia da independência, Bitcoin pizza day ou qualquer outra data. O Bitcoin simplesmente não se importa. E essa é uma das suas grandes virtudes. O Bitcoin se mantém firme em sua escassez digital. O Bitcoin se mantém firme em sua descentralização. Políticos, bilionários, influencers podem fazer o que quiserem e falar o que quiserem que o Bitcoin seguirá valendo um Bitcoin, seguirá sendo registrado em sua blockchain e seguirá sendo um porto seguro de liberdade para o indivíduo comum.

Dito isso, vamos a uma brevíssima retrospectiva:

Guerras:

2024 foi um ano triste nesse quesito. A guerra na Ucrânia após a invasão Russa em fevereiro de 2022 segue sem um final claro e os riscos de uso de armas nucleares segue preocupando. O maior ataque terrorista da história perpetrado pelo Hamas em Israel em 07/10/2023 fechará o ano sem que todos os reféns tenham sido libertados e sem uma solução que reestabeleça a relativa paz no enclave e garanta a segurança na região. O Hamas é aliado do Hezbollah no Líbano e ambos financiados pelo Irã (maior financiodor do terrorismo mundial) resultando em uma guerra no sul do Líbano e troca de farpas militares diretamente entre Irã e Israel. Ainda tivemos a invasão por “rebeldes” fanáticos na Síria que derrubaram do poder o ditador Bashar Al-Assad cuja família estava no poder faz 50 anos e por último para não me estender demais a Venezuela animou a América do Sul ameaçando anexar a região de Essequibo da Guiana.

Para 2025 o máximo que podemos esperar nesse quesito é que seja menos pior do que foi 2024…

BRICS

O Brasil foi atuante ativo para que o Irã passasse a integrar ao eixo, porém surpreendeu em barrar o regime aliado e ditatorial de Maduro de ingressar ao bloco. Outros regimes como o Talibã do Afeganistão manifestaram interesse de entrar para o BRICS.

Para 2025 o grande receio é que os BRICS se consolidem como um bloco antiocidental pautado em ditaduras e que o Brasil escolha esse lado da moeda.

Eleições Americanas:

Em 2024 os Estados Unidos da América protagonizaram uma grande novela na corrida presidencial, certamente ainda teremos muitos filmes e séries inspirados pela vida real como ela é. O atual presidente Biden começou a corrida como candidato a reeleição pelos democratas contra o ex-presidente Trump. Naquele momento Biden era o velhinho senil e apesar de equilibrado nas pesquisas parecia que iria perder as eleições. Os democratas em um movimento inovador, que aliás demoraram a perceber, substituíram o senil pela apagada vice-presidente Kamala. Já Trump, que passou a ser o senil da corrida passou a destilar suas loucuras em meio as suas sanidades e chegou a levar um tiro na orelha em uma tentativa de assassinato. Desde então a corrida presidencial estava considerada em aberto, com momentos de favoritismo para Kamala e momentos de favoritismo de Trump. Trump venceu com grande margem e será novamente e pela ultima vez presidente dos Estados Unidos (nos Estados Unidos o máximo são dois mandatos na presidência em uma vida).

A eleição de Trump serviu como catalizador e com a substituição do chefe da SEC (equivalente a CVM nos Estados Unidos) que perseguia as empresas do setor de Criptomoedas deu um grande impulso na entrada de capitais nos ETFs dos Estados Unidos. Bitcoin, em moeda fiduciária (qualquer uma, mas para a nossa realidade aqui reais e dólares) disparou..

Para 2025, politicamente e economicamente é difícil saber o que esperar do novo governo Trump, entretanto para o setor de Criptomoedas as expectativas são enormes uma vez que começou a entrar na pauta a discussão da criação de reservas internacionais em Bitcoin por lá…

Investimento de Institucionais:

Em janeiro de 2024 foram autorizados a funcionar pela primeira vez os ETFs spots de Bitcoin nos Estados Unidos, maior economia do mundo. Os ETFs spot de Bitcoin encurtaram o caminho para que milhões de pessoas e principalmente empresas pudessem se expor diretamente na moedinha laranja. Com o avanço regulatório e a sinalização dada pelo presidente eleito nos Estados Unidos ficou cada vez mais frequente na imprensa que as gigantes empresas estão estudando investir parte de seus caixas em Bitcoin. Já apareceram nomes como Microssoft, Amazon entre outras.

Para 2025 a expectativa é que mais empresas e fundos de pensões coloquem em suas pautas o investimento direto em Bitcoin e que algumas empresas relevantes comecem efetivamente a comprar. A Blackrock, maior gestora do mundo, que antigamente era “inimiga” do Bitcoin e hoje é detentora do maior ETF de Bitcoin já recomendou publicamente uma exposição de pelo menos 2% do patrimônio em Bitcoin…

Brasil (Política e Economia):

Precisa mesmo escrever esse tópico?

Bem resumido então… O novo arcabouço fiscal se comprovou uma farsa. O governo segue querendo gastar sem limites e tentar conter o rombo apenas com aumento de arrecadação. Corte de gastos e gastos com eficiência que tanto se falou em 2024 não vieram, mas aumentos de impostos e inflação na vida real se confirmaram. A velha narrativa de achar responsáveis externos se manteve presente. Conclusão: o real foi uma das moedas que mais se desvalorizou no mundo frente ao dólar em 2024 junto com um seleto grupo como a Moeda do Sudão do Sul..

Para 2025? Uma continuação de 2024…

Brasil (Regulatório):

Me atendo apenas ao mundo das Criptomoedas, o Banco Central iniciou o ano com uma consulta publica preliminar sobre diretrizes para a normatização do mercado de Criptomoedas no Brasil conforme previa a leia aprovada em dezembro de 2022. Uma segunda rodada estava prevista para maio de 2024. Depois foi para setembro de 2024, depois ficou para outubro. Final de novembro e inicio de dezembro o Banco Central divulgou um pacotinho com 3 consultas públicas que devem nortear a regulamentação do setor de Criptomoedas.

Em 2025 a regulamentação deve amadurecer e ser oficializada, entretanto com a morosidade do Banco Central mais um prazo mínimo de transição podemos esperar que só entre em vigor em 2026. Em linhas gerais duas das 3 consultas dizem respeito ao processo de autorização das empresas pelo Banco Central para operar no mercado de ativos virtuais e a terceira trata especificamente sobre stablecoins.

Ciclo do Bitcoin:

Historicamente o ciclo do Bitcoin é de 4 anos. Tanto do halving (quando a remuneração por bloco minerado cai pela metade) quanto do seu pico de preços em moeda fiduciária em cada ciclo.

Anos dos halvings: 2012, 2016, 2020 e 2024

Anos dos picos de preços: 2013, 2017 e 2021

Para 2025 da uma revisada no texto todo até aqui…

Preços em reais:

Bitcoin multiplicou seu valor em 2,8 vezes de 01/01/24 até 26/12/2024

Hash5 multiplicou seu valor em 3,2 vezes de 01/01/24 até 26/12/2024

Dólar Tether multiplicou seu valor em 1,3 vezes de 01/01/24 até 26/12/2024

Ibovespa multiplicou seu valor em 0,9 vezes de 01/01/24 até 26/12/2024

CDI multiplicou seu valor em 1,11 vezes de 01/01/24 até 26/12/2024

Enfim, desejo boas festas e um excelente 2025 para todos.