Eu já comentei várias vezes aqui sobre a necessidade de aumentar a capacidade de transações suportada por algumas moedas digitais. Hoje eu quero discutir um pouco mais esse tema.

Para exemplificar essa necessidade vamos analisar as duas redes mais populares, Bitcoin e Ethereum. Elas são capazes de processar respectivamente 7 e 15 transações por segundo, o que por dia seria algo entorno de 604.800 e 1.296.000 transações. Apesar desses números serem impressionantes para uma tecnologia descentralizada, eles não são suficientes para uma rede de pagamentos em escala global. A Visa, por exemplo, processa 150 milhões transações por dia. Ou seja, as moedas digitais precisam avançar muito para bater de frente com o status quo.

Mas por que aumentar a capacidade de processamento é tão difícil no caso das Criptomoedas? Não é só ligar mais computadores à rede?

Acontece que da forma como foram concebidas essas moedas digitais, a capacidade de transações não é afetada pela quantidade de computadores ligados à rede: mesmo conectando um novo supercomputador, o número de transações permanece estável. Nesse caso, o novo supercomputador serviria para aumentar a segurança da rede, isto é, alguém mal-intencionado teria mais dificuldade em “enganar” a rede.

Vitalik Buterin, criador da rede Ethereum, explica a dificuldade em torno do aumento da capacidade de processamento através de um trilema (escolha difícil dentre três opções). Para ele, um sistema baseado no blockchain pode possuir no máximo duas das três propriedades – segurança, escalabilidade e descentralização.

Podemos entender esse trilema como a dificuldade em expandir a capacidade de processamento da rede com segurança e utilizando apenas computadores normais, isto é, sem supercomputadores. Afinal, supercomputadores são caros e isso tornaria a rede excessivamente centralizada, uma vez que somente algumas grandes empresas teriam condições de manter essas máquinas.

Nesse caso, o que fazer se essas três propriedades são altamente desejáveis? A única alternativa é investir em pesquisa e em desenvolvimento. No caso do Ethereum, a proposta de melhoria chamada Sharding promete dividir o blockchain em partes menores e mais rápidas. No caso do Bitcoin, entrou em operação recentemente a Lightning Network, que funciona como uma camada por cima da infraestrutura do Bitcoin e é capaz de aumentar a velocidade e o número das transações.

Pretendo no futuro falar especificamente com mais detalhes sobre essas duas soluções mas a mensagem que eu quero deixar aqui é que, sim, todos estão cientes das limitações atuais dessas redes, mas muito está sendo pesquisado e desenvolvido para contornar esses problemas. Além disso, dificuldades são esperadas em um sistema em desenvolvimento, só lembrando que há vinte anos a maioria das pessoas ainda usava internet discada e baixava música de madrugada porque era mais barato…

Obs: Este artigo é uma réplica da Newsletter da HashInvest disponibilizada por e-mail e publicada aqui com alguns dias de defasagem. Quer receber a Newsletter na íntegra? Assine inserindo o seu e-mail abaixo:


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